FACUDADE LUTERANA DE TEOLOGIA-FLT

CLAUDIO JOSE B DE AGUIAR

POSICIONAMENTO TEOLÓGICO

Posicionamento apresentado no curso Bacharel em

Teologia, como requisito de avaliação final à 

Faculdade Luterana de Teologia

São Bento do Sul, Outubro 2012.


INTRODUÇÃO

  Após um ano de integralização de créditos na faculdade Luterana de Teologia em 2012, e anteriormente quatro anos no curso bacharel em Teologia na entidade Centro evangélico de Educação e Cultura, o estudante de teologia deve ter em mente uma posição teológica razoável, para que esteja pronto à atender as necessidades primárias de sua comunidade. Em casos mais complexos deve estar apto, a saber, como se aprofundar de uma maneira adequada ao tema que esteja em questão.

  O posicionamento teológico foi algo que depois de todos esses anos de estudo, sou colocado de frente com minhas reais convicções. Algo que infelizmente ainda não tinha parado me concentrar a este respeito.

  Sou da igreja evangélica Assembléia de Deus, desde setembro de 2007, quando me reconciliei com Cristo. Esta é uma igreja de cunho pentecostal. Por isso é muito influenciada pela idéia de que a manifestação de batismo no Espírito Santo, só é evidenciado pelo falar em línguas estranhas.    

  Logo, em meu posicionamento teológico muito serei levado a conceitos que partem de minha denominação, mesmo depois de vários estudos e questionamentos. Contudo sei que meu posicionamento será ainda bem razoável, visto ser a primeira fez que fui colocado diante de tal incumbência. Mas me proponho a fazer o melhor que conseguirei de momento.

 1 BÍBLIA

  A Bíblia é o principal ponto de apoio da nossa fé. Dela é possível conhecer um pouco sobre Deus, e sua maneira de trabalhar com a humanidade. A partir dela que o homem moderno pode conhecer Jesus e plano de salvação para vidas que estavam perdidas e sem esperança a caminhar neste mundo (Jo 3.16).

  A Bíblia é vista como Palavra de Deus e sua interpretação, em sua maior parte são feita de forma literal. Compreende-se hoje que ele um produto carregado de cultura, influências pessoais dos próprios autores e da época em que viveram. Até as traduções que se têm atualmente, são frutos de uma interpretação do tradutor. Levando, o teólogo a busca interpretativa sempre mais próxima dos originais grego e hebraico. “Mais próxima”, porque nem os originais escritos pelos próprios autores, não existem mais. Esses são apenas alguns do vários pontos que devem ser levados em conta na hora de uma interpretação Bíblica.

  A Bíblia vista como Palavra de Deus (2Tm 3.16), mostra que nela contém verdades acerca de Deus e da sua vontade (Rm 1.17). Nela não existem erros, o que existe são conhecimentos que se obtém hoje, que na época não se tinha conhecimento. Como quando ela diz que o sol se deteve e a lua parou (Josué 10.13), ela não esta errada porque o conhecimento que tinha era que a terra era o centro do universo. Isso mostra o quanto Deus respeita os limites humanos de conhecimento de cada época.

1.1 Criação

  A criação é um dos pontos maiores discussões nas Escrituras. Pois trata de um período em que o homem ainda nem existia. E agora, foi Deus que ditou as primeiras palavras de Gêneses? Deste questionamento surgem muitas teorias, como que é um mito, uma estória, ou uma história. Meu ponto de vista parte de que seja uma história. Um fato acontecido, que foi narrado inspiração divina (2Tm 3.16).

   Deus de várias maneiras se revelou ao homem na história, por sonho, por intuição, visão (Hb 1.1). Não é impossível que Deus tenha de alguma forma tenha passado ao homem esse relato. Muitos fatos do Antigo Testamento, hoje a arqueologia consegue comprovar. E o Novo Testamento, por ser mais recente, é muito mais comprovado vários de seus acontecimentos, mesmo que exista algumas controvérsias a esse respeito. E olhando para ele, se percebe que Jesus fez algumas afirmações com respeito ao período da criação. Como quando fala a cerca do divórcio, e afirma que no princípio não foi assim, pois Deus os criando macho e fêmea (Mc 10.6-9). Então acredito que Deus tenha formado o homem, conforme consta em Gêneses, não desconsiderando outros pensamentos, nem sendo legalista em minha opinião.

