Este artigo realizou uma investigação na rede municipal de educação, especificamente em 4 (quatro) escolas municipais a respeito da formulação do Projeto Político Pedagógico, do Planejamento e do Projeto de Ensino, onde verificou-se que ocorre a participação dos seguimentos educacionais. Observou-se que o maior empenho é desenvolvido pela equipe diretiva e pela participação dos professores na elaboração das propostas pedagógicas. As escolas têm autonomia para a construção do Projeto Político Pedagógico que segue um calendário padrão adotado pela Secretaria de Educação do município.

Palavra-chave: Escolas, Projeto Político Pedagógico, Professores

 

This article accomplished an investigation in the municipal net of education, specifically in 4 (four) municipal schools regarding the formulation of the Pedagogic Political Project, of the Planning and of the Project of Teaching, where it was verified that happens the participation of the educational followings. It was observed that the largest pledge is developed by the directing team and for the teachers' participation in the elaboration of the pedagogic proposals. The schools have autonomy for the construction of the Pedagogic Political Project that follows a standard calendar adopted by the Clerkship of Education of the municipal district.

 

Key word: Schools, Pedagogic Political Project, Teachers

1 INTRODUÇÃO

       Hoje, observa-se que no cotidiano da escola a contribuição da comunidade escolar na formulação de objetivos e metas a serem cumpridos no decorrer do ano letivo se faz necessário, e, esse processo se desenvolve no ambiente escolar.

      Sabe-se que os professores e equipes diretivas das escolas municipais estão muito envolvidos no processo da gestão democrática, visto que o trabalho desenvolvido nas escolas depende profundamente da atuação desses profissionais. É importante fundamentar uma investigação na rede municipal de educação, especificamente em 4 (quatro) escolas municipais a respeito da formulação do Projeto Político Pedagógico, do Planejamento e do Projeto de Ensino, pois, é de interesse de educadores e profissionais da área verificar como está ocorrendo essa participação dos seguimentos educacionais.

      Esta investigação tende a conhecer como ocorre o processo sabendo-se que não há a participação direta do orientador educacional e supervisor escolar nas escolas, mas que os mesmos atuam na Secretaria Municipal de Educação e Cultura. Na secretaria não a presença de inspetor escolar, visto que o cargo não está nas metas do município.

      Por outro lado, sabe-se, que há curiosidade em saber como é elaborado o Projeto Político Pedagógico nas escolas da rede municipal de ensino, visto que na integra não ocorrem eleições para diretores e os cargos são de confiança, mas que seguem a normatização pela LDBEN.

      Há curiosidade em saber quem participa e de que maneira na elaboração deste projeto, se todos os seguimentos estão envolvidos na elaboração do mesmo.

      A cada dia observa-se que há maior responsabilidade com o planejamento escolar e como este pode refletir sobre o ensino-aprendizagem, aliás, pode-se perceber que há um grande comprometimento com os autores desse processo e que o aluno sente-se comprometido também com esta metodologia. O corpo docente planeja e organiza cada vez mais os projetos para serem usados durante o ano letivo, buscando soluções e aprimoramento em sua missão de educar.

      Sabe-se que o processo de ensino-aprendizagem vem promovendo abertura no interior da escola para que professores, alunos e pais de alunos, como um todo, possam estudar, discutir e avaliar a qualidade dos conteúdos trabalhados, bem como o material didático, procedimentos de ensino, avaliação e programas, ou seja, tudo o que faz parte do trabalho pedagógico na sua totalidade e transcorra de forma democrática.

      Baseado nessa argumentação é necessário refletir sobre como é realizado esse processo de construção dos Projetos Políticos Pedagógicos e como a comunidade participa, que tipo de contribuição está ocorrendo durante a elaboração das metas e dos objetivos que se pretende alcançar durante o ano, e, quem são os responsáveis pela democratização do ensino. O objetivo principal é verificar nas escolas pesquisadas se está ocorrendo planejamento e práticas na Gestão Escolar com a participação de todos os seguimentos da comunidade escolar.

