INTRODUÇÃO

As diversas maneiras de comunicação utilizada na sociedade Brasileira sugere uma discussão sobre a forma de linguagem, a partir, do grande número de línguas aqui existentes, surge à questão do preconceito linguístico juntamente com a ética. Essa mesma ética que estamos nos referindo é vista como a ciência que estuda as moralidades referentes á conduta humana. Da mesma forma a linguística tem como objetivo propor princípios de conhecimentos das adequações necessárias. Desse modo o papel da ética profissional é reforçar a ideia de que vivemos em um país de constantes diversificações e que precisamos respeitar a língua falada de cada individuo.

OBJETIVOS

Pensar e repensar acerca do Preconceito Linguístico, considerando as perspectivas da ética profissional.

Refletir sobre o preconceito linguístico existente em nossa sociedade Brasileira.

 

METODOLOGIA

O artigo presente é compreendido com uma pesquisa que ressalta fenômenos naturais acerca da ética. Tendo como fundamentação teórica, Marcos Bagno, um excelente linguista brasileiro. Com o intuito de reforçar o nosso conhecimento sobre a relação do preconceito linguístico e ética profissional, submetendo á uma reflexão sobre estes temas. 

 

CONCEITOS TEÓRICOS

A Ética é o estudo geral do que é bom ou mal, correto ou incorreto, justo ou injusto, adequado ou inadequado. Um dos objetivos da Ética é a busca de justificativas para as regras propostas pela Moral e pelo Direito. Ela é diferente de ambos - Moral e Direito - pois não estabelece regras. Esta reflexão sobre a ação humana é que caracteriza a Ética.

A ética profissional começa quando optamos por escolher uma determinada área a se seguir. Após escolher essa determinada área, o futuro profissional deverá manter alguns cuidados, sigilos em relação a sua conduta profissional, principalmente quando a área que se cursa, têm com base o relacionamento com outras pessoas.

Toda pessoa deve ter sua ética antes mesmo de atuar em sua profissão. Uma professora, por exemplo, não tem o direito de divulgar de maneira critica não construtiva algum distúrbio na aprendizagem de seu aluno com seus colegas de trabalho e até mesmo com pessoas fora de seu recinto de trabalho, o mesmo acontece com um profissional da saúde ele não tem o direito de sair contando o que se passa dentro de seu ambiente de trabalho e isso engloba todas as profissões. Segundo Edite Jendreick Franke (2007), “quem não terá ética pessoal, não terá ética profissional”.

Com pesquisas realizadas através de estudos avançados sobre o Preconceito Linguístico e ética profissional, um tema que atualmente passa despercebido em nossa sociedade, veem contrapondo argumentos explícitos a respeito da importância da linguagem como algo que se pode moldar conforme a ocasião e, como isso está diretamente interligado á ética.

Vulgarmente podemos citar que a fala possui certos dons; segundo Platão (465 a.C.), o “Dom da Fala” são um tanto quanto comprometedoras. È uma questão de responsabilidade, que temos que saber fazer as possíveis adequações necessárias. 

Sobre este aspecto, vale ressaltar que da mesma forma que a humanidade se modifica com o passar dos tempos, a língua também acompanha essa evolução sobre constantes mudanças dos diversos contatos entre os seres pertencentes ao nosso mundo. No entanto aponta-se a realidade que convivemos hoje, com o preconceito Linguístico, ao mencionarmos isso, entendemos que esteja ligado ao fato das etnias, mas, neste caso pode-se entender preconceito linguístico como um pré-entendimento ligado á todas as questões de linguagem.

Vale lembrar, nos tempos de escola, quando aquele nosso coleguinha que sempre precisava ler uma palavra, com dois erres (rr) como por exemplo, burro, acabava pronunciando um belo buro e todos nós caiamos na gargalhada. Ou ainda aquele que veio da região nordeste e era ‘’zuado’’ pelo seu modo de falar. Pois já naquele tempo, mesmo sendo crianças inocentes, estávamos ‘’sem querer querendo’’ cometendo preconceito linguístico. No entanto, em outras palavras, preconceito linguístico é o deboche, a sátira, ou a não- tolerância em relação ao modo de falar das pessoas. 

Aceitar o fato das diversidades da língua e respeitar a cultura individual de cada individuo, é fundamental para a formação de uma ética linguística.

È incrível como os vícios de linguagens estão cada vez mais presentes em nossa sociedade, especialmente em situações que exigem a norma culta padrão. O que convém a dizer é que cada vez mais “sem querer querendo” abusamos de forma irresponsável sem nos preocuparmos com a ética linguística.

