Religião. O homem é por natureza um ser religioso. O termo religião vem do latim que significa: “Religar”, “Atar”. Porém a diversas definições para o termo, como por exemplo: um sistema de ideias de fé e culto, uma organização de crenças e práticas, formando um sistema privado ou coletivo, entre outras definições. Independente de definições, uma coisa é certa, a religião está mais próxima da experiência humana do que se quer admitir.

Poder e religião. O poder está em todas as áreas das relações humanas. A busca pelo poder é uma herança cultural do ser humano e mostra a capacidade de um indivíduo se impor sobre o outro. Destaca-se três aspectos do poder:

  1. Coerção. É o uso da força para a execução das decisões.
  2. Influência. Forma de conseguir com que a ordem seja cumprida através das palavras, pela persuasão.
  3. Autoridade. Reconhecimento que alguém tem poder de determinar coisas.

A religião não é baseada num sistema racional de provas, deste modo, o poder e o uso dele percebe-se também na vida religiosa. Líderes religiosos usam de atitudes coercivas para que suas ordens sejam cumpridas. Usam de retórica com passagens bíblicas sem contextualização para persuadirem as pessoas e também usam de sua autoridade como líder possuidor da verdade para que vejam neles um exemplo de autoridade a ser seguido.

Educação. Quando se fala de educação, o que vem em mente é um processo formalizado de ensino. Mas, não se deve restringir a educação apenas em um sistema formalizado. A educação começa a ser desenvolvida em casa, pelos pais. É importante destacar que o que a escola faz é contribuir para essa educação, que pode ser chamada de um processo de escolarização. A escolarização é a complementação da educação que está sendo dada a partir dos pais e das experiências.

Relação de poder entre religião e educação. Esta relação sempre esteve na história da humanidade. Basta um olhar superficial ao longo da história e notar-se-á que, aqueles que detinham o poder eram aqueles que tinha instrução ou aqueles que faziam parte de um clero religioso. A consciência de muitos destes sempre foram impor sua autoridade para manter o poder. Um exemplo é o período medieval onde a igreja católica romana exercia seu poder de forma coerciva e também as escolas as quais a igreja mandavam, sempre impondo seu poder sobre elas. 

Poder, Religião e Educação

 A vontade de ter poder sempre esteve e sempre estará na consciência humana. A ideia de que precisa está sobre outras pessoas para deter o poder, mostrar sua autoridade é o que motiva as pessoas sempre buscar de alguma forma obter poder. Desta forma, a busca pelo poder vai estar norteando a vida de muitos, de várias maneiras e de diversas formas, será esta busca que motivará as pessoas a fazer o que está em seu alcance. Usando até mesmo da religião e da educação.

 A religião ao logo da história sempre usou de poder para suprimir os direitos dos outros, muitas vezes desvalorizando os valores e as crenças que estes já havia aprendido. Para continuar no poder a religião usou de várias formas, desde o seu discurso persuasivo e criando teorias sem algum fundamento bíblico (falando do cristianismo), para impor certos tipos de medo nas pessoas para que estas não saíssem do seu domínio. A exemplo disso, tem-se a criação de imagens ‘diabólicas’, mostrando um suposto demônio, alguém sendo oprimido pelos demônios, entre outras. Até chegar ao exercício de um poder coercivo, a exemplo, a Inquisição que matou milhares de protestantes, quando estes questionaram a autoridade e o poder do Papa e da igreja, sendo assim, massacrados e mortos. Até mesmo nos primeiros séculos, os cristãos sendo mortos porque não se prostrava perante o imperador, e para continuar mostrando que tinha poder sobre eles, os matavam. Então esta relação de poder e religião não é nada novo. Nos dias atuais, são vários líderes que usam do poder de influência para que sua ordem seja cumprida, principalmente quando o assunto é arrecadar dinheiro. Porém, a palavra de Deus, a Bíblia sagrada ensina na carta do apostolo Tiago: “A religião que Deus, o nosso Pai aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo” (A bíblia da mulher que ora NVI, 2009, p.1301).

Percebe-se no versículo citado que a preocupação do apostolo sobre a verdadeira religião esta na vida social e na pureza moral, isto sim, seria uma religião.

Este poder exercido de forma coerciva e usando o poder da influência também está inserido na educação. Na época da Ditadura Militar, citando como exemplo, os professores ensinavam de modo rígido, onde não havia espaço para erros, eram vistos com medo pelos alunos por conta de sua autoridade. É importante salientar, os professores também eram cobrados de forma rígida por aqueles que estavam no poder. De ambas as partes, o poder era exercido sobre as pessoas de forma ou de outra.

Na atualidade esta relação de poder e educação é vista através de ideologias criadas para fazer dos alunos o que o sistema de educação deseja, se eles desejam criar pessoas alienadas da realidade que os cerca no cotidiano, basta basear as aulas em temas distantes disso, se quiserem formar cidadãos com a mente apenas para o trabalho, certamente irá usar seu poder para propagar mais a educação técnica, e assim por diante. A professores que usam de seu poder em sala de aula para propagar suas próprias ideologias, opiniões. Um exemplo, seria um professor sem religião, que usa da sala um campo de batalha para provar que religião não presta e que são todas falsas e alienadoras, sem o devido respeito aos valores e as crenças dos outros.

Há uma diferenciação de educação e escolarização. A educação é de inteira responsabilidade dos pais, assim como para o povo hebreu sua educação era vinda de casa, o poder exercido na educação tem que ser dos pais. O processo de escolarização é o complemento e o suporte que as escolas dão na formação das crianças. A um exemplo bíblico a ser seguido, no livro de Provérbios está escrito: “Instrui o menino no caminho que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele” (Bíblia de estudo pentecostal, 1995, p.952).

Pode-se concluir que, o poder é usado de maneiras agressivas e desrespeitosas com as pessoas, mas certamente aqueles que detém o poder é que escolhe como usá-lo. O apostolo Tiago deu um exemplo do que seria a verdadeira religião ensinado o poder do amor aos necessitados e o poder de se viver moralmente. Assim como, o outro exemplo bíblico, ensina de onde vem a verdadeira educação, do lar. Que estes exemplos oriente uma sociedade que vive na busca do poder, que busque, mas o poder do respeito e do amor a cada ser humano.