POR QUE SOCIOLOGIA E FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO?

 

Octaviano Augusto Alvarez Cardoso

 

RESUMO

 

 

A preocupação básica deste estudo é refletir sobre o incentivo do ensino de Sociologia e Filosofia como ciências humanas que estudam o comportamento em função do meio, colaborando na formação de caráter, educadoras da mente dos jovens, futuros cidadãos com sua base teórico-metodológica que estuda os fenômenos sociais e o comportamento ético- filosófico, favorecendo explicações, análises, compreensões e relações de interdependência de diferentes culturas mundiais adaptáveis dentro de um contexto de fatos passados e atuais. Este artigo tem como objetivo analisar o destaque das disciplinas citadas mostrando que os resultados dos estudos não são de interesse apenas de filósofos ou sociólogos, pois cobrem todas as áreas de convívio humano. Nas relações familiares, político-sociais, em recursos humanos nas grandes empresas, no comportamento religioso e estimulando o conhecimento em níveis diferenciados de várias outras áreas do saber. Na modernidade, o maior interessado no resultado de pesquisas nas áreas destas tão excelentes disciplinas científicas, tem sido o Estado, com a clara intenção da melhora de relações políticas e estratégicas.  Realizou-se uma pesquisa bibliográfica, considerando as contribuições de autores como KOHAN, W.O. (2002), MENDES, D.T. (1999), MEKSENAS (200), CHAUÍ (2004), LARAIA (1993), RYAN, A. (1977), GALLIANO, A. G. (1981), FERNANDES, F. (1998), SOUZA (2009) entre outros, procurando enfatizar a importância do ensino da Sociologia e Filosofia nas escolas, cumprindo a meta social de estimular relacionamentos interpessoais, contemplando a cordialidade efetiva da cidadania no cotidiano do indivíduo, trazendo à tona uma boa relação entre preceptores e discentes. Concluiu-se a relevância do ensino destas disciplinas aos estudantes do ensino médio, devido ao seu relacionamento estreito com o início da educação para o trabalho, as situações em que se defrontam no dia a dia nas múltiplas relações como seres, inevitavelmente e absolutamente sociáveis, e a pesquisa das diferenças culturais antropológicas. O ensino das matérias facilita observações do cotidiano repetitivo para então fomentar a formulação de teorias transformando e estimulando interesses por eventos históricos e sociológicos, sujeitos à inferência sociológica e porque não filosófica? Como por exemplo: A revolução Industrial, Surgimento do Capital, a gênese da Revolução Francesa ou a derrubada do Muro de Berlim. O intuito é criar indivíduos pensadores, reflexivos, não apenas no âmbito escolar, mas também servindo de diretriz ao bom entrosamento no seio familiar e político- social.

Palavras-chave: Sociologia; Filosofia; Comportamento; Sociedade.

Introdução

O presente trabalho tem como tema os benefícios do Ensino da Sociologia e Filosofia nas Escolas de Ensino Médio e Faculdades, confirmando vínculos relacionais humanos, propiciando um bom conhecimento sociológico através de conceitos, teorias e métodos para a compreensão do adolescente e adulto, favorecendo o processo ensino-aprendizagem entre o professor e o aluno e criando senso de responsabilidade, moral, ética, dignificando a cultura da resposta acadêmica, integrada às experiências naturais de cada ser humano, na busca incessante não apenas da compreensão das mazelas, mas de um antídoto que evitasse a autodestruição social.

Nesta perspectiva, construíram-se questões que nortearam este trabalho:

  • Pode a inserção transversal das disciplinas de Sociologia e Filosofia no Currículo do Ensino Médio e Superior, através da pesquisa de micro processos como relações interpessoais e também das macroestruturas como organização social, além de instituições familiares, processos divergentes, desarranjos estruturais, desenvolver um ambiente integrador e estimulante de cidadania para a boa formação de um adolescente, futuro indivíduo socializado, bem relacionado com seus pares?
  • Qual deve ser a colaboração do educador, dando exemplo e favorecendo a reflexão e bom senso do educando, para que percebam a importância da ética e moral condizentes com os valores de cada povo, de acordo com a cultura de cada país? Há possibilidade de um futuro de respeito às desigualdades e divergências em que o diálogo e o senso de humanidade estejam acima dos interesses capitalistas? Podemos motivar os jovens a serem cidadãos comprometidos com o combate ao desrespeito e à corrupção?

