Lisianne Mara Rabelo de Oliveira1 e

José Robério de Sousa Almeida2

1Estudante de Graduação da Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos, Departamento de Ciências Biológicas, Limoeiro do Norte, CE.

2Prof. Esp. da Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos, Departamento de Ciências Biológicas, Limoeiro do Norte, CE.

INTRODUÇÃO

Primordialmente denominava-se tumor qualquer aumento de volume situado em um órgão, independente da causa. Atualmente esse termo é usado para indicar uma proliferação celular anormal, cuja denominação correta é neoplasia (Zunqueira & Carneiro, 2005). O câncer surge ao final de sucessivas gerações de células que passam por estados pré-cancerosos cada vez mais acentuados. Ou seja, ele representa uma conseqüência do acúmulo de alterações genéticas que finalmente instalam a enfermidade em algumas células descendentes (Robertis & Hib, 2001).

Segundo Lodish et al. (2005) a maioria dos cânceres surge após os genes terem sofrido alterações pelos carcinógenos ou por erros durante a cópia e o reparo dos genes. Ele ainda afirma que uma série de mutações em diversos genes cria um tipo celular com capacidade de proliferação progressivamente mais rápida, fugindo do crescimento normal que possibilita mutações adicionais.

De acordo com Tortora et al. (2006) quase tudo o que pode alterar o material genético de uma célula eucariótica tem potencial para tornar uma célula normal cancerosa. Dessa forma, as alterações que causam câncer afetam partes do genoma denominadas oncogenes.

Os oncogenes podem ser ativados para um funcionamento anormal por uma variedade de agentes, entre os quais, mutágenos químicos, radiação de alta energia e vírus. Um aspecto importante de todos os oncogenes é a integração do seu material genético no DNA das células hospedeiras, replicando juntamente com os cromossomos celulares (Tortora et al., 2006, p.400).

Uma hipótese defendida há muito tempo é que as células cancerosas surgem por mutação ou alterações induzidas por vírus, e que o sistema imunológico mantém-se vigilante constantemente e elimina essas células antes que elas se tornem tumores estabelecidos. Foi sugerido que o sistema imunológico mediado Poe células pode ter surgido exatamente para esse fim (Tortora et al., 2006).

As características dos vários tumores são conseqüências do tipo celular que deram origem conforme disse Zunqueira & Carneiro (2005):

Quase todos os tipos celulares do organismo podem gerar tumores. Como existem muitos tipos diferentes de células normais, existem também muitos tipos de células cancerosas, produzindo tumores que diferem acentuadamente quanto ao grau de malignidade e à resposta ao tratamento. Todavia, certas células originam tumores com mais freqüência do que outras, como, por exemplo, as células que normalmente se dividem muito (Zunqueira & Carneiro, 2005, p.291).

As células que formam um tumor maligno, ou câncer, não morrem em taxas normais ou invadem os tecidos adjacentes sem uma alteração significativa na sua taxa de proliferação. Alguns tumores malignos, como os de ovário e mamas, permanecem localizados e encapsulados, pelo menos por algum tempo. Quando esses tumores progridem, as células invadem os tecidos adjacentes, entram no sistema circulatório e estabelecem áreas de proliferação secundária adquirindo a capacidade de formar metástases (Lodish et al., 2005).

A morte causada pelo câncer pode ocorrer tanto porque a função normal daquele grupo de células deixa de ser executado, como também porque a proliferação excessiva de células retira cada vez mais alimentos do organismo, causando perda de peso e morte. Além disso, as células do tumor produzem substâncias que intoxicam o organismo. Mas, a possibilidade de cura depende muito da descoberta precoce do tumor (Vasconcellos & Gewandsznajder, 1983).

O objetivo do presente trabalho é mostrar o perfil de alguns pacientes da região do Vale do Jaguaribe que estão ou estiveram sob tratamento do câncer, quais dificuldades encontradas por eles, além de mudanças ocorridas em suas vidas em decorrência do tratamento.

Entrevistas foram realizadas com quarenta (40) pessoas do Vale do Jaguaribe, Ceará, que submeteram-se ou ainda estão submetidos ao tratamento contra o câncer.

Os resultados mostram que o câncer de mama apresenta a maior taxa de incidência no Vale do Jaguaribe, Ceará, com 62,5% das entrevistadas, o câncer de colo uterino, 7,5% e o restante dos casos, 30%, compreende outros tipos de cânceres, dentre eles: leucemia linfóide, câncer de pele, de estômago, de pulmão, de rim, de tireóide, no ovário, na coluna vertebral, no fêmur, no tórax e na parótida.

Os resultados ainda revelam que os cânceres são mais freqüente em adultos com mais de 40 anos, 57,5%, cujos sistemas imunológicos, segundo disse Tortora et al. (2006), estão se tornando menos eficientes, ou em jovens, cujos sistemas imunológicos podem não ter se desenvolvido plenamente ou corretamente.

Muitos pacientes revelaram grandes dificuldades, principalmente financeiras, relacionadas ao transporte e alojamento, por o tratamento ter ocorrido em Fortaleza, Ceará, que para muitos fica a uma distância considerável de seus municípios.

Algumas entrevistas denotam que os pacientes de câncer se tornaram mais sensíveis ao tratamento e alguns deles desenvolveram outros problemas de estado emocional, como a depressão, por terem suas vidas transformadas, outros buscaram renovação de sua espiritualidade, acreditando que a recuperação baseada, também na fé fosse mais rápida e dessa forma adquirindo uma nova auto estima, que segundo afirmaram, ter facilitado bastante durante o tratamento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho mostrou que os pacientes precisam de atenção especializada não só no sentido do tratamento, como também, no que se refere à mudança de hábitos em suas vidas, valorizando-a mais, alguns por causa da família, como filhos, outros por que passaram a acreditar, ter fé, que tudo vale a pena pela vida e assim buscando uma melhor qualidade para si mesmo.

REFERÊNCIAS

1. LODISH, H. et.al. Biologia Celular e Molecular. Artimed Editora S.A. 5ª edição. Porto Alegre, 2005.

2. ROBERTIS, E. M.F. De. e HIB, J. Bases da Biologia Celular e Molecular. Editora Guanabara Koogan S. A. Rio de Janeiro, 2001.

3. TORTORA, G. J., FUNKE, B. R. e CASE, C. L. Microbiologia. Artimed Editora S.A. Porto Alegre, 2006.

4. VASCONCELLOS, J. L. e GEWANDSZNAJDER, F. Programas de Saúde. Editora Ática.1983.

5. ZUNQUEIRA, L. C. e CARNEIRO, J. Biologia Celular e Molecular. Editora Guanabara Koogan S. A. 8ª edição. Rio de Janeiro, 2005.