Apesar da enorme produção de riquezas que o mundo hoje produz, o Relatório da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad) recentemente publicado mostra que nos últimos 30 anos, o número de pessoas que vivem com menos de US$ 1,00 duplicará nos países menos desenvolvidos ou periféricos. E, em nível global, segundo o Banco Mundial, (11/2008), há cerca de 1,4 bilhão de pessoas que vivem com menos de US$ 1,25por dia.
Atualmente, milhões de pessoas ao redor do mundo morrem silenciosamente à revelia dos governos nacionais. A maioria delas, vítimas da falta de política pública que lhes garantam ao menos direitos básicos de sobrevivência, tais como saneamento, água potável, alimentação, moradia, saúde e educação.


1-População mundial que passa fome: 850 milhões em 2007; 925 milhões em 2008;
2- Necessidades de investimentos: 30 bilhões por ano;
3- 2% detêm mais da metade da riqueza mundial. (ONU, 2006).


Segundo o CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe), 10,9%dos brasileiros (em 2006) ainda são considerados indigentes. Em relação a outros países da América Latina, o Brasilestá em 5º lugar entre os menores índices de indigência, atrás apenas do Uruguai, Chile, Costa Rica e Argentina. No referido continente,o país com o maior índice é Honduras, com 53,9%, que vem seguido do Paraguai, com 32,2% (em 20006).
No Brasil a situação já teve pior,nos últimos 10 anos, o número de pobres no país diminuiu em 15%. Apesar deste ponto positivo, os:
? 10% mais ricos detêm 75% da renda nacional;
? 90% mais pobres compartilham 25%.
? 60 milhões de famílias: 5 mil famílias ficam com 45% da renda e riqueza nacional.
? 4 cidades concentram 80% de todas as famílias ricas no Brasil: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
(Fonte: Le Monde Diplomatique Brasil ? Out. 2007)

Em toda América Latina e Caribe, 39,8% da população se encontrava em situação de pobreza, o que representava cerca de 209 milhões depessoas e 15,4% - 81 milhões - em situação de pobreza extrema. Os números apontam para a quedade quatro pontos percentuais em relação a 2002, ano em que a porcentagem chegou a 44% de pobres e 19, 4% de indigentes na região.

Relatórios do Banco Mundial afirmam que 73% da população mundial detêm apenas 15% da riqueza produzida no planeta.

A OIT (Organização Internacional do Trabalho) revela que quatro em cada dez trabalhadores do mundo são pobres. Das 3 bilhões de pessoas empregadas, 1,3 bilhão ganha até US$ 2,00 diários e 489,7 milhões ganham menos de US$ 1 por dia. (23/01/2008)
O Banco Mundial (Bird) afirmou que o número de pobres no mundo é o menor desde 1987. O forte crescimento econômico chinês contribuiu para a redução dos números absolutos de pobres. Cerca de 2,56 bilhões de pessoas viviam com menos de US$ 2,00 ao dia em 2004. Segundo o relatório Indicadores de Desenvolvimento Mundial, divulgado em Washington, cerca de 986 milhões de pessoas em todo mundo ainda vivem com menos de US$ 1 ao dia, critério de definição da pobreza extrema. O banco nota, entretanto, que mesmo nos países que reduziram os níveis absolutos de pobreza, a desigualdade cresceu.
A discrepância surge do fato do indicador de um dólar por dia ser inadequado em algumas regiões. Na América Latina, por exemplo, a Comissão Económica para a América Latina e Caribe (ECLAC) usa a medição de dois dólares diários para definir a linha de pobreza extrema, enquanto nos Estados Unidos da América esta está estimada em 12 dólares diários. Considerando o valor do dólar em 11/2007 (R$ 1,74), quem sobrevive no EUA com US$ 360,00 ? equivalente a R$ 650,76 é classificado na linha de pobreza extrema. Imagine isso comparado ao salário mínimo no Brasil, de R$ 520,00, ou US$: 297,14 dólares)*.
Lisboa e Montevideo, 13 de Setembro de 2005 *cotação de 08/2010
A proporção mundial de pessoas em extrema pobreza - que vivem com menos de US$ 1 dólar por dia - caiu pela metade entre 1981 e 2004, passando de 40,6% para 18,4%, de acordo com o relatório Indicadores do Desenvolvimento Mundial 2007, divulgado pelo Banco Mundial (Bird).
No Brasil, segundo o relatório, 7,5% da população vivia com menos de US$ 1 por dia em 2004, e 21,2% com menos de US$ 2.
Quando considerada a faixa das pessoas que vivem com menos de US$ 2 dólares por dia, os avanços mundiais são menores. A queda foi de 60,8% para 47,7% da população global entre 1990 e 2004. O número total de pessoas nessa condição passou de 2,64 bilhões em 1990 para 2,55 bilhões em 2004 - quase a metade da população do mundo em desenvolvimento.
Cerca de 14,2% da população global passa fome (o que corresponde ao estimativo de 925 milhões de pessoas).
Segundo a FAO, o preço do alimento no mundo mais que dobrou em 5 anos. Isso afetou principalmente os cerca de de 1,4 bilhão que ganham menos de 1, 25 por dia.
Para a ONU, se a escalada de preços continuar dos alimentos persistir, mais de 100 milhões de pessoas podem ser arrastadas para baixo da linha de pobreza no mundo.
2,5 bilhão de pessoas no mundo não tem acesso a saneamento básico e a água potável ? ou seja, cerca de 40% da população mundial, estimada hoje em 6,5 bilhões.