Quando se fala em Sociologia e Filosofia, logo se remete a um passado de filósofos gregos, Pré-Socráticos no século VI a.C., ou de cientistas sociais influentes que se destacaram com o advento capitalista no Século XIX, como Augusto Comte e Montesquieu. As disciplinas integradas vão muito além disso, e nos dias atuais são muito necessárias ao bom entendimento e raciocínio lógico fazendo pensar e agir de forma consequente e consistente. Os estudos das matérias são notórios para o discernimento em uma sociedade pluralista e tão intensa.

 As duas áreas foram banidas do currículo brasileiro em 1971, pela reforma educacional feita pelo regime militar. Antes disso, filósofos e sociólogos já estavam entre os primeiros perseguidos desde o golpe de 1964. Aulas que ensinassem os alunos a fazer as próprias análises por diferentes vertentes e questionar políticas eram consideradas afrontas e punidas. Como substituta, foi criada a Educação Moral e Cívica (EMC) com conteúdos de doutrina patriótica. (SOUZA 2009)

Várias áreas foram prejudicadas pela ditadura, mas essas duas ficaram afastadas por pelo menos mais 20 anos após a queda do regime militar. Depois de tanto tempo fora das grades disciplinares, foi difícil o retorno e adaptação das matérias ao conteúdo escolar vigente. A primeira questão que se impôs foi o currículo. O Ministério da Educação não define exatamente o que deve ser ensinado, apenas orienta que o professor percorra temas que envolvem vida, cidadania e arte com base nas principais linhas de cada uma das disciplinas. (FILHO SAVIAN 2009)

Todos os estudantes têm direito a conhecer o patrimônio do pensamento acumulado pelos principais pensadores que se conhece, e saber também como cada corrente questionou as anteriores. Aristóteles e Platão terão sempre que ser estudados, mas foram questionados por Descartes (1595-1650), que foi questionado por Kant (1724-1804). As questões são muito mais importantes.  (OLGARIA 2010)

As bases teóricas dos pais da disciplina, Karl Marx, Max Weber e Émile Durkheim e textos contemporâneos que sirvam de “instrumental teórico” para tratar da vida em sociedade e temas como religião, trabalho, cidadania, lutas de classes e política. (SOUZA 2009). A importância de investigar as relações entre alunos no decorrer do processo ensino-aprendizagem no ambiente escolar, e o papel imparcial e ao mesmo tempo instigador do professor diante de possíveis divergências e pré-conceitos, é essencial e um diferencial para garantir seu papel mantenedor da sensatez e respeito às diferenças de cada indivíduo na sala-de-aula e quiçá, posteriormente no seio familiar e na sociedade.

Temos o conceito de interação social como a ação recíproca entre duas ou mais pessoas, na condição de impulsos trocados entre si, com a influência da instalação física e moral, sobre as capacidades corporais e intelectuais do indivíduo e sua ação sobre o entorno, permitindo a disposição e a expansão do ser humano. (TASSONI 2010)

Tornar obrigatório o ensino de Sociologia e de Filosofia no ensino médio, é tão importante quanto sua legitimação por parte da sociedade, outro desafio que gradativamente vem sendo superado. Mais do que ornamentações pedagógicas, ou meros limbos curriculares, a docência destas disciplinas vem para contribuir de modo específico e peculiar junto às demais disciplinas para construção de uma sociedade reflexiva, investigadora de seu meio, e capaz de problematizar sua própria realidade. Decerto não só é possível, embora não simples, mas imprescindível, apresentar aos educandos esse “modo de pensar, de sentir e de agir”.  (MEUCCI, SIMONI 2000 A institucionalização da Sociologia no Brasil: os primeiros manuais e cursos. Campinas, UNICAMP, 2000).

