UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL INSTITUTO DE EDUCAÇÃO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO ABERTA E À DISTÂNCIA CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA – MODALIDADE À DISTÂNCIA

MARIA JOSÉ SOUZA CARVALHO 

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ENSINO/ESTÁGIO DE MATEMÁTICA: UMA EXPERIÊNCIA SOBRE A REGÊNCIA DE GEOMETRIA NO ENSINO FUNDAMENTAL EM SANTA RITA DO ARAGUAIA-GO

Relatório Reflexivo apresentado ao Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal do Mato Grosso.

 Professores da disciplina: Evilásio José De Arruda e Heliete Martins Castilho Moreno Professora Orientadora: Daniela Cavalcanti de Albuquerque

 

 ALTO ARAGUAIA

2015

SUMÁRIO

1.Introdução_______________________________________________________________ 5 2. 2.Desenvolvimento _________________________________________________________ 7 2.1 Preparação para o Estágio__________________________________________________ 7 2. 2 Convivência das acadêmicas no espaço educacional ____________________________ 8 2. 2.3Elaboração do projeto de estágio___________________________________________ 10 2. 2.4 Fundamentação Teórica__________________________________________________ 11 2. 2.5 Regência _____________________________________________________________ 12 3. 3.Considerações Finais _____________________________________________________ 21 4. 4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ________________________________________ 5.ANEXOS ____________________________________

  1. INTRODUÇÃO

 Para nós acadêmicos o estágio visa proporcionar o conhecimento didático do conteúdo e para tanto deve ser realizado por atividades interventivas em sala de aula de 1º ao 5º ano do ensino fundamental e/ou do 1º segmento da Educação de Jovens e Adultos (EJA).

De acordo com Moreno (2014 p.2)

As Práticas Pedagógicas e Ensino/Estágio II são orientadas pelo Projeto do Curso, pelo Regulamento das Práticas Pedagógicas e Ensino/Estágio e pelas Orientações das Práticas Pedagógicas e Ensino/Estágio do Curso de Licenciatura em Pedagogia – Modalidade a distância da UFMT. A proposta contempla o 2º Núcleo de Estudos do curso: Ciências Básicas e Metodológicas com ênfase na área de Matemática.

E, para isso utilizamos os fundamentos teóricos aprendidos nas disciplinas de Matemática I e II (Aritmética e Geometria) tornando-nos assim autores da prática através da vivência escolar contribuindo para o entendimento das situações cotidianas e analisando criticamente essa realidade e refletindo sobre a profissão docente.

 Em relação aos tipos de conhecimentos que o docente deve compreender, segundo Moreno (2014) as quatro componentes propiciadores do conhecimento profissional, de acordo com Garcia (1999), são:

Conhecimento do contexto diz respeito ao conhecimento da instituição onde ensina e a quem se ensina; conhecimento do conteúdo refere-se ao conhecimento da disciplina ou área específica que vai ensinar; conhecimento psicopedagógico ou conhecimento pedagógico geral e o conhecimento didático do conteúdo: refere-se ao conhecimento articulado que o professor deve ter entre o conhecimento da matéria a ensinar e o conhecimento pedagógico e didático de como ensinar.

Para o estágio nos interessou o conhecimento didático do conteúdo que é justamente essa articulação que o professor deve realizar entre o conhecimento do conteúdo e o conhecimento didático e pedagógico de ensinar.

A respeito da profissão docente de acordo com Moreno (2014) devemos ser “profissionais que precisam diagnosticar o contexto do trabalho, tomar decisões, atuar e avaliar a pertinência das atuações da sua prática e do contraste de outras práticas, consubstanciado em marcos teóricos interpretativos”.

Para a escrita do relatório tomamos por base os conhecimentos apreendidos na área de Fundamentos da Educação.

O estágio foi desenvolvido na Escola Municipal “Romão Martins de Souza”, no município de Santa Rita do Araguaia, Goiás com a turma do segundo ano do Ensino Fundamental. A turma é composta por 24 alunos com a faixa etária de 7 anos. O motivo que nos levaram a escolher essa turma foi por que os alunos desse ano já sabem escrever, ler e reconhecem com facilidade as formas geométricas.

