PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS DE UTI´S EM RELAÇÃO AO PACIENTE GRAMENTE ENFERMO DE TRÊS HOSPITAIS DA CIDADE DE DOURADOS PERCEPTIONS OF ICU NURSES REGARDING THE PATIENT SEVERELY ILL FROM THREE HOSPITALS IN DOURADOS ORTIZ, Rita Lima ; SANTOS, Claudia Pereira da Silva RESUMO Unidades de Terapia Intensiva são setores hospitalares que proporcionam tratamento a pacientes com quadro mais complexo. O enfermeiro é o profissional da área da saúde que passa maior tempo monitorando o paciente nas UTIs. O presente trabalho teve como objetivo identificar a percepção dos enfermeiros de UTIs de três hospitais da cidade de Dourados, com tempo profissional superior a um ano, frente ao paciente gravemente enfermo. A metodologia aplicada teve enfoque qualitativo do tipo descritivo. Utilizou-se a técnica da entrevista desestruturada e a partir da transcrição dos dados para a analise utilizou-se o Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). A analise dos dados demonstrou que a percepção do enfermeiro é de um paciente fragilizado, indefeso, que necessita de maiores cuidados, cuidados este de forma humanizada. Palavras-chaves: Terapia, Paciente e Cuidado. ABSTRACT Intensive care units are hospital sectors that provide treatment to patients with more complex situation. The nurse is the professional of the area that spend more time monitoring the patient in the ICU. This study aimed to identify the perceptions of nurses in ICUs of three hospitals in the city of Dourados, with professional time more than one year, compared to the seriously ill patient. The methodology had a descriptive qualitative approach. We used the technique of the unstructured interview and from the transcript data for de analysis used the Collective Subject Discourse (CSD). The analysis of data showed that needs more care, this care in a humane way. Keymords: Therapy, Patient and Care Introdução As Unidades de Terapia Intensiva tem como finalidade prestar atendimento à pacientes em estado grave, que necessitam de cuidados complexos e especializados, prestados por uma equipe multiprofissional, no qual se encontra inserido um profissional enfermeiro. O trabalho do enfermeiro na UTI é diferenciado dos demais, pois requer maior recurso tecnológico e humano, no qual o profissional presta assistência direta ao paciente em estado grave (SILVA; CRUZ, 2008) Ao enfermeiro cabe privativamente prestar assistência direta dos serviços de enfermagem aos pacientes em estado grave, com risco de vida e que necessitem de cuidados de maior complexidade (Lei 7498/86). Assim a enfermagem é um fator crucial para a elaboração de uma assistência de qualidade (BITTAR; PEREIRA; LEMOS 2006). O paciente hospitalizado depende total ou parcial da equipe de enfermagem para suprir suas necessidades, sendo o enfermeiro o profissional que mantêm contato por tempo maior com o paciente (WALDOW, 2001). Pacientes gravemente enfermos são os que apresentam um quadro grave e recuperável, com risco iminente de morte, estando propenso à instabilidade de suas funções vitais, podendo apresentar piora a qualquer instante, necessitando de assistência de enfermagem e médica especializada permanentemente (Resolução 293/2004 COFEN). Sendo assim, a avaliação da assistência cabe ao enfermeiro, sendo muitas vezes necessário planejar a assistência para o dia seguinte, para que não haja falhas numa tomada de decisão, pois se ocorrer irá causar uma situação desagradável, por isso o enfermeiro intensivista engloba o conhecimento minucioso das necessidades do enfermo (Kurcgant, 1991). Este assume também a responsabilidade de cuidar do paciente em qualquer situação, seja ela clinica ou emergencial, devendo estar preparado para qualquer intercorrência (CINTRA; NISHIDE; NUNES, 2003). Em seu artigo Leão et al (2007), afirma que o enfermeiro é o profissional que se encontra mais presente na vida do paciente ouvindo-os e atendendo a suas solicitações, dores, insatisfações e tomadas de decisões cabíveis. De acordo com Porto, Viana (2009) a assistência de enfermagem ao paciente gravemente enfermo internado em uma unidade de terapia intensiva baseia-se em cuidados como verificar sinais vitais e balanço hídrico a cada duas horas; desobstruir