PETROBRAS, EXEMPLO DE RESPOSABILIDADE SOCIAL E DE
SUSTENTABILIDADE À LUZ DAS BOAS PRÁTICAS DE
GOVERNANÇA CORPORATIVA

Autor: Ricardo Zerinto Martins[1]

 

RESUMO

Diante da importância dos temas: responsabilidade social, sustentabilidade e governança corporativa, o presente artigo tem como objetivo demonstrar qual a realidade de uma das maiores e mais importantes empresa de capital aberto do país, a Petrobras, como que a organização faz sua prestação de contas a sociedade, a seus acionistas e ao mercado através da publicação dos seguintes documentos: Relatório de Sustentabilidade, Código de Ética e Governança Corporativa. A metodologia utilizada foi a partir da análise documental, identificando qual a importância que a empresa da as informações disponibilizadas e qual o grau de detalhamento das mesmas. Conselheiros profissionais e independentes surgiram em resposta ao movimento pelas boas práticas de Governança Corporativa e à necessidade das empresas modernizarem sua alta gestão, visando tornarem-se mais atraentes para o mercado: investidores, clientes e comunidade. Com a globalização e o acirramento da concorrência, as organizações se deparam diante de um ambiente extremamente competitivo e essa abordagem passa a ser estratégica para as organizações. O resultado da análise permitiu constatar que a Petrobras, uma das maiores e mais importantes empresas nacionais, apresenta relatórios com padrões internacionais quanto a clareza e transparência das informações, passando credibilidade aos interessados inclusive servindo de exemplo para as outras.

 

Palavras-chave: Responsabilidade Social; Sustentabilidade; Governança Corporativa.

 

1 INTRODUÇÃO

O Instituto ETHOS destaca, ao determinar sua direção rumo a responsabilidade social e sustentabilidade, a empresa inclui a responsabilidade social como elemento essencial na estratégia da empresa por meio de sua integração nos processos decisórios. Projetos sociais corporativos devem fazer parte da estratégia das empresas, e não mais serem vistas como iniciativas isoladas. Pois só assim eles conseguem gerar o máximo de benefício social para as comunidades e o máximo de benefício econômico para a própria empresa. Para MASIERO (2007 p. 74), estratégia empresarial (ou de negócios) da organização consiste em um conjunto de políticas, objetivos e planos com a finalidade de desenvolver condições para a empresa competir prosperamente em seus mercados. Um aspecto-chave da estratégia empresarial é a definição das competências centrais da organização. Estas são as atividades principais desenvolvidas pela empresa tão bem quanto ou melhor que seus concorrentes. A estratégia empresarial precisa considerar a vantagem competitiva de uma organização e também como essa vantagem será alcançada e sustentada. PORTER (1990 p. 654), complementa, os imperativos da vantagem competitiva constituem tendências que não existe em muitas companhias.

Segundo RODRIGUES (2010 p. 203), foram analisados os principais desafios e dificuldades para se implementar a avaliação de projetos sociais corporativos, tendo por base os critérios da “eficácia pública” e da “eficácia privada”. Para RODRIGUES, planejar, avaliar e comunicar projetos sociais corporativos deve ser como base na metodologia EP²ASE (Eficácia Pública e Eficácia Privada da Ação Social da Empresa).

PADOVEZE (2012), define plano estratégico como sendo a etapa inicial do processo de gestão, onde a empresa formula suas estratégias empresariais dentro de uma visão específica do futuro. É a fase de definição de políticas, diretrizes e objetivos estratégicos e tem como produto final o equilíbrio dinâmico das interações da empresa com suas variáveis ambientais. Nesta etapa, realizam-se as leituras dos cenários do ambiente e da empresa, comumente confrontando as ameaças e oportunidades dos cenários vislumbrados com os pontos fortes e fracos da empresa. Nesse contexto, entende-se que a estratégia a ser adotada deve estar em consonância com a missão da empresa, suas metas e objetivos. A estratégia deve ser considerada para uma visão de longo prazo.

Sustentabilidade TACHIZAWA e ANDRADE (2012) destacam, as empresas podem ser classificadas conforme o estágio de sustentabilidade em que se encontram. Acrescentam, ainda, que as práticas de responsabilidade socioambiental são incipientes devido à sua complexidade e recente valorização nas atividades produtivas; os procedimentos associados às questões ambientais variam de acordo com o porte da organização; exigências de licenciamento e a legislação ambiental são mais importantes que motivações associadas à redução de custos; o tempo gasto pelo gestor nas questões socioambientais tende a aumentar; os impactos ambientais nas organizações e as estratégias ambientais a serem adotadas são diferenciados em função do tipo de empresa; a responsabilidade social deixou de ser uma função exclusiva de proteção para tornar-se uma função estratégica; o selo verde tende a se transformar em instrumento gerencial estratégico; o conceito de ecoeficiência ganha importância no processo de redução do uso de energia, de recuperação ou reciclagem de água por qualidade de produto fabricado que pode melhorar significativamente a imagem da empresa perante a sociedade.

Não se pode dizer que a administração ignora a responsabilidade social da empresa, tais como: proteção aos consumidores, pagamento de salários e encargos, manutenção de práticas dentro da ética, condições seguras de trabalho, suporte à educação e envolvimento com assuntos ambientais. Todos os interessados na empresa não podem ser ignorados, incluindo além dos acionistas/proprietários os credores, empregados, clientes, fornecedores, governos e comunidade nas quais a companhia opera e outros.