      A pesquisa foi realizada em 4 (quatro) escolas da rede municipal de ensino que estão distribuídas nos mais diversos pontos do município como na zona rural e urbana: uma escola pequena – zona de maior vulnerabilidade econômica e social do município - com apenas anos iniciais na zona urbana(EMEF “A”, 40 alunos), outra do interior, também pequena, com anos iniciais e anos finais do ensino fundamental (EMEF “B”, 130 alunos), uma com anos iniciais e finais, na sede, a maior do município (EMEF “C”, 350 alunos) e outra da sede com anos iniciais e finais numa das vilas (EMEF “D”, 250 alunos). O questionário foi aplicado para 4 (quatro) diretores, 4 (quatro) professores e 16 (dezesseis) alunos.        

2 O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO NAS ESCOLAS MUNICIPAIS

      As escolas municipais encontram subsídios de administração dentro de uma Gestão Democrática, única e descentralizada, construir a autonomia das escolas a partir de suportes norteadores encontrados na Constituição Federal promulgada em 1988[1] e LDBEN[2] 9394/96. Desenvolver a reflexão ação através de informações obtidas nos vários referências teóricos com conhecimentos estratégicos, gestores que possibilitam a organizar o trabalho pedagógico de acordo com a LDBEN, 9394/96 oportunizando a implementação de Gestão democrática nas escolas.  

      Para Saviani, (1999):

A gestão da educação é responsável por garantir a qualidade da educação entendida como “processo de mediação” no seio da prática social global, por se constituir no único mecanismo de humanização do ser humano e a formação humana de cidadãos. Seus princípios são os princípios da educação que a gestão assegura serem cumpridos. Uma educação comprometida com o domínio dos conteúdos que habilitem ao mundo do trabalho, comprometido com a sabedoria de viver junto respeitando as diferença. (p.120)

      É importante para que ocorra o processo democrático que todos trabalhem integrados, equipe diretiva, professores, funcionários, pais e alunos traçando metas e lutando para a alcançar os objetivos propostos pela instituição escolar, deve ser trabalhado o coletivo para  que ocorra o processo de construção do conhecimento. É possível realizar o processo quando todos formam uma equipe voltada ao total, sem artimanhas para escapar do processo, conforme assegura Paro, (1997):

A participação na gestão da escola permite a abertura, o engajamento e a liberdade que contribuem para a construção político-pedagógica da escola que se expressará, por sua vez, na cidadania. Elementos dificultadores como “falta de tempo” e “encontros”, poderão promover maior e melhor participação contribuindo, igualmente, para a construção da escola e do cidadão. (p.27)

      A Gestão Democrática nas escolas deve acontecer com transparência no trabalho, espaço de participação, comprometimento, legitimidade, formar cidadãos participativos e, principalmente, promover a igualdade e a democratização.

       É importante a participação dos pais e da comunidade, que é tímida e omissa por falta de informações claras e sem perspectivas. Percebe-se que faz necessário e importante implementar a gestão Democrática dentro de escolas municipais. Paro (2001) afirma que:

Cada vez mais se afirma a participação da comunidade e especialmente dos pais, não apenas como um direito de controle democrático sobre os serviços do estado, mas também como uma necessidade do próprio empreendimento pedagógico que é levado a efeito na escola, mas que supõe seu enraizamento e continuidade com todo o processo de formação do cidadão que se dá no todo da sociedade. Na verdade uma gestão escolar com efetiva participação dos usuários, não deveria bastar-se com a comunicação aos pais do andamento de suas atividades, mas já é um avanço significativo em direção a procedimentos que incluam a participação dos usuários. (p.59)

      Nas escolas municipais percebe-se que a maioria dos pais está presente aos acontecimentos da escola, contribuem na medida do possível com as ações propostas pela instituição. Quanto menor é a escola, maior é a presença dos pais. A escola juntamente com a família constroem a formação de seus cidadãos.   

     Hoje é quase impossível reconhecer uma cultura que não esteja em íntima interdependência com outras. Por esse motivo é que a escola também precisa acompanhar esses pressupostos e ser dinâmica e valorizar o pluralismo de idéias e opiniões, para que o convívio entre todos ocorra com vistas ao crescimento do educando como cidadão.

      Para Santos, (2004, p. 10) “A cidadania é vista dessa forma para o convívio harmônico com seus semelhantes. Assim educar para a cidadania reduz cultivar o censo do valor moral em cada indivíduo, na criança e no jovem, sobretudo. É na verdade essa a concepção de cidadania.”

