Introdução

A Província de Tete, o “El Dorado da actualidade em Moçambique”, tem sido palco de desenfreadas corridas pela pesquisa e exploração de recursos naturais. A língua como o veículo de comunicação mais usado nas relações interpessoais tem jogado um papel preponderante no que concerne a facilidade com que se pode abordar a questão de pedido de permissão por parte das autoridades tradicionais para que estas actividades de pesquisa e exploração sejam levadas a cabo. 

O papel dos tradutores e intérpretes nem tem tido o impacto desejado pois algumas palavras e expressões usadas numa língua nem sempre encontram a forma directa de tradução e na maior parte dos casos, os intérpretes não tem o conhecimento científico que vem com os pesquisadores e exploradores dos recursos naturais. No caso específico da Província de Tete, a maior parte das empresas envolvidas na pesquisa e prospecção destes recursos vem de países falantes da Língua Inglesa e as comunidades onde esta pesquisa decorrerá, somente terá que depender dos serviços de um intérprete. 

O presente curso de Nhúngue tem como finalidade equipar os não falantes desta língua com as ferramentas básicas que visem ajudar na comunicação e interacção  entre os pesquisadores e as comunidades locais sem que contudo confira aos seus graduados determinados níveis de ensino da Língua Nhúngue. No âmbito da introdução deste curso, uma das áreas curriculares na estrutura curricular do Ensino Secundário Geral do primeiro ciclo, foi a área de Comunicação e Ciências Sociais sendo constituída “pelas disciplinas de Língua Portuguesa, Línguas nacionais (Língua Nhúngue), Língua Inglesa, Língua Francesa, História, Geografia e Artes Cénicas.” (PCESG, 2007:36-43) 

Ao longo de qualquer processo sempre têm-se notado avanços bem como atropelos e a partir das observações feitas e algumas auscultações realizadas pode-se notar que do trabalho que está sendo realizado até ao momento, apesar de estarem a ser registadas melhorias significativas, esta área ainda continua a enfrentar os seguintes constrangimentos em termos de abordagem curricular: 

(i) falta de pessoal devidamente treinado, optando-se geralmente pelo improviso;

(ii) tradução e interpretação generalizada, não incidindo directamente nos aspectos técnicos da pesquisa mineira;

(iii) processo de tradução e interpretação exclusivamente centrado no tradutor e intérprete;

(iv) predomínio de um clima de trabalho dogmático, visto que com a falta das bases da língua local, os estrangeiros nada podem fazer para contrariar o intérprete.

(v) grande falta de material bibliográfico, tal é o caso de gramáticas e dicionários de Inglês-Nhúngue e vice-versa e outros;

(vi) falta de pessoal qualificado para leccionar as línguas locais e neste caso específico, o Nhúngue;

(vii) deficiente implementação das técnicas de interpretação devido à falta de treinamento profissional. 

Há sensivelmente dez anos que têm sido levadas à cabo actividades de pesquisa e prospecção de recursos minerais, já se fazem sentir os primeiros megaprojectos nesta área. Sendo a comunidade parte integrante deste processo, sente-se que deve-se dar o devido valor às suas opiniões e pontos de vista e isto só pode ser feito através da participação activa por meio de intérpretes que criem o esperado elo de ligação entre as comunidades e os investidores. É só com a participação activa da comunidade nos processos que envolvem tomada de decisão em relação ao futuro das próprias comunidades que pode ser feito o aproveitamento racional e participativo. Os residentes das comunidades devem participar activamente na vida política, económica e social do país contribuindo deste modo para a integração e participação efectiva na vida do país, conforme se refere no Plano Curricular do Ensino Secundário Geral (2000:21). 