China

A China é um dos destaques do relatório, o qual reduziu o percentual da população em extrema pobreza de 63,8% em 1981 para 9,9% em 2004. No período, o número de chineses nessa condição passou de 634 milhões para 128 milhões; - A China fez a enorme diferença para a redução mundial. Apesar da diferença, por trás do salto chinês estão as grandes corporações transnacionais: Em território chinês trabalham 12 mil empresas americana; 6 mil europeias e 3 mil japonesas. Em conclusões, a China produz com capitais terceirizados de países centrais. É uma economia totalmente voltada para a exportação. (apud GODEIRO at al. 2007).
Se forem excluídos os dados da China, o número de pobres no mundo em 2004 permanece praticamente o mesmo de 1981 (857 milhões de pessoas).
A desigualdade social se agravou na América Latina, apesar de muitos países terem governos considerados de esquerda, afirma o padre David Gutierrez, porta-voz da Conferência Episcopal Latino-Americana (Celam).
Na avaliação de Gutierrez, a globalização e a economia neoliberal agravaram as condições da população mais pobre; para o mesmo,governos de esquerda provocaram desilusão.
Na entrevista (ao estadão.com.br, em 8/09/2008), a ministra Dilma Rousseff afirma: "Essa história de neoliberalismo valia para nós, somente para nós. Vocês (jornalistas) estão descobrindo um pouco tarde" - no sentido de denunciar o leite já derramado, e o patrimônio da nação entregue na onda neoliberal do "privatizar" onde lobistas e traidores da pátria faturaram alto e ficaram impunes.
Afinal, o neoliberalismo foi uma estratégia recomendada pelo chamado Consenso de Washington que, segundo então diziam seus seguidores, aceleraria o crescimento econômico nos países que o adotassem.
"A aplicação de muitas medidas neoliberais fez com que as desigualdades entre ricos e pobres se tornassem mais profundas em muitos países da América Latina", afirma. "Este é um tema constante nas reuniões dos bispos do continente."O cerne da política neoliberal, numa perspectiva de "estado mínimo" através de ação privatizante de empresas estatais ? equivale tirar dessas empresas as riquezas e seu usufruto de toda uma nação e colocá-las em poder de grupos corporativos, e por trás destes, "grandes figuras políticas" (pessoas físicas) que se escondem nas jurídicas. Cuja finalidade, entre outras, éa consolidação do sistema capitalista, pois esses bens são colocados em poder do setor privado, tornando remota a possibilidade de um sistema socialista, tal fato é como uma faca de dois gumes, contribuindo também, para a concentração de renda e subdesenvolvimento. Exemplo: Vale do Rio Doce, Telebrás e outras estatais ?em cujas tentativas de CPIs, diante de evidências de fraudes, viraram pizza (grifo meu).
Sanders observou que as políticas neoliberais do FMI desenvolvidas nos anos 1980, empurrando os países em direção ao livre comércio sem restrições, à privatização e ao corte abrupto das redes de segurança social foi um desastre para a América Latina e contribuiu para o crescimento da pobreza em todo o mundo. Ao mesmo tempo em que certos países da América Latina, como o Brasil e a Argentina seguiram essas políticas neoliberais impostas pelo FMI, de 1980 a 2000, a renda per capita na América Latina cresceu a somente um décimo da taxa das duas décadas anteriores.
Houve quem denominasse a Idade Moderna de "Idade dos Mendigos", pois a ascensão da burguesia também gerou a pobrezae a desclassificação social. Relações similares ocorre com as privatizações, onde grupos privados (com reduzido números de indivíduos detentores ? correspondentes a burguesia) possuem e usufruem as altas rendas que iriam suprir toda uma Nação em seus indicadores de pobreza, desigualdade social e geração de recursos para promoção de políticas públicas.
Você sabia que...
É consideradapobre nos Estados Unidos a pessoa cujo rendimento anual for de US$ 19.157 (R$ 45.900) ou menos. (2/2005)