      Concorda-se com a autora quando afirma que cidadania é aceitar as obrigações morais que permite conviver com harmonia precisando que aconteça também no contexto escolar onde crianças e jovens se encontram inseridas, contando com a orientação precisa e segura dos educadores e gestores.

     Para Novoa, (1995)

A escola tem de ser encarada como uma comunidade educativa, permitindo mobilizar o conjunto dos atores sociais e dos grupos profissionais em torno de um projeto comum. Para tal é preciso realizar um esforço de demarcação dos espaços próprios de ação, pois na classificação destes limites se pode alicerçar uma colaboração efetiva. (p.35)

     O autor nos faz refletir e concordar quando afirma que a escola é uma comunidade educativa que permite mobilizar os grupos para juntos, alicerçar uma colaboração afetiva o que facilita a construção de uma gestão democrática, onde uma educação não autoritária deva respeitar o aluno.     Enfim, a questão essencial da escola, atualmente, refere-se à sua qualidade e a uma nova abordagem de qualidade. E a qualidade está diretamente relacionada com os projetos das próprias escolas, que são muito eficazes na conquista dessa qualidade do que grandes projetos anônimos e distantes do dia a dia escolar. Isso porque só as escolas que conhecem de perto a comunidade e seus projetos podem dar respostas concretas a problemas concretos de cada uma delas; podem respeitar as peculiaridades éticas, sociais e culturais de cada região; podem diminuir os gastos com a burocracia. E a própria comunidade pode avaliar de perto os resultados.

     Somente com o pluralismo de idéias é que, realmente, há a preocupação com a formação e com o crescimentos dos indivíduos, em que o trabalho coletivo só faz com que as comunidades progridam na busca de seus ideais.

      Para Santos, (2004) “Na construção da gestão democrática deve haver o incentivo ao crescimento pessoal, intelectual e técnico dos sujeitos profissionais, possibilitando autonomias de ação e garantindo o aumento da eficiência do coletivo.”(p.33)

      Se todos os envolvidos no processo educativo dessem mais importância à força das decisões coletivas, com certeza não haveria tantos problemas no campo educacional e em outros campos. A coletividade faz com que os anseios tornem-se realidade.

      Toda a luta que acontece em conjunto busca a realização de ideais de toda uma comunidade, o que ocorre com um projeto coerente e voltado aos anseios do grupo, sendo todos cidadãos livres para expressar suas opiniões e tomar decisões, conforme expressa Schardin,  (1989):

(...) depende de nossa capacidade de reflexão, das habilidades de pensar e saber. Reflexão significa a tomada de consciência do próprio pensamento em vista de uma ação livre, cada vez mais adaptada. É a capacidade que permite ao ser humano, e somente a ele, perceber a si próprio como chave da compreensão da realidade com base em seu saber e em seu fazer, ou seja, em sua ação.(p.29)

      Concorda-se com o autor ao refletir que depende da habilidade de pensar e saber que reflexão é tomar consciência das suas idéias e buscar a prática livre e adaptada para compreender a realidade. No sentido da Gestão democrática na escola, não é só necessário compreender a realidade como também somar esforços para que as aspirações aconteçam, em prol dos indivíduos constituintes da realidade que está sendo almejada.

      Para Ferreira, (2000) “A gestão se constrói e se legitima na participação, no exercício da construção coletiva do projeto pedagógico que reflita o projeto do homem e da sociedade que se quer.(p.113)

      Concorda-se com a autora que a gestão democrática se construirá na participação e na competência refletindo a sim o tipo de homem e sociedade que se quer, pois toda a democracia se constrói com reflexão e prática, já que a colaboração, a participação e o comprometimento são ações necessárias e imprescindíveis para a emancipação dos sujeitos.

      Para Luck (2002)

O entendimento do conceito de gestão já pressupõe, em si,  a idéia de participação, isto é, do trabalho associado de pessoas analisando situações, decidindo sobre seu encaminhamento e agindo sobre elasem conjunto. Issoporque o êxito de uma organização depende da ação construtiva conjunta de seus componentes, pelo trabalho associado, mediante reciprocidade que cria um todo orientado por uma vontade coletiva.(p.15)

      Então, ao analisar as várias questões apresentadas pelos autores, coloca-se que o diálogo, a participação, o comprometimento, o pluralismo de idéias e a diversidade cultural são as riquezas da humanidade. Para cumprir sua tarefa humanista, a escola precisa mostrar aos alunos que existem outras culturas e outras formas de pensar e agir além das suas. Nos caminhos que levam à Gestão Democrática, a escola deve preocupar-se com a formação global dos educandos, numa visão em que o conhecer e o intervir no real se encontrem na busca de uma educação igualitária e humanizadora.

