Hoje me fiz sóbrio,
e me vi sombrio.

Me fiz livre e perfumado de essência de maracujá;
verdejei-me de manhãs, como a tempos não fazia,
e saí.

Saí ao passo de estar certo de que renascia em mim algo,
tão lúdico em mim, destemendo a chuva que caía em cântaros largos,
ou quiçá almudes.

Aludi terno ao meu centro,
leve para não deixar rastro da alusão,
ou pela ignorância dela.

Pensei que estava pronto,
a ponto de Estar.
Como laço, que amarra cercas de bambus duplos e maduros,
firme sem temer que murchassem os talos e eu me fizesse solto.

Fiz de mim sóbrio,
Fiz de mim adicto,
Fiz de mim um asno.

Deparei-me com a verdade de mim,
também sóbria, e forte.
Também adicta de mim, em mim;
interna verdade.

Me fiz preso e putre de essência de sangue;
enrubesci-me de ocasos, como a tempos não fazia,
e fiquei.

Entrei em descompasso, de estar errado de que renascia em mim algo,
tão iludido em mim, temendo a chuva que já não caía em cântaros largos,
quiçá dedais.

Incitei violento de meu centro,
pesado para deixar rastro na alusão,
ou pela ignorância da existência dela.

Vi que não estava pronto,
a ponto de Estar.
Como laço, que amarra cercas de bambus duplos e verdes,
amoleci entre as pernas temendo,
e murchei aos talos e me fiz solto.


Fiz de mim embriagado,
Fiz de mim dependente,
Fiz de mim, ainda amante,
sem o amor amado.

Fiz de mim um doente,
ainda apaixonado.

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