1. 1.    TRABALHO PROPOSTO

 Tema: Professores não ensinam ou alunos não aprendem?

Orientações para o desenvolvimento do trabalho: “Cada vez é mais comum na escola encontrar crianças que não aprendem. Alguns podem dizer que cada vez é mais comum encontrar professoras que não ensinam. Mas o certo é que já estamos habituados a nos deparar, nas escolas públicas, com grande número de crianças que não sabem aquilo que a escola se propõe a ensinar.” (ESTEBAN, M. T., 2002). A partir desta afirmação e da leitura do artigo em anexo, faça uma análise comparativa de sua percepção da realidade escolar.

ANEXO: ESTEBAN, Maria Teresa. A avaliação no processo ensino/aprendizagem: os desafios postos pelas múltiplas faces do cotidiano. Rev. Bras. Educ. [online]. 2002, n.19 [citado  2013-02-11], pp. 129-137. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782002000100011&lng=pt&nrm=iso.

 

  1. 2.     PROFESSORES NÃO ENSINAM OU ALUNOS NÃO APRENDEM?

               Fazendo uma análise entre a citação ora proposta para este trabalho com a leitura do artigo, podemos partir do princípio de que para um bom ensino-aprendizagem é necessário uma boa relação entre professor x aluno.

              Encontramos muitas vezes alunos desanimados e professores desmotivados ou vice-versa. Essa relação se tornou um desafio, achar motivação no cotidiano em sala de aula não é fácil, mais também não é difícil. O professor enfrenta problemas como falta de respeito, baixo rendimento da turma e falta de interesse em relação aos conteúdos ministrados. Mas, uma classe indisciplinada só se transforma em problema caso o professor não tenha recursos para trabalhar com ela. 

              Por isso é que é tão importante repetir à exaustão frase do Professor Lauro de Oliveira Lima: O PROFESSOR NÃO ENSINA AJUDA O ALUNO A APRENDER. Isso deveria estar escrito em todos os murais, das salas de aula, pelo país à fora. Devemos tomar consciência de nossa falta de preparo e começar logo a fazer a mudança desse paradigma. O que temos que medir é a competência dos professores e não de seus alunos, E esta competência deve ser pedagógica e não de conteúdos, pois o professor pode ser um erudito e não saber pedagogia para transmitir seus conhecimentos.

              Devemos pensar em um programa de atualização pedagógica para atender aos professores fazendo um curso onde fossem estudadas técnicas pedagógicas modernas todas baseadas na dinâmica de grupo. Nenhuma aula deveria ser possível sem a dinâmica de grupo como técnica geral, onde os alunos são os agentes da aprendizagem Como diz Lauro, o professor é como o técnico do time de futebol: ele não joga, deixa o time jogar.

(Disponível em: http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/prof07.pdf)

              É responsabilidade do professor, auxiliar o aluno na aprendizagem. Um bom professor deve ter competências técnicas, pedagógicas e emocionais para lidar com o aluno, ele tem que ser um facilitador do conhecimento. O saber docente fica diretamente ligado a uma relação pedagógica centrada nas necessidades e interesses do aluno. O educando tem que participar de todo o processo de ensino-aprendizagem como parte ativa do mesmo e precisa mostrar ao professor quando não aprendeu para que este dê outras explicações ou formas de chegar à resposta.

              Ensinar e aprender são processos diferentes que envolvem sujeitos também diferentes: um educador e um educando. Existem formas de predispor o aluno a aprender: despertar sua curiosidade através de uma aula atrativa e desafiadora, manter sua atenção com atividades interessantes, não facilitar muito para permitir que aprendam a encontrar suas próprias respostas.

              Existem quatro elementos fundamentais para o ato de ensinar: o processo, a matéria, o aluno e o professor, sendo esse último o fator decisivo na aprendizagem, levando em conta a influência que exerce sobre a classe para ministrar as aulas. 
O professor tem que estar sempre aberto às novas experiências, aos sentimentos e aos problemas de seus alunos. É claro que a responsabilidade da aprendizagem está ligada ao aluno, mas essa deve ser facilitada pelo professor levando o aluno à auto-realização. Aplicar aulas diferentes, usando dos recursos disponíveis e sendo criativo para improvisar materiais que levem a um melhor entendimento da disciplina por parte do aluno. 