Essa escola é urbana, localizada bem no centro da cidade e conta com aproximadamente 250 alunos nos dois períodos (matutino e vespertino). Escolhemos essa instituição porque os outros estágios realizamos no Centro de Educação Infantil e com as turmas dos Infantis. E a proposta desse estágio foi fazer em uma nova instituição com isso escolhemos essa escola.

A professora do 2º Ano fez Magistério e há alguns anos atrás fez o curso superior de Letras, ela é professora efetivo do Município desde o ano de 1992.

 O presente trabalho teve como objetivo geral identificar e compreender as formas geométricas planas e espaciais. E como objetivos específicos: refletir sobre características geométricas de figuras planas e espaciais; reconhecer a existência de diferentes formas Geométricas em seu meio e estabelecer relações entre formas geométricas e objetos do cotidiano.

É importante ressaltar que os objetivos citados tratam da sequência didática, mas a ideia é desenvolver prática pedagógica.

Trabalhamos com Geometria porque entendemos que é interessante a abordagem de situações relacionadas à forma, dimensão e direção. E também pelo objetivo dessa área nessa turma do segundo ano do Ensino Fundamental está ligada ao sentido de localização, reconhecimento de figuras, manipulação de formas geométricas, representação espacial e estabelecimento de propriedades.

E o conteúdo abordado foram as figuras geométricas planas: triângulo, retângulo, quadrado, losango e círculo. E as figuras espaciais: poliedros e corpos redondos.

O tempo de estágio foi de 20 horas sendo que foram 08 horas de observação divididas em dois dias (4 horas diárias) e mais 12 horas durante 03 dias (4 horas diárias). E os materiais utilizados foram de acordo com o plano de aula, sendo respectivamente: papel color set de várias cores e tesoura sem ponta; papel color set nas cores verde, amarelo, azul e branco e tesoura sem ponta; formas geométricas confeccionadas com papel sulfite, caixa de papelão grande encapada e vários objetos; blocos lógicos.

O relatório está organizado em introdução, desenvolvimento e conclusão.

2.DESENVOLVIMENTO

A disciplina de Práticas é composta, de seis etapas: Preparação para o estágio, Convivência do acadêmico no espaço educacional, Elaboração do projeto de estágio, Regência (desenvolvimento do projeto), elaboração do relatório reflexivo e socialização (ainda a definir). Sendo assim, relataremos sobre as cinco etapas realizadas.

2.1 Preparação para o estágio

 

As disciplinas de Matemática I e II (Aritmética e Geometria) marcam o início do estágio, ou seja, os fascículos e as oficinas são orientadores para a prática pedagógica, porque através desses conteúdos articulamos as ações que serão realizadas no estágio.

As oficinas pedagógicas que tivemos com o professor Evilásio e a professora Heliete, foram de grande importância para planejarmos as aulas com criatividade, selecionando procedimentos metodológicos que atendem os diferentes ritmos de aprendizagem e recursos didáticos adequados, criando uma interação mediada eficaz, afinal teríamos que planejar atividades para 12 horas de regência em sala de aula com alunos na faixa etária de 8 anos.

Na oficina do professor Evilásio compreendemos que os jogos são importantes para o desenvolvimento cognitivo dos alunos se comparados à importância dos materiais concretos ou outros recursos utilizáveis pelo professor. O objetivo da oficina foi mostrar a nós futuros professores os recursos disponíveis para que a aula de Matemática seja interessante e divertida. A utilização dos jogos durante as aulas não é um passatempo, dependendo do professor a utilização correta dos métodos e procedimentos que ele utiliza em suas aulas, os jogos podem se tornar grandes aliados ao processo de ensino e aprendizagem que irão despertar o interesse dos alunos de uma forma divertida e prazerosa.

Na oficina com a professora Heliete conhecemos sobre as figuras geométricas planas e espaciais. Foi uma experiência encorajadora, pois para nós até aquele momento, essas figuras só eram conhecidas de forma plana.