vias aéreas do paciente através da aspiração orotraqueal ou nasotraqueal e estimulá-lo a tossir; trocar curativo diariamente e sempre que necessário; irrigar sonda nasogastrica com 20 ml de soro fisiológico para manter a permeabilidade; manter a nebulização com água destilada em casos de pacientes com intubação ou traqueostomia; realizar mudança de decúbito, com a finalidade de evitar ulcera por pressão; controlar o gotejamento de soro; observar o ritmo e a freqüência cardíaca no monitor; caso esteja em coma, manter os olhos fechados e cobertos com gaze umedecida em soro fisiológico; Realizar ou auxiliar na higiene oral; trocar equipo a cada 24 horas ou 72 horas de acordo com a rotina da instituição. O presente estudo teve como objetivo identificar a percepção dos enfermeiros que atuam em UTI frente ao paciente gravemente enfermo, tendo em vista que a teoria é um instrumento que evidencia os fatos, é necessário fazer uso de uma delas quando se realiza uma pesquisa, então o presente trabalho tem como referencial a teoria humanística de Paterson e Zderad. Adotar o processo de cuidar da Teoria Humanística é trabalhar com a prática de enfermagem a partir das experiências que envolvem a enfermeira e a pessoa receptora do seu cuidado, necessariamente articulada entre si. Entretanto, definir a essência da enfermagem humanística não constitui tarefa fácil, pois depende de experiências existenciais e fenomenológicas dos indivíduos envolvidos, dotados de valores, concepções, mitos e expectativas diante de experiências (LUCIO, PAGLIUCA, CARDOSO, 2008 p. 173) Pois a essência do cuidar em UTI esta voltada para as tomadas de decisões, baseadas nas condições fisiológicas e sólidas do paciente, levando em consideração a humanização do cuidado de enfermagem (VILA; ROSSI, 2002). Assim a humanização é um processo que torna a assistência efetiva ao paciente gravemente enfermo considerando o ser humano como um todo, com ações voltadas para todos os envolvidos no processo de saúde - doença do paciente. (VILA; ROSSI, 2002). A Enfermagem é a arte e a ciência do cuidar, cuidar de pessoas! E para que isso seja viável é necessário um processo de interação entre quem cuida e quem é cuidado, é necessária troca de informações e de sentimentos entre essas pessoas" (ZINN, SILVA E SILVA, 2003, p.327). Assim sendo, buscou-se com este trabalho identificar a percepção dos enfermeiros que atuam em unidades de terapia intensiva frente ao paciente gravemente enfermo. A realização deste trabalho tem relevância tanto para a formação acadêmica quanto para os enfermeiros que atuam em Unidades de Terapia Intensiva, pois subsidia os acadêmicos quando em campo de estagio, quanto à assistência a ser ofertada aos pacientes internados em uma UTI, e proporcionará aos profissionais um momento de reflexão quanto às medidas adotadas frente ao paciente. Materiais e Métodos No presente estudo utilizou-se a metodologia qualitativa descritiva, pois teve como objetivo identificar a percepção dos enfermeiros de Unidades de Terapia Intensiva tanto neonatal quanto adulto de três hospitais da cidade de Dourados MS, em relação ao paciente gravemente enfermo, assim por se tratar de uma variável como percepção, esta metodologia é a que melhor se aplica para a análise dos dados (LEFÉVRE, LEFÉVRE, 2005). Pesquisa qualitativa é aquela que não emprega recursos estatísticos como base do processo de análise, é uma abordagem utilizada quando se busca expor a complexidade de determinado problema, não envolve a manipulação de variáveis e estudos experimentais, procura levar em consideração todos os componentes de uma situação em suas interações e influencias mutuas, numa visão própria dos fenômenos (SANTOS, 2007, p. 26). A pesquisa foi realizada com enfermeiros que atuam nas UTI´s do Hospital Evangélico Dr. e Sra. Goldsby Kyng, Hospital da Vida e Hospital da Mulher, totalizando o numero de sete enfermeiros. Destes três atuavam no momento em UTI neonatal, e quatro em UTI adulto. Foram inclusos os profissionais com idade superior a 25 anos e inferior a 45anos que apresentavam tempo de trabalho superior a um ano e excluídos apresentavam tempo de trabalho inferior a um ano. O número da amostra foi de acordo com