Neste contexto, o objetivo primordial deste estudo é, pois, investigar como a Filosofia e a Sociologia adaptadas aos dias atuais podem trazer benefícios aos futuros cidadãos, tornando-os engajados aos movimentos, criando seres pensantes, indivíduos sociais, adequados às causas político-sociais, além de estimular a tolerância, as relações interpessoais e afetivas, já que envolve os educandos em uma atmosfera ilimitada, com raciocínio aberto ao diálogo, sem a intransigência que os tolhidos do conhecimento adquirem.

Para alcançar os objetivos propostos, utilizou-se como recurso metodológico, a pesquisa bibliográfica, realizada a partir da análise minuciosa de materiais já espargidos na literatura e artigos científicos difundidos na internet.

O texto final foi fundamentado nas ideias e concepções de autores como: Souza (2009), Filho Savian (2009), Tassoni (2010), Chauí (2004), Laraia (1993), Tomazi (2000).

Desenvolvimento

 

O estudo da Filosofia e da Sociologia é de importância inigualável no cotidiano de qualquer ser mentalmente saudável, pois como ser social, qualquer indivíduo já nasce político. Sua capacidade de participação, entrosamento, liderança, tolerância, autoconfiança estão à prova a cada instante de sua vida. A transmissão de culturas, o instinto de conservação, instinto materno e filial, instinto sexual não se referem a comportamentos determinados biologicamente, mas sim, padrões culturais. A prova disso está na forma diferenciada que cada cultura age de acordo com seus valores. Um bom exemplo são as ações suicidas dos pilotos kamikazes na Segunda Guerra, alguns grupos no Oriente que praticam infanticídio sem nenhum sentimento de culpa, o canibalismo praticado naturalmente em algumas tribos no Mundo, e também nas tribos esquimós levam seus pais idosos para planícies, para que sejam devorados por ursos, sem que nada os afetem. Tudo é uma questão cultural. LARAIA (1993) A reunião com outras pessoas é uma característica humana, pois, desde que nasce o indivíduo se relaciona com outros congêneres, formando vínculos sentimentais e gregários, inspirados por valores culturais de seu âmbito.

O termo interação é bastante antigo. É utilizado nas mais variadas ciências designando as relações e influências mútuas entre duas ou mais pessoas. TASSONI (2010) Cabe ao professor transferir aos educandos, aprofundamentos consistentes relativos à ética, moral e costumes de cada sociedade em questão. Para melhor ilustrar a intenção da importância dos conhecimentos filosóficos e sociológicos como base para o avanço no caminho da conduta correta, de acordo com os valores sociais de cada tipo de sociedade.

Chamam de endoculturação ao processo de aprendizagem e educação em uma cultura desde a infância. Também não há indivíduo humano desprovido de cultura exceto o recém-nascido e o homo ferus; um porque ainda não sofreu o processo de endoculturação e o outro porque foi privado do convívio humano. LAKATOS e MARCONI (1999)

Em primeiro lugar, a cultura é aprendida e não transmitida geneticamente, aprendizado este que se dá por meio de comunicação e linguagem. Fica explícita também a oposição entre natureza e cultura, sendo essa última considerada superior à primeira. TOMAZI (2000).

Sendo assim, notamos a importância das disciplinas para a formação do caráter das crianças e dos jovens para a boa compreensão e respeito às formas e entendimentos culturais de cada sociedade. A soberania de um povo deve sempre ser preservada, mesmo parecendo errônea, contraditória ou divergente em formas e pensamentos.  Então, todos nós somos capazes de receber um programa (cultura) e podemos ser socializados em qualquer cultura existente, pois nascemos com a possibilidade de viver mil vidas, mas, no fim, terminamos vivendo uma só. O leque de possibilidades se torna limitado pelo contexto onde de fato nascemos. LARAIA (1993)

A principal diferença entre grupos étnicos é de ordem cultural. O termo RAÇA era utilizado para explicar diferenças de cor de pele e classificar seres humanos. Hoje a Biologia reconhece a limitação desse termo e admite que a classificação racial baseada no tipo físico é arbitrária. Características físicas como a cor da pele, textura de cabelos, formato da cabeça e dos lábios não revelam diferenças relevantes a ponto de podermos dizer que, biologicamente, os seres humanos pertencem a raças diferentes. Do ponto de vista sociológico, raça é a população em que membros compartilham certas características físicas herdadas. Não podemos afirmar que exista uma raça pura porque os seres humanos possuem uma origem comum e as diferenças visíveis são resultantes das adaptações ocorridas ao longo do tempo. DIAS (2006)