   A formação profissional envolve o saber, as habilidades e competências para o fazer pedagógico, ou seja aprender a sentir, a fazer, a viver e a ser um profissional que queira educar, ensinar, incluir e respeitar as diferenças. Habilidades e competências para ensinar caminham juntas na relação do saber docente com a formação profissional.

              Como mostra no artigo proposto para este trabalho, a professora teve que fazer uma nova proposta pedagógica para envolver os alunos e junto com a escola modificar os métodos de ensino, para facilitar o desenvolvimento, instigar e despertar nos aluno a vontade de aprender. 

              Considerando que a tarefa do professor tem como característica ser um trabalho interativo, Gauthier (1998) enfatiza a dificuldade de trabalhar com os saberes formalizados. Sugere, assim, que pesquisas sobre o saber da Ação Pedagógica poderiam contribuir para o aperfeiçoamento da prática docente e formação de professores, considerando, além dos conhecimentos científicos (provenientes da pesquisa acadêmica), o saber nascido da prática, opondo-se às abordagens dos estudos que procuravam separar formação e prática cotidiana, que nos anos de 1980 estavam no centro das análises, enfatizando a questão técnica e política do trabalho pedagógico.

              Para Gil - Pérez (2001, p. 38-55), o professor deve Saber analisar criticamente o “ensino tradicional”, principalmente por professores em formação; deve também Saber preparar atividades capazes de gerar uma aprendizagem efetiva, que se manifesta como uma das necessidades formativas básicas dos professores; deve ainda Saber dirigir trabalho dos alunos, a elaboração das atividades que os alunos irão realizar exige um trabalho coletivo de inovação e pesquisa e por fim deve Saber avaliar, é possível que a avaliação seja um dos aspectos do processo ensino/aprendizagem, em que mais se faça necessária mudança didática. Aos saberes desenhados por Gil – Perez (2001), somam-se os estudos realizados por Tardif, Lessard e Lahye (1991), que nos servem de alerta para o fato de que, quando se interroga professores sobre seus saberes eles tendem a valorizar o fato de que estes se constroem e são originados na prática cotidiana da profissão de professor e através dessa são validados. Portanto, estes acabam se constituindo nos fundamentos de sua competência, e[...] é a partir deles que os professores julgam sua formação anterior ou sua formação ao longo da carreira. É igualmente a partir deles que julgam a pertinência ou realismo das reformas introduzidas nos programas e métodos. Enfim, é a partir dos saberes da experiência que os professores concebem os modelos de excelência profissional no interior da profissão (p. 227).

              Não diferente de Tardif, Lessard e Lahye (1991), Therrien (1995) salienta o quanto os estudos sobre a formação do professor ainda persistem numa dissociação entre a formação e a prática cotidiana, não enfatizando a questão dos saberes que são mobilizados na prática, ou seja, os saberes da experiência. Esses saberes são transformados e passam a integrar a identidade do professor, constituindo-se em elemento fundamental nas práticas e decisões pedagógicas, sendo, assim, caracterizados como um saber original. Essa pluralidade de saberes que envolve os saberes da experiência é tida como central na competência profissional e é oriunda do cotidiano e do meio vivenciado pelo professor.

              Segundo o autor, [...] esses saberes da experiência que se caracterizam por serem originados na prática cotidiana da profissão, sendo validados pela mesma, podem refletir tanto a dimensão da razão instrumental que implica num saber-fazer ou saber-agir tais como habilidades e técnicas que orientam a postura do sujeito, como a dimensão da razão interativa que permite supor, julgar, decidir, modificar e adaptar de acordo com os condicionamentos de situações complexas. (p. 3)

              Cabe salientar ainda que, sob essa concepção de formação, a relação dos saberes docentes construídos ou em construção, não se reduz a uma função de transmissão dos conhecimentos já constituídos, é preciso ver o saber docente como um saber plural.

               Para isso é necessário criar oportunidades para que pratique a auto-avaliação, começando pela apreciação de si mesmo, de seus erros e acertos, assumindo a responsabilidade por seus atos. Daí, a necessidade de uma educação dialógica, abalizada na troca de idéias e opiniões, de uma conversa colaborativa em que não se conjectura o insucesso do aluno Quando o educando sofre com o insucesso, também fracassa o professor. A escola deve riscar do dicionário a palavra “fracasso”. A intenção não é o aluno tirar nota e sim "aprender", já que ainda existe nota, que ela possa ser utilizada realmente como um identificador para o professor da necessidade de retomar a sua prática pedagógica. A avaliação quando dialógica culmina na interação e no sucesso da aprendizagem, pois o diálogo é fundamental, e o professor através dela se comunica de maneira adequada, satisfatória e prazerosa com o aluno.