a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo e utilizada a técnica de saturação de respostas. O fechamento de uma amostra pela técnica de saturação consiste em suspender a inclusão de novos participantes, quando os dados avaliados passam a ser redundantes ou repetidos, tornando assim, indispensável à coleta de mais dados (FONTANELLA, RICAS, TURATO, 2008). Os princípios éticos e legais que norteiam pesquisa com seres humanos foram respeitados e cumpridos. Assim o estudo somente teve início após a aprovação integral do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde - UNIGRAN DOURADOS. Após a aprovação do CEP a pesquisadora fez contato com os profissionais explicando objetivo do trabalho, a metodologia a ser aplicada, logo em seguida foi feito a apresentação e leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), assim os enfermeiros assinaram o TCLE. Para obtenção dos dados foram realizadas entrevistas com enfermeiros, a entrevista não passa de uma conversa efetuada face a face, de maneira metódica, que permite a obtenção das informações necessárias ao investigador. (LAKATOS; MARCONI, 2007), oferecendo ao entrevistado a liberdade de se expressar (GRESSLER, 2003). Os dados foram analisados através da técnica do Discurso do Sujeito Coletivo de Lefévre, Lefévre. O Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) é a síntese de um discurso redigido na primeira pessoa do singular, este por sua vez é composto pelas Expressões Chaves (ECH) que têm a mesma Idéia Central (IC) ou Ancoragem (AC) (LEFRÉVE, LEFRÉVE, 2005). A questão busca esclarecimentos que fundamentam os objetivos do estudo foi extraido de cada resposta as expressões chaves (ECH) e idéias centrais (IC) de percepção dos enfermeiros que atuam em UTI adulto e neonatal frente ao paciente gravemente enfermo de três hospitais da cidade de Dourados- MS As ECH são as partes transcritas na íntegra do discurso, e tem que ser enfatizadas pelo pesquisador, pois através das ECH será revelada a essência do depoimento e através destas expressões que se constroem o DSC (LEFRÉVE, LEFRÉVE, 2005). A IC é uma expressão lingüística que descreve de forma mais simplificada possível o sentido de cada um dos discursos analisados, é uma descrição do sentido de um depoimento e não uma interpretação (LEFRÉVE, LEFRÉVE, 2005). Discussão A analise dos dados realizou-se através da transcrição dos dados, obtidos através das transcrições dos discursos na integra, aplicando a técnica do DSC e utilizando a saturação de respostas, esta por sua vez é a repetição de conteúdos semelhantes expressos por vários sujeitos por meio de entrevistas não estruturadas por meio de aparelho MP4, onde as falas dos depoentes foram gravadas. Na análise das informações obtidas nas entrevistas identificou-se quatro idéias centrais (IC): paciente; assistência; sentimento e trabalho, que descrevem a percepção dos enfermeiros de UTIN em relação ao paciente gravemente enfermo, segue abaixo a analise do DSC. IC: Paciente DSC: "Toca muito com o emocional da gente né e se tratando de recém nascido é uma coisa que toca mais a gente. Cada paciente é um paciente individual, ele é pequeno, é um paciente mais difícil de manipular. Um ser que esta necessitando muito do cuidado de alguém, que depende de outros para sobreviver ficando indefeso frente a sua recuperação e aos cuidados que necessita, um ser que sofre, sente dores, não consegue falar, se comunica com o olhar, pedindo que a gente ajude naquele momento". O relato acima mostra que o paciente é assistido pelo enfermeiro como um ser indefeso, que necessita de muita atenção, pois não conseguem se comunicar, sendo dependente dos outros. O RN faz parte da população que esta sujeita a riscos, então necessitam de muita atenção, deve ser assistido como um ser único e individual pelo profissional cuidador, com ações direcionadas para o acolhimento do bebê. (ROLIM; CARDOSO, 2006). IC: Assistência DSC: "A humanização fala mais alto, ou seja tratar o paciente como você gostaria de ser tratado. A gente não consegue ver o paciente como mais um paciente por causa da questão de humanização né, na realidade é um bebe que ta ali, mais ao mesmo tempo você não pode deixar de prestar nenhum cuidado que vai causar dor que vai