POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO BRASIL

¹Thiago Ferreira da Silva 

 RESUMO 

Este artigo mostra a má formação de professores no Brasil desde o nível de graduação, que nos remetem aos problemas futuros. Os alunos iniciam a regência com 50% do curso de licenciatura na rede estadual de ensino como professores eventuais, e somente passam a receber seus salários depois de 2 á 4 meses, quando a portaria é aberta.

Os professores da rede estadual de ensino estão divididos nas seguintes categorias: efetivos, estáveis “P” categoria “F” e categoria “O”. Com todas essas “categorias” o problema da formação de professores acaba se agravando cada vez mais. As reuniões de HTPC´s que deveriam tratar também da formação de professores além das questões pedagógicas, acabam sendo improdutivas.

 

Palavras – Chave: Formação. Professores. Infra – estrutura.

 

ABSTRACT

 

This article shows poor teacher training in Brazil since the undergraduate level, that are related to future problems. Students begin conducting with 50% of the undergraduate program in state schools as temporary teachers, and only start to receive their wages after 2 to 4 months only when the entrance is open. Teachers of state schools are divided into the following categories: effective, stable "P" category "F" and category "O". With all these "categories" the problem of teacher education has just become increasingly more. The meetings of HTPC's that should also address the training of teachers beyond the


pedagogical issues, end up being unproductive.

 

Keywords: Training. Teachers. Infra - structure.

 

 

1 INTRODUÇÃO

 

Nas diversas discussões sobre o tema, as soluções ainda não foram encontradas. Enquanto isso, vários estudantes de licenciatura são praticamente “lançados” dentro das salas de aula e muitos sem nem sequer sabem por onde começar e acabam se frustrando e se abalando emocionalmente.

Atualmente, há cursos de nível de pós - graduação para os professores da rede estadual de ensino. O REDEFOR é um deles, visando aperfeiçoar o professor para melhoria de sua prática em sala de aula.

Para que o professor ingresse na REDEFOR, tem que seguir alguns requisitos e de acordo com a base DRHU, este programa é de formação continuada.

 

 2 PLATAFORMA FREIRE

 

Outro programa de formação de professores da educação básica é a Plataforma Freire, em homenagem ao educador Paulo Freire. Neste, os professores da rede pública de ensino, podem se inscrever e cadastrar o currículo, também poderá ver os cursos ofertados por várias universidades do país, depois de cadastrado a resposta será enviada para a escola onde o docente leciona.

Sendo aprovada a inscrição, o professor receberá da escola a notícia e terá que levar a relação de documentos até a Universidade de sua escolha.

 

 3 ENTÃO PORQUE OS PROFESSORES NÃO POSSUEM UMA BOA FORMAÇÃO?

 

Bem, está resposta parte da origem do problema, a que começa na própria instituição de ensino superior. Como citado no início deste artigo, os alunos são praticamente “lançados” para dentro das salas de aula, pelos motivos também já citados eles acabam não desempenhando um bom trabalho, não pela a falta de perfil de educador, mas, pela maneira de como as coisas funcionam dentro da rede estadual de ensino. Outra situação desestimulante é o baixo salário que muitos professores recebem.

Um detalhe importante é que os mestres eventuais somente recebem por aula dada, isto é, eles lecionam não somente sua disciplina de formação, mas também todas as outras. Com isso, tem a questão da infra - estrutura escolar que em muitas vezes inibe o professor de realizar a prática tão discutida por vários estudiosos.

Sabemos que teoria e prática caminham juntas, mas, para isso a escola estadual deve oferecer infra – estrutura, por exemplo: laboratório para os professores das disciplinas de ciências, física ou química, poderem realizar um experimento com seus alunos. São situações que acabam desmotivando os professores, é claro que isso não é desculpa para realizarem um mau trabalho, dizendo aos alunos a seguinte frase: “vocês estudando ou não, estou ganhando do mesmo jeito”, frase utilizada pelo mal profissional, o mestre acima de tudo tem que ter profissionalismo e saber da importância de seu trabalho, que é transmitir conhecimento aos alunos, assim, fazê-los desenvolver o senso - crítico. Segundo Jean Piaget "O professor não ensina, mas arranja modos de a própria criança descobrir. Cria situações-problemas".  Segundo Hilda Maria Martins Bandeira, “A educação do Século XXI deve acompanhar o processo de mudanças que a sociedade exige como contribuição para a formação de um novo sujeito. O conhecimento é um diálogo é uma expressão de liberdade, na medida em que temos consciência de uma

leitura crítica da realidade, onde a nossa reflexão deve ser um constante devir, na perspectiva de indagação e de esquadrinhar com a imaginação, sem acordo com resposta estanques e únicas".

