Considerando que a variação lingüística é a forma diferente da norma padrão não deveria existir certos preconceitos diante da fala de quem quer que seja, independente de onde vive ou nasceu.
É preciso pensar sobre a linguagem, percebê-la em nós e nos outros como constituinte do nosso pensamento e intermediária das nossas relações. Reconhecer essas características, em qualquer que seja a sua forma de manifestação, pode ajudar-nos a resistir, a fazer frente ao que se tem pregado sobre linguagem e que contribui para a exclusão social.
O problema do preconceito lingüístico está intimamente ligado a outras espécies e discriminações e estes tipos de discriminações tem suas dimensões lingüísticas.
Analisemos por exemplo, as pessoas que vivem no campo, ou periferias, ou mesmo aquelas com um pouco menos de cultura e conhecimento, essas obviamente possuem o seu próprio estilo lingüístico, ao passo que pessoas "estudadas", ou que vivem em grandes cidades possuem um estilo lingüístico mais próximo à norma padrão não justificando ,porem certas piadas inconvenientes que ouvimos de muitos"espertinhos" da língua politicamente correta fazerem em relação a língua dos outros.
Concluímos então que apontar erros na fala de outros não tem propósito edificantede corrigi-los, é antes uma forma de excluir o outro e de reforçar uma desigualdade percebida.