1APRESENTAÇÃO

A pesquisa do Calendário de Eventos de Apucarana no ano de 2008 foi realizada pelo discente Ricardo Baldini para cumprir a carga horária de estágio curricular e acompanhada pelo Núcleo de Empregabilidade em Turismo e Hotelaria – NETH com o objetivo geral tentar identificar os eventos que ocorrem no município a fim de elaborar um calendário fixo de eventos.

O Núcleo de Empregabilidade foi criado em 2008 quando iniciou suas ações voltadas para a pesquisa e extensão. Seu objetivo é realizar intervenções junto aos municípios da região a fim de identificar o potencial turístico e propor seu desenvolvimento planejado e sustentável.

O NETH atua no mercado turístico na região norte do Paraná tendo suas ações focadas principalmente na busca da qualidade e no desenvolvimento das pessoas, empreendimentos e localidades turísticas tendo como premissa básica e desenvolvimento sustentável.

Os dados obtidos são apresentados a seguir.


2PROJETO CALENDÁRIO DE EVENTOS

O turismo hoje é um setor econômico em desenvolvimento e referencial fundamental para a globalização. Devido às facilidades das tecnologias de informação, além do investimento no setor que permite um aumento no fluxo de viajantes, fator predominante na economia de cada país.

Justificativa

Incentivar o aluno a interpretar o conjunto de informações existentes sobre o turismo, que visa apoiar na tomada de decisão aos profissionais e pesquisadores da área.

Objetivos:

Geral:

·Promover o desenvolvimento e a pesquisa científica caracterizado pela reflexão e intenção de construção de conhecimento, pelo emprego do método científico.

Específicos:

·Promover e integração do conhecimento mediante a investigação;

·Compreender o processo da investigação científica: teoria, método e técnica;

·Permitir ao aluno o desenvolvimento de seu próprio projeto de estudo, superando as limitações.

Metodologia:

O calendário enfoca o processo de desenvolvimento do turismo no contexto cultural do município de Apucarana, no qual sendo realizada uma pesquisa qualitativa, para avaliar toda a dimensão e condição dos eventos, devido às normas de aprovações técnicas antes de sua realização, apurando os números, tipos e numero aproximado de participantes. Após este processo foi utilizada a metodologia exploratória e descritiva, como dados do organizador, âmbito do evento, frequência, resumo da programação e atividades, através do levantamento de campo e documental, observando a estrutura de cada evento através de visitas e acesso a documentos do processo histórico e evolutivo de cada evento.

Pesquisar avaliando as festas tradicionais, típicas, esportivas e de cunho religioso que o Município de Apucarana conta em sua maioria. Para inclusão do evento no calendário deverá ser composto por pessoas físicas, jurídicas, entidades e empresas, envolvidas direta ou indiretamente nas atividades. No qual obteve como resultado de 31 eventos, sendo 18 de âmbito religioso e 13 eventuais. Avaliando o Decreto nº 377/09 que torna publico as datas dos feriados civis e religiosos, previstos para 2010 sendo os feriados municipais 28 de janeiro - Aniversário do município, 11 de fevereiro - Padroeira da cidade, 02 de abril - sexta feira da Paixão (festa móvel) e 03 junho - Corpus Christi (Festa móvel). Referenciando a possibilidade de inserir futuramente outros eventos.


3Calendário

A necessidade do homem de contar o tempo e controlar suas atividades leva o surgimento de pequenos períodos de tempo, dias e semana que posteriormente são determinados pelas estações devido à programação dos plantios e das colheitas.

O processo de criação dos calendários e a organização do tempo são parte das experiências mais ricas da civilização. A busca de referencias do tempo, que também foi a do domínio das manifestações da natureza, sempre esteve presente entre as preocupações dos povos das civilizações antigas. Os movimentos dos astros e as posições do Sol e da Lua foram acompanhados durante muito tempo pelos diferentes povos, para a compreensaão e criação de referencias do tempo. Um olhar atento sobre calendários antigos pode nos mostrar que cada povo criou seus calendários acompanhando os ritmos da natureza (ITANI, 2003, pg 21).

Houve um grande processo para o desenvolvimento do calendário que temos hoje, o qual é essencial na organização de nossas vidas como exemplo temos: o babilônico, o egípcio, o grego, o asteca, o maia, o inca, entre outros, sendo considerado um instrumento feito pela humanidade para prever o clima. Basicamente hoje possuímos três calendários vigentes no mundo sendo um calendário que conta os anos a partir do nascimento de Cristo e os outros são o muçulmano e israelita que não considera o nascimento de Cristo.

Em geral, com numerosas variações, os calendários apresentavam uma contagem representando esses movimentos com as manifestações da natureza. Um ano civil é montado em dois equinócios, o da Primavera e o do Outono, e dois solstícios, o Verão e o Inverno, que se constituem como a divisão mais importantte para a maior parte dos povos, porque são eventos que marcam tambem os ciclos sazonais do trabalho agrícola (ITANI, 2003, pg 25).