O Curso de Nhúngue (Língua Local) para Estrangeiros envolvidos na Pesquisa de Recursos Minerais na Província de Tete como parte integrante da massificação do ensino bilingue e guiado pelas Bases e Directrizes Curriculares para os cursos de curta duração embarcou neste processo de ensino e aprendizagem de modo a tornar a língua Nhúngue mais acessível e utilizada tanto pelos estrangeiros na busca pelas respostas dos desafios da internacionalização da economia e do desenvolvimento nacional face à descoberta de enormes jazigos de recursos naturais com particular destaque para os recursos minerais. 

O presente Plano Geral do Curso de Nhúngue (Língua Local) para Estrangeiros envolvidos na Pesquisa de Recursos Minerais na Província de Tete está subdividido nas seguintes áreas: Objectivos;  Competências; Designação do Curso; Requisitos de acesso; Perfil profissional; Perfil do graduado; Duração do curso; Organização do curso; Áreas de concentração do curso; Plano de estudos;  Avaliação; Conclusão do Curso; Instalações e equipamentos existentes; Corpo docente e técnico-administrativo existente; Análise de necessidades; Conclusão e Referências Bibliográficas. 

            1.0  Objectivos do Curso

 

Este curso têm o objectivo de habilitar os não falantes do Nhúngue a responder aos desafios e exigências mais recentes da área da pesquisa mineira bem como em outros sectores de trabalho onde é exigido o uso desta língua, proporcionando assim o “know-how” básico no uso da língua Nhúngue em aspectos sociais e profissionais. Com vista a alcançar estes objectivos terá que trabalhar-se afincadamente e com o auxilio de tecnologias tomando em consideração aquilo que são as formas implementação das estratégias do currículo actual em uso no nosso país, todos estes factores vão contra aquilo que são

                                                                 “as ideias de que o aluno pode aprender de

                                                                  forma mais eficiente estudando individualmente,

                                                                 através de materiais e meios de ensino

                                                                 desenvolvidos  a partir do movimento que se

                                                                 convencionou chamar de “Tecnologia de

                                                                Educação”” (Moreira, 1997:101).

             

1.1 Objectivos Gerais do Curso

Neste curso, constituem objectivos gerais os seguintes:

-   formar a nível de curta duração, utentes da língua Nhúngue para as diferentes tarefas exigidas no contacto com as comunidades nas áreas de trabalho relacionadas com pesquisa de recursos naturais na Província de Tete.

 

-   habilitar os utentes de língua Nhúngue  a responder aos desafios e exigências mais recentes da área da pesquisa mineira bem como em outros sectores de trabalho onde é exigido o uso desta língua responder aos desafios e exigências mais recentes da educação e de outros sectores de trabalho, proporcionando assim o “know-how” básico no uso da língua Nhúngue em aspectos sociais e profissionais.

 

-   proporcionar aos intérpretes de Nhúngue - Inglês e vice-versa que possuam as seguintes competências gerais:

  1. conhecer e dominar os conteúdos básicos da língua Nhúngue, adequando-a  às actividades profissionais que vão ser desenvolvidas na indústria mineira, com particular destaque para a pesquisa e prospecção de recursos minerais;
  2. saber fazer uso da língua Nhúngue de forma integrada, resolvendo problemas e aplicando conhecimentos bem como na produção de resultados concretos e satisfatórios;
  3. ser utente da língua Nhúngue e responder às preocupações dos falantes proficientes da língua Inglesa;
  4. utilizar a língua Nhúngue para manter-se no elo de ligação entre s comunidades possuidoras dos recursos minerais e os investidores que estão numa fase de pesquisa desses mesmos recursos;
  5. usar resultados de cada intervenção de interpretação para melhorar a sua prática profissional;
  6. saber dar respostas ao problema de falta de criatividade face à solução de problemas relacionados com a disparidade entre os termos técnicos e expressões específicas da área de mineração com as palavras existentes no vocabulário da língua Nhúngue;
  7. trabalhar em equipe, privilegiando a partilha de saberes e das experiências entre os pesquisadores, as comunidades locais e os intérpretes;
  8. estar sensibilizado para a necessidade de actualizar o vocabulário duma língua em relação à outra pois tantas palavras técnicas em Inglês não têm tradução directa em Nhúngue dando assim mais valia à aprendizagem permanente e ao longo da vida;
  9. valorizar as línguas moçambicanas em geral e o Nhúngue em particular;
  10. promover o respeito pelos valores tradicionais.

