Percepção Social do Risco e dos Factores que Influenciam sua Aceitabilidade em Moçambique. 

Por: Ildefonso Age Caetano[1] [email protected]

 

RESUMO

O presente artigo intitulado “a percepção social dos riscos e dos factores que influenciam sua aceitabilidade em Moçambique” surge com a finalidade de mostrar ao governo a necessidade de maior interacção com as comunidades nos programas de Gestão de Riscos. Para este trabalho tem como objectivo mostrar ate que ponto as populações entende sobre os riscos ambientais, com este artigo o autor pretende fazer uma relação entre o crescimento económico, vulnerabilidade e incremento de danos por riscos em Moçambique e analisar porque existem regiões com elevada perigosidade e baixo risco mas existem aquelas com baixa perigosidade e elevado risco. O procedimento usado para a realização do presente trabalho foi a pesquisa bibliográfica onde a aplicação deste método consistiu na consulta de algumas fontes bibliográficas que retratam do tema em estudo e para a definição de conceitos básicos relacionados com o tema.

 

Palavras-Chave: percepção social, risco, influência, aceitabilidade

 

Introdução

Os estudos revelam que quanto mais o público é informado, mas ele assume uma posição contraria as actividades que envolve risco.

A conclusão aparentemente consensual entre os analistas de riscos e os seus críticos, é que o público utiliza critérios diferentes daqueles usados pelos técnicos na avaliação dos riscos. Enquanto estes últimos se baseiam em dados estatísticos e em cálculos em termos económicos, a população leiga utiliza critérios essencialmente qualitativos e rejeita a análise de custos e benefícios.

O que se pode verificar, então, é que, mesmo na perspectiva dos analistas de riscos, a questão é muito mais complexa do que poderia parecer a primeira vista.

Para conseguir aceitação da população, se faz necessário antes, de qualquer acção educativa, compreender os critérios utilizados por ela na avaliação do risco ou, na linguagem dos profissionais da área, como as pessoa percebem o risco.

Segundo SLOVIC, citado por BERNARDO (2001:14) ”a percepção do risco é entendida pelos seus analistas como os julgamentos indutivos do risco, utilizados pela maioria das pessoas leigas em oposição aos métodos tecnologicamente sofisticados empregados pelos especialistas”.

Os factores que influenciam a sua aceitabilidade em Moçambique deve se a monitoramento e de campanhas de educação cívica desenvolvidas pelas entidades governamentais nos locais de maior risco.

Segundo MANUEL (2010:160), diz que “a questão cultural impede algumas famílias de se mover de áreas críticas para as mais seguras, o que faz com que o número de afectados de forma crítica seja maior”.

Para o caso do nosso pais, factores como, a ausência de uma estratégia nacional de gestão de calamidades, predominância de uma cultura de gestão de emergências em detrimento da gestão do risco de desastres, ausência de integração da gestão de desastres naturais nos planos de desenvolvimento sectoriais, falta de recursos humanos, materiais e financeiros, dependência de financiamento externo, fraco envolvimento das organizações não governamentais nacionais, fraca participação das comunidades locais, tendência para privilegiar desastres de grande escala em detrimento de outros tipos, ausência de mecanismos de gestão de risco a nível distrital e local, fraca análise institucional sobre temas transversais como o HIV/SIDA e as questões de género em desastres, dificultam a gestão efectiva do risco de desastres e exemplo disso é o que estamos a viver hoje no Distrito de Chocue na Província de Gaza.

Há necessidade de continuar a fazer estudo de monitoramento desses riscos de forma a poder prevenir possíveis acidentes relacionadas com desastre naturais repentinos, através da planificação do crescimento urbano e rural, do aconselhamento sobre as zonas de construção de edifícios ou casas de material precário por exemplo.

Relação entre o crescimento económico, vulnerabilidade e incremento de danos por riscos em Moçambique.

Devido à extrema vulnerabilidade da população moçambicana, os eventos extremos frequentemente assumem proporções alarmantes, causando inúmeros danos humanos, materiais e ambientais. Esta vulnerabilidade resulta da combinação de condições sociais, económicas, culturais e políticas que tornam a população susceptível a choques. Por outro lado, factores como a pobreza e a fome, aumentam o risco de desastres, exacerbando os efeitos dos eventos climáticos extremos.

Quanto mais existir um crescimento económico numa dada região, este crescimento será acompanhado pelo derrube de ecossistema natural e de intenso uso dos recursos naturais como por exemplo o que esta a verificar se na Província de Tete concretamente em Moatize. Este crescimento económico ira aumentar a vulnerabilidade das pessoas de estarem expostas ao risco e que por sua vez este risco pode um dia criar danos matérias e humano.

Segundo GRAVES (1996:236) ”a alteração da zona de vegetação podem provocar uma redução da biodiversidade e da diversidade genética dentro das espécies de plantas”.

 É particularmente importante para muitas espécies de plantas agrícolas, nas quais grande parte da diversidade genética é preservada na forma que crescem livremente nas áreas onde a cultura teve origem. O material genético destas espécies indigitam pode conferir tolerância a pragas e doenças ou facilitar adaptações a pressões ambientais tais como a seca.

 Segundo MICOA (2005:5) “o que transforma um evento natural num desastre humano e económico, revela que os problemas de desenvolvimento que o país enfrenta são os mesmos que contribuem para a sua vulnerabilidade aos efeitos catastróficos dos eventos climáticos extremos”.

Regiões com elevada perigosidade e baixo risco mas existem aquelas com baixa perigosidade e elevado risco

Segundo esta afirmação nos locais de risco tem aparecido regiões com elevada perigosidade e baixo risco este facto se deve nestes locais de elevada perigosidade e a exposição ser menor, existir um número reduzido de populações e devido esta redução da população as infra-estruturas não sofrem uma pressão. Este facto faz com que quando acontece um risco apenas os danos seja insignificantes em relação aos locais com baixa perigosidade e elevado risco.

Porque onde existe baixa perigosidade e elevado risco, o que tem acontecido é a existência de maior exposição, sobrecarga ou as pessoa vivem em locais onde não existe perigo mas devido ao maior número de habitantes por exemplo e uma construção desordenada faz com que este local haja maior risco de surgimento de doenças contagiosas entre outros males que possam surgir.

 Bibliografia

BERNARDO, Márcia Espanhol, Risco na Usina Química: Os Acidentes e Contaminação nas Representações dos trabalhadores. São Paulo 2001

MICOA, Avaliação das Capacidades de Gestão de Riscos de Desastres, Maputo 2005

GRAVES, Jonathan e REAVEY, Duncan, A Mudança Global do Ambiente, Plantas, Animais e Comunidades, Colecção Perspectivas Ecológicas, Instituto Piaget

MANUEL, Alberto Fernando at all, Manual de Educação Ambiental nas Escolas Vocacionais de Moçambique, Maputo Outubro 2010

MICOA, Programa de Acção Nacional para a Adaptação, Às Mudanças Climáticas (NAPA), Dezembro de 2000



[1] Licenciado em Ensino de Geografia e Mestrando em Educação/ Ensino de Geografia Docente da Universidade Pedagógica - Quelimane