Nesse sentido, são as relações humanas que formam a essência do objeto de conhecimento, pois este só existe a partir de seu uso social. É, portanto a partir de um intenso processo de interação com o meio social, através da mediação feita pelo outro, que se dá a apropriação dos objetos culturais, e através dessa mediação que o objeto de conhecimento ganha significado e sentido. Pois um grupo só se transforma em equipe quando consegue superar problemas que afetam o desempenho do trabalho decorrido de limitações pessoais de convivência e respeito mútuo, o feedback, conduz a trocas autênticas e a identificação com certos relatos textuais e experiências os tornam reais.
 
Educar é colaborar para que professores e alunos - nas escolas e organizações - transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem, á ajudar os alunos na construção da sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional - do seu projeto de vida, no desenvolvimento das habilidades de compreensão, emoção e comunicação que lhes permitam encontrar seus espaços pessoais, sociais e profissionais e tornarem-se cidadãos realizados e produtivos. Pois, segundo as experiências escritas nos textos educamos de verdade quando aprendemos com cada coisa, pessoa ou idéia que vemos, ouvimos, sentimos, tocamos, experienciamos, lemos, compartilhamos e sonhamos; quando aprendemos em todos os espaços em que vivemos - na família, na escola, no trabalho, no lazer etc.
 
O ponto importante observado foi o das diversas formas de interação entre as professoras e os alunos, para a construção da auto-estima e da autoconfiança, influindo diretamente no processo de aprendizagem. Freqüentemente detectados nas interações, sentimentos de acolhimento, simpatia, respeito e apreciação. Da mesma forma, os textos evidenciaram sentimentos de compreensão, aceitação e valorização do outro.
 
Educamos aprendendo a integrar em novas sínteses o real e o imaginário; o presente e o passado olhando para o futuro; ciência, arte e técnica; razão e emoção. Ensinar/educar é participar de um processo, em parte, previsível - o que esperamos de cada criança no fim de cada etapa - e, em parte, aleatório, imprevisível. A educação fundamental é feita pela vida, pela reelaboração mental-emocional das experiências pessoais, pela forma de viver, pelas atitudes básicas diante da vida e de nós mesmos. A avaliação do ensino mostra-nos se aprendemos alguns conteúdos e habilidades, os resultados da educação aparecem em longo prazo, quanto mais avançamos em idade, mais claramente mostramos até onde aprendemos de verdade, se evoluímos realmente, em que tipo de pessoas nos transformamos, são poucos os modelos vivos de aprendizagem integradora, que junta teoria e prática, que aproxima o pensar do viver.

O autoritarismo dentro do meu ambiente de trabalho faz parte da maior parcela das nossas relações humanas interpessoais, grupais e organizacionais, pois espelha o estágio atrasado em que nos encontramos individual e coletivamente em termos de desenvolvimento humano, de equilíbrio pessoal, de amadurecimento social, somente podemos educar para a autonomia, se houver liberdade com processos fundamentalmente participativos, interativos, libertadores, e que respeitem as diferenças, que incentivem que apóiem orientados por pessoas e organizações livres.  Pois, educador autêntico é humilde e confiante, mostra o que sabe e, ao mesmo tempo, está atento ao que não sabe, ao novo, mostra para o aluno a complexidade do aprender, a nossa ignorância, as nossas dificuldades. Ensina, aprendendo a relativizar, a valorizar a diferença, a aceitar o provisório.
 
Aprender é passar da incerteza a uma certeza provisória que dá lugar a novas descobertas e a novas sínteses. Aprendemos quando equilibramos e integramos o sensorial, o racional, o emocional, o ético, o pessoal e o social. Aprendemos pelo pensamento divergente, por meio da tensão, da busca, e pela convergência - pela organização, pela integração, pela concentração em temas ou objetivos definidos ou pela atenção difusa, quando estamos de antenas ligadas, atentos ao que acontece ao nosso lado, aprendemos quando perguntamos, questionamos, quando interagimos com os outros e o mundo e depois, quando interiorizamos, quando nos voltamos para dentro, fazendo nossa própria síntese, nosso reencontro do mundo exterior com a nossa reelaboração pessoal.
 
Finalmente aprendi a compreender, pois conhecer é saber, é desvendar, é ir além da superfície, do previsível, da exterioridade, conseguimos compreender melhor o mundo e os outros, equilibrando os processos de interação e de interiorização. Na verdade, são as experiências vivenciadas com outras pessoas é que irão marcar e conferir aos objetos um sentido afetivo, determinando, dessa forma, a qualidade do aspecto internalizado.