A sociedade perdeu os valores naturais das coisas em detrimento dos valores substancias do mercado consumista. O ser humano teve que se adaptar as necessidades do mundo globalizado: fenômeno do capitalismo. Mundo este que exigiu com o passar do tempo pessoas qualificadas às suas penúrias.

Para que o ser humano se tornasse um ser qualificado, foram necessários abdicações quase que integrais do tempos com a família e com o lazer; para com esse novo afeiçoamento dessa indigência. Resultando numa política do bem pessoal, e se esquecendo do bem coletivo. 

Crianças crescem sem o acompanhamento afetivo dos pais, pois estão ocupados entre o trabalho e a necessidade de estudarem para sempre se manter atualizados dentro do mercado de trabalho, e da nova ordem imperativa.

 Os jovens contam com uma educação pública precária e com uma educação familiar e religiosa praticamente inexistente, passando estes a se acharem os donos do próprio nariz, fazendo as suas vontades; muitas vezes caindo na vagabundagem e na utilização de entorpecentes; se destruindo aos poucos sem saborear o verdadeiro gosto da família, o valioso sentimento do amor familiar, doação e reciprocidade destes sentimentos tão necessários para uma sociedade equilibrada e harmoniosa.

O capitalismo fonte da burguesia desde o surgimento do mercantilismo contribuiu desenfreadamente para este mercado consumista.

A sociedade está voltada a televisões maiores, a carros mais modernos e a roupas de “marcas”, como minha irmã intitula “a geração etiqueta”, que, para a Dr. Daniele Conversi os povos estão "como macacos, imitam algo que eles nem mesmo entendem"¹, seguindo um fluxo de via de mão única, importando itens culturais de um único país, os Estados Unidos, numa americanização, extremamente artificial.

 Nas relações pessoais o que era minoria passou a ser maioria no questionamento: o que ele faz? Quanto ganha? Tem carro? Ao invés de: quem é ele? Ele é uma pessoa boa? Estuda? Trabalha? Ele gosta de você? Faz-te bem? É confiável? Respeita-te?

Não me oponho ao livre trânsito de capitais e nem acordos comercias, mas aos aspectos capitalistas liberais da globalização no que diz respeito ao âmbito sociológico, uma vez que a vida social e cultural de diversos países, incluindo sem dúvida o nosso, sofre influências externas em razão das imposições econômicas e políticas. Para Joseph E. Stiglitz “a maior parte do Mundo, a globalização, como tem sido conduzida, assemelha-se a um pacto com o demônio. Algumas pessoas nos países ficam mais ricas, as estatísticas do PIB - pelo valor que possam ter - aparentam melhoras, mas o modo de vida e os valores básicos da sociedade ficam ameaçados. Isto não é como deveria ser”².

A sociedade tem que ter mais atenção com o próximo, observar os valores naturais das coisas e ter como uma das virtudes a temperança nos atos praticados, analisando o que tá certo e o que tá errado para o bem comum, não continuar dando segmento ao materialismo, e se esquecendo do lado humano.

  1. CONVERSI, Daniele. Americanization and the planetary spread of ethnic conflict: The globalization trap. in Planet Agora, dezembro 2003 - janeiro 2004
  2. STIGLITZ, Joseph E. The pact with the devil.Beppe Grillo's Friends interview