Marcos Bagno um excelente linguista brasileiro que trata do tema Preconceito Linguístico com uma naturalidade e objetividade muito boa faz a colocação de que todos os conjuntos de superstições infundadas que compõem a cultura brasileira, nenhum é tão resistente, parece quanto o das ideias preconcebidas que são propostas ao nosso imaginário a respeito de línguas em geral e, mais especificamente da língua que falamos.

Em relação ao livro, “Preconceito Linguístico: o que é, como se faz” o escritor Marcos Bagno defende a língua falada no Brasil e trata de assuntos relacionados presentes em  livros, manuais de redação de empresas jornalísticas, programadas de rádio e de televisão, colunas de jornal e de revista, CD-ROMS, "consultórios gramaticais" por telefone e por aí afora. Nesta obra de grande importância, Bagno discute sobre o uso da língua na sociedade, tentando desfazer a ideia de que só quem fala o português culto é quem fala a língua brasileira.

Logo em seus primeiros capítulos, Bagno aponta oito mitos do preconceito linguístico, um desses trata-se do mito de que são as pessoas que possuem menos instrução que falam errado, sobre isso ele afirma que:

[...] do mesmo modo como existe o preconceito contra a fala de determinadas classes sociais, também existe o preconceito contra a fala característica de certas regiões. [...]

Segundo o escritor, o modo como a fala dos nordestinos é retratada nos canais de televisão é uma forma de “marginalização e exclusão”, e todo mundo acha isso engraçado.

Outro mito é o “O domínio da norma-padrão é um instrumento de ascensão social” que diz que nas escolas têm sim que ensinar a língua padrão a fim de “dar uma língua” àquelas crianças para que ela cresça socialmente, deixando assim de ser um indivíduo carente e passe a ser um cidadão completo. Bagno nos revela que falar da língua é falar de política, deixando um ponto forte no final do capítulo:

[...] Do contrário, estaremos apenas contribuindo para a manutenção do círculo vicioso do preconceito linguístico e do irmão gêmeo dele, o círculo vicioso da injustiça social. [...]

Enfim como Marcos Bagno, os sociolinguistas também perceberam as variações da fala, precisando dialogar e entender as áreas sociais e humanas para combater esse tipo de preconceito e defender as variantes da norma padrão.

A Língua é uma atividade social, faz parte da interação com o meio em que vivemos, é o instrumento mais complexo e sútil que existe. Segundo Bagno (2003), a língua é uma parte constitutiva da nossa identidade individual e social. Portanto, dizer que alguém não sabe falar a sua própria Língua é um ‘’desaforo total’’, é como dizer que não sabe usar de maneira correta. “Nós somos a língua que falamos” diz Bagno.

Fazer a adequação de linguagem ao contexto é um bem necessário.

Porém não temos que abordar a questão do que é certo ou errado em questão das normas da língua, apenas é necessário respeitar a diversidade cultural e linguística em nossa comunidade. È preciso refletir, quando for apontar o “erro”.

Contudo, no momento em que vemos uma luta imensa para abolir os mais diversos tipos de preconceito, aquele do tipo linguístico continua desconhecido fora dos projetos acadêmicos, e o que é ainda pior, estimulado pelos meios de comunicação, como o rádio e a TV.

 Dizer que para combater o preconceito linguístico, é cada um fazer a sua parte, está impróprio, pois esse tipo de preconceito nem deveria existir. Precisamos no mínimo é ter ética.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

BAGNO, Marcos. A norma oculta: língua & poder na sociedade brasileira. São Paulo: Parábola Editorial, 2003. ____________. Preconceito Linguístico: o que é, como se faz. São Paulo. Edições Loyola, 1999.

RODRIGUES, Fábio Della Paschoa. Preconceito Linguístico E não Linguístico na Escola/Livro Didático. Disponível em: <http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/p00003.htm>. Acesso em 8 out. 2011.

MONTEIRO, Daniela Arns Silveira. Ética Linguística: Reflexões a partir da Filosofia da Linguagem. Disponível em: <http://www.celsul.org.br/Encontros/07/dir/arq38.pdf>. Acesso em 8 out. 2011.

GOLDIM, José Roberto. Ética Profissional é compromisso social. Disponível em:  <http://www.ufrgs.br/bioetica/eticprof.htm>. Acesso em 8 out. 2011.