A professora nos trouxe um ensino bem amplo quando explicou sobre as diferenças das figuras quando são planas e quando são espaciais. Nas espaciais trabalhamos com recortes de figuras e montagem das mesmas para entendermos como elas se tornarão espaciais e como estão presentes em nosso meio, Depois da montagem, 8 observamos que todas as figuras formavam varias coisas como cubo, bola, dado, pirâmide,etc. A professora falou da importância dessas experimentações que a criança precisa fazer para materializar suas hipóteses e construir seu conhecimento.

 Na oficina aprendemos alguns conceitos da geometria como: poliedros e não poliedros, polígonos e não polígonos, prismas, quadriláteros, triângulos, etc. A professora nos deixou claro que nomes não precisam ser memorizados pelas crianças. Importante para elas é reconhecer algumas figuras pelos nomes, diferenciar figuras espaciais que rolam e não rolam, contar lados e ângulos de figuras planas, contar lados (ou faces), arestas e vértices de figuras espaciais.

 Na oficina também fizermos uma atividades com folhas xerocopiadas onde teríamos que identificar nas figuras planas as curvas aberta, fechada, traçável e retraçável. Ao identificar o que foi pedido teríamos que colar cordão em volta das mesmas.

Na prática de regência aplicamos uma atividade semelhante, mas com o intuito da criança somente memorizar as figuras planas (triângulo, retângulo, círculo e quadrado).

2.2 Convivência das acadêmicas no espaço educacional

 

Antes de realizarmos a regência foi feito o estágio observação, nessa fase foi propícia a observação de vários aspectos. A turma do segundo ano do Ensino Fundamental é composta por 24 alunos com a faixa etária de 7 anos, tendo uma aluna que a professora a considera como especial, pois apesar de ter a mesma faixa etária das outras crianças ela não lê e nem escreve tendo pouco entendimento dos conteúdos aplicados.

De maneira geral os alunos são calmos e participativos, apesar de alguns terem maior dificuldade, sempre desenvolvem as atividades solicitadas pela professora que mantém sua prática baseada no conteúdo do livro didático, com exercícios nos mesmos, passado no quadro para as crianças copiarem e folhas xerocadas.

A sala de aula é de pouco espaço, mas organizada, a mesa da professora fica em um canto da com fácil acesso para que as crianças vão até ela, o armário que ela guarda seus materiais fica atrás de sua mesa. As carteiras são bem alinhadas, uma atrás da outra. Com algumas empilhadas no final da sala. Há um filtro para que as crianças 9 possam tomar água, nas paredes contém números de 01 a 109, alfabeto completo, palavras com as iniciais do alfabeto e um calendário com mês e dia.

A escola possui um pátio pequeno, espaço nas laterais, 06 salas, 2 banheiros feminino e masculino e 1 para funcionários. 1 sala de leitura que a diretora diz que também é sala de aulas de reforço, cozinha, dispensa, sala dos professores e secretaria. A escola tem 12 professores e 2 dele da aula nos dois turnos, 3 limpaduras, 2 merendeiras, 1 diretora e 2 coordenadoras.

 A merenda é saudável e controlada por nutricionista. A escola não possui quadra sala nem sala específica para assistir vídeo.

 A professora demonstrou ser tranquila, organizada, séria e tem domínio sobre os alunos. Ela da oportunidade para que as crianças façam perguntas, tirarem suas duvidas e troca algumas experiências com eles. Ela nos informou que faz o planejamento de suas aulas diariamente seguindo uma matriz com conteúdos pedagógicos.

As metodologias utilizadas são feitas de forma adequada para o conteúdo, mas são feitas de modo tradicional, seguindo o que propõe o livro didático, sem nenhuma criatividade e dinâmica.

A professora circula na sala de aula, mas passa a maior parte do tempo sentada corrigindo e elaborando atividades. Fala com as crianças em tom moderado, firme e usa um vocábulo (pedala), quase o tempo todo quando pede as crianças para acelerar o que estão fazendo.