            Rever o ponto de vista de avaliação é rever certamente as concepções de ensino aprendizagem, de educação e de escola, apoiado em princípios e valores comprometidos com a instituição de aluno cidadão. Quando isso for colocado em prática à avaliação será vista como função diagnóstica, dialógica e transformadora da realidade escolar. (Disponível em: http:http://educador.brasilescola.com/trabalho-docente/avaliacao-escolar.htm)

             Sendo assim, Hoffmann (1993) defende que é necessário construir uma prática que respeite a possibilidade e o tempo do educando em relação ao aprendizado, o que não é uma questão simples um vez que os professores consideram que os alunos não aprendem pois faltam muito às aulas, não realizam as tarefas propostas, são agitados e desatentos. Existe uma outra situação mais complexa, em que o aluno freqüenta às aulas, realiza todas as atividades, não apresentam problemas emocionais e, no entanto, não aprendem. A culpa, neste caso é remetida ao aluno ou ao professor. Quando são considerados “carentes”, muitas vezes o aluno é tido como propenso ao fracasso escolar.

Diante de todas as situações que envolvem o cotidiano escolar, a avaliação deve dinamizar as perspectivas de ação e reflexão em todos os momentos do ato educativo, num todo coletivo e articulado visando subsídios e metodologias que procedam as linhas de ação, de atuação e de relação professor e aluno. O objetivo é conduzir o aluno a observar, criticar, pesquisar, concluir, conceituar e refletir, formando um conjunto de estímulos da ação.

              O professor avaliador como uma prática em transformação na educação contemporânea significa desenvolver uma nova postura avaliativa onde requer desconstruir e reconstruir a concepção e a prática da avaliação, rompendo com a cultura da seleção, com as injustiças na concretização do trabalho pedagógico dando um novo dinamismo à avaliação.

           

3.    CONSIDERAÇÕES FINAIS

        No decorrer deste estudo, foi feita uma busca para analisar, através de pesquisas bibliográficas e em artigos disponíveis na internet, acerca de um tema de relevante interesse social e de extrema atualidade. Com o objetivo principal da  análise entre a citação ora proposta para este trabalho com a leitura do artigo, foi elaborado com citações de outros autores para complementar o desenvolvimento do mesmo, com o intuito de mostrar que a aprendizagem é um processo no qual o aluno deve participar ativamente. O professor deverá motivar os seus alunos e guiá-los através dos diferentes estágios do processo da aprendizagem e estimular seus alunos. Os objetivos da Instrução deverão ser claramente definidos e o aluno deverá ser perfeitamente esclarecido de quando e como poderá aplicar o ensinamento que lhe vai ser transmitido. A atividade principal deverá ser da parte do aluno, entretanto o professor tem a obrigação de guiá-lo até atingir o objetivo previsto. O objetivo final da educação é a aprendizagem e é a partir dela que se avalia o aluno, o professor e o sistema. O professor tem que aprender a avaliar o aluno. Importante salientar que, para um bom ensino-aprendizagem o professor é a peça chave para esse desenvolvimento, estimular os alunos para a construção do saber e conseguir ter uma boa avaliação no final é um sucesso!

 4.    REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:

 GAUTHIER, Clermort. Por uma Teoria da Pedagogia: pesquisas contemporâneas sobre o saber docente. Ijuí, RS, Unijuí,1998.

 HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. 4a ed. Porto Alegre, 1994.

 LIMA, Ana Elisabeth Santos de Oliveira. Formação do professor: Piaget na sala de aula. Pedagogia em Foco. ago. 2010.

 PERES, G. (1995). O pensamento prático do professor – a formação do professor como profissional reflexivo, in: NÓVOA, Antonio (org.). Lisboa: Dom Quixote.

 TARDIF, M., LESSARD, C., LAHAYE,L. Os Professores Face ao Saber: Esboço de uma Problemática do Saber Docente. Teoria e Educação, nº. 4. Porto Alegre: Pannonica,1991.

 TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. NOTA: Marisa Viana Pereira.

 Disponível em: <http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/prof07.pdf>. Acesso em: 26 de abril de 2013.

 Disponível em: <http://educador.brasilescola.com/trabalho-docente/avaliacao-escolar.htm. Acesso em: 26 de abril de 2013.