Outro problema na má formação dos professores é que com a nova era tecnologia, muitos não querem mudar sua maneira de ensinar. Dizem: “odeio mexer com computador”, ao invés de disserem: “eu não sei mexer com isso”.

Então, irão sofrer muito com a nova era tecnológica, e se não se esforçarem para aprender, as conseqüências serão grandes. Atualmente, os alunos utilizam muito a tecnologia para fins interativos, com isso, o professor pode ter um olhar positivo e buscar utilizar a tecnologia a favor do aprendizado.

Ninguém é incapaz de aprender, mas se não buscarem inovações em sua prática de ensino, as aulas terão somente aspectos expositivas com giz saliva e lousa, serão extenuantes para os alunos e também ao professor. Temos que sair da zona de conforto e abrir os olhos para a realidade.

Fala-se muito da “reciclagem do professor”, mas se o mesmo tiver medo de inovar, não haverá mudanças. O mestre é um profissional que deve estar estudando sempre, se atualizando.

Uma das desculpas para não se fazer os cursos tanto da REDEFOR como da Plataforma Paulo Freire, foi a seguinte: “eu não tenho tempo para estudar”, recordando que atualmente os cursos de EAD (Ensino a Distância), servem para que os profissionais possam estudar em qualquer ambiente. A APEOSEP está tentando conseguir através da justiça, reduzir a carga horária dos professores de 33 para 24 aulas e com isso os mesmos terão mais horas para os fazeres dentro da escola preparando as suas aulas e se capacitando. Segundo Paulo Freire, “Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda."

Portanto, não devemos generalizar todos os professores, uma boa parte descrita acima realmente não dispõe de tempo nem para preparar aula e tampouco ter este para si mesmo. Para receber um salário mais digno, muitos professores trabalham em mais de uma escola. Segundo Wildson Luiz Pereira dos Santos1 Ricardo Gauche, Gerson de Souza Mol , Roberto Ribeiro da Silva e Joice de Aguiar Baptista, um dos grandes desafios para as universidades públicas está na formação de educadores para o nível de educação básica, ou seja, na formação de professores que vão atuar no ensino formal, contribuindo para que os nossos jovens exerçam conscientemente a sua cidadania, no que diz respeito a sua formação técnico-científico-cultural.

Segundo Acir da Cruz Camargo, professores universitários, frequentemente, se escandalizam com a capacidade intelectual e dificuldades primárias apresentadas pelos acadêmicos nos primeiros anos. Deficiências que os acompanham além da graduação. Dificuldade de escrita da língua, formulação do pensamento e capacidade de análise. A maioria dos egressos das universidades entra na pós-graduação dependente de revisores particulares e orientadores. O cotidiano dos docentes e alunos está ausente da realidade brasileira, da própria vida, reduzindo-se ao mosteio do laboratório e sala de aula. Professores sem amor ao ensino, cuja filosofia é casa-universidade-casa. O maior trabalho destes é correção das antigas provas de decoreba. Falsidade e disfarce. Em consequência disso, a Universidade que é pedante, recusa reconhecer sua responsabilidade no estrago provocado pela sua omissão na escola básica. Nos corredores universitários, professores se desculpam pela negligência e incapacidade de formar bons professores. A mais vagabunda explicação é que a responsabilidade sempre será do formando. A mais medíocre e perniciosa afirma que cada professor tem dom específico. Os negligentes procuram alguém articulador, destas áreas que completem o resto da preguiça e desserviço de todos, isto que realmente ensine e forme professores. Trabalho mal feito, mas institucionalizado, tolerado pelos colegiados de curso, tais doutores serão professores de gerações por trinta anos, causando incalculáveis estragos além do desperdício de dinheiro público aplicado em vão nos salários e projetos sem resultados sociais. Contudo, os moralistas e demagogos da docência universitária continuarão tratando as licenciaturas em sub-projetos bacharelescos. Vale pesquisa nas licenciaturas de quantos projetos existem na área de formação dos professores. Há interesse dos discentes, menos dos docentes. Se os pretensos educadores universitários, instalados nos conselhos apropriados, desejassem se inteirar da situação e modificá-la como aceitação do dever universitário, levantariam dados de quantos projetos na área de formação docente são praticados pelos professores de tais cursos ou se a carreira docente se dirige exclusivamente para a área individual e restrita da formação técnica do docente. A única preocupação dos colegiados é arranjar as áreas e disciplinas técnicas do curso, afastando qualquer interdisciplinaridade, que faça com que o docente se veja ensinando na licenciatura. Assim, a influência dos professores vinculados à área mais importante da vida professoral, a pedagogia, é orgulhosamente rejeitada. E os pedagogos temem enfrentar a fúria dos tecnicistas e especialistas das áreas específicas dos cursos e gratificam-se com o papel secundário. Deixar os próprios bacharelados ou cursos como os da saúde, sem a parte pedagógica, é navegar contra a corrente, puxar a história para traz. A primeira atitude que estes formados tomarão, ao saírem da Universidade ou concluírem sua pós-graduação, será prestar concurso nas universidades para serem aquilo para o que nunca se formaram, professores. Não bastasse, os concursos públicos, herança medieval que alguns julgam capaz de mostrar a eficiência ou não do candidato, não incluem pontos e questões da área de sociologia e formação docente. Quem não se preparou para ser professor não cobrará conteúdo docente, pois as estátuas das bancas também não são habilitadas a ensinar, pelos menos, acreditam que é possível ser professor fora da educação”.

