POR QUE OCORREM TANTAS MORTES VIOLENTAS NA REGIÃO METROPOLITANA DO CARIRI?

 

                Para suscitar um breve inicio de debate no entorno de questão tão complexa quanto pungente de nossos dias, talvez devêssemos nos permitir fazer a seguinte indagação: se existem, em que consiste a essência das políticas públicas de segurança aplicadas na dita região?

            Com efeito, quase todos os dias, são retiradas de circulação relevantes quantidades de drogas entorpecentes nas três maiores cidades da região do Cariri. Maconha, cocaína, crack, medicamentos utilizados como entorpecentes, enfim, numa palavra: Drogas, muitas drogas. Juntamente com a referida apreensão, as autoridades policiais enclausuram aqueles que são “rotulados”, tipificados, e também apelidados de meliantes e traficantes.

            O problema do enfoque da prisão destes traficantes de drogas, é que as autoridades policiais, com  muito zelo, e, diligência, diga-se de passagem, travam batalhas, onde nas mais das vezes obtêm insignificantes vitórias de pirro. Mas por que apenas conseguem vitórias de pirro?

            Em primeiro lugar, a resposta, está diretamente ligada ao sentido e extensão das próprias operações policiais realizadas. Nas mesmas operações são detidas basicamente as “últimas, menores e menos complexas células do organismo criminoso”, ligado ao tráfico de drogas. Todos os dias os necrotérios, as delegacias, e no IML, comparecem vítimas em sua grande maioria jovens trucidados, e, envolvidos com dívidas para com o tráfico de drogas.

Inobstante diversas operações policiais, inclusive extremadamente midiáticas, não abalam os mais perigosos comandantes do tráfico, muito menos suas ramificações espalhadas inclusive dentro do próprio Estado, de instituições da própria sociedade local, os quais, sequer serão investigados, bem como, sobre os mesmos repousará a máxima tranquilidade e quase intocabilidade. Os órgãos de segurança são os únicos culpados? Jamais, vez que, o descaso estatal nas políticas de segurança pública é notório, é mutilador, mas, real.  

            A questão é tão complexa quanto interdisciplinar, e neste texto não poderá ser  explorada integralmente. Digamos que, ab initio, quando falta quase tudo em termos de iniciativa pública, ou do poder público, quando o Estado, principalmente in casu, nas esferas municipais e estaduais, se omite, em oferecer uma escola de qualidade, com merenda escolar digna; quando se abstém de sanear as ruas, iluminar as mesmas; oferecer serviço real, eficiente e eficaz de trânsito; dotar postos de saúde com material humano e de serviço para “humanizar” e tratar seus cidadãos com dignidade; quando inexiste assistência social verdadeira, humana e crítica, como poderemos então imaginar qualquer redução substancial dos índices de violência e mortes em nossa região?

            Para muito além das falácias, ou contos da carochinha, sejamos francos nem Juazeiro, nem a novel região metropolitana do cariri, estão prontas para o real embate da guerra das drogas, muito menos para eleger representantes políticos comprometidos, com o bem comum.

 Lamento profundamente ao finalizar esta breve incursão, inferindo ser triste e deveras tragicômica nossa situação enquanto sociedade dita organizada, principalmente  sob o controle de nossas pútridas elites, mas, um sábio do passado já advertia: “O povo é a cambada que deve ser guiada; o povo tem o governo que merece”. ACORDA JUAZEIRO, REFLETE E ESTUDA CARIRI!!!