Instituto ETHOS afirma, a empresa deve procurar fazer o mapeamento dos Stakeholders envolvidos. Nesse sentido, devemos verificar se os objetivos planejados estão sendo atendidos, verificar se os objetivos dos resultados previstos junto aos Stakeholders da empresa foram atingidos. Stakeholders (da empresa), representa os grupos de indivíduos, ou partes interessadas que têm interesse (stake) ou podem ser afetados direta ou indiretamente pela empresa. Stakeholders (do projeto social), são os grupos de indivíduos, ou partes interessadas que têm interesse (stake) ou podem ser afetados direta ou indiretamente pelo programa social em si ou pelos resultados produzidos por ele. São Stakeholders do projeto social o público-alvo, os gestores, empresas apoiadoras, financiadores, parceiros, governos, dentre outros.

A partir dessa abordagem, as organizações devem se posicionar estrategicamente com relação a responsabilidade social, sustentabilidade, adotar boas práticas e fazer uso da governança corporativa. PORTER (1990) acrescenta que a vantagem competitiva resulta de um bom equilíbrio entre suas escolhas e as fontes de vantagens competitiva numa determinada organização.



REFERÊNCIAS

BM&FBOVESPA – Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros S.A; Disponível em <http://www.bmfbovespa.com.br>, Acesso em julho de 2012.

COELHO, Márcio. A Essência da Administração – Conceitos Introdutórios. São Paulo: Saraiva, 2008.

CVM – Comissão de Valores Mobiliários, Disponível em <http://www.cvm.org.br>, Acesso em junho de 2012.

ETHOS, INSTITUTO – Indicadores ETHOS de Responsabilidade Social Empresarial. Disponível em <www.ethos.org.br>, Acesso em julho de 2012.

FILHO, G. A. L; PRATES, L. A. e GUIMARÃES, T. N. Níveis de Evidenciação dos Relatórios de Sustentabilidade das Empresas Brasileiras A+ do Global Reporting Initiative (GRI) no ano de 2007, Referência CON564, São Paulo: XXXIII Encontro da ANPAD, 2009.

FRANCO, L. C. A. C. e NOGUEIRA, A. C. Sou Socialmente Responsável? Um Estudo de Caso nas Indústrias Têxteis Sergipanas, Referência EOR2050, São Paulo: XXXIII Encontro da ANPAD, 2009.

GIL, Antonio C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2006.

IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, Disponível em <http://www.ibgc.org.br>, Acesso em junho de 2012.

LADEIRA, W. J; COSTA, J. C. e ARAUJO, C. F. GREEN IT e o Processo de Produção de Informação: Uma Análise das Atividades que Produzem Sustentabilidade Ambiental, Referência ADI1675, São Paulo: XXXIII Encontro da ANPAD, 2009.

MARCIO, Coelho. A Essência da Administração. São Paulo: Saraiva, 2008.

MARCONI, Marina de A. e LAKATOS, Eva M. Fundamentos de Metodologia Científica. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2010.

MARCONI, Marina de A. e LAKATOS, Eva M. Técnicas de Pesquisa. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2009.

MASIERO, Gilmar. Administração de Empresas: Teoria e funções com exercícios e casos. São Paulo: Saraiva, 2007.

MELO NETO, Francisco P. e BRENNAND, Jorgiana M. Empresas Socialmente Sustentáveis, O Novo Desafio da Gestão Moderna. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004.

NETO, Francisco P. de M. e FROES, César, Gestão da Responsabilidade Social Corporativa das empresas brasileiras. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001.

NETO, Francisco P. de M. e FROES, César, Responsabilidade Social & Cidadania Empresarial – A Administração do Terceiro Setor. 2ª ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002.

PADOVEZE, Clóvis L. Controladoria Estratégica e Operacional. 3ª ed. São Paulo: Cengage Learning. 2012.

PEREIRA, Adriana C; SILVA, Gibson Z. e CARBONARI, Maria E. E. Sustentabilidade, responsabilidade social e meio ambiente. São Paulo: Saraiva, 2011.

PETROBRAS – Petróleo Brasileiro S.A, Disponível em <http://www.petrobras.com.br>, Acesso em julho de 2012.

POLIZELLI, Demerval L. Meio ambiente e gestão do conhecimento. São Paulo: Almedina, 2011.

PORTER, Michel E. A VANTAGEM COMPETITIVA DAS NAÇÕES. 17ª tiragem, Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 1990.

RODRIGUES, Maria, C. P. Projetos Sociais Corporativos. São Paulo: Atlas, 2011.

RODRIGUEZ, Gregório M. e BRANDÃO, Mônica M., Visões da Governança Corporativa – A realidade das sociedades  por ação e a sustentabilidade. São Paulo: Saraiva, 2011.

SANTOS, M. G. e MENDONÇA, P. S. M. A COMPETITIVIDADE EMPRESARIAL E A SUSTENTABILIDDADE SÓCIO-AMBIENTAL EM FRIGORÍFICOS, Referência ESO1398, São Paulo: XXXIII Encontro da ANPAD, 2009.

STICKNEY, Clyde P. e WEIL, Roman L. Contabilidade Financeira – Introdução aos conceitos, métodos e aplicações. 12ª ed. São Paulo: Cengage Learning. 2010.

TACHIZAWA, Takeshy e ANDRADE, Rui O. B. de, Gestão Socioambiental - Estratégias na nova era da sustentabilidade. 2ª ed. São Paulo: Campus, 2012.

TACHIZAWA, Takeshy, Gestão Ambiental e Responsabilidade Social Corporativa. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2011.



[1] Mestrando em Gestão e Desenvolvimento Regional do Programa de Pós-Graduação em Administração - PPGA – UNITAU – [email protected]

Baixe o artigo completo em PDF.