PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS                                                Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais                                                                           Curso de Ciências Econômicas – Noite - Organização Industrial

 

Aline Ester de Oliveira Gomes                                                                                                                                                          Erika Aparecida Cabral de Sales

Rodrigo de Gois Américo

 

POLÍTICA INDUSTRIAL BRASILEIRA: diagnóstico, desafios e perspectivas 

 Belo Horizonte                                                                                                                                      13 junho 2015

1 INTRODUÇÃO 

As políticas industriais são ações e instrumentos utilizados pelos países com o objetivo de fomentar o setor industrial e aumentar as taxas de crescimento econômico. De acordo com Krugman (1989), política industrial pode ser interpretada como um empenho governamental em fomentar setores avaliados como importantes para o crescimento econômico do país. Ao escolher proteger e estimular determinados setores, em detrimento de outros, os governos estão direcionando suas ações em busca de uma estratégia de desenvolvimento.

Em suma, a finalidade da política industrial é promover o desenvolvimento de setores econômicos fundamentais para a geração de divisas, difusão de tecnologias e expansão dos níveis de emprego, colaborando, desta forma, para o aumento da competitividade industrial e impulsionando o uso mais eficaz dos recursos naturais.

As políticas industriais, por mais criticadas que sejam por vários teóricos da economia e pelos governantes de países desenvolvidos, foram utilizadas por várias nações, em diferentes momentos de sua história. O Brasil (principalmente após o governo de Getúlio Vargas) vem implantando diversas políticas industriais, mas não tem sido suficiente para o país dar um salto tecnológico, aumentar competitividade e inverter a sua pauta de exportações. As baixas taxas de crescimento econômico do setor industrial levaram vários economistas e intelectuais, como Bresser-Pereira (2010), a apresentarem argumentos de que o Brasil estava iniciando um processo de desindustrialização, ou seja, um processo de queda da participação do setor industrial na constituição do Produto Interno Bruto (PIB).

Além de sofrer com a falta de inovação e desenvolvimento tecnológico, de acordo com Pinheiro e Giambiagi (2006), o setor industrial tem de superar desafios tais como altos custos de transação, infraestrutura inadequada, problemas de logística, baixa taxa de investimento público e elevada carga tributária.

O estudo está estruturado em quatro seções, além desta introdução. Na segunda seção, faz-se uma discussão sobre a participação do Estado e a Política Industrial; na seção seguinte, faz-se uma análise do histórico da política industrial no Brasil; na seção quatro, discutem-se os principais desafios e perspectivas da política industrial brasileira e, por fim, são apresentadas as principais conclusões.