 

 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Segundo Gabriel Novis Neves, estava me deslocando de carro com o rádio ligado em um programa de notícias locais. O entrevistado era o secretário municipal de Educação. A cada pergunta feita pelo experiente jornalista - que de poder entende tudo, vinha uma resposta redondinha.

A impressão que os ouvintes tinham, e também o próprio entrevistador, era de que a Educação básica em Cuiabá estava entre as melhores do mundo. Não se faz Educação de qualidade sem professores qualificados e motivados. Com alunos em espaços físicos inadequados, sem bibliotecas, laboratórios, áreas de lazer e alunos em tempo integral.

Para exercer a função de professor é necessário possuir curso superior e enfrentar um concurso público. Após ouvir maravilhas sobre esta Educação pública desconhecida pela população de Cuiabá – não se esquecendo de que os filhos dos ricos e políticos, frequentam Escolas particulares - veio a pergunta que todos os ouvintes gostariam de escutar: "Quanto ganha um professor de ensino básico na rede pública municipal?.

A resposta não foi tão rápida como aquelas em que o secretário afirmou que não tínhamos crianças fora da Escola; que o número de creches estava sendo aumentado e que a Educação infantil caminhava para a sua universalização. Após uns segundos, o secretário respondeu: "Dentre as capitais brasileiras, Cuiabá é a segunda que melhor remunera os seus professores.”

Diante dessa afirmação, o jornalista, e, claro, os ouvintes, quiseram saber o valor desses salários. "Em meio período (20h), o professor ganha cerca de R$ 1.360. Em dois turnos (40h), o dobro” – respondeu o secretário. Estava encerrada a entrevista.

Tenho uma faxineira que nem sei se tem instrução primária. Chegou à minha casa indicada por amigos por seus méritos pessoais. Trabalha seis horas por semana, com direito a auxílio transporte, café da manhã, lanche, almoço e banho no final do expediente.

Não lava ou passa roupas, não cozinha, apenas faz a manutenção semanal do meu apartamento. Pago com satisfação R$ 85,00 por visita. Em um rápido cálculo verifiquei que, trabalhando cinco dias por semana, seu salário líquido era superior ao de um professor da segunda capital do Brasil a melhor pagar seus educadores.

Os nossos administradores públicos têm a infeliz mania de tapar o sol com a peneira. Se compararmos o salário que o mercado de trabalho oferece a outras categorias profissionais, veremos que o Brasil remunera muito mal seus professores. E o pior: parece que nossos dirigentes não têm consciência disso, ou têm?

No mínimo, eles deveriam reconhecer a nossa real situação educacional, qual seja: de baixíssima qualidade. Pesquisas recentes demonstram que é a estupidez de alguns países que os impede de investirem pesadamente na formação e profissionalização dos seus mestres, e Educação das suas crianças.