Acreditamos que o material que a professora usa é apropriado para a realização das atividades dada em sala de aula, seu método de avaliação que demonstra deixar as crianças constrangidas e desmotivada.

 A professora corrige o dever de casa como o primeiro momento da aula, chamando um aluno de cada vez para mostrar o caderno, enquanto os outros esperam sua vez organizam o material em cima das carteiras e deixam o caderno aberto, conversam com os colegas, não saem de seus lugares sem a autorização da professora. Todas as atividades são ministradas na sala de aula, pois a professora alega que a escola não tem espaço do lado de fora. As crianças só saem para irem ao banheiro, lancharem e recreação. Na aula de Educação Física vão com o professor até o ginásio de esporte que fica próximo da escola.

A professora planeja uma quantidade de atividades dentro das possibilidades de realização dos alunos, alguns com mais dificuldade de aprenderem ficam para trás, mas 10 há tempo suficiente para concretizarem as mesmas. Quando as crianças têm dúvidas a professora esclarece com clareza, mas sempre de uma maneira tradicional sem dinâmica. A relação da professora com os alunos é de pouca afetividade, não há dialogo e interação entre eles, somente o necessário e em nenhum momento ela elogia suas atividades ou comportamento.

A relação dos alunos entre si é boa, eles se interagem, ajudam um ao outro quando terminam primeiro e gostam de juntarem as carteiras, mas a professora deixa que elas façam isso só no final da aula, se terminar as atividades primeiro e acham algo a fazer como pintura de desenho de algumas atividades que já foram feitas.

Quando o aluno pede ajuda da professora ela atende a sua solicitação, ouve o aluno com atenção e tira suas dúvidas individualmente e quando acha necessário coletivamente. O Estágio de observação é um momento da realização de diagnóstico local, verificando como ocorre à prática e a rotina escolar. Nesse momento, tivemos a chance de verificarmos como se constrói um espaço de produção de conhecimento sobre a prática pedagógica desenvolvida no cotidiano da escola a fim de que possamos compreender melhor os desafios que deveremos enfrentar no momento da prática do estágio e até mesmo, do trabalho, de forma crítica e consciente.

 Foi o momento de conhecermos os alunos, suas dificuldades, peculiaridades, anseios, postura no qual será de grande contribuição para planejarmos e elaborarmos nossas atividades que deveremos aplicar ao realizar a regência. Foi um momento único, do qual tenhamos certeza que irá fazer parte de nossa vida profissional, como uma experiência boa e agradável.

2.3 Elaboração do projeto de estágio

 

Após observação e reflexão sobre as práticas metodológicas utilizadas pelos professores no espaço escolar, foi o momento de elaboração do Projeto de Estágio II, para a área de Matemática: Aritmética e Geometria.

O projeto de estágio deve contemplar as atividades matemáticas que permitam à criança construir conhecimento de um determinado conceito e/ou propriedade.

A elaboração foi feita com vistas à uma proposta de sequência didática que propicie às crianças a aprendizagem de conceitos e/ou propriedades matemáticas. A sequência 11 didática deve contemplar atividades corporais, de manipulação e de registro sobre o conteúdo a desenvolver.

Seguindo o fascículo escrita pelo professor Oreste Pretti: Os caminhos da Pesquisa Educação e as normas da ABNT foi feita a primeira versão do projeto e enviado para a orientadora presencial que após aprovação foi enviado então para a orientadora à distância

2.4 Fundamentação Teórica

 

Em especial abordaremos a ideia de Piaget sobre o pensamento geométrico.

Sobre a abordagem psicológica piagetiana, vimos que de acordo com Moreno:

Apresenta o desenvolvimento mental da noção de espaço na criança como uma construção, na qual há uma interação entre a percepção e a representação espacial. O desenvolvimento do espaço, como não poderia deixar de ser, é coerente com o desenvolvimento mental da criança em seu conjunto. (MORENO, 2014, p. 24)

 

A partir dessa afirmação aprendemos que o desenvolvimento do espaço é relacionado ao desenvolvimento mental da criança.