 

1.1.1 Objectivos Gerais para os Falantes Proficientes da Língua Nhúngue

Os falantes proficientes da língua Nhúngue têm a difícil tarefa de fazer com que todas as intenções e expectativas dos pesquisadores se tornem realidade pois estes são a ponte que liga os interesses financeiros dos investidores aos titulares das terras onde se encontram os recursos minerais.

Assim sendo, cabe à estes intérpretes, preparar as bases para que o investimento na indústria mineira seja uma realidade e que porconseguinte, as comunidades se beneficiem dos ganhos que estes investimentos trazem ao país.

No final deste curso,  os falantes proficientes da língua Nhúngue devem ser capazes de:

(i)                 Comunicar fluentemente em língua Nhúngue;

(ii)               Comunicar num nível elementar em língua Inglesa;

(iii)             Estar em altura de utilizar diferentes tipos de linguagens com vista ao alcance dos resultados preconizados;

(iv)             Usar estratégias de tradução e interpretação baseadas no contexto em casos de palavras inexistentes em língua Nhúngue.

 

1.1.2 Objectivos gerais dos falantes proficientes da língua Inglesa

Os falantes proficientes da língua Inglesa são os portadores dos interesses financeiros e económicos com vista a tornar o investimento numa realidade. Estes querem integrar-se na indústria mineira partindo dos resultados das pesquisas e caso não haja resultados satisfatórios na pesquisa, estes podem retrair os investimentos. Sendo estes os mais interessados com os resultados das pesquisas, eles têm o nobre dever de fazer com que trabalhar de lado a lado com os intérpretes e com as comunidades locais com vista a ter certeza de que o que se pretende é o que se está sendo exigido das comunidades.

No final deste curso,  os falantes proficientes da língua Inglesa devem ser capazes de:

(i)                 Comunicar em língua Nhúngue de tal maneiras que consigam interagir em diferentes situações de comunicação;

(ii)               Reconhecer os diferentes gestos dos residentes das comunidades locais com particular destaque par os que denotam choque de sensibilidades;

(iii)             Manifestar sentimentos de trabalho em equipe e desenvolver o espírito de tolerância e acomodação em casos de conflitos que advenham de determinados mal-entendidos;

(iv)             Garantir que sejam entendidos e interpretados devidamente visto que muitas vezes têm havido choques culturais.

2.0  Competências

O presente  curso de formação de curta duração deverá proporcionar aos formandos um conjunto de competências que têm como finalidade auxiliar os formandos com as ferramentas necessária para que se faça o uso da língua Nhúngue nos contextos especificamente previstos que têm como alvo principal a indústria mineira na sua vertente de pesquisa e prospecção. De acordo com Freitas (2001: 13) “neste mundo pós-moderno em que vivemos, da globalização, a circulação de pessoas entre países tornou-se frequente” e isto vem secundar a necessidade de interacção e cooperação entre os povos. Assim sendo, espera-se que sejam munidos das competências necessárias no uso da língua Nhungue e os formandos deverão possuir as seguintes competências consideradas indispensáveis:

a)      comunicação nas línguas moçambicanas, o Nhúngue em particular e Inglesa, adequando-as  às actividades profissionais que vão desenvolver;

b)      desenvolvimento de uma estrutura do raciocínio de uma forma lógica e coerente;

c)      estar sensibilizado para a necessidade de actualizar o vocabulário duma língua em relação à outra pois tantas palavras técnicas em Inglês não têm tradução directa em Nhúngue dando assim mais valia à aprendizagem permanente e ao longo da vida;

d)     valorizar as línguas moçambicanas em geral e o Nhúngue em particular;