2 HAMARTIOLOGIA

  A hamartiologia é um ramo da teologia que estuda a origem do pecado e suas consequências.

  Observando as Escrituras se percebe que o pecado teve sua origem com Lúcifer, que eram um anjo de luz. Este tinha toda a glória no céu e regia um grande coral de anjos conforme Isaias 14. 11-14, que é uma profecia da queda de Babilônia, mas que pode ser uma alusão a queda de Lúcifer. Este estava apenas abaixo da trindade, mas um dia achou que podia ser melhor que Deus, e mostrou para muitos anjos seu pensamento ao ponto de a terceira parte do céu ser persuadida por ele. O que levou Deus a expulsá-lo do céu juntamente com os seus rebelados (2Pe 2.4). O que se mostrou como primeiro pecado, o orgulho. O livro de Gêneses 3-1.6, mostra que Eva foi enganada pela serpente, pelo orgulho que essa suscitou dentro dela. Esse é um dos pecados habita dentro de todas a pessoas, (Rm 3.23) por isso todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus. O coração do homem é perverso, (Gn 8.21) o coração do homem é mau desde a sua juventude.

  O pecado não estava na humanidade, mas a Bíblia afirma que por uma homem entrou o pecado no mundo (Rm 5.12). O que mostra que em Adão teve a origem do pecado para a humanidade, e a partir dele todos pecaram. Esse se refere ao pecado original, aquele sentimento de culpa e peso que esta dentro de todas as pessoas. Mas esse pecado é imputado a nós não simplesmente por meio transmissão, do contato que uma pessoa passa a outra desde Adão e Eva. Pelo contrário, esse pecado recai sobre nós, pelo fato que se nós estivéssemos no jardim do Édem, teríamos praticado o mesmo pecado que eles fizeram.

  O pecado conforme 1 João 3.4 é transgressão contra lei Deus. E o pecado é o que trás a separação entre o homem e Deus (Is 59.2). A Bíblia é um livro que nos revela a vontade de Deus. Quando pecamos não é por falta de conhecimento, pois Deus utiliza vários meios para transmitir sua vontade, para que ninguém venha se dar por inocente no dia do juízo (Heb 1.1).

  O pecado pode ser apresentado de quatro maneiras, por omissão, quando se pode fazer o bem e não se faz (Tg 4.17),  por pensamento, no momento em que se deseja fazer algo que é contra as leis de Deus (Zc 8.17), por ação, no instante que realiza algo que se sabe que é contra os princípios divinos(1 Jo 3.4). E inconsciente, diante da realização de atos que até o momento não tinha conhecimento de que eram errados (Sl 90.8), mas isso não torna o ser humano inocente. O que torna o pensamento Schleiermacher sobre a depravação da vontade humana bem conveniente. Pois por todos os meios e de todas as formas as pessoas estão pecando.

3 ANTROPOLOGIA

  A antropologia estuda o homem com sua história e desenvolvimento.

  Partindo das escrituras o homem foi formado por Deus, do pó da terra (Gn 2.7). E Deus soprou sob suas narinas o fôlego de vida. O homem é um ser completo feito a imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26), e considerando pelo próprio Deus, como algo bom que ele criou (Gn 1.31). Contudo o homem se deixou enganar pelas ofertas da serpente, e se tornou imperfeito. O homem trás dentro de si a culpa pelos pecados de Adão e dos próprios pecados que pratica nas quatro maneiras já apresentadas acima. Mas também trás a imagem e semelhança de Deus. Essa imagem agora é distorcida, devido ao pecado. No entanto, ela se mostra presente quando uma pessoa que não quer nada com Deus consegue praticar uma boa ação. Por isso, boas obras não podem garantir a salvação, pois elas são apenas reflexos da imagem de Deus que está dentro de toda a humanidade, e até o incrédulo pode realizá-las (Ef 2.8).