Ainda de acordo com Piaget (1976):

Estudos acerca do espaço: investiga a representação do espaço, assim como a do mundo, e a gênese da geometria espontânea nas crianças. Investigou como a criança constrói a realidade mediante o relacionamento do objeto com o espaço, e como desenvolve a formação do símbolo mediante a imitação e o jogo.

Ou seja, através de estudos observou que a representação do espaço assim como do mundo é a origem da geometria nas crianças, mas com uma especificidade que é a espontaneidade.

Ao estudar as relações entre a percepção e a inteligência no que se refere ao espaço, afirma que inicialmente se observa na criança o aparecimento de uma percepção do espaço, para em seguida o espaço aparecer como noções pré-operatórias, e somente depois como noções operatórias. Acontece que o sujeito, no decorrer de seu desenvolvimento mental, vai estruturando os mesmos conteúdos. (OLIVEIRA, 2005)

Piaget enfatiza ainda que a criança não é um adulto em miniatura, seu pensamento é qualitativamente diferente em relação ao do adulto. Portanto, segundo ele, é de fundamental importância saber qual é a estrutura de pensamento da criança, e quais são as relações entre a mentalidade infantil e a do adulto, se deseja ensinar a criança 12 efetivamente. Esse autor ainda afirma que as variações estruturais do pensamento da criança são determinadas não somente por sua maturação interna, mas também por suas experiências e pelas influências de seu meio físico e social.

Em seus estudos, Piaget destacam o papel do estudante em construir ativamente seu próprio conhecimento, assim como o desenvolvimento não verbal do conhecimento, o qual é organizado num sistema complexo.

 Para Piaget, o brincar é uma das atividades fundamentais da criança neste período de desenvolvimento é a brincadeira de faz-de-conta ou o jogo simbólico (Piaget,1978), no qual a criança tem acesso ao símbolo .

Também a contribuição de Piaget, que no decorrer da sua pesquisa fundamentou-se na ideia de que a criança vai descobrindo o sentido do mundo por meio do contato com pessoas e objetos. Além disso, essa forma de brincar, ajuda a criança a ter uma interação maior com o meio na qual esta inserida, facilitando um maior amadurecimento cognitivo.

Segundo Van Hiele (1998), as crianças de 3 a 6 anos estão em um estágio inicial da compreensão da geometria, que é o da visualização. Suas primeiras noções de geometria não são de ordem quantitativa. Ela percebe espaço apenas como algo que existe ao seu redor e se preocupa muito pouco com a distância exata dos objetos, de seus movimentos ou do ângulo sob o qual as coisas são vistas.

Tendo como norteadores esses conceitos foi o momento de convivermos no espaço educacional e nós acadêmicos acompanhamos e observamos a dinâmica de trabalho do professor na sala ou fora dela (a sala que escolhemos para estagiar); as práticas metodológicas utilizadas pelo professor, focando a área de matemática; o relacionamento do professor com a criança e das crianças entre si. E todos os momentos da convivência serão registrados pelo grupo de acadêmicos para compor o relatório reflexivo.

2.5 Regência (desenvolvimento do projeto)

 

Já a regência foi iniciada no dia 12 de agosto a professora regente foi Maria José, que iniciou a aula dando boas vindas aos alunos nos apresentando. Logo após, ela falou sobre o conteúdo que seria aplicado e mostrou sobre as quatro formas (triângulo, retângulo, quadrado e círculo).

Então entregou a cada aluno uma cartolina com formas para recortarem, nesse momento os alunos demonstraram muita empolgação com a atividade. E logo se organizaram para recortarem.

A professora regente ainda explicou sobre as formas espaciais para isso pegou um dado que fez de papel e mostrou e os alunos ficaram maravilhados uma aluna disse: “Parece uma pirâmide do Egito”!

Ao aplicar a atividade do primeiro dia podemos perceber que a teoria piagetiana se concretizou na prática, pois, de acordo com Piaget (1976):

Estudos acerca do espaço: investiga a representação do espaço, assim como a do mundo, e a gênese da geometria espontânea nas crianças. Investigou como a criança constrói a realidade mediante o relacionamento do objeto com o espaço, e como desenvolve a formação do símbolo mediante a imitação e o jogo.