Um dado presente em todos os calendários é o referencial das atividades da vida coletiva e da identidade cultural de um povo.

Data que os gregos antigos colocavam nos primeiros Jogos Olímpicos (na cronologia cristã, 776 a.C.), os romanos nos Anno Urbis Conditae (o ano da fundação de Roma, 753 a.C.), os hebreus na criação do mundo (a 7 de outubro do ano 3761 antes da Era Cristã), os mulçumanos na hégira, "fuga", do profetaMaomé a cidade de Medina ( na contagem cristã, 16 de julho de 622), aFrança da Revolução na proclamação da República( 22 de setembro de 1792). (JÚNIOR, 1999, pg. 10)

Marcos que são vivenciados através dos óculos culturais à disposição da sociedade que mede e ordena o tempo transformando um fenômeno natural em produto cultural. Conforme Junior, 1999, pag 33 "é controlar os momento de trabalho e do ócio, portanto a geração de riquezas materiais", portanto o calendário revela como a sociedade possui sua visão de mundo.

Silva, pg. 390 relata que:

O tempo, como produção humana, é uma ferramenta da História, visível em instrumentos como o calendário e a cronologia. Cronologia é a forma de representar os acontecimentos históricos no tempo, o que exige um calendário e uma noção de contagem do tempo. Todas as civilizações possuem uma data que convencionam como o início do tempo e, logo, o início da história. Assim, contando a partir dessa data – que representa normalmente o início do mundo – demarcam os anos e os séculos, situando cada acontecimento. Nessa perspectiva, o calendário, o ano, o século e a cronologia são invenções da mais alta importncia para a historia como a entendemos hoje. E, no entanto, cada cultura tem uma maneira especifica de ver o tempo, muitas delas inclusive prescindindo do calendário. Dessa forma, nem todo o tempo histórico é tempo cronológico, pois uma sociedade pode não registrar seus acontecimentos em uma cronologia, não possuindo uma organização de anos e séculos, sem que isso faça com que ela deixe de ter história. Nesse sentido, a história é a experiência humana pensada no decorrer do tempo, mesmo sem cronologia.

Para tanto é de grande importância para uma cidade que pretende ou possui fins turísticos, ter um calendário de eventos[1] atual e, bem definido, com as atividades tradicionais da localidade e divulgado a fim de garantir um fluxo de turistas no decorrer dos anos. Ferramenta primordial no setor turístico coma finalidade principal de motivar e orientar os turistas no núcleo receptor.

O calendário municipal, estadual ou nacional visa divulgar eventos ligados à estrutura global das comunidades considerando aspectos da economia da ordem política e cultural proporcionando um registro cronológico das manifestações tradicionais além de dados referentes à historicidade, dos detalhes e a importância para o contexto do evento consolidando as manifestações representativas das diferentes comunidades ou sociedades.

A elaboração do calendário deve contar com o envolvimento e a participação dos organizadores de eventos e de todo o setor turístico, pois é um produto intangível impossibilitando a comparação devido o seu dinamicismo, no qual devera sempre estar atualizado permitindo que todos trabalhem em conjunto, pois servira de referencia e orientação aos turistas e a comunidade local evitando coincidências de datas alem de outros fatores relevantes.

Portanto, a necessidade de estudar os eventos da localidade e das cidades vizinhas, proporcionando uma organização dos eventos realizados e a oficialidade de um calendário.

Festas estão presentes em vários momentos de nossa vida. Estamos sempre vivendo diferentes comemorações. [...] A festa é um fato social, histórico e político. Ela constitui o momento e o espaço da celebração, da brincadeira, dos jogos, da musica e da dança. Celebra a vida e a criação do mundo. (ITANI, pg. 22)

Estas manifestações fazem parte do produto turístico "evento", capaz de gerar fluxos turísticos devido o apelo motivacional dos atrativos incitando e amplificando o público com o fim de fortalecer através de inovações e estratégias específicas de cada segmento. De acordo com a Secretaria de Turismo do Paraná (2009) o calendário possui eventos programados de valor social, cívico, agrícola, pecuário, folclórico, histórico, cientifico, técnico, cultural, religioso, esportivo, popular, etc... enumerados em ordem cronológica sendo a forma mais eficaz para concentrar, divulgar e indicar os principais acontecimentos e propagálos aos demais pólos emissores.


4CONCLUSÃO

Nos últimos anos tem crescido o número de eventos institucionais e promocionais, e as cidades se tornam referência em termos de realizações. Existe, ininterruptamente durante todos os anos, uma grande diversidade de eventos, dos mais variados tipos, de grande, médio e pequeno porte, tudo em função de uma completa rede de infra-estrutura e serviços que tornam viáveis a materialização do sonho; ou do negócio.