causar sofrimento porque a gente sabe que é pelo bem do paciente. Se a gente não colocar essa parte de humanização vira uma coisa mecânica e pra trabalhar na UTI neo não pode ter mecânica, porque se você tiver for mecanicista demais e usa só a técnica só, o serviço já fez, pronto e acabou você não fornece qualidade de vida pro seu paciente." O enfermeiro oferece ao paciente a assistência mais humanizada possível, pensando em oferecer a este, qualidade de vida. O ambiente humanizado é aquele que sensibiliza e envolve as pessoas, buscando uma relação de harmonia, no qual o profissional enfermeiro e o RN possam interagir juntos na busca do bem-estar. Deve-se entender o bebê de tal forma a avaliar e adequar os procedimentos relacionados ao cuidado, passando a observar as expressões do RN sendo uma forma de cuidado humanizado (ROLIM; CARDOSO, 2006) IC: Sentimento DSC: "Meu sentimento é bom, o fato de você ver um bebê prematurinho né vai pro respirador, dali uns dias ele sai do respirador começa a ter contato com a mãe é muito prazeroso. É sentimento de mãe, eu tinha assim aquele carinho com os bebês porque eu imaginava assim, ah a mãe dele não ta aqui né, então agora é o meu momento de ajudar, até pegar um bebê no colo é dar um pouquinho de carinho. No começo era triste, mas hoje entendo como um ciclo de vida onde todos vão passar, o que podemos fazer é o melhor pelo paciente visando à recuperação quando possível ou uma morte digna". O sentimento é bom, de satisfação ao ver o bebê se recuperar e ir pra casa. Deve-se valorizar e respeitar o paciente, preocupando-se em ofertar um cuidado digno quando no final da vida e humanização da morte. (LAGO et al 2005). IC: Trabalho DSC: "A gente se vê esgotada a parte emocional da gente por conta do.. do... do... do trabalho em si, das dificuldades em si ne. Trabalhar com paciente gravemente enfermo, é assim, é depositar suas esperanças nele porque cada dia que ele vive pra gente é uma vitória. Como já tenho mais ou menos 15 anos de profissão, estou acostumada a ver e presenciar a morte em pacientes críticos de UTI, isso faz com que se torne uma coisa normal". Observa-se no relato acima que o trabalho executado na UTI neonatal, causa muitas vezes um desgaste emocional nos enfermeiros, porém o fator tempo, torna isso menos sofrido para o profissional. Trabalhar em UTI neonatal é deparar-se diariamente com situações relacionadas à morte, o profissional deve fazer uso de mecanismos de defesa a fim de evitar o confronto com a angústia emocional, causada pelo sofrimento do paciente, pois se o mesmo não fizer uso desse mecanismo de defesa o trabalho poderá lhe causar estresse e sofrimento psicológico (OLIVEIRA et al 2006). Lopes; Laufert (2001) apud Salicio; Gaiva (2006) cita que o trabalho apresenta características que envolvem uma forte carga emocional, no qual vida e morte se associam, originando muitas vezes um trabalho desgastante e frustrante. Em relação aos argumentos dos entrevistados de UTI adulto, identificou-se as mesmas IC: paciente, assistência, sentimento e trabalho, segue a baixo o discurso: IC: Paciente DSC: "Olha é fragilizado, porque ele ta nas mãos de outra pessoa, ele não pode decidir nada por ele outras pessoas vão decidir por ele. Ele precisa de todo o nosso cuidado. Um paciente diferenciado, um paciente que necessita é de um apoio, ai já entra uma questão psicológica porque é um ambiente fechado, porque é um ambiente critico, onde você vai separar esse paciente grave onde ta fragilizado, então eu vejo esse paciente como um paciente diferenciado num cuidado mais grave, com maior atenção. Ele é uma pessoa muito mais frágil, mais debilitada, uma pessoa que precisa de cuidado, que precisa ter um olhar mais critico com relação ao quadro dele, exige uma percepção maior principalmente do enfermeiro". Nota-se através do discurso acima, que o paciente e visto pelo profissional enfermeiro como um ser frágil, debilitado, diferenciado que necessita de maiores cuidados e atenção especialmente do enfermeiro. O ser humano é entendido como um ser-no-mundo-com-outros e este modo-de-ser é o cuidado que, enquanto essência humana, se expressa em eventos do aqui e agora que retém vivências passadas e se projeta para o futuro, numa