Diante dessa visão caolha com relação à Educação – e providencial para a sobrevivência de alguns grupos políticos – estaremos eternamente condenados a ser exportadores de alimentos e matéria- prima para os países que priorizaram a Educação. A boa Educação passa, necessariamente, pelo bom professor.

Como somos um país rico, o projeto de lei mais importante que tramita no Congresso Nacional é aquele em que se dará o título de Heróis Nacionais aos jogadores titulares, e aos reservas, dos campeonatos mundiais de futebol de 1958, de 1962 e de 1970.

O texto prevê ainda um prêmio de R$ 100 mil para cada jogador titular e reserva, e um auxílio especial para a aposentadoria de heróis, como Pelé, Zagalo, Tostão, Rivelino, Leão e tantos outros atletas que tanto fizeram por eles, digo, pelo Brasil. Ser professor no Brasil é uma opção de vida quase sacerdotal. Heróis são os da mídia, como a Luiza que voltou do Canadá.

  Nos anos 90 pensava-se que, quando terminada a graduação, o profissional estaria plenamente pronto para trabalhar em sua área o resto da vida, passou-se a reconhecer a complexidade da prática pedagógica e, desde então, vêm-se buscando novos paradigmas para compreender a prática docente e os saberes pedagógicos e epistemológicos relativos ao conteúdo escolar a serem ensinados aprendidos, estes parecem continuar sendo no nosso país pouco valorizados pelos programas de formação de professores, pois equilíbrio entre inovação e tradição é difícil.

Segundo Marx; a prática pedagógica implica a consideração dessa prática sob o ponto de vista do trabalho do professor. Ao abordarmos o trabalho sob uma forma genérica, teremos de considerá-lo sob dois aspectos distintos: como execução e como atividade.O primeiro considera o trabalho como parte da vida cotidiana do trabalhador ("labour"); o segundo analisa as circunstâncias concretas em que se desenvolve o processo de trabalho para a sociedade em seu conjunto ("work"). Embora a definição de Marx se objetive no sentido econômico, como intercâmbio entre a sociedade e a natureza, a utilizaremos para analisar a prática pedagógica do professor.Tal prática, para se construir em "práxis", deve ter como base uma pedagogia fundada no humano genérico, satisfazer a necessidade social de educação e ser orientada por uma filosofia que possibilite a construção da própria realidade social.

Nóvoa (1995), o aprender contínuo é essencial se concentra em dois pilares: a própria pessoa, como agente, e a escola, como lugar de crescimento profissional permanente. Para esse estudioso português, a formação continuada se dá de maneira coletiva e depende da experiência e da reflexão como instrumentos contínuos de análise.

O desenvolvimento das ciências da educação, conforme apontou Nóvoa (1995), parece está produzindo um efeito perverso, ou seja, ao mesmo que propicia a produção de discursos que falam da autonomia profissional, de inovação, de professor reflexivo, de formação contínua, tem produzido uma certa asfixia dos movimentos autônomos dos professores, e, por essa via acabam trazendo alguma incapacidade para lançar práticas pedagógicas inovadoras.

Para Nóvoa, uma melhor adequação depende, em grande medida, do incremento da qualidade da formação e professores. Para esse incremento contribui, de forma decisiva, a atenção dada à prática pedagógica e, nomeadamente, ao estágio, concretizado através de atividade diferenciadas que incluem a observação, a análise e a responsabilização por atividades docentes.

O trabalho dos professores precisa ser imaginado a partir, de uma nova formação, das práticas e do associativismo e de um novo entendimento das políticas educacionais, entendida não como um conjunto de micro competências adicionadas, mas como uma realidade que privilegia a todo um sistema, onde se valorizam conhecimentos, capacidades, atitudes, níveis de adequação de intenções, todos expressos num conjunto de relações interpessoais e institucionais que determinam o exercício adequado da profissão. Embora na maior parte do tempo de formação de professores do terceiro grau e do secundário tenha lugar nas Universidades, no geral em quatro ou cinco anos de licenciatura alguns casos seis anos, quatro dos quais de licenciatura, e os dois anos de estágio, a prática profissionalizante, isto é, o estágio, realizado em escolas do ensino básico e secundário, com a duração de um ano, é definida nessa formação, ou seja, é uma iniciação da prática pedagógica que proporciona aos futuros professores o primeiro contacto com as escolas, o que nem sempre acontece, dificilmente lhe é concedida no currículo dos futuros professores a importância dessa prática.