e)      aplicar os conhecimentos em actividades que visem melhorar a vida das comunidades e desenvolvimento do país;

f)       ser proficiente em língua inglesa   ter um nível de uso de língua Nhuúngue que seja apropriado para diferentes situações de comunicação com particular destaque para as situações que requerem busca de soluções para os problemas envolvendo a comunidade e os pesquisadores;

g)      utilizar a língua Nhúngue para manter-se no elo de ligação entre s comunidades possuidoras dos recursos minerais e os investidores que estão numa fase de pesquisa desses mesmos recursos;

h)      fazer uso de recursos de tecnologias de informação e comunicação como veículos que possam facilitar o trabalho das partes envolvidas no processo de pesquisa e prospecção de recursos através da produção, armazenamento e uso em tempo devido da informação ai contida;

 

3.0  Designação do Curso & Requisitos de Acesso

3.1  Designação do Curso

O presente curso terá a seguinte designação “Curso de Nhúngue (Língua Local) para Estrangeiros envolvidos na Pesquisa de Recursos Minerais na Província de Tete.”

 

3.2  Requisitos de Acesso

O acesso ao curso será feito através de um concurso documental e seguir-se-á uma fase posterior de entrevistas. Os apurados serão notificados e contactados para tomarem conhecimento dos futuros procedimentos.

É de realçar que poderão candidatar-se à frequência deste curso as pessoas que reúnam os seguintes requisitos:

a)      Graduados da 10ª classe do Ensino Segundário Geral;

b)      Graduados com o grau de equivalência da 10ª classe do Ensino Secundário Geral;

 

4.0  Perfil Profissional do Graduado

O Curso de Nhúngue (Língua Local) para Estrangeiros envolvidos na Pesquisa de Recursos Minerais na Província de Tete visa proporcionar aos estudantes uma formação teórica de base e conhecimentos práticos que permitam ao finalista conhecer as áreas relevantes no uso da língua Nhúngue face à língua Inglesa no concernente ao uso de técnicas de tradução e interpretação duma língua para outra e vice-versa.

 

4.1  Tarefas Ocupacionais

As principais tarefas ocupacionais do finalista do curso de Língua Nhúngue para estrangeiros envolvidos na pesquisa de recursos minerais  são:

- aplicar os conhecimentos da Língua Nhúngue face à língua Inglesa no processo de pesquisa e prospecção de recursos minerais como intermédio na facilitação da comunicação.

- participar em actividades laborais que visem usar as duas línguas para melhorar o intercâmbio e promover um clima de entendimento e colaboração no trabalho pois só unidas, as pessoas poderão ultrapassar as barreiras e trabalhar em prol do desenvolvimento individual e colectivo;

- trabalhar em sectores administrativos e logísticos relacionados com a pesquisa e prospecção de recursos minerais na Província de Tete;

- participar em projectos de pesquisa e prospecção de minerais.

 

4.2   Sectores de Trabalho

Os sectores de trabalho do finalista do curso de Língua Nhúngue para estrangeiros envolvidos na pesquisa de recursos minerais  são:

- comunidades falantes da língua Nhúngue onde estejam a decorrer trabalhos de pesquisa e prospecção de minerais;

- gestão e administração de projectos envolvidos na pesquisa e prospecção de minerais;

 - coordenação de órgãos e sectores administrativcos e logísticos relacionados com a pesquisa e prospecção de minerais na Província de Tete.

                                                                                  

5.0 Duração & Organização do curso

5.1  Duração do curso

O  curso de Nhúngue (Língua Local) para Estrangeiros envolvidos na Pesquisa de Recursos Minerais na Província de Tete tem a duração de seis meses (dois trimestres) correspondentes a 120 horas no total.

 

5.2   Organização do curso

A organização curricular do curso de Nhúngue (Língua Local) para Estrangeiros envolvidos na Pesquisa de Recursos Minerais na Província de Tete segue um modelo integrado em que serão apresentadas todas áreas do curso simultaneamente. O primeiro semestre será a base de formação envolvendo muita teoria e o segundo será a consolidação dos conceitos e aprendizado duma forma prática.

