POEMAS PÓSTUMOS II

0011

A gota

que desce

no riacho

que rola

pro rio

que busca

o mar

que é meio

da gota

subir.

_____________________________________________________

0012

Eu, eu, eu

Dueu.

Se palavras houvesse

que coubessem

nesse terrível

silêncio

de choro

e canto de galo.

_____________________________________________________

0013

Se rro te

picadeiro sempre

ervas danadas

boi ei

de costas

no tronco

na onda

assim sem

prevenções.

As reses

pastavam

na praia

gentes quiçá

novilhas

novatas areia

barrigas ao sol

gravatas de listas

bezerros, garrotes

juventude coca-cola.

_____________________________________________________

0014

 Com uma frase iniciada

sem um interesse qualquer

o que é que se pode fazer?

Quando a mente, minto

antigamente,

será o que?

É isso.

Ou é isso aí

Bem aí

Tão aqui.

Mas como se vai

se

Todos ficaram?

Como?

Onde?

Quedê?

Olha aí

isso aí

bem perto

de você.

Nada é vão

tudo vale

ora o pio

O rosto na torneira.

Se vais

e vens

como o som

ao vento

Esteis os certos

No som

ao vento

soará.

Ventilava

o som

ao vento.

Olha aí

isso aí

bem peto

de você.

Aí entra outros lances,

qualquer papo,

como este aí

na sua cabeça:

Vamos te dar

um jeito

de ler

e não ver

o sentido

que não há.

Aí então

você vai ver

isso aí

bem peto

de você.

Não posso mais

regrar a cuca

ao som de teus passos.

Nem a brisa

quando passa

e roça teu corpo

pode conter minha paixão.

Por que será

que sempre

estamos perdidos

nos entremeios

esteios frageis,

velozes como a mente.

Pera lá

Pára í.

Isso aí

bem perto

de você.

Outra vez vamos

viajar no embalo

deste som

Na sequência

da pa po lavra é zia.

Cada palavra

dando a mão

par a próxima

num sentido lógico

mágico.

Logico

mágico.

 Lo gico

Ma gico

 Ma lógico

Maaalógico.

Angico

árvore rara

roídas por motoserras.

 Como é que posso

seguir assim

atrás desta dor

árvore rara motosserrada?

 Aí

olhaí

isso aí

bem perto

de você.

 Vamos parar?

Ou vamos seguir?

Podemos ir

assim como quem vir.

Mas nem tudo pode

ser

Assim como a gente

quer.

Então vamos parar

e voltar prô dia

a dia

já ficou

de noite

Masi um dia

vai entrar.

Aí,

então

a noite  vai

acabar.

 E assim vai

Neste amanhece

acoitece.

É o tempo

vai

passando,

Para trás

o vento

leva o aroma

do que acha pela frente.

 E nós temos

que parar

poi veja aí

de novo

isso aí

bem perto

de você.

 Pára não pára.

Páro.

Pera i

pera lá

olha aí

de novo

o que é

isso

aí

bem perto de voce?

Isso aí

perto de voce

isso aí

de voce

Isso aí

voce.

Isso

voce

Issovoce.

E só voce

E só

voce.

Sóvoce

só

sõ

vô

cê

vê.

_____________________________________________________

0015

 Mais um pouco

de corda.

E a gente anda.

Atrás do que

não existe.

Insisto.

Para que?

Prolongar o caminho?

Empurrando a meta

para depois de amanhã.

 Cada dia

não sei mais

onde posso chegar com esta falta

carência total

de palavras exatas.

 Onde estão?

Andam por aí

à caça de

uma emoção maior?

 Se elas

só elas

podem

quizessem

poderiam

achar

um muro

branco e

novo.

_____________________________________________________

0016

 Se sa

 soa bem,

 busco sa soar,

 Brusco a mente:só ar.

_____________________________________________________ 

0017

Humomem

Hum men

Ham mansamente

We meu

ora ora

quem iniciou o poema?

Ar venta

sobre o

mar.

 A areia só

zinha

na praia

na hora

do almoço

dos homens.

 O cão

fila na coleira

o dono

a dona

alguém sozinho na praia.

A atenção dispersa em seus passos

uma palavra

na areia

riscos brancos

deitados no mar.

O cão dispara

em minha direção.

Uma jovem vem da água

correndo

cada vez mais longe do cão

cada vez mais perto de mim.

O mar

o cão

o eu.

Atento ao som

de meus passos na areia.

As ondas

raios de espuma

e eu não sabia daquele cão.

Os gritos daquela garota

aí que fui ver

despertaram-me para o cão.

Ele já estava próximo

meu tempo sumia

nada nas mãos

no bolso uma carteirinha.

Areia em volta.

Eu trazia

aquela camisa aberta ao peito.

Arranqueia-a com volúpia

e fiz um anteparo

ao avanço da fera.

O cão deu breve parada

e desviou para minha direita

desviando da camisa

girei o corpo

e acompanhei

o caminho do cão.

Agora já era

mar

eu

cão.

Mar

moça

eu

cão.

Pum é o salto

tão linda

ela chega

sua voz acalma o cão.

Seu sorriso

pede desculpas

pés e areia novamente  se encontram.

_____________________________________________________0018

Marcar o dia

a dia

 Sempre

prá lembrar

que um dia

a dia

pode trazer

será uns dias

os dias

 assim

melhor

muitos

dias

 Para a

vida

passar.

 _____________________________________________________

0019

VIDA!.....

PORRA!

O SUMO

A PORRA

DA VIDA

O SUMO.

 O SUMO

 O SUMO

DA VIDA:PORRA!......

  O SUMO

DA VIDA

A PORRA.

_____________________________________________________

0020

Bracas ondas

Nú vens azul

Mar

Céu.