E foi realmente isso que vimos na prática onde as crianças construíam sua realidade relacionando objeto com o espaço.

No segundo dia a professora regente foi a Madalena que iniciou a aula comentando com os alunos sobre as formas do dia anterior. Sendo que a aula anterior foi trabalhada com quebra cabeças com formas geométricas e naquela aula seria trabalhada a bandeira do Brasil com as mesmas formas.

 Então a professora pediu para os alunos copiarem do quadro sobre o que seria as formas geométricas e como seria formada a bandeira do Brasil por essas formas que seria o retângulo, o losango e o círculo e aproveitou para comentar sobre como essas formas estão presentes em nosso meio.

Madalena socializou com as crianças sobre um acontecimento importante que ocorreu no ano anterior perguntando se alguém se lembrava e a bandeira estava presente nesse acontecimento. Logo os alunos lembraram que foi a Copa do Mundo. Então explicou aos alunos que eles montariam a bandeira oficial do Brasil e que depois poderiam criar a sua bandeira que poderia ser eleita como a bandeira do 2º ano.

 Então foi entregue o material aos alunos para eles recortarem as formas geométricas que seriam usadas para montarem a bandeira brasileira. Depois que as crianças recortaram a professora perguntou as crianças se estava faltando alguma coisa. Algumas responderam que não outras ficaram na dúvida. Ela explicou sobre os alunos sobre o significado do símbolo e as estrelas que faziam parte da bandeira.

Depois do intervalo do recreio as crianças retornaram a atividade de colagem da bandeira. As crianças montaram a bandeira, coloram e desenharam a faixa branca com as estrelas. Na faixa escreveram “Ordem e Progresso”.

Em seguida assim que terminassem, as crianças poderiam montar uma bandeira da sala. Então foi distribuído papel para recortarem e montarem uma nova bandeira no verso da bandeira do Brasil. As crianças usaram a imaginação e montaram várias formas  de bandeira. No final da aula cada aluno expôs sua bandeira e foi escolhida a bandeira do 2º ano.

A respeito do segundo dia, observamos também os conceitos formulados por Piaget, a respeito do desenvolvimento mental e a noção de espaço na criança:

Apresenta o desenvolvimento mental da noção de espaço na criança como uma construção, na qual há uma interação entre a percepção e a representação espacial. O desenvolvimento do espaço, como não poderia deixar de ser, é coerente com o desenvolvimento mental da criança em seu conjunto. (MORENO, 2014, p. 24)

 

Ou seja, é um conjunto entre o desenvolvimento do espaço e do desenvolvimento mental da criança.

Outro estudioso que explica esse fenômeno que observamos na prática é Van Hiele (1998), que segundo ele as crianças de 3 a 6 anos estão em um estágio inicial da compreensão da geometria, que é o da visualização. Suas primeiras noções de geometria não são de ordem quantitativa. Ela percebe espaço apenas como algo que existe ao seu redor e se preocupa muito pouco com a distância exata dos objetos, de seus movimentos ou do ângulo sob o qual as coisas são vistas.

No terceiro dia a acadêmica Kátia iniciou a aula explicando aos alunos como seria a atividade do dia. Perguntou para as crianças se elas se lembravam das atividades do dia anterior. Então convidou os alunos para sentarem em círculo no meio da sala. As 18 carteiras foram afastadas e teve espaço para que elas pudessem sentar em círculo. Os blocos mágicos foram espalhados no meio da roda.

Kátia iniciou a brincadeira dizendo: “O mestre André mandou a Geovana pegar um triângulo”. A aluna acertou as perguntas que a acadêmica Kátia fez a ela como: que forma é essa? Qual é o tamanho? Quantos lados o triângulo tem? Qual é sua cor?As crianças deveriam que acertar as perguntas ou teriam que pagar uma prenda. Algumas crianças acertavam todas as perguntas outras acertavam uma parte e que não conseguia acertar pagava uma prenda como: imitar um animal ou cantar uma música. Foi feita uma pergunta para cada aluno até que terminassem a roda.

