DESLANDES, Suely Ferreira et al. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 29. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010, p. 09 - 30.

YIN, Robert K. Estudo de Caso: planejamento e método. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010, p. 23 - 45.

José Paes de Santana[1]

 

Partindo do pressuposto de que a metodologia é o “caminho do pensamento e a prática exercida na abordagem da realidade” (DESLANDES et al,2010, p.14), que inclui a teoria de abordagem, consubstanciada no método, e a criatividade do pesquisador, e que a pesquisa qualitativa “trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes”, (DESLANDES et al, 2010, p. 21)  é que se introduz tradicionalmente o estudo de caso como um tipo de abordagem qualitativa, o qual tem vantagens e desvantagens, segundo Yin (2010), que serão exploradas no desenvolvimento desta resenha.

De acordo com Yin (2010) as vantagens e desvantagens do estudo de caso nos dizem quando usá-lo como método de pesquisa. Antes de tudo, porém, devemos identificar as questões de pesquisa que justifiquem a aplicação do estudo de caso, para depois decidir aplicá-lo, sabendo, porém, que ele apresenta pontos fortes e limitações.

As vantagens e desvantagens dependerão do tipo de questão de pesquisa proposto, da extensão do controle do pesquisador sobre o evento pesquisado, da validade contemporânea da pesquisa e de seu contraponto na história. Somente ao serem propostos os “como” e “por que,” é que o método deve ser aplicado, bem como quando na situação de pesquisa proposta, o investigador tem pouco controle sobre os eventos, e ainda quando o problema é de relevância real na vida contemporânea (YIN, 2010). Além disso, na aplicação deste método devem-se alcancem as três finalidades peculiares a todo método de pesquisa: “exploratória, descritiva e explanatória” (YIN, 2010, p. 27).

Segundo Yin (2010), no estudo de casos é típico a impossibilidade de isolamento e controle das hipóteses e das repetições dos fenômenos, a descrição de um evento na aplicação do método de estudo de casos, é, via de regra qualitativa, sem contudo, excluir a aplicação de estudos quantitativos sobre o objeto estudado, podendo ainda compreender o estudo de um caso único ou de casos múltiplos.

Uma grande vantagem do estudo de casos é que: ele contribui para o conhecimento dos fenômenos individuais, grupais, organizacionais, sociais, entre outros, comuns na Psicologia, Sociologia, Ciência Política, demais ciências sociais e até mesmo na Economia; permite a retenção de características significativas e holísticas, não só exploratórias, mas também explanatórias, da vida real, e ainda auxilia na definição do caso em estudo sobre: que dados são relevantes para coleta, e como o tratamento desses dados deve ser feito (YIN, 2010).

Assim se pode concluir que mesmo quando um ou mais casos são incluídos no mesmo estudo, ainda assim trata-se de estudo de caso; o estudo de caso não impossibilita o uso de evidências quantitativas, e pode ser usado para fazer avaliações investigativas em contextos de vida real “especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente evidentes” (YIN, 2010:39).



[1] Mestre em Educação. Graduado em Ciências, Matemática, Bacharel em Direito e atualmente é Diretor do Centro de Ensino Fundamental 02 do Guará - Secretaria de Estado de Educação do DF - Brasil. Trabalha com  Educação, com ênfase em Educação Matemática, Mediação de Conflitos, e Direito. [email protected]