relação dinâmica entre os vários atos de cuidar e a atitude de fundo, a qual aparece permeada de elementos constitutivos da história da vida, imbuídos do aspecto psicossocial e cultural, incluindo implementos acadêmicos. Cada vez que uma pessoa se empenha na função de cuidar, mostra a si mesma, satisfazendo uma necessidade sua e do outro, projetando-se para o futuro na perspectiva de sua qualidade de vida e do outro, em um constante movimento em busca da realização existencial que é o exercício do cuidado (SILVA, et al, 2005, p. 474). IC: Assistência DSC: "Você trabalha completamente pra recuperação dele, se joga né, faz de um tudo, tudo mesmo, atenção redobrada o tempo inteiro, eu cobro muito da equipe a privacidade entendeu, isso tudo é humanização ne. Demanda uma assistência ininterrupta de cuidados maiores .... A humanização vem acima de tudo ne. então às vezes você imagina que o cuidado seja o mesmo, mas assim a assistência, a assistência de enfermagem, é diferenciada é o enfermeiro que é responsável por tudo isso, é o enfermeiro que vê. Nossa profissão, é o cuidar". O profissional faz uso da essência da profissão que é o cuidar, a assistência humanizada, digna ao paciente que se encontra tão fragilizado nesse momento. Enquanto profissionais de enfermagem temos que contribuir para que a essência do cuidado humano, como a sensibilidade, conhecimento e a tão falada arte de cuidar seja cumprida e não se perca, mas que melhore a cada dia (SILVA et al, 2005). O cuidado de enfermagem tem como objetivo auxiliar as pessoas na busca de caminhos que lhes dêem sentido, a fim de que prolonguem e renovem as formas de ser e sentir-se saudáveis através do cuidado de si (SILVA et al, 2005). IC: Sentimento DSC: "Você ver a cada dia o paciente se recuperando do dia a dia gradativamente pra mim é gratificante, porque você vê o paciente chegando daquela forma grave você vê a reabilitação dele é muito gratificante, meu sentimento em relação a isso é bom é bem gratificante. o prazer meu de ta ali de ver esse paciente sair não tem, não tem preço é uma recompensa assim que sei la não tem dinheiro que pague entendeu, não tem dinheiro que pague a satisfação de trabalhar. é gratificante, principalmente quando o paciente sai bem né as vezes tem o caso de você achar que ta com um prognostico ruim e de repente o paciente sair tudo vem, então assim é gratificante pra nós". É notável nas falas o sentimento bom de trabalhar com pacientes gravemente enfermos, pois diante da recuperação do mesmo, o profissional sente-se maravilhado, satisfeito. Enquanto enfermeiros temos que cultivar sentimentos bons, como o amor, a ternura, carícia, cordialidade e compaixão, pois assim iremos garantir a humanização ao ser humano, e o mundo será mais iluminado e cheio de vida para os pacientes (SILVA ETAL,2005) IC: Trabalho DSC: "Olha pra mim trabalhar com um paciente gravemente enfermo é você lhe dar com o processo de morte, morte, morrer, estresse um pouco mais elevado na equipe, mas é gratificante. Quando o paciente sai bem né é gratifiacante. Gratificante ne, eu me jogo com tudo, porque tão completamente dependente, tão completamente fragilizado. Aqui é extremamente gratificante, sou apaixonada, aqui tem a paixão ne tem a paixão mesmo. Então pra mim é gratificante. Podemos notar no discurso acima que para o enfermeiro o foco é o paciente, é ver sele se sair bem. O foco do processo de trabalho da enfermagem é o paciente, ou seja, presta cuidados terapêuticos fazendo uso de ferramentas de trabalho que busca satisfazer as necessidades humanas do paciente (AMESTOY; SCHWARTZ; THOFEHRN, 2006). Considerações Finais As Unidades de Terapia Intensiva, são setores hospitalares que prestam cuidados mais complexos ao paciente, para isso contam com uma equipe multidisciplinar qualificada para trabalhar neste setor e com recursos tecnológicos mais qualificados possível. Assim os pacientes que se encontram inseridos neste ambiente hospitalar, são pacientes que apresentam quadro grave, mas com grande potencial de recuperação. Com a intenção de proporcionar a mais efetiva recuperação do paciente, o enfermeiro no seu trabalho diário empenha-se ao máximo nesse processo de recuperação, pois esses pacientes encontram-