Só transitam para a segunda fase os estudantes que tiverem conseguido aprovar com êxito a avaliação dada no final da primeira fase. Sendo a primeira fase mais teórica, exige-se que até ao final desta faz, os estudantes tenham adquirido as base para passarem para a fase seguinte que é de carácter mais prático.

 

6.0  Avaliação & Conclusão do Curso

6.1  Avaliação

No primeiro trimestre a avaliação será basicamente teórica e no segundo, a avaliação irá cingir-se mais nos aspectos práticos. Ao longo dos dois trimestres será notável o carácter contínuo e sistemático das avaliações, sendo com o objectivo principal de alcançar-se o preceituado pelas avaliações sumativas e formativas.

 

6.2  Conclusão do Curso

A conclusão do curso será feita mediante a realização de dois trabalhas sendo um de índole teórica e o outro de carácter prática. Também poderá ser aceite como alternativa de conclusão um estágio numa das instituições de pesquisa e prospecção mineira.

 

7.0  Análise de Necessidades

A implementação do presente plano geral do curso exigirá uma entrega total por parte de todas as pessoas que estarão envolvidas e a aquisição de recursos humanos, materiais e de infra-estruturas serão os pontos a ser tomados em consideração ao longo do curso . Assim, face a esta nova realidade que será um curso de língua local para estrangeiros e não só, estar-se á perante uma realidade que exige novos desafios face a globalização e as tendências actuais da ciência e tecnologia na área de pesquisa e prospecção de recursos minerais.

                                              “Toda reforma educacional fundada na maior autonomia e            

                                                responsabilidade dos autores locais implica admitir a  

                                               necessidade de um grau mais elevado de personalização

                                              dos serviços. Quanto a isso, é preciso reconhecer que há

                                              uma tendência geral a supor que apenas os países

                                              desenvolvidos ou as camadas sociais medias ou altas dos

                                              países em desenvolvimento tem condições de adoptar essas

                                              estratégias.” (Delors, 2005)

Do acima exposto, fica explicito que em parte, coexistem, nos países em vias de desenvolvimento, processos de diferenciação e processos e igualdade. Esta não deve ser uma desculpa para não abraçar-mos as novos desafios, mas sim, deve ser mais um motivo para pensarmos em formas mais viáveis de trazer as tecnologias às comunidades locais de tal maneiras que haja uma interacção entre os investidores e os possuidores dos recursos naturais, desta feita, os recursos minerais.

 

Assim são listados alguns de entre outros meios básicos à vigência deste plano geral do curso de Nhúngue: recursos humanos e recursos materiais (bibliografia, espaços, meios áudios-visuais e consumíveis, serviços e outros).

 

7.1  Recursos Humanos

Os recursos humanos, particularmente o corpo docente, serão contratados e prioridade na contratação será dada aos naturais que reúnam os requisitos necessários para o exercício da funao. Assim, há uma necessidade de se trabalhar no sentido de se encontrar docentes e formadores qualificados com vista a trazer os resultados que tanto s anseiam.

           

7.2  Recursos Materiais

7.2.1  Bibliografia

- Bibliografia básica actualizada para as disciplinas de Nhúngue e Inglês, segundo a orientação dada nos planos  temáticos;

-  Dicionário de Inglês-Inglês

-  Dicionário de Inglês-Português

-  Dicionário Português-Inglês

-  Dicionário Nhúngue-Português

-  Dicionário Português-Nhúngue

            -  Gramática de Língua Nhúngue, 

-  Gramática de Língua Portuguesa

-  Gramática de Língua Inglesa.