O determinismo biológico de acordo com LARAIA (1993) é um tipo de teoria que atribui capacidades ou incapacidades específicas conforme a genética de raças ou outro grupo humano. Um bom exemplo é a doutrina elaborada por Jean Bodin, filósofo francês do século XVI, na qual sustentava que:

[...] os povos do Norte têm como líquido dominante da vida o fleuma, enquanto os do Sul têm a bílis negra. Em decorrência disto, os nórdicos são fiéis e leais aos governantes, cruéis e pouco interessados sexualmente; enquanto os do Sul são maliciosos, engenhosos, abertos, orientados para as ciências, mas mal adaptados para as atividades políticas. (1993, p. 14)

Outra forma de determinismo é relacionada ao aspecto geográfico, ou seja, o ambiente físico determinaria a cultura, por isso, a diversidade cultural seria dada pela diversidade geográfica. Vem daí a crença de que é impossível fazer ciência nos trópicos e de que o Brasil é um país subdesenvolvido devido ao seu clima quente, que inspira mais a preguiça, a lascívia e o ócio. Para antropólogos, essas doutrinas não tem nada de correto, pois, pode-se observar que uma das características da espécie humana é a capacidade de romper com as suas limitações. Nas palavras de LARAIA (2004), o homem é:

[...] um animal frágil, provido de insignificante força física, dominou toda a natureza e se transformou no mais temível dos predadores. Sem asas, dominou os ares; sem guelras ou membranas próprias, conquistou os mares. Tudo isso porque difere dos outros animais por ser o único que possui cultura. Laraia (2004, p. 24),

Com todo o conhecimento e tecnologia, apesar dos avanços científicos e o advento da globalização desde a revolução industrial, temos que considerar na cultura, também os mitos. O mito tem caráter educativo porque, na narrativa, encontramos mensagens ou normas que acabam orientando os comportamentos necessários para a vida em grupo. De acordo com Meksenas (2000):

 

[...] há um mito difundido entre alguns índios do Brasil, no qual a origem da noite é atribuída à atitude de um grupo que, não obedecendo às tradições do seu povo quebrou um coco proibido. Dali fugiu a noite, escurecendo toda a mata. Os deuses, sentindo pena dos demais índios, devolveram-lhes a claridade do dia, mas com a condição de que agora seria sempre intercalada com um período noturno, para que todos lembrassem o ocorrido. Não nos preocupando em saber se realmente a existência da noite pode ser explicada por esse mito, ou pela ideia científica do movimento do globo terrestre, o que importa é saber que esse mito acaba sendo educativo porque ele fixa uma norma social: os perigos podem aparecer a um grupo quando não se respeitam certas tradições ou o cuidado que devemos ter com o desconhecido.  Maksenas (2000, p. 21)

 Conforme a definição do Dicionário de Ciências Sociais, a Ideologia é um conjunto de convicções e conceitos concretos e normativos que pretende explicar fenômenos sociais complexos com o objetivo de orientar e simplificar as escolhas sócio-políticas que se apresentam a indivíduos e grupos. (p. 570) Contudo, no século XIX, a palavra adquiriu conotação pejorativa, significando ideias abstratas e enganadoras, conforme a acepção conferida por Karl Marx e Friedrich Engels que, em essência vincula a palavra à ideia de falsa consciência e ideia distorcida. Aparentemente o primeiro autor a fazer o uso do termo no sentido da palavra, no estudo das ideias, foi D. de Tracy no final do século XVIII, tendo posteriormente ainda sido empregada no sentido de vocábulo como consta no dicionário acima citado por vários autores franceses. Somente no século XIX, devido aos autores de influência marxista, a palavra foi usada de modo pejorativo.