O papel do professor muitas vezes é confundido com o papel de pai nas escolas públicas, o responsável “deposita” o seu filho dentro da instituição de ensino, e pensam que é o professor que fará o seu papel de pai ou mãe. Pobre dos professores que ainda são alunos, despreparados e ao sentirem o impacto da realidade da escola pública, acaba como dito neste artigo, entrando em estado de choque, se frustrando e com isso vem o sentimento de angústia, de impotência, perante aos alunos, e muitos acabam desistindo de serem mestres, professores, que antigamente era a profissão mais admirada do mundo.

Entretanto, falta o estímulo para este profissional, que atualmente, não é valorizado neste país.

Segundo Cristovam Buarque, fazer, pela primeira vez no Brasil, com que o professorado seja uma categoria nacional. O profissional da educação, até então, era ente municipal ou estadual, o piso representa um laço de união entre todos os estados do país. Além disso, o estabelecimento de um valor mínimo diminui as disparidades entres os salários nos diferentes municípios brasileiros e, mesmo não sendo o valor ideal, beneficiará 800 mil professores.

a lei número 11 738 demorou mais de um ano para ser aprovada e, neste período, nenhum ponto de inconstitucionalidade foi apresentado. A lei é constitucional e a questão da invasão do princípio federativo que alguns alegam por aí é mais um problema criado para adiar a implantação do piso. Os estados têm suas autonomias, mas nós somos uma nação. Eu defendo a federalização da Educação, meu projeto é criar no Senado a carreira nacional para os professores. A idéia consiste na criação de concursos públicos federais, assim os professores da rede pública se tornariam funcionários públicos nacionais e assim, o salário seria pago integralmente pela União.

O único aspecto negativo foi a demora: esta lei deveria ter sido criada há anos no Brasil. Quando o projeto foi finalmente feito houve uma latência muito grande desde a aprovação até ser colocado em vigor, o que, aliás, até então não foi integralmente feito. Além disso, o valor salarial é o que há de mais negativo na lei, 950 reais é um valor muito baixo, os professores merecem mais. A meu ver, o ideal - que está muito longe de acontecer, não preciso nem dizer, né? - seria uma média salarial para os professores da rede pública em torno de 4 mil reais.

Durante todo esse tempo de negociações aconteceram coisas positivas e negativas. Em meu projeto inicial, havia proposto dois valores distintos de salário: um para os professores de nível superior e outro para os que possuíssem título de ensino médio, o que foi vetado. Esta seria a principal mudança que eu faria e o que mais me desagradou na forma definitiva. Ao mesmo tempo, reconheço que intervenções como a exigência de 1/3 da carga horária para atividades extraclasse de planejamento de aulas, proposto por uma deputada, foram completamente positivas na nova versão da lei, este ponto eu defendo plenamente.

Não acho o estabelecimento de um valor mínimo justo. Exatamente por este motivo minha proposta era outra. Eu, sem dúvida, preferia a diferenciação entre professores com especializações e os sem, mas a decisão foi tomada para reduzir os gastos.

Finalmente, com base nos estudos, chegamos à conclusão de que a formação de professores ainda é um tabu não resolvido. Pelos motivos citados neste artigo, o professor trabalha muito, recebe pouco e muitas vezes não tem tempo de sentar por um instante para estudar, como cobrar isso de um profissional que se esforça para realizar um bom trabalho se o mesmo não tem condições nem de cuidar de sua própria vida? Este é um problema que somente será resolvido quando este profissional voltar a ser valorizado e respeitado.

 

 REFERÊNCIAS

 

 Educação para Crescer. Disponível em: http://educarparacrescer.abril.com.br/politica-publica/cristovam-piso-432621.shtml. Acesso em: 14 de Janeiro de 2013.

Pedagogia do oprimido. New York: Herder & Herder, 1970 (manuscrito em português de 1968). Publicado com Prefácio de Ernani Maria Fiori. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 218 p., (23 ed., 1994, 184 p.).

Revista Education. Disponível em: http://www.revistaeducacion.mec.es/re350/re350_09por.pdf. Acesso em 14 de Janeiro de 2013.

Web Artigos. Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/formacao-continuada-da-pratica-pedagogica/3862/. Acesso em 14 de Janeiro de 2013.