  O homem é um ser tricotômico, mesmo que alguns argumentem ser dicotômico (1Tes 5.23). É um ser formado por corpo, alma e espírito. Sendo o corpo a parte física do homem, a alma a parte intelectual, onde ficam os sentimentos, e o Espírito é a vida do homem, essa parte foi atribuída ao homem por Deus (1Co 15.45) e após a morte retornara a ele (Ecl 12.7).

3.1 Justificação

  O homem é um ser mau e desde sua juventude tem pensamentos maus. O homem estava totalmente condenado a perdição eterna. E Deus sabia disso, de modo que desde o início já havia planejado uma plano de salvação para humanidade. Jesus é quem justifica o pecador somente por sua fé, conforme argumentava Lutero e os reformadores.

  A justificação é um ato de se justificar por algo realizado incorretamente. É uma explicação para um erro cometido, com a finalidade de tirar a responsabilidade que está sobre si, o peso da culpa, e com o encargo se auto justificar, como no caso do doutor da lei, que visto encurralado por Jesus, na questão sobre o maior mandamento, quis se justificar, indagando quem era seu próximo ( Lc10.29).

  Quando se olha em relação a Deus a justificação acontece da mesma forma. Porém o homem em hipótese alguma conseguiria criar uma justificativa, que fosse convincente o suficiente para que Deus não requeresse dele seus erros cometidos. Uma vez que Deus está em todo o lugar, conhece o oculto e o escondido, sabedor de todas as cosias que estão dentro do coração do homem (Lc 16.15). E no mais, anunciou a sua vontade para o homem. Entretanto o homem por conta própria, nunca poderá se justificar diante de Deus (Rm 3.20).

  Mas Deus, sendo conhecedor dessa incapacidade humana, envia seu filho, o único, para que ele se tornasse a justificação do homem que cresse nele (Rm 3.24). Contudo o homem , não deixou de ser pecador, mas como dizia Lutero, o crente é um pecador arrependido. Essa é a única diferença que o crente tem do incrédulo.

  Quando Deus olha para o crente, ele não vê a pessoa pecadora. Pelo contrário, Deus enxerga Jesus, a justificação do homem perante sua presença. A justificação não tem méritos humanos, ela é um presente de Deus para aqueles que acreditam em Jesus, como o seu salvador, justificador e remidor (Rm 3.24).

3.2 Santificação

  O cristão tem um Deus que é santo (Lv 11.44). Ele não peca, não erra, não realiza nada que seja contra o seu caráter, puro, justo e amoroso. O homem antes da queda era santo, e por isso Deus tinha liberdade para chegar diante dele, pois nada o impedia. No entanto, o homem caiu e colocou uma barreira de contato com Deus. Essa barreira se chama pecado. Ele é o que faz divisão entre Deus é o homem. Agora essa barreira só é transpassada por Cristo, e por ele podemos ter acesso ao Pai.

  A pessoa que crê em Jesus é considerada por Deus santa. Não porque não vai pecar mais, porque observando a igreja de Éfeso, se percebe que era uma comunidade cheia de problemas, mas Paulo sempre os cumprimentava dizendo “aos santos que estão em Éfeso” (Ef 1.1). Ser santo é crer que é jusificado por Cristo.

  Santidade leva o ser humano a odiar aquilo que Deus odeia. A se afastar do que Deus mantém distância. Por este motivo a santificação do ser humano é um processo gradativo. Ele vai crescendo em santidade, assim que vai conhecendo melhor Jesus. Porém aquele que cresce em santidade nunca se percebe disso, de modo que não se gloria. Pois quanto mais perto de Deus ele se aproxima, mais ele enxerga as suas falhas, mais se sente miserável e mais percebe o quanto depende de Jesus.

  A pessoa que se santifica, ela tenta se afastar do pecado, mesmo que não consiga. Ela se afasta do pecado, não do pecador. E não com a intenção de ser salva por isso, antes faz para agradar, e ter maior comunhão com aquele que a chamou das trevas para sua maravilhosa luz.

3.3 Fé

  Fé é a certeza das coisas que se esperam e a prova das coisas que não se vêem. (Hb 11.1). A fé é uma maneira de expressar que se acredita em algo além do entendimento humano. Normalmente a fé não tem explicação, nem para seu tamanho, nem para seu modo de agir. Mas quem a possui acredita em coisas que racionalmente seriam inacreditáveis. E faz coisas que a mente não consegue captar a exemplo dos heróis da fé (Hb 11.2-31). Ainda é acreditar em um Deus uno, e trino ao mesmo tempo. Um Deus que não tem início, nem fim. Que não tem tamanho, nem cor. Que é dono de tudo que existe na terra, no céu e no universo, e se fez pobre (2Co 8.9). Um Deus que tem tantas coisas a fazer e a se preocupar, mas que se preocupa com o mais simples dos seres humanos, ao ponto de enviar seu filho por amor de pessoas que muitas vezes o rejeitam (Jo 3.16). Isso é fé, saber que o ser humano tem um Deus que quer tê-lo do seu lado por amor. Simplesmente acreditando em seu filho.

3.4 Obras

  As obras são assim como o processo de santificação. Uma demonstração de gratidão para com Deus, não para ser salvo, mas porque já se é salvo. A santificação é um processo que  aproxima a pessoa de Deus. E quando se aproxima de Deus a características de amor de Deus devem refletir para o próximo. Por isso Tiago dizia que fé sem obras é morta (Tg 2.26). As obras são para aproximação com o próximo, aquele que está ao lado que precisa conhecer o amor do Deus que o crente serve.

  As boas obras nunca são de vontade própria do ser humano. A imagem de Deus que ainda resta em todas as pessoas, é o que o impulsiona a realizar algo de bom. A diferença entre o que pratica e o que não pratica, é que apenas um escuta a voz da consciência e realiza, enquanto o outro não. Porém o cristão, além da voz da conciência, tem o auxílio do Espírito Santo para realizar as coisas para Deus. Neste ponto se percebe mais uma razão para o homem não querer se gloriar de boas obras, muito menos achar que pode ser salvo por elas.

  Somente a fé é que pode salvar nunca as obras (Ef 2.8). No entanto todo aquele que tem fé realiza obras. Não porque será salvo por elas, mas porque a concretização da fé se manifesta pelas obras. Uma observação importante é que obras são todas as coisas praticadas em relação a Deus, a partir do momento que aceita a Cristo como salvador. Assim as obras não são somente pregar, evangelizar, manifestar dons espirituais. Mas é também a vida que é mudada e passa a dar testemunho de Cristo, muitas vezes sem falar, apenas com a transformação do comportamento. Uma manifestação que leva muitas pessoas a Cristo, sem o próprio agente saber.

4 CRISTOLOGIA

  Cristologia é uma palavra formada de dois termos gregos. “Cristós”, que denota Jesus, ou o salvador, messias, ungido. E “logia” que significa estudo. Formando assim o estudo de Jesus. Essa designação é uma ramo da teologia que procura conhecer Jesus, sua natureza, origem, pessoa, atuação e seu plano. Nela são examinadas as várias interpretações sobre a pessoa de Jesus que ocorreram e ocorrem durante toda a história. As heresias levantadas, e as apologias criadas.

4.1 Pessoa de Jesus

  Jesus é a segunda pessoa da Trindade (Mt 28.19), que se despojou de sua glória para ser tornar uma ser humano (Fl 2.6). Jesus como pessoa foi um homem completo, foi tentado, teve fome, sentiu frio, dor e angustia (Mt 4.1). Estudou, trabalhou e realizou tudo que um homem normal da época fazia (Mc 6.3). Somente porque Jesus foi verdadeiramente homem, é que o ser humano poder ter a confiança de Jesus pode salvá-lo. Porque, tudo que o homem natural senti, Jesus sentiu. Ele ficou exposto as mesmas fraquezas que todas as pessoas. No entanto ele não cedeu e nem pecou, sendo o único que conseguiu cumprir a lei de Deus (Hb 4.15). De forma que ele pode socorrer o homem que precisa de ajuda (Hb 4.16).

  Jesus foi o homem que Deus gostaria que toda pessoa fosse. Mas como ninguém conseguiu ou consegue ser igual Jesus, ele teve que morrer pelas pessoas que realmente eram culpadas e dignas de morte (Is 53.40. Com a sua morte, Jesus assumiu a culpa de todas as pessoas em todas as épocas. E, para que o homem possa ser salvo é somente acreditando na pessoa de Jesus, sabendo que foi ele que perdoou seus pecados na cruz. E ressurgiu, ressuscitado dos mortos para trazer vida aqueles que jaziam sem esperança (Mt 4.16).

  Jesus foi totalmente homem, sem nunca deixar de ser totalmente Deus.

4.2 Obras de Jesus

  Jesus realizou muitas obras em seu tempo na terra, e continua a fazer espiritualmente no presente (Mt 9.35, 10.1, Mc 3.10, At 4.30, 28.9). As suas obras eram testemunho das profecias do Antigo Testamento, que se estavam realizando nele (Mt 12.17). Elas também serviam de confirmação para sua palavra e testificavam que realmente era o filho de Deus (Jo 5.36).

  Jesus realizou muitas curas, milagres e maravilhas. No entanto a sua maior obra foi a de conceder, através dele, para o homem, condição de ter o encontro com o Pai. Em Jesus toda barreira de separação entre Deus e o homem caiu. Agora por meio de Jesus, o homem pode se comunicar com Deus, porque essa era a vontade do Pai (Mt 26.42).

5. SOTERIOLOGIA

  A soteriologia se aplica a explanar sobre a salvação da raça humana. Nela entrará um pouco de cada assunto estudado até o momento, a antropologia, a criação, o pecado, a fé e as obras.

  A salvação é o foco que mais chama atenção daqueles que seguem a Cristo. Primeiramente porque é uma promessa de Jesus para aqueles que o seguem em fé e amor (Mc 13.13). No entanto, o dilema é como se conseguir a salvação. Muita barbaridade e confusão já foram feita a esse respeito. Sangue foi derramado em nome de Deus, como nas guerras santas. Uns afirmavam ser necessário praticar obras pra que viessem a cooperar para salvação, como a exemplo dos católicos. Outros que a salvação era somente pelas obras, como os legalistas judeus do tempo de Jesus, que até afirmavam outra ideologia, mas na prática era o império legalista. Ainda houve aqueles que acreditavam não ser necessário fazer nada para ser salvo e podiam viver uma vida de pecado, pois esse corpo para nada presta, e a graça cobre tudo, esses são os famosos libertinos, adeptos da libertinagem. Outros como os universalistas acreditam que como Cristo morreu pelo mundo, no final todo mundo será salvo. As boas obras são apenas para o convívio entres as pessoas.

  A salvação é uma retirada de um lugar de perdição. Ninguém que esteja em um lugar seguro precisa ser salvo. As pessoas estavam salvas antes de Adão pecar, mas no instante que ele cai da graça as pessoas necessitam de salvação. Elas agora são salvas apenas porque Deus as amou. E como percebeu que as pessoas estavam se achando seguras neste mundo, Deus enviou seu filho amado em forma de homem. Para anunciar ao homem que ele estava em perigo e precisa ser salvo. Jesus se tornou o único meio que o homem pode ser salvo, esta é a nova manifestação da graça de Deus, o seu favor imerecido para o homem. Para todo aquele que nele cresse fosse salvo da perdição e tendo a garantia da vida eterna (Jo 3.16).

6 PNEUMATOLOGIA

 Pneumatologia se ocupa com o estudo da pessoa do Espírito Santo. Onde examina sua funções, atributos e sua natureza.

6.1 Pessoa do Espírito Santo

  O Espírito Santo é a terceira pessoa da trindade (Mt28.19). Sendo da mesma essência que o Pai e o Filho e tendo os mesmos atributos que eles, onipotência, onipresença e onisciência. Jesus quando terminou seu ministério na terra, enviou para junto das pessoas o Espírito Santo (Jo14.16-18). Isso não significa que haja alguma diferença entre eles, são todos iguais, apenas o que esta sendo apresentado na Bíblia é princípio de autoridade. O Pai tem autoridade sobre o Filho, e esse tem autoridade sobre o Espírito Santo, mas nenhum é maior ou melhor que o outro.

6.2 Agir do Espírito Santo

  O Espírito Santo foi enviado por Jesus ao mundo para atuar nas pessoas que confessam o  como seu salvador. Convencendo o ser humano do pecado, do juízo de justiça (Jo 16.8). Por meio dele a pessoa consegue se desviar do mal e realizar algo de bom para Deus. Atos 1. 8 fala, depois que pessoa receber o Espírito poderão ser testemunhas de Cristo em todos os lugares. Porque ele é quem revela ao homem a vontade do Pai e distribui os dons para que as pessoas possam fazer a obra de Deus. De modo que quando os discípulos foram colocar pessoas para ficarem com o encargo dos serviços à mesa, enquanto eles ficariam responsáveis pela Palavra de Deus, procuraram pessoas cheias do Espírito (At 6.3).

  O Espírito outorga ao homem força para resistir as afrontas do inimigos, e suportar até a morte, como no caso de Estevão e outros mártires (At 7.55). Além de interceder pelos cristãos que não sabem como orar, com gemidos inexprimíveis (Rm 8.26).

7 ECLESIOLOGIA

  Eclesiologia trata do estudo sobre a igreja, sua atuação e funcionalidades. No que a igreja é uma união de pessoas com o objetivo de adorar a Deus e proclamar seu reino.

7.1 Igreja como comunhão dos santos

A igreja é algo instituído por Deus para comunhão dos fiéis na terra. A comunhão é um momento onde as pessoas se reúnem para partilhar tudo, desde os momentos de alegria, até os períodos de dor. Nesse instante tenta se sanar as dificuldades do próximo, com palavras ou ações, diminuindo a dor e compartilhando alegria. Está era a atitude da igreja primitiva, perseveravam na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações (At 2.42)

 O corpo de Cristo vivo, presente neste mundo é a igreja. Quando as pessoas se congregam elas representam o corpo de Cristo, sendo cada crente um membro desse corpo. E quando não estão em assembléia cada membro se torna o corpo de Cristo. Sendo que unidos transparecem o reino de Deus, e individualmente representam a Cristo (1Co 12.27).  

7.2 Unidade da igreja

  O conceito de unidade da igreja parte do princípio divino. Um Deus, único em três pessoas distintas (Mt 28.19). A igreja é como um corpo com seus vários membros. Cada membro é um diferente do outro, mas todos fazem parte do mesmo corpo. Deus se manifesta ao mundo por meio do Espírito Santo que atua na igreja, tanto individual, como coletivamente. O mundo tem que ver Deus nas pessoas da igreja. Jesus agora anda nesta terra com as pernas do crente, fala com a sua boca, age com as suas mãos. Por isso há um só corpo, um só Espírito que atua tudo em todos (1Co 12.4-16).

7.3 Estrutura funcional da igreja

   A Estrutura funcional trata da forma como é administrada a igreja. È muito importante que a igreja tenha uma estrutura funcional e organizacional, para que tudo saia com ordem e decência (1Co 14.40).

  Se tratando da Assembléia de Deus, todo ano é feita uma reunião de pastores, chamada de convenção. Onde são discutidos os meios como a igreja esta funcionando, a aplicação da doutrina, são discutidas novas propostas, e são atribuídos os pastores para cada região. No que pode haver troca de pastores nesses eventos.

7.4 Estrutura organizacional da igreja

  A organização da igreja em Joinville é concedida por uma sede, que distribui tarefas para os distritos. Esses vinculam afazeres às congregações, que atuam com encargo sobre as sub congregações. Em cada uma tem seus pastores, presbíteros, diáconos e auxiliares que trabalham unidos para o crescimento do reino de Deus. Havendo em cada igreja vários departamentos, como circulo de oração masculino e feminino, grupo de casais, mocidade, adolescentes, crianças, o departamento de missão, escola bíblica dominical, discipulado, evangelismo, assistente social e grupo de visitas.

7.5 Trabalho comunitário

  Essa é a verdadeira religião. Pois consiste em visitar o órfão e as viúvas em suas tribulações (Tg 1.27). É a obra de Deus sendo manifesta ao mundo de maneira real para eles. Esse trabalho, não deve ser realizados apenas para os membros de uma mesma comunidade. Ele deve se estender ao ímpio, ao ateu, a todas as pessoas sem discriminação, sendo analisado cada caso. Para que não exista, pessoas que se aproveite do amor da igreja, e queiram apenas viver ociosamente.

 O trabalho comunitário é realizado pela igreja para mostrar quem é Deus. A igreja não só fala de amor, mas age por intermédio de seus membros. Esse trabalho leva o cristão ao encontro do necessitado, concedendo a oportunidades de falar de Jesus. E experimentar um pouco do que Deus pode fazer na vida das pessoas.

8 LITURGIA

  A liturgia é o que realiza nas palavras de Paulo, “ordem e decência no culto” (1Co 14.40). Pois são as maneiras de como se realizar um culto, que foram provadas por tempos no seio da congregação. Trata-se de como é realizado os cultos de adoração a Deus, as reuniões de ensino, e os encontros administrativos. O problema da liturgia é quanto se torna intocável. Ao ponto de se precisar fazer uma alteração aos pessoas olham com desconfiança, criticam, e causam divisão. A liturgia é importante, e tem seus benefícios. Pois em muitos casos foram comprovadas as eficiências dessas formas de se agir. Mas , ela deve sempre estar aberta a alterações de acordo com as necessidades do momento.

8.1Ordenação

  A ordenação trata da separação de pessoas que demonstrem ser dignas de confiança e que se mostram cristãs de verdade. Essas pessoas são separadas para um ministério dentro da igreja. O Espírito Santo orienta os Pastores nessas separações, por isso são feitas consagrações e orações por essas pessoas. E sempre se buscam por aqueles que se destacam em sabedoria, com boa reputação e por serem cheios do Espírito Santo (At 6.3). Normalmente não se ordena alguém para cumprir um ministério, como ser diácono ou presbítero. São pessoas que já atuam como tais, apenas são reconhecidos seus ministérios.

8.2 Sacramentos

  Os sacramentos são símbolos de coisas celestiais. Uma representação corpórea de coisas que não se podem ver. Os sacramentos coisas físicas que apontam para uma realidade espiritual.

8.2.1 Batismo

  O batismo é uma confissão pública de que a pessoa realmente que algo sério com Deus (Gl 3.26-27), é o sinal de arrependimento e de perdão dos pecados (At 2.38). É como quando uma pessoa se casa, ele coloca a aliança com o objetivo de mostrar que tem algo sério com seu cônjuge. O batismo é um símbolo do enterro do velho homem, e a ressurreição do novo (Rm 6.4-5). O batismo aponta para Cristo. A Bíblia fala que crer e for batizado será salvo (Mc 16.16). É o mesmo que dizer que aquele que se casa e usa aliança está casado. No entanto, se ele não estiver usando aliança depois de casado, não significa que realmente não esteja, ele pode não ter tido condições de comprar uma, pode ter perdido a sua, varias são as razões que podem ter lavado a não estar usando aliança. É como o ladrão na cruz, ele foi salvo sem se batizar. Por isso, deve ser analisado por que não ocorreu o batismo, antes de fazer qualquer afirmação quanto a uma pessoa. O melhor é não julgar (Mt 7.1).

8.2.2 Santa Ceia

  A santa Ceia é uma realidade espiritual do corpo e do sangue de Cristo, e seu sacrifício na cruz do calvário. Ela não pode ser o corpo físico de Cristo, porque tornaria o crentes em carnívoros, e porque isso significaria que cada vez que se tomasse a ceia do Senhor, ele estaria morrendo novamente, e sendo partilhados a todos . Mas o sacrifício de Cristo foi único, e suficiente para todas as gerações. Por esta razão cada vez que se participa da ceia, está se anunciando a morte de Jesus até que ele venha (1Co 11.26). Quando em Lucas  22.19 Jesus diz “este é o meu corpo que é dado por vós, fazei isso em memória de mim”.  A palavra grega para corpo é “soma”, que se refere tanto a corpo físico de seres humanos como de animais. No entanto logo após ele diz para fazerem isso em memória dele. Memória, é lembrança, recordação, por isso Jesus estava usando uma alegoria, para mostrar que seu corpo físico ia ser dado pela humanidade, e literalmente seu sangue ia ser derramado. Hoje, como Jesus está presente com as pessoas espiritualmente, o ato da santa ceia representa Jesus espiritualmente nesse momento. Sangue e corpo de Cristo espiritual na ceia do Senhor, anunciando e lembrando a morte de Cristo até que ele venha

9 MISSÃO

  A missão é a tarefa deixada por Jesus ao seus discípulos “ide por tudo mundo e pregai o evangelho a toda criatura”( Mc 16.15). Os discípulo de Cristo, e todos que confessam o nome de Jesus estão incumbidos de anunciar as boas novas de salvação, a esperança cristã e ganhar pessoas para o reino de Deus.

9.1 Esperança cristã

  A esperança cristã é um dia poder descansar de todo sofrimento, angustias, e dores ao lado daquele que tanto os amou (2Co 1.7, 1Tes 2.19, 1Tm 4.10). Sabe-se que ha esperança nessa vida de para os seguidores de Cristo. A esperança de ganhar muitas vezes mais do que o que foi deixado para servir a Jesus (Mt 19.29). Mas e a esperança do cristão for apenas para nesse mundo, ele se torna um infeliz (1Co 15.19).

10 CONSUMAÇÃO

  A consumação trata sobre o fim, do final de todas as coisas. O cristão crê que aquele que persevera até o fim será salvo (Mt 10.22). Essa é a sua esperança, pois por mais que um trabalhador trabalhe naquilo que ama, ele espera no final do mês receber seu salário (Lc 10.7). Com o crente é da mesmo forma, ele ama a Deus, serve por amor, vive uma vida de santidade, mas confia ser salvo no final.

  Olhando para o final de tudo, existirá um julgamento (Mt 5.22), onde todos serão pesados na balança de Deus (Ap 20.11-15). Nesse período ocorrerá a recompensa para os justos e o castigo para os incrédulos. É com essa confiança que o crente vence o mundo e suporta toda a afronta do diabo. Por que ele sabe que um dia tudo será posto a limpo. Tanto as boas ações como as más. Firme esta sua confiança de que Deus enxugará de seus olhos todas as lagrimas, e lá não haverá nem luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. (Ao 21.4)

CONCLUSÃO

  Falar sobre minha posição teológica me levou para um lugar de meditação. Pois tive que pensar muito sobre o que realmente tenho aprendido, e como tenho colocado em prática. Fui afrontado com muitos conceitos que acredito e estão amadurecendo. Percebi que tenho que estudar mais e que tenho que tentar ser melhor a cada dia.

  Meu posicionamento é influenciado pelo acompanhamento ministerial que frequento. Por isso, todos os pontos que necessitava de um embasamento foi utilizado a Bíblia, sendo minha linha de pensamento pentecostal.

 Neste trabalho não coloquei referências, por ser um posicionamento de cunho pessoal. Contudo, as referências não aparecem por não tê-las em mãos. Pois sei que são de extrema importância, pelo fato de deixar a entender que as idéias são minhas. Por esta razão venho nesta conclusão deixar meu parecer.

  Nada do que o homem sabe é propriamente dele. Quando uma criança nasce ela aprende tudo dos pais. Quando vai a escola aprende tudo com os professores. Quando Galileu descobriu que a terra era redonda. Ele não descobriu sozinho. Foi com base em referências já conhecidas. Mas não tinham sido aplicadas para tentar descobrir as coisas que ele estava tentando. Quando Einstein descobriu a energia elétrica, foi em cima de pesquisa que já  vinham sendo tentadas a tempo. Só que ele foi mais persistente, até que descobriu a luz. Quando o reformador Lutero, descobriu a que o justo viverá pela fé. Não foi idéia dele, ele apenas entendeu de maneira diferente o que a anos vinha sendo interpretado de uma maneira diferente.

  O posicionamento que fiz com certeza foi influenciado por todo tipo de estudo, leitura, e conhecimento que tenho. Mas as idéias apresentadas são conclusões que cheguei, concordando com alguns estudiosos, e discordando de outros. O posicionamento é pessoal, mas quando recordei, fiz questão mencionar o autor que deu embasamento para meu pensamento. Outros que não os mencionei, não foi por achar desnecessário, foi por que não recordava onde obtive o conhecimento.

 Que o amor de Deus seja sobre todos os que lerem este trabalho, e desde já agradeço pelo apoio dos professores a da direção da Faculdade Luterana de Teologia. E sempre que possível, continuem me ajudando para meu amadurecimento teológico.

Atenciosamente, Claudio José Bezerra de Aguiar.