As festas populares, tradições tão enraizadas no cotidiano de comunidades do litoral e do interior. As folias de reis, o fandango, a festa do divino, de são Gonçalo, as cavalhadas, as congadas, e tantas outras, não são apenas expressões da cultura popular. São verdadeiras manifestações de resistência do nosso povo, em defesa de sua cultura, de seus costumes.

Divulgar essas festas é uma forma de preservá-la, de reavivá-las, transmitindo-as de geração a geração devido a este fator existe a necessidade da organização de eventos e o planejamento de um calendário anual, que visa facilitar o desenvolvimento com a devida antecedência, bem como a aquisição de verbas.

A metodologia utilizada foi à pesquisa bibliográfica e pesquisa "in loco" nos eventos que acontecem no município de Apucarana.

Portanto o desenvolvimento deste calendário de eventos contribui na adequação das informações necessárias a organização do calendário de eventos assim como a promoção turística da cidade sede fornecendo uma série de benefícios para o município, o turismo e os seus parceiros, além de outras vantagens, tais como planejamento e coordenação de eventos turísticos, a fim de se apoiar e organizar o calendário o qual pode ser uma agenda eletrônica a ser desenvolvida, além de adicionar novas funcionalidades que aumentem os benefícios para os beneficiários como o de proporcionar ganhos duradouros em termos de demanda turística para o município.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANDRADE, Renato B. Manual de eventos. Caxias do Sul: EDUCS, 1999.

BARRETO, M. Planejamento e organização do turismo. 9 ed. Campinas: Papirus,2000

CESCA, Cleuza G. Gimenes. Organização de eventos: manual para planejamento e execução. 4 ed. São Paulo: Summus, 1997.

ITANI, Alice. Festas e Calendários. São Paulo. Editora UNESP, 2003.

JÚNIOR, Hilári Franco. 1948. O ano 1000. Tempo de medo ou esperança. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. – (Virando Séculos

MEIRELLES. Gilda F. Tudo sobre eventos. São Paulo: STS Publicações e Serviços, 1999.

___________. Protocolo e cerimonial: normas, ritos e pompa. São Paulo: Omega Editora e Distribuidora Ltda, 2001.

MELO NETO, Francisco P. Criatividade em eventos. São Paulo: Contexto, 2000.

SECRETARIA DO TURISMO DO PARANÁ. Calendário Oficial de eventos. 2009 http://ecoviagem.uol.com.br/noticias/turismo/encontros-e-eventos-de-turismo/secretaria-do-turismo-do-parana-lanca-calendario-oficial-de-eventos-de-2009-9046.asp

SILVA, Kalina Vanderlei. Dicionário de conceitos históricos. 2ª ed. – São Paulo: Contexto, 2006.

ZANELLA, Luiz Carlos. Manual de organização de eventos: planejamento e operacionalização. São Paulo: Atlas, 2003.



[1]Secretaria de Turismo do Paraná (2009) Histórico

Cronologicamente podemos fixar a data do primeiro "evento" em 776 a.C. na Grécia, a partir da realização da Primeira Olimpíada, em Olímpia, em honra a Zeus. Desde então, as competições de caráter esportivo foram sucedendo-se periodicamente com os Jogos Píticos, realizados em Delfos, de 4 em 4 anos em homenagem a Apolo; os Jogos Ístmicos, realizados em Corinto, em honra a Posseidon; e com os Jogos Nemeus realizados em Neméia em honra a Hércules, completava-se o ciclo das festas helênicas. Estas ao se intercalarem (umas eram de 4 em 4 anos e outras de 2 em 2 anos) estruturaram o que hoje chamaríamos de "Calendário de Eventos" permitindo que todos os gregos, indistintamente, empreendessem pelo menos uma viagem por ano.

Roma, quando do apogeu das conquistas militares e da prosperidade econômica, precisava brindar mais de um milhão de habitantes e preencher igualmente o calendário de feriados que a certa altura ultrapassava o total de dias de trabalho.

Procede-se a ordenação das festas de todos os tipos e para tanto erguem-se os teatros, anfiteatros e circos de dimensões invulgares. A suntuosidade dos espetáculos também impressionava. Na inauguração do Coliseu (com capacidade para 50 mil espectadores) morreram 5 mil pares de gladiadores e escravos.

Vimos que, desde os gregos, através dos séculos, o homem sempre viajou motivado por acontecimentos que, programados dentro de determinado espaço e tempo, são capazes de atrair verdadeiras multidões, proporcionando mesmo o surgimento de cidades, como o das feiras medievais. Organizadas geralmente uma vez por ano, as feiras constituíam-se em grandes acontecimentos sociais, com festas e competições de intensa atividade econômica.