Portal do sentimento.

Grandes são os desertos.

Perlustrados.

Os sertões são tão pequenos.

Dissimulam-se o solo.

Como se a alma fosse normal.

A porta do sentimento.

A ocasião da véspera.

Resta apenas uma arrumação.

Adiada.

Ao silêncio do tempo.

A vida é uma coisa.

Não sei se vale apena.

Ser dita.

Melodicamente.

Talvez sua consciência.

Deve ser entendida.

É interessante.

O mecanismo do insignificado.

O obnubilar das palavras não ditas.

O que transcende limita-se.

O fervor do tempo.

Sobrevive minuciosamente.  

As pedras ao supremo abismo.

Não é necessário nada.

A obliquidade metafísica.

Nada de ensinamento enfileirado.

Ao bando ao bojo estrugi perfume.

O que devo dizer.

A vossa sapiência.

A vida é só uma.

O resto é replicação.

 Fulgura a nossa memória.

Atinge a burguesia.

Objurga-se ao celeste contemplativo.

Diria a inutilidade dele.

Mas todo mundo pensa.

Que é homérico.

O destino fundamentalmente inelidível.

O obsoletismo.

Oblívio.  

Vergonhosamente.

O que vou dizer a todos eles.

O romantismo  de um passageiro.

Dialético.

Refiro-me ao materialismo histórico.

Oclocracia política.

Palavras socialmente desentendidas.

A condenação da raiz suprimida.

 Sem obsedar o desfraldamento.

Entendo então.

Essa ingenuidade permanente.

Como força do destino.

Vejo o cérebro ao tonto.

Quisera com essa lógica a consciência.  

A palilogia inexorável.

A destinação pancrácia.

Não tiro os olhos.

E vejo a escuridão.

Da luz do sol durante o dia.

Pífaro ao entendimento da vossa ideologia.

O que me conta a respeito desse alheamento.

Algo estúpido apenas das vossas partes.

A picardia deles.

Insulta a paciência proletária.

O protraimento de uma linguagem incomum.  

Pliocênica.

Ser poeta ou não ser.

O que adianta isso.

Impossível fitar o deslumbramento.

Aqui indelevelmente.

A vossa peremptória intuição indutiva.

Quando passar o drama.

Fechar as cortinas.

Entenderás o teatro.

Um sinal despertado tardiamente.

Impossível escutar.

Como então dizer.

O mundo é apenas esse signo.

De estrelas rastejantes aos imaginativos.

Edjar Dias de Vasconcelos.