KERLINGER, F. N. Metodologia de pesquisa em ciências sociais. São Paulo: EPU, 1980, p. 94 – 119.

José Paes de Santana[1]

A pesquisa experimental é característica das ciências naturais, pautadas no método científico para comprovação de seus nexos causais, o que ocorre basicamente através de experimentos. “Um experimento é uma pesquisa onde se manipulam um ou mais variáveis independentes e os sujeitos são designados aleatoriamente em grupos experimentais” (KERLINGER, 1980, p. 94).

As variáveis independentes, que são escolhidas aleatoriamente, bem como as dependentes que variam de conformidade com as variáveis dependentes que estão em seus antecedentes, podem ser únicas ou múltiplas, e os testes experimentais consistem em “comparar os resultados obtidos com os esperados ao acaso” (KERLINGER, 1980, p. 99). Dessa forma os resultados obtidos serão tão mais próximos dos esperados ao acaso, quanto mais forem válidos os critérios da pesquisa quantitativa, como objetividade, fidedignidade, entre outros, como utilidade, normatização e comparabilidade.

A discrepância entre os resultados acima mencionados, obtidos e esperados, resulta em erros que podem ser aceitáveis ou não, nos quais podemos incorrer quando selecionamos um problema que é muito amplo ou muito vago, coletamos dados sem ter um projeto de pesquisa delineado, realizamos uma revisão de literatura apressada, lemos apenas a seção de resultados, em detrimento da parte metodológica dos artigos analisados, ou quando não fazemos uma boa consulta às fontes bibliográficas.

A dificuldade em limitar tópicos da revisão de literatura, a coleta de dados antes da definição da análise estatística a ser utilizada, a aplicação de muitos instrumentos em uma única seção, ou a não avaliação dos instrumentos quando da sua utilização, consiste nos erros mais comuns em pesquisa quantitativa, conforme se depreendeu da exposição na aula teórica.

Daí surge a necessidade de fazermos o delineamento da pesquisa que é “[...] a disciplina dos dados, cuja finalidade é implícita a impor restrições controladas às observações de fenômenos naturais (KERLINGER, 1980, p. 105).

O modelo de pesquisa, portanto orienta o pesquisador dizendo-lhe o que ele deve fazer ao manipular as variáveis independentes e coletar os resultados decorrentes de um modelo estatístico puramente objetivo, sem influências subjetivas do pesquisador.

Conclui-se, observando que no mundo ocidental o paradigma quantitativo foi durante séculos a pesquisa por excelência, considerada a forma hegemônica de compreender a realidade, todavia, os métodos da pesquisa quantitativa, continuam sem resposta para problemas essenciais da vida como a fome, a miséria, e, sobretudo a violência, entre outros.



[1] Mestre em Educação. Graduado em Ciências, Matemática, Bacharel em Direito e atualmente é Diretor do Centro de Ensino Fundamental 02 do Guará - Secretaria de Estado de Educação do DF - Brasil. Trabalha com  Educação, com ênfase em Educação Matemática, Mediação de Conflitos, e Direito. [email protected]