UNIVERSIDADE TIRADENTES
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÒGICAS E DA SAÚDE
QUEIROZ, A. F; LIMA, L. B; CRUZ, B. S; BRITO, P, A; SANTANA, A & BARBOSA, A. S.


INTRODUÇÃO
O manguezal é um ecossistema costeiro, que em associação com o mangue, definido como vegetação do mesmo, tem fundamental importância para a dinâmica dos estuários, proteção de regiões costeiras, depósitos de sedimentos dos rios e ao mesmo tempo atenuam a força das marés. Dessa forma, assegura o equilíbrio morfogenético desse tipo de ecossistema (Nascimento, 2008).
Alguns fatores têm grande influência na estrutura e funcionamento do manguezal, dentre eles: intensidade e frequência da perturbação causada pela ação mecânica da maré, amplitude vertical e ciclo da maré, e qualidade da água, que está sendo poluída de maneira crescente pelas ações e falta de respeito das pessoas perante a natureza (Nascimento, 2008). Essa problemática não ocorre somente em águas, mas também em solos, ar e vários outros ambientes, que são muitas vezes utilizados de maneira imprópria pela população como aterros ou lixões para descarte de rejeitos sólidos.
Devido alguns desses problemas o CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente) criou várias resoluções dentro da legislação ambiental. Dentre elas pode-se citar a resolução nº404/2008, que estabelece alguns critérios e diretrizes para o licenciamento ambiental de aterro sanitário de pequeno porte, como, prevenção de impactos ambientais, planos de operação, acompanhamento e controle desses aterros. E após o encerramento realizar o monitoramento e recuperação da área utilizada, para que a mesma seja minimizada de impactos que a atividade venha causar (Ministério do Meio Ambiente, 2008).
O CONAMA ainda para melhorar a situação no descarte de resíduos sólidos na resolução nº275/2001, que recomenda a coleta seletiva desses rejeitos em instituições, organizações e outros locais, estabelecendo um padrão de cores como, verde, azul, amarelo, para os diferentes tipos de lixo. Além de incentivar a reciclagem, para dessa foram reduzir o consumo de recursos naturais não renováveis, energia e água (Ministério do Meio Ambiente, 2001).
Portanto, o objetivo do presente trabalho foi a realização de uma prática investigativa no Parque Ecológico Municipal Tramandaí, para uma sucinta analise biológica, física e antropológica sobre o local supracitado.



DESENVOLVIMENTO
Aspectos Biológicos
Sendo o manguezal um ecossistema filtrante, possui a capacidade de se adaptar de maneira facilitada as condições precárias de saneamento ambiental ao qual foi exposto nos últimos anos no município de Aracaju. Tal fato possibilita fácil observação deste ecossistema em boa fase de desenvolvimento em locais que servem de despejo de esgotos domiciliares e industriais. De certa maneira alguns resíduos biológicos acabam servindo de fonte de alimento para a fauna e flora ali presente, no entanto a ação do homem tem se tornado cada vez mais agressiva degradando de maneira forte o manguezal.
Apesar da forte ação antropomórfica exercida sobre o manguezal Tramandaí pode se observar nele alguns representantes biológicos da fauna e flora. Com relação a flora foi observado que além do manguezal em comum foi notada a presença de espécimes introduzidas pelo homem ao redor do ecossistema de origem, sendo algumas destas: Aroeira, Mamona, Milona, algumas ervas daninhas, entre outras. Para as espécies especificas do ecossistema do manguezal foi notada a presença de três variações da espécie as quais não foram identificadas, sendo observadas estas variações por características das partes dos espécimes, uma destas foi a folha podendo variar um pouco seu formato, tamanho ou coloração.

Aspectos Antrópicos
As entrevistas foram realizadas na manhã do dia 15 de Maio de 2009 nas proximidades do Manguezal Tramandaí. As pessoas foram abordadas mediante devida apresentação, informando-se que se tratava de um questionário sobre dados do bairro, com fim didático referente à matéria curricular Legislação Ambiental cursada no curso de Ciências Biológicas da Universidade Tiradentes. Os entrevistados estavam caminhando pelas calçadas e em pontos de ônibus.
Dos quinze entrevistados, nove eram mulheres e seis homens. Deste total, 40% eram residentes do Bairro Jardins e os outros 60%, moradores do bairro Grageru e outras localidades. Quanto à questão de ser trabalhador do próprio bairro, 66,6% responderam que não e 33,4% que sim sendo estes trabalhadores do Supermercado Bompreço e empregadas domésticas de prédios residenciais, próximo a área de entrevista.

Quanto ao quesito naturalidade 93,4% são aracajuanos e 6,6% originários de Nossa Senhora do Socorro. Ao se perguntar sobre a situação de saneamento básico local, 53,4% a consideram boa, entretanto 46,6% acham-na ruim, pois segundo eles, em épocas de chuva não há escoamento de água tornando o tráfego de veículos e de pessoas difícil ou até mesmo inviável.

De acordo com os entrevistados, 86,6% acham que o bairro possui bons meios de educação destacando-se as escolas Master, CCPA e colégio Jardins. Em contrapartida, 13,4% evidenciam a inexistência de uma escola publica na região restando como opção apenas a Escola Estadual Senador Leite Neto, localizada no Bairro Grageru.
Quanto à oferta em saúde como hospitais e postos no bairro, 66,6% consideraram-se insatisfeito pela existência apenas do Hospital Primavera e a ausência de postos de saúde tendo-se que deslocarem para a Unidade de Saúde da Família Dona Sinhazinha no Grageru. Os demais 33,4%, acham-se satisfeitos.

No quesito referente à limpeza urbana local, os 100% entrevistados afirmam ser satisfatória a coleta de lixo domiciliar, entretanto 13,4% deles destacam a falta de lixeiras as margens das calçadas sendo por isso uma das principais causas do achado de lixos dentro do Manguezal.
O ultimo item do questionário referia-se a oferta de lazer e turismo. 66,6% responderam estar satisfeitos, devido à proximidade do bairro ao Shopping Jardins no qual podem ir a cinema, compras, supermercado, etc. Os outros 33,4% afirmam não terem muitas opções de saída tornando-se reclusos ao Shopping .


REERÊNCIAS:
Legislação ambiental. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/legi.cfm. Acesso em: 27 de Maio de 2009, às 19h.

NASCIMENTO, Solange Alves. Ecofisiologia do manguezal. Org. Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos. Aracaju, Sergipe: Degrase, 2008.

RESOLUÇÃO CONAMA nº 275/2001. Disponível em: http://www.mma.gov.br/ port/conama/legiabre.cfm?codlegi=273. Acesso em: 27 de Maio de 2009, às 19h.

RESOLUÇÃO CONAMA no 404/2008. Disponível em: http://www.mma.gov.br/ port/conama/legiabre.cfm?codlegi=592. Acesso em: 27 de Maio de 2009, às 19h.