Imagineo Brasil, onde a renda per capita é de US$ 4.289, (equivalente a R$ 9.564,47) .
A pobreza não diminuiu apesar dos compromissos assumidos pelos líderes mundiais na Cimeira do Milênio em 2000. Pelo contrário, aumentou em várias regiões, de acordo com o relatório Social Watch 2005.
O critério de menos de um dólar por dia foi estabelecido pelo Banco Mundial como a linha internacional para a pobreza extrema.
Segundo a sua própria definição, o Banco Mundial estima que existe 1.3 bilhão de pobres no mundo. Contudo, o Social Watch avisa que se as definições nacionais de pobreza fossem usadas em vez da "linha internacional para a pobreza extrema", pelo menos mais 500 milhões de pessoas dos países de rendimentos médios e altos seriam adicionadas ao número total de pobres no mundo.
A discrepância surge do fato do indicador de um dólar por dia ser inadequado em algumas regiões. Na América Latina, por exemplo, a Comissão Econômica para a América Latina e Caraíbas (ECLAC) usa a medição de dois dólares diários para definir a linha de pobreza extrema, enquanto nos Estados Unidos da América esta está estimada em 12 dólares diários.
A equipe de investigação do Social Watch chegou a uma conclusão de que a pobreza extrema não está a diminuir e na realidade está a aumentar em África, América Latina, Médio Oriente e Europa do Leste e grande parte da Ásia onde o progresso se concentra no Vietname, Índia e China.
Lisboa e Montevideo, 13 de Setembro de 2005
Em algumas regiões, principalmente na África, parte da população já tem um consumo diário de apenas 57 centavos de dólares, enquanto um cidadão suíço gasta por dia US$ 61,9. Nos anos 70 cerca de 56% da população africana vivia com menos de US$ 1,00, hoje este valor é de 65%. A pobreza está a aumentar, em vez de diminuir. (Junho de 2002).
O diretor-geral da FAO (World FoodandAgricultureOrganizations)afirma que, apesar da importância estratégica da agricultura para combater esta situação, nos últimos 10 anos o crescimento do setor agrícola no continente foi fraco, alcançando apenas 2,7% no ano 2000. Um dos fatores que impede o crescimento da mesma, deve-se à concorrência dos países mais desenvolvidos, cuja agricultura é fortemente subsidiada pelos respectivos estados, no sistema mecanizado (o que proporciona uma produção em larga escala e preços competitivos).

Brasil quase atinge meta da ONU para redução da pobreza

Rio de Janeiro - Agência Brasil, 19/09/2007


Ao reduzir de 35% para 19,31%, entre 1993 e 2006, o percentual de pobres entre os brasileiros, no período de 1993 a 2006, o Brasil quase atingiu, em metade do tempo previsto, uma das Metas do Milênio fixadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) - a de reduzir a pobreza no mundo à metade em um prazo de 25 anos. Diante desta baixa, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e a Fundação João Pinheirodivulgaram que:
O indicador que mais contribuiu para reduzir a desigualdade social no País foi o aumento de matrículasno ensino fundamental. A educação teve papel particularmente importante para o progresso dos municípios de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), explicou o coordenadortécnico do Atlas, Ricardo Paes de Barros ? as cidades com menos de 50 mil habitantes foram as que mais melhoraram a qualidade de vida da população.
Olhando a distribuição de renda, os 50% mais pobres cresceram o seu bolo em 12% e os 10% mais ricos em 7,8%. Ou seja, o bolo cresceu para todos, mas com mais fermento entre os mais pobres.

Existem vários fatores que poderão aniquilar o capitalismo da mesma forma com que o comunismo foi varrido da antiga União Soviética. O mais importante deles refere-se ao fato de que quase dois terços (66,66%) da humanidade vivem com menos de US$ 2,00 por dia. Isso significa que 3,5 bilhões de pessoas vivem em um estado de pobreza. No Brasil, um quarto da população vive abaixo da linha da pobreza.

Os 10 países em pior posição segundo o ICB(International Business Comunication) são, em ordem ascendente, Chade, Etiópia, Ruanda, Guiné-Bissau, Níger, Madagascar, Bangladesh, Burundi, Laos e Paquistão. E os melhores situados são Suíça, Suécia, Portugal, Holanda, Nova Zelândia, Noruega, Luxemburgo, Japão, Islândia e Grécia, em ordem descendente.