Por Núbia Cruz

Mais um ano eleitoral se aproxima! E, junto com ele, se misturam os nossos mais intensos desejos de uma sociedade mais justa e, efetivamente, democrática.A chama da esperança deve sempre permanecer acesa. Ainda há tempo! Sempre é tempo! Não há como fugir do momento, sobretudo porque por ele perpassam os nossos projetos coletivos e individuais - idealizados talvez durante anos, assim também como o futuro das próximas gerações. Portanto, não podemos ficar alheios ao que diz respeito às nossas vidas.

No entanto, não há como pensar em uma sociedade mais igualitária, mais humana sem compreender a política como instrumento de materialização das nossas crenças. Assim também, como é impossível acreditar na força e na veracidade de um projeto político sem lançar sobre ele o maior sustentáculo da fé cristã: a esperança.

A Fé e a Política sempre fizeram parte dos projetos idealizados por Jesus Cristo para o bem - estar da humanidade. Se visitarmos às sagradas escrituras e rememorarmos os diversos momentos em que o próprio Jesus se nos apresenta como Agente Político, ao propagar suas ideologias e convidar o povo da época a brindar e experimentar de seu projeto salvífico, é possível compreender que Política e nunca foram pensadas de forma dissociada, mas sim, como complementar.

A Política e a Fé precisam elencar-se cada vez mais para que seja possível idealizar projetos que visem ao bem comum. Essa é a direção! Jesus nunca se recusou de participar das discussões sociais, de debater com os poderosos da época os problemas e as necessidades que afligiam seu povo, sobretudo exigindo seus direitos como cidadãos. E hoje, de que forma caminham Política e Fé? Seguem sendo disseminadas de forma conjunta, atendendo ao modelo proposto pelo próprio Jesus - primeiro Ser político que o mundo já conheceu – e sobre quem deve ancorar-se todas as nossas ações e pensamentos.

Mais uma vez é preciso pensar onde queremos chegar e, sobretudo qual o caminho devemos seguir. A primeira coisa a fazer, então, é estarmos convictos de que para chegarmos a qualquer lugar necessitamos primeiramente reconhecer e derrubar as barreiras da nossa ignorância cristã, tantas vezes egoísta e perversa. Só assim conseguiremos reavivar o fio condutor de todo fazer cristão: a Esperança.

Para isso, necessitamos mais que ir às missas aos domingos. Precisamos socializar idéias, acompanhar o que é proposto pelos candidatos, conhecer seus projetos, debater sobre aquilo que nos incomoda. Não deixar que nos entreguem nada pronto. Lembre-se: "Jesus nunca deu o peixe, preferiu que seus seguidores aprendessem a pescar". Desta forma nos convidou a sair da mísera zona de conforto, sobre a qual muitas vezes nos debruçamos, em busca da realização de nossos sonhos e ideais. Além disso, nos deixou como lição na carta de São Tiago 2 , 14-26: "Mostra-me a tua fé sem as obras, e eu, com as minhas obras, lhe mostrarei a minha fé".

Jesus revolucionou pelas suas idéias, pelas suas ousadas propostas. Não teve medo do sistema opressor o qual podia ceifar suas ações, mas nunca sua maneira inteligente e amável de fazer as pessoas compreender o mundo a partir uma ótica diferenciada e responsável pela sua felicidade.