 

7.2.2  Espaços

Duas salas de aulas devidamente mobiladas  com cadeiras/carteiras e uma secretária para o escritório bem como cacifos e um computador para docentes. Temos mais uma chamada de atenção em relação ao espaço pois segundo Hook & Rosenshine (1979),

                                                         “os professores tem uma visão imperfeita de como é

                                                           a sua actuação na sala de aulas, convindo assim

                                                           confrontar a opinião do docente com a visão que o

                                                           aluno tem do ambiente de ensino pois uma

                                                          compreensão mais acurada da dinâmica da sala de

                                                          aulas deve estar apoiada  tanto no ponto de vista do

                                                          professor como no do aluno.”

           

7.2.3  Meios Audiovisuais

Numa primeira fase, o curso irá contar com um  CD player. Em Moçambique, podemos usar outras formas de Tecnologias de Informação e Comunicação já que se diz que as formas em uso actualmente acarretam despesas exorbitantes e isto faz com as tecnologias e os processos educacionais se distanciem. Poderia-se pensar em tecnologias consideradas tradicionais como é o caso de rádio e televisão que segundo Rockman & Burke (1985),           

                                                    “quanto ao seu uso comercial, como forma de

                                                     entretenimento e acesso as informações de carácter

                                                     geral, o rádio e a televisão são midias bem

                                                     conhecidas mas o seu uso em processos educacionais,

                                                     ate ao momento , tem sido limitado, se considerarmos

                                                     o grande potencial representado por estas midias.”

           

7.2.4   Consumíveis, Serviços e Outros

            Um computador ligado à Internet e a impressora;

            -  Actualização de contratos de telefones(fixos e móveis) e  internet;

            - Compra de bens a serem usados para o pleno funcionamento do curso;

            -  Arrendamento de instalações para o funcionamento da instituição(salas e escritório);

            -  Uma impressora multifuncional (impressora, fotocopiadora e fax);

 

Conclusão

A elaboração do presente plano Geral do Curso de Nhúngue (Língua Local) para Estrangeiros envolvidos na Pesquisa de Recursos Minerais na Província de Tete envolveu a participação de várias individualidades envolvidas na pesquisa e prospecção de recursos minerais dentre os quais pesquisadores, membros da comunidade local e intérpretes, muitos dos quais sem formação prévia e com técnicas de improviso durante o seu trabalho no dia a dia.

            Ao longo do processo foi notória a participação activa de todos os envolvidos visto que os pesquisadores sentem-se lesados por não estarem a ter os resultados que esperam e em contrapartida, os intérpretes sentem que estão a dar o seu melhor para fazer com que os pesquisadores tenham os resultados desejados. A comunidade, portadora dos jazigos ricos em recursos minerais, está aberta a colaborar e cooperar para que todos saiam deste intercâmbio tripartido satisfeitos e orgulhosos desta que tem vindo a ser uma das maiores fontes de corrida de todos os tempos pelos recursos naturais com candidatos provenientes de todos os cantos do mundo a tomarem parte.

Da auscultação resultou o plano geral que aqui se apresenta e deste modo, o curso será uma mais-valia para todos os intervenientes no processo de Pesquisa de Recursos Minerais na Província de Tete.

 

Referências Bibliográficas

- DELORS, J. (2005). A Educação para o Século XXI: Questões e Perspectivas, Porto Alegre, ARTMED.

 -  FREITAS, C.Varela de et. al. (2001) Gestão Flexível do Currículo: Contributos para uma reflexão crítica, Lisboa, Texto Editora.

 - HOOK, C.M., & ROSENSHINE, B.V., (1979) Accuracy of a teacher Reports of their Classroom Behaviour, Review of Educational Research, 49, (1); 1-12.

- MINED (2007), Plano Curricular do Ensino Secundário Geral, Documento Orientador, Maputo, INDE.

- MOREIRA, D. A., (1997) Didáctica do Ensino Superior: Técnicas e Tendências, São Paulo, Pioneira Thompson.

- ROCKMAN, S. & BURKE, R. (1985) The International Encyclopedia of Education, Pergamon Press.