Diante destes pressupostos, necessário se faz que o professor de Filosofia e Sociologia, como elemento facilitador das relações na escola, esteja sempre atento às interações existentes entre os alunos, criando situações que levem a cordialidade e civilidade.  O professor deve facilitar o entrosamento e boa formação dos alunos, de modo que tenha a oportunidade de respaldar seu fazer educativo, buscando a boa interação entre seus alunos, para cumprir o papel essencial do educador: Orientar e formar cidadãos. RYAN (1977)

Conclusão

Diante do exposto, concluiu-se que a interação existente entre os professores de filosofia e sociologia e os seus alunos, é um dos integrantes mais importantes para o sucesso do ensino como formador de cidadania. Sem que haja uma coexistência positiva entre os diversos indivíduos no âmbito educacional, não há aprendizagem de qualidade.

O educador enquanto sujeito formador e gestor dos procedimentos de aprendizagem dentro da escola, é responsável por tratar que a rotina da instituição, seja mais do que apenas manifestações de interação. Haja um local saudável, em que os educandos se sintam favorecidos pela conduta moral e ética, caucados nos ensinamentos teóricos, mas que consigam notar os procedimentos no seu cotidiano, sempre analisados pelo profissional que estimula o companheirismo, criando a condição de respeito às diferenças naturais entre cada um dos alunos intensificando a responsabilidade de um com o outro estimulando os laços mais importantes que constroem a atmosfera fraternal da cidadania. Os instruendos devem compreender as limitações de cada um e conviver em plena cumplicidade, treinando a resolução de problemas em grupo, filosofando no dia-a-dia. Os grandes feitos históricos, dignos de conduta ilibada devem ser difundidos desde os primeiros passos no estudo da Filosofia e Sociologia, exaltando a moral e a boa conduta, na contramão da atual inversão de valores em que vive a sociedade contemporânea. O exemplo de vida e as teorias dos grandes pensadores devem ser supervalorizados, potencializando a importância da disciplina necessária a quem deseja uma sociedade melhor, em que o bom caráter vence e é respeitado. A consequência desta conduta quase doutrinária por parte do professor ministrante favorece a que venha a conhecer melhor sua turma e suas falhas, criando uma atmosfera de troca de informações, aprendizado e humildade. O professor aprende muito com seus alunos. Dessa forma constatou-se que o professor de Filosofia e Sociologia, em sua função de dirigente deve elucidar os conflitos e tensões naturais entre adolescentes. O famigerado Bulling deve ser combatido e a tolerância às diferenças exortada. A solidariedade, urbanidade e educação com aqueles considerados mais frágeis exercitando a bondade e paciência com os deficientes físicos, homossexuais ou religiosos, no intuito de cumprir a meta estabelecida pela filosofia da humanidade.

Nesse intervalo, cabe ao profissional, formalizar a missão que a ele foi dada desde o início de sua formação ainda na faculdade, até seu juramento: A de zelar para o bom convívio entre os aprendizes, de aprender e ensinar com amor, lúcido das dificuldades que pode encontrar devido à sua interposição entre possíveis conflitos consequentes do estado emocional diário de cada pessoa. A visão clínica de um profissional da área reconhece a mudança nas características, no olhar de cada aluno que convive. Em casos de desvios de conduta reconhecidos pelo docente, este deve imediatamente parar de ministrar o estudo e criar um debate com leve mediação no interesse de conscientizar e esfriar ânimos. O ensino filosófico acrescenta muito com frases de efeito, que fazem pensar, avaliar, afastar preconceitos e ideias negativas. Teorizar para resolver conflitos que surgem já em sala-de-aula é um grande passo à transformação do futuro, objeto de dignidade muito gratificante ao professor envolvido com a causa da formação de cidadania. Estes são valores sociológicos importantes, que vem a estabelecer o clima de igualdade e respeito entre os adolescentes, de forma a aperfeiçoar os relacionamentos não apenas no âmbito do colégio, mas em toda a esfera social.

 

REFERÊNCIAS

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DICIONÁRIO DE CIÊNCIAS SOCIAIS/ Fundação Getúlio Vargas. Benedicto Silva (coord. Geral); Antonio Garcia de Miranda Netto.../ et al./ Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1986.