POLITIQUEIROS



São palhaços e pintam seus rostos
Nos seus olhos tem estilhaços do passado, e caminham
Caminham como ébrios
São célebres ditadores que pintam seus rostos
São loucos, são alvos, são miras
São estátuas de rostos pintados com o sangue vivo
Dos vivos...
São anjos, são demônios, são anarquistas da pátria
Pátria amada, idolatrada, abandonada
Eles são as mentiras de velhas promessas
Com seus rostos pintados de novo
Eles são a pobreza de muitos, a inocência de alguns
Eles são apenas nomes pintados nos muros, nos cartazes
Eles são apenas nomes e números pintados em faixas coloridas
Faixas que tremulam ao sabor do vento movidas por cadencias de mãos
Mãos que acenam para lá, para cá como se pedissem esmolas
Eles são os diretores desta escola de democracia
Eles são os protagonistas neste círculo-circo de promessas e de juras
Eles são mais que rostos sorridentes presentes nas passeatas e nos comícios
Pensando bem,
Eles são apenas nossos vícios de loucura