Uma região rústica e escondida, em meio à Floresta Amazônica, está chamando a atenção de turistas do mundo todo. O sucesso vem graças à pousada comunitária que é administrada pelos próprios moradores da Reserva Extrativista Tapajós – Arapiuns, à beira do Rio Arapaiuns, localizado a 4 horas de barco da cidade de Santarém, Pará. A comunidade Anã é quem recebe os visitantes. A estrutura do estabelecimento está longe do luxo de um hotel - feita de madeira de alvenaria e coberta com palhas secas. Na pousada é possível contar com cozinha e banheiros coletivos, além de uma área de convivência. Entre as atrações, está o redário: uma espécie de espaço onde várias redes de descanso são atadas ao mesmo tempo em uma maloca. Para Regi Godinho, coordenadora do empreendimento, essa é a única forma de dormir por lá, pois não existe cama. “Recebemos todos os turistas e todas as pessoas que vem para cá se acomodar. Mas elas precisam aprender a dormir na rede”, brincou. Com procedimentos sustentáveis, o estabelecimento possui água corrente que vem do poço artesiano da comunidade, dispondo de um sistema solar composto por 10 placas solares que asseguram a iluminação do local. Através desse sistema, também é possível manter um freezer funcionando e oferecer aos hospedes carregadores de telefone e máquinas fotográficas. Hoje, a pousada, que foi construído pelas 96 famílias que moram na região, consegue acomodar 20 pessoas. Com intuito te estimular as práticas do ecoturismo, o empreendimento também promove a inclusão social via modelo de negócio sustentável, que ajuda na renda das famílias envolvidas com o projeto. Toda arrecadação é distribuída de forma igualitária. Os turistas que se hospedam também contam com um viveiro de plantas de várias espécies nativas: camarú, açaí, andiroba e pupunha. Essa reserva foi criada para ajudar no reflorestamento das áreas desmatadas. Agora, o próximo passo dos moradores é cultivar hortaliças para munir a cozinha da pousada.