 

2.1 Projeto Político Pedagógico: frente à legislação vigente

     A Lei 9394/96, LDBEN, em seu Art.14 estabelece que:

 (...) os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática do ensino público na educação básica de acordo com suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios. I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.(BRASIL, 1996)

      Esta lei máxima da educação no Brasil, Lei 9394/96 é clara quando estabelece o Art. 14 oportunizando aos profissionais da educação o conhecimento sobre que contribuição os mesmos podem dar para que se organize neste aspecto a gestão escolar democrática nas escolas onde trabalham. Tendo em vista as reais dificuldades conflitantes na construção e atuação dentro de uma gestão democrática e participativa, são dificuldades e conflitos que perturbam a todos os gestores.

      As críticas saídas dos movimentos de docentes tocavam duas frentes: aquela que exigia a democratização escolar enquanto expansão, gratuidade, qualidade, financiamento e outra que acentuava tanto a valorização do trabalho docente em novas estruturas internas das redes escolares quanto a qualificação dos sujeitos do ato pedagógico. Sob esta perspectiva, as críticas incidiam em torno de relações autoritárias advindas de órgãos centrais, em torno de pressões na indicação e investidura de autoridades pedagógicas e, finalmente, sobre o próprio ambiente nas unidades escolares.

     A questão da Gestão Democrática, em primeira instância, foi formalizada na Constituição Federal de 1988. Esta modalidade de participação da sociedade civil na indicação de metade de seus membros, sendo um órgão de estado que subordina-se à Constituição e dela deve retirar os princípios norteadores de sua doutrina, sendo que essa dimensão mediadora se vê favorecida pelo princípio maior da Gestão Democrática e o modo da indicação de seus membros é uma explicitação da norma “na forma da lei”. Isto não deixa de ser um ideal a ser perseguido por outras instâncias administrativas, normativas e consultivas (estaduais, municipais e mesmo nas unidades escolares) que tenham a ver com a educação escolar.

      Desta maneira, os fins devem estar inerentes aos meios e a participação (imediatamente incluída no princípio de Gestão Democrática) deve estar contida nos instrumentos mediadores da política nacional (aí também compreendido o CNE), da política estadual, municipal e no âmbito das unidades escolares. Neste sentido, a participação como fonte da gestão será tanto direta como no caso de consultas, assembléias, encontros ou mesmo questionários, quanto mediada através de órgãos colegiados como conselhos escolares, conselhos municipais, estaduais e o próprio conselho nacional.

      Por isso, que é necessário que todos os segmentos, sejam federal, estadual, municipal e escolar estejam atentos à participação de todos, para que os indivíduos sejam considerados na sua totalidade, e que a busca de soluções para os problemas enfrentados ocorra com a participação de toda a sociedade, nas mais diferentes representações, e não somente de forma hierárquica, fazendo com que o poder sobreponha-se ao saber construído.

2.2 A construção do Projeto Político Pedagógico nas escolas municipais.

     A construção do Projeto Político Pedagógico nas escolas da rede municipal de educação é realizada de acordo com a LDBEN, e quanto menor a escola maior é a participação da comunidade escolar.

     Os fundamentos para a elaboração do PPP são orientados pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura, porque não há a presença de orientadores escolares e supervisores escolares  nas escolas municipais, apenas na secretaria.

     O trabalho é realizado em conjunto por todas as diretoras em reuniões periódicas onde elas organizam o material que será usado na elaboração da proposta, em posse de conhecimento e subsídios elas repassam para as suas comunidades.

      Quanto à participação dos segmentos, há colaboração de todas as instâncias. São feitas reuniões para debater as etapas do trabalho de estruturação dos objetivos e metas.

2.3 A análise dos resultados das escolas

      As escolas responderam de maneira sucinta, alguns com medo de opinar e outros procurando entender o que realmente está acontecendo, a participação da comunidade escolar é nova, antes era organizado apenas pela direção com a participação dos professores, hoje os pais contribuem e os alunos também.

