Na época em que eu fazia o segundo grau, em colégio no interior, lembro de um cara que se destacava por ser o maior desportista da escola. De boa aparência, embora nada de excepcional, estava sempre em forma. Tinha uma namorada fixa que era interessante, mas não estava entre as mais cobiçadas do colégio. Era popular e conhecido em todas as classes, já que sempre participava das competições locais, estaduais e até nacionais. E, em geral, sempre bem.

Talvez colaborasse para isso o fato de praticar quase todo tipo de esporte, em geral jogos de equipe. Lembro que se saía muito bem no vôlei e no futebol, chegou mesmo a passar um tempo jogando por um clube da segunda divisão do futebol do Rio. Não posso negar que era um cara simpático, que nunca o vi de cara fechada ou brigando com alguém, e que, ao contrário de mim, tinha muitos amigos.

Pois bem, vão-se mais de 15 anos desde essa época. Recentemente, fiquei sabendo de acontecimentos relacionados a esse cara, que chamarei aqui de Tito, e que estão na boca do povo.

Não sei se ele chegou a sair da cidade desde aquele tempo (acredito que sim), mas, se acabou se formando em alguma coisa certamente foi educação física (se é que continuou com os estudos, tenho cá minhas dúvidas). O fato é que ele passou a oferecer seus serviços como personal trainer. Aparentemente uma boa idéia. Afinal, a cidade de minha infância e adolescência tem sua elite de pessoas ricas e sem tempo (ou com tempo de sobra), muitas delas mulheres e vaidosas, não existindo muitos profissionais que pudessem prestar tal serviço. Como, vez ou outra, acompanho as histórias das pessoas que conheci no passado, parecia ser esse um caso de sucesso. Mas, como quase sempre acontece, os acontecimentos tornam-se peculiares. E, no caso de Tito, não foi diferente.

Dizem que um jornal de circulação estadual publicou nota afirmando que os personal trainers da cidade não queriam mais ser conhecidos por essa designação, e sim como "preparadores físicos". E Tito foi a razão para tal reivindicação!

Tendo sucesso em seu empreendimento e conseguindo muitos clientes - em sua maioria mulheres casadas, jovens e prósperas -, Tito esmerou-se tão bem em sua função que acabou extrapolando em suas tarefas de auxiliar físico... Conta-se que ele manteve relações sexuais com oito de suas clientes, todas casadas!

E Tito, sempre intrépido e corajoso, nem mesmo fugiu da cidade, embora eu não saiba se continue com o mesmo trabalho. É que ele deixou de ser conhecido como personal trainer. As más línguas espalham que ele agora é personal fukker...