Em seguida as crianças brincaram livremente com os blocos e com muita imaginação os blocos foram transformados em castelo, carro, trem, casas, muro entre outros. A brincadeira se estendeu até na hora do lanche e da recreação.

Após o recreio Kátia explicou como seria a próxima atividade e distribuíu folhas xerocopiadas como as formas de triângulo, círculo, retângulo e quadrado. 20 O objetivo dessa atividade era para as crianças colarem cordão em volta das figuras. Algumas crianças colaram facilmente, outras tiveram dificuldades, mas com paciência conseguiram fazer o trabalho. Os cordões foram entregues para as crianças já cortados.

Refletindo sobre o terceiro dia além dos conceitos que subsidiaram o primeiro e o segundo dia, é notório a Teoria do Desenvolvimento Intelectual proposto por Piaget.

Para Piaget, o brincar é uma das atividades fundamentais da criança neste período de desenvolvimento é a brincadeira de faz-de-conta ou o jogo simbólico (Piaget,1978), no qual a criança tem acesso ao símbolo .

Também a contribuição de Piaget, que no decorrer da sua pesquisa fundamentou-se na ideia de que a criança vai descobrindo o sentido do mundo por meio do contato com pessoas e objetos. Além disso, essa forma de brincar, ajuda a criança a ter uma interação maior com o meio na qual esta inserida, facilitando um maior amadurecimento cognitivo.

  1. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Depois de realizada a pesquisa e analisado os dados, concluímos que o estágio e a presença de estagiários na comunidade escolar serviram para fomentar a discussão em torno do ensino da matemática, que pode ser prazerosa essa disciplina e que para uma efetiva aprendizagem é necessário deixar de lado certos pré-conceitos.

Concluímos então, a importância da prática do estágio para a formação do pedagogo, porque antes de sermos efetivamente pedagogos, é fundamental refletirmos sobre o processo de ensino-aprendizagem, e esse estágio nos propiciou exatamente isso. E avaliando o grupo quanto ao comprometimento, empenho, responsabilidade e concretização dos objetivos propostos, concluímos que entendemos a expectativa, porque todos os membros do grupo estavam bem comprometidos e empenhados para fazer o seu melhor no estágio. Foi de fundamental importância para nós a participação nas oficinas e nos encontros presenciais que tivemos porque observamos que precisamos de pouco material e recursos para oferecer uma aula dinâmica e prazerosa de matemática. E com isso, sem muitos recursos podemos oferecer momentos lúdicos e de muita aprendizagem para as crianças, basta usarmos nossa imaginação e criatividade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MORENO, Heliete Martins Castilho. Mundo Social: Pensamento Matemático II Geometria - Cuiabá, Central de Texto/ EdUFMT, 2012.

MORENO, Heliete Martins Castilho. Proposta as Práticas Pedagógicas e Ensino/Estágio II Matemática - Cuiabá, Central de Texto/ EdUFMT, 2014.

Tangram: (Oval, Coração, Dois círculos partidos, Quadrado), jogos e atividades para trabalhar com EnsinoFundamental.http://www.bento.ifrs.edu.br/site/midias/arquivos/20140262250257505.4 _oficina_tangram_a.pdfAcesso em: 27/04/2015.

Conhecendonossabandeirahttp://revistaguiainfantil.uol.com.br/professoresatividades/114/artigo271971-2.aspAcesso em: 27/04/2015.

ORIENTAÇÕES CURRICULARES ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA E MATEMÁTICAhttp://www.seduc.mt.gov.br/educadores/Documents/Pol%C3%ADtica s%20Educacionais/orienta%C3%A7%C3%B5es%20curriculares%20Educa%C3%A7% C3%A3o%20B%C3%A1sica/LIVRO%20CIENCIAS%20DA%20NATUREZA%20E% 20MATEM%C3%81TICA%20com%20ficha%20catalografica.pdfAcesso em: 27/04/2015.