       EMEF “A” – possui no corpo discente 40 alunos, é uma escola de pequeno porte, situada na zona urbana, na vila mais pobre do município: as propostas dos pais é que a escola tenha condições de instruir os filhos para que eles sejam alguém na vida, solicitam ainda que haja ajuda da prefeitura para a manutenção do prédio da escola e que sempre tenha merenda. Os alunos não pedem nada, apenas que continue da mesma forma que é. Os professores alegam que deve haver maior contribuição por parte do executivo, como manutenção do material para a escola, que os objetivos da escola sejam sempre alcançados e que continue um trabalho em equipe como sempre foi. A direção aposta num trabalho democrático, que venha a contribuir para  a formação dos alunos, contribuindo sempre com a comunidade e seus anseios. A escola quanto a estrutura física é bem conservada, faltando apenas uma pintura para renovar o visual. As reuniões e participação dos pais é geral, todos comparecem e contribuem com o que lhes é possível.

EMEF “B” – possui no corpo discente 130 alunos, uma com anos iniciais e finais na zona rural do município, os pais consideram  a escola de alta qualidade contribuindo muito para o crescimento da comunidade, ela é vista como uma boa base para a formação de seus filhos. Os professores salientam que é prazeroso trabalhar na escola pelo carinho que recebem e pela participação da comunidade nas atividades, a única preocupação dos pais, professores e direção é quanto a ampliação da escola que necessita de mais área para sala de aula, visto que aumentou um ano e as sala são exatamente para 4 turmas. Quanto aos alunos todos participam das atividades, inclusive contribuem para o crescimento da escola, em todos os aspectos, no Indeb tem uma ótima colocação. Na escola pode-se afirmar que a responsabilidade é uma grande prerrogativa.

EMEF “C” possui no corpo discente 350 alunos, situada na sede do município é a maior escola do município. Ocorre uma participação segura de todos os segmentos, os pais são comprometidos com os filhos, salvo alguns casos em que as crianças não possuem limites, há uma proporção muito grande da participação da comunidade nas atividades proposta pela equipe diretiva. A escola é grande e possui uma vice-diretora atende do primeiro ano a 8ª série do ensino fundamental. A participação dos segmentos para a construção do PPP é ativa. Os pais estão de acordo com a proposta, bem como os alunos. Os professores solicitam maior acompanhamento da prefeitura quanto ao trabalho com o corpo docente, que haja mais material didático para a escola. Os professores também solicitam uma orientadora educacional visto que há muitas crianças com problemas de aprendizagem. A direção nada sugeriu, apenas agradece a contribuição de todos os segmentos no trabalho realizado com a equipe.

EMEF “D” – possui no seu corpo docente 250 alunos, é uma escola de porte médio, numa das vilas do município. Há alguns problemas de alunos que possuem dificuldades de aprendizagem e dificuldades comportamentais. Os professores sugerem maior apoio por parte dos órgãos legais e da prefeitura. Há necessidade de maior quantia de material didático e de sala de aula, visto que ampliou o laboratório de informática e uma turma dos anos iniciais. Os pais participam das atividades, mas há alguns que não comparecem, deixando com a escola toda a responsabilidade do trabalho com os filhos. A escola tem um baixo nível no Indeb e precisa realizar atividades de apoio para sanar tais dificuldades. O trabalho é realizado em equipe e todos esperam conseguir superar as dificuldades encontradas.

     Em geral as escolas participam da construção do PPP levando em conta a participação da comunidade escolar, planejam as ações em equipe e desenvolvem belos trabalhos com as suas comunidades, elas proporcionam atividades culturais, comemoram datas cívicas e homenagens aos  pais, mães, alunos e professores. Todas elas participam das atividades propostas pela equipe da secretaria de educação.

     Conclui-se dessa forma que todas elas proporcionam o processo de ensino-aprendizagem e volta-se a realizar as metas e os objetivos propostos pelas entidades, são comprometidas com o trabalho da entidade mantenedora.

CONCLUSÃO

      Buscar caminhos para a construção de uma proposta de ação, reflexão, ação de gestão democrática e participativa nas escolas municipais é um desafio para todos, pois, escola, professores, funcionários e comunidade almejam compreender a gestão democrática e requerer acima de tudo muita reflexão, participação, interação e diálogo.

