Poemas são uma obra literária que possuem uma forte relação com a música, beleza e as artes. Essa literatura geralmente é apresentada em versos e estrofes. Os poemas foram uma forma  predominante na literatura da Grécia Antiga e estão presentes até hoje,  tornando-se junto com a poesia o quinto tipo de literatura mais lido, de acordo com  o Instituto Proler,  no relatório "Retratos da Leitura no Brasil" (2008)*

O mesmo Instituto Proler indica que os jovens e adolescentes brasileiros entre 11 e 17 anos de idade são os leitores mais ativos nessa modalidade da literatura. Cecília Meireles e Carlos Drummond de Andrade foram os mais lembrados entre os setes autores brasileiros mais populares. É crescente o número de eventos- saraus,  poemações , poemas show , encontros, tertúlias, além dos espaços de ensino  que animam as leituras e apresentações de poesia no Brasil.

Por outro lado, são poucos os jovens que ultrapassam as fronteiras brasileiras literárias, desconhecendo até mesmo nossos expoentes poetas “vizinhos”   sul-americanos e mundiais como Pablo Neruda , Gabriela Mistral, Gabriel García Marquez, Mario Vargas Llosa , Eduardo Galeano,  Mario Benedetti, Jose Luis Borges, Julio Cortazar,  Octavio Paz, entre outros que poderia passar duas páginas inteiras citando.
O pouco estímulo das escolas na leitura de escritores latino-americanos,  o desconhecimento da língua espanhola e o isolamento da língua portuguesa  nos deixa com uma cultura mais voltada em si e emparelhada com os  Estados Unidos ,Inglaterra, França e Portugal , criando uma barreira de interesse  nos escritores latino-americanos.

Lembro-me que no tempo de escola apenas aprendi sobre o português José Saramago, o inglês Byron e o francês Charles Baudelaire.  Apenas aprendi porque Ensaio Sobre a Cegueira, o pessimismo romântico do Lord Byron e o francês precursor do Simbolismo estaria nos assuntos  da prova de vestibular que fora os brasileiros nada tinha de poetas latino-americanos.

É triste saber que nosso conhecimento da poesia hispano-americana é grosseiramente limitado. Com tal limitação perdemos um Pablo Neruda e sua crença de uma América Latina mais justa ou os Cem anos de Solidão de Gabriel García Marquez, que segundo Neruda, foi o melhor livro escrito desde Dom Quixote.   Deixamos de aprender sobre nós mesmos ao não apreciarmos As Veias Abertas da América Latina do uruguaio Eduardo Galeano, as críticas da hierarquia das castas sociais e raciais da América Latina nas obras do  peruano Mario Vargas Llosa ou  a interpenetração ficção/realidade do argentino José Luis Borges.

A identidade latino-americana encontra-se em sua pluralidade cultural que precisam ser lembradas e vivenciadas na literatura, música, cinema e arte.

 Romero C. Castro e Fernanda Machado