Um outro ponto de vista da crítica - Brasil: uma eterna mentira! Recentemente, os brasileiros festejaram a entrada do Brasil no desenvolvimento mundial e como futuro baluarte da economia. Nós somos assim, especializados em carnaval, samba e futebol, mas, eternos ingênuos. Dizia-se nessa ocasião, que o Brasil era o futuro do mundo, que entraria de vez no grande mercado capitalista, como nação capaz de dar as cartas no sistema de exploração mundial. Cantaram em versos o novo Brasil, até paradisíaco. Versejaram nossa economia como a promissora e até nos deram a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, demonstrando o reconhecimento mundial. Mas o que é o Brasil no mundo da produção mundial de bens e mercado? Um país de terceiro mundo e de terceiro mundo mesmo, menos sofrido que o Continente africano, é claro. País que exporta matéria prima, como: ferro, café, soja e... mais nada. Não é produtor ou construtor tecnológico. E nem luta por isso. Aqui, não há “know how”. Não há filosofia desenvolvida, não há uma política adequada para a educação, não há saúde, nem pública, é um misto de México (violência e paradoxos) e Bolívia (subdesenvolvimento). Criticar a Bolívia porque só planta coca? E nós? O que plantamos? Café, cana-de-açúcar e miséria. Grande coisa, para quem adora ser arrogante. Nos anos 60 e 70, um grande professor e filósofo ( pois é, o Brasil produz isso também), ÁLVARO VIEIRA PINTO, ensinava, pregava e dizia, que o Brasil tinha um mal: o de viver na pré-filosofia, ou seja, se dedicava à parte periférica da Ciência Filosófica, e, se contentava em aprender o que o colonialismo e dominação internacional, passavam como conceito aos dominados, e não aprendia a fazer coisa alguma. Não tinha “KNOW HOW”. “KNOW HOW”, é uma expressão inglesa que indica aquele que sabe fazer. O que conhece, sabe. O Brasil sempre lutou para viver na periferia. Vender matéria prima, comprar produtos feitos com sua riqueza, e viver à sombra dos mais fortes. O Brasil merece, por exemplo ser um “alcuimista”, que nada tem a ver com “alquimista”, mas sim, com aqueles que desejam sempre depender de um mercado como o “ALCA”. Esse tipo de mercado que os americanos sonham em montar para toda a América Latina, a fim de transformá-la em um grande centro de consumo de seus produtos e “makes”, mas sem a contrapartida de produzir. Para eles, não há necessidade de os americanos (os daqui, é óbvio) produzirem coisa alguma, apenas eles, os do norte (EUA e Canadá), serão matrizes (produtores e exportadores). Assim, instalarão aqui suas multinacionais que serão, elas sim, as grandes empregadoras. Só que com nosso nível de desenvolvimento, teremos direito aos cargos braçais, apenas. E somos teimosos demais, para dar tudo certo, colocamos como nosso ministro MANTEGA e sua equipe, que são economistas de quinta, e fazemos programas de terceira visão. Acho que nosso mal não é somente não ousar, é desconfiar de nós mesmos, somos ruins, o que podemos fazer? Nos anos 60, tínhamos pensadores magníficos, capazes de alavancar nossa ciência e conhecimento, mas, vieram os idiotas militares e mataram nossa inteligência, de propósito, bem mandados. Homens como: ANÍSIO TEIXEIRA, CELSO FURTADO, ÁLVARO VIEIRA PINTO, PAULO FREIRE e outros, foram sacrificados para satisfazer a sanha do colonialismo na América do Sul e Latina, e exercer com mão-de-ferro, a dominação por intermédio de um militarismo coxo e servil, que atuou contra o próprio país e suas perspectivas, sem se falar nos descalabros da tortura e assassinatos típicos de doutrina nazista que eles se esmeraram em aprender e praticar. Não devemos explicações ao mundo, pois nada somos, devemos explicações a essas gerações perdidas de brasileiros, que hoje no ocaso, só conhecem violência, maldades e corrupção, e que sem alternativas ou visão construída, nada podem fazer para mudar o quadro. Enquanto isso, vamos vivendo nossas mentiras, que desde o início da República, com Deodoro e Hermes da Fonseca, prosseguiu com Vargas, e chegou ao tempo de Lula e Dilma, sem solução. Não que a Dilma seja mentirosa, mas como brasileira iludida, pensa que existe outro Brasil. Enquanto não investirmos em educação, e digo, não para mostrar números de alfabetizados e índices de escolaridade, mas no sentido de fazermos “nossas cabeças”, se não melhorarmos o investimento tecnológico, buscando tecnologias brasileiras, inclusive, aproveitando o potencial de nossos engenheiros e estrategistas militares, não investirmos em indústria e fabricação de máquinas próprias de reposição, em inteligência, estaremos fadados a conviver com as mentiras que gostamos de acreditar, que o mundo nos abraça e nos espera, e sabemos apesar de tudo, isso é uma grande mentira.