      Seria ingenuidade com certeza acreditar que a escola e os indivíduos nela inseridos como a comunidade escolar não tem consciência do que é uma gestão democrática e participativa, ainda mais quando esses estão ligados a construção de uma nova escola.

      Atualmente se fala muito em construir uma gestão democrática, mas se sabe que é uma ação complexa e, portanto não se pode responsabilizar só o gestor e os professores envolvidos na situação e sempre procurar na reflexão ação com embasamento teórico que permitirão ao grupo que deseja e necessita partir para a prática, na tentativa de construir a gestão democrática nas escolas entrevistadas.

      A escola deve incentivar e respeitar seus alunos, pais e comunidade como seres em desenvolvimento e que estão formulando seus pensamentos e idéias, cada um com suas diferenças e dificuldades sobre gestão democrática.

     Sem dúvida construir e organizar a escola dentro de uma gestão democrática e participativa tem sido muito falada, avaliada, discutida e pesquisada, sendo muito os embasamentos teóricos que embasam o trabalho e os objetivos de uma gestão democrática e participativa, trazendo perspectivas de construir com criatividade, solidariedade e trabalho coletivo que perpassa o ambiente escolar.

      Faz-se necessário que ao construir a gestão democrática e participativa tenha em vista que é um processo lento e gradativo que oportuniza a todos os envolvidos a comprometer-se e a trabalhar integrado de acordo com suas individualidades, fazendo sempre com que todos participem realmente desta construção e compreendendo a verdadeira função e tarefa de cada um no grupo.

     Quanto a gestão democrática e participativa é preciso ser entendida como uma constante pesquisa sendo necessário o contacto físico, interagir direta e indiretamente entre todos para analisar, avaliar e reconstruir se necessário para avançar em sua caminhada. Um aspecto muito importante a considerar que cada indivíduo tem seu ritmo, sendo assim, existe diferentes idéias e pensamentos a respeito da gestão democrática e participativa.

     A gestão democrática e participativa não será construída com grupos homogêneos, mas sem organizar o trabalho com os grupos que apresentam um ritmo semelhante e objetivo comuns a todos para que a construção se torne flexível, organizada e coerente com a realidade.

     Como já é conhecido de todos a gestão escolar ocupa-se com questões de aprendizagem como o projeto político pedagógico, o regimento escolar, a parte financeira social e a avaliação.

     Para concluir, a construção de uma gestão democrática e participativa é uma situação real, presente nas instituições escolares que para tanto se faz necessário, que todos os envolvidos com questões educacionais realizem pesquisas, encontros de estudo, reuniões e debates que possibilitam conhecer e compreender cada vez mais e melhor as relações entre organizar e construir uma gestão democrática e participativa que tenha como objetivos a autonomia, a cidadania e formar cidadãos conscientes e críticos capazes de transformar o contexto onde estão inseridos. Esse preparo é só um início, a comunidade escolar está a cada dia mais integrada para construir a sua proposta pedagógica.

REFERÊNCIAS

 

1.BRASIL. Lei n. 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece Diretrizes e Bases para a Educação Nacional. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, 20 dez. 1996.

2.BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (CF/88). Coordenação Maurício Antônio Ribeiro Lopes. 4 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999.

3.PARO, V. H.. Gestão democrática da escola pública. São Paulo: Ática, 1997.

4._______ .Reprovação escolar: renúncia à educação. São Paulo: Xamã, 2001.

5.SANTOS, Maria Cristina Araújo Lobo dos. Modelos de Gestão: qualidade e produtividade. Curitiba: IESDE, 2004.

6.NÓVOA, A .. Para uma análise das instituições escolares. In: Nóvoa, A .. As organizações escolaresem análise. Lisnoa: D. Quixote, 1995.

7.SCHARDIN, T.. O fenômeno humano. São Paulo: Cultrix, 1989.

8.FERREIRA, N. S. C.; AGUIAR, M. A . de            S. Gestão da educação. São Paulo: CORTEZ, 2000.

9.LÜCK, J. I.. Ação integrada: administração, supervisão e orientação educacional. Petrópolis: Vozes, 2002.



[1] CF – Constituição da República Federativa do Brasil – de 1988.

[2] LDBEN –Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei 9394/96 de 20 de dezembro de 1996.