PORVENTURA A BÍBLIA CONTA ALGUMA HISTÓRIA BACANA?

 

Trata este artigo tão somente de uma chamada à reflexão, aos lídimos cristãos, obviamente, uma vez que podemos ver o vocábulo BACANA apresentado com significados diversos, dada a sua semântica, e pronunciado à farta nos círculos religiosos. Resolvi escrevê-lo em virtude de haver adquirido, recentemente, um DVD da célebre cantora Aline Barros (Rio de Janeiro, 07/10/1976), intitulado ALINE BARROS & CIA 3, no qual ela canta: “A Bíblia conta a história, HISTÓRIA TÃO BACANA, história da mulher samaritana”. (Faixa nº 9, MULHER SAMARITANA).

Ao longo da minha peregrinação (1Pd.1:17) eu tenho considerado os vocábulos BACANA (adjetivo de dois gêneros) e BACANAL (substantivo feminino) derivados do nome próprio BACO (deus do vinho e das orgias), por isso há muito eu os deletei do meu vocabulário. Porém, ao consultar o significado da palavra BACANA, obtive: “Bras. Gír. Palavra que exprime inúmeras ideias apreciativas, equivalendo a bom, excelente, belo, etc., tudo no superlativo, aplicável a pessoas e coisas.” (Fonte: Dicionário Aurélio, Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro/RJ, 2000). Então, como verifiquei não trazer este Dicionário a etimologia da palavra BACANA, e eu continuei impávido em minha pesquisa, recorri outrossim a outros dicionários e fontes de pesquisas, fazendo destarte uso da imprescindível Internet, e agora trago a lume os seguintes resultados:

O Dicionário inFormal, de São Paulo, em 11/09/2008, registra: “Significado de Bacana: Palavra derivada do deus baco (grego), que significa bacanagem, orgia, sexo com várias pessoas. Exemplo do uso da palavra Bacana: A festa estava bacana.” (Fonte: http://www.dicionarioinformal.com.br/significado/bacana/5269/).

O Wiktionary, em Siciliano (Wikizziunariu – Lu dizziunariu libbiru), diz: “Substantivu: bacana; Prununza: bacàna; Sillabbazzioni: ba/ca/na; Etimuloggia: Nun si sapi d'unni veni; Palori currilati: buttana palpastrella; e Traduzzioni: PROSTITUTA.” (Fonte: http://scn.wiktionary.org/wiki/bacana).

Este mesmo Dicionário, em Italiano (Wikizionario – Il dizionario libero), dá o seguinte significado para BACANA: “Sostantivo: PROSTITUTA.” (Fonte: http://it.wiktionary.org/wiki/bacana).

No Consultório Etimológico, Origem da Palavra/Site de Etimologia, lemos: ““Bacanal” vem do Latim BACCHANALIS, “relativo a BACCHUS”, um deus protetor da natureza cujas celebrações incluíam um bocado de diversões desregradas. E “bacana” vem do Lunfardo (gíria de Buenos Aires) BACÁN, “aquele que tem amante”, derivado do Genovês BACCAN, “chefe local”.” (Fonte: http://origemdapalavra.com.br/arquivo-perguntas/2006/page/12/).

O Blog do Abelhudo informar-nos: “BACANA: A teoria mais conhecida sobre o passado desse vocábulo afirma que bacana se originou da palavra bacanal – festa pouco comportada em homenagem a Baco, deus do vinho na Roma antiga. A palavra seria o feminino de bacano – ou seja, um termo utilizado para designar as mulheres que participavam das bacanais...” (Fonte: http://oabelhudo.com.br/2013/08/curiosidades-o-que-antes-era-palavrao-agora-e-lugar-comum/).

O escritor Gustavo Gollo, do Rio de Janeiro/RJ, em 29/01/2010, no Recanto das Letras, em seu texto ETIMOLOGIA DA PALAVRA BACANA”, faz as seguintes observações: “No Aurélio de papel nada consta sobre a etimologia de “bacana”. O Houaiss eletrônico sugere o seguinte para seu sinônimo “bacano”: orig. obsc.; segundo Nascentes (A Gíria Brasileira), bacano 'indivíduo endinheirado, em condições de ser roubado' teria orig. no genovês bacan 'amo, senhor'; segundo Viotti (Novo Dicionário da Gíria Brasileira, 3ª ed., 1957), que não oferece etim., bacano (com uma var. bacam) seria 'homem abastado, mas comprometido com a polícia' e bacana teria a acp. 1 'chicanista, trapaceiro' (ligada a um v. bacanear ou maquenear) e a acp. 2 'coisa boa'; JM registra o port. bacano 'bom, excelente, alegre, divertido' como cog. de bacanal, bacante, báquico, numa relação semelhante à que se consigna para o it. Baccano.” (Fonte: http://www.recantodasletras.com.br/gramatica/2058374).

O Pastor e Dr. Aníbal Pereira dos Reis (São Joaquim da Barra/SP, 09/03/1924–30/05/1991) diz em seu livro O SINAL DA BESTA, que o deus Tamuz (ídolo do paganismo), citado pelo Profeta Ezequiel (8:14), foi o primeiro deus criado na Babilônia e possuía tantos nomes que Plutarco os calculou em dez mil (e cita, como fonte de pesquisa, Wilkinson, Egyptians, vol. IV, pág. 179); e, dentre essa infinidade de nomes Tamuz recebeu o de Baco, cuja imagem trazia na testa uma faixa coberta de cruzes. (Fonte: O SINAL DA BESTA, Edições “Caminho de Damasco”, 2ª edição, São Paulo/SP, 1987, páginas 18 e 19).

Tamuz (que mais tarde recebeu o nome de Baco), era filho de Ninrode (Gn.10:8-11) e de Semíramis. Essa rainha sacerdotisa com o seu filho Tamuz nos braços criou o culto à rainha do céu notada com um menino ao colo, aludido pelo Profeta Jeremias (44:17,19,22). Então, mamãe Semíramis com seu filhinho Tamuz, sob muitos nomes se propagou: Astarte e Tamuz, Isis e Horus (Egito), Afrodite e Eros (Grécia), Vênus e Cupido (Roma), etc. (Op. cit. pág.14).

Ademais, a expressão máxima de bacana e bacanal, para quem quiser conferir, ficou adrede retratada nas pinturas Baco e Ariadne, de Agostinho Carracci (Séc. XVI); e A Bacanal, de Peter Paul Rubens (1577-1640).

Sobre as palavras torpes (bacana inclusive) o Apóstolo Paulo ensina-nos: “NÃO SAIA DA VOSSA BOCA NENHUMA PALAVRA TORPE, mas só a que seja boa para a necessária edificação, a fim de que ministre graça aos que a ouvem.” (Ef.4:29). “Mas agora despojai-vos também de tudo isto: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, DAS PALAVRAS TORPES DA VOSSA BOCA.” (Cl.3:8).

Bem, penso que, de alguma forma, dei minha humilde contribuição ao povo de Deus, e concluo deixando este texto, para nossa meditação: “Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que converterem a muitos para a Justiça, como as estrelas sempre e eternamente.” (Dn.12:3)

Que Deus nos abençoe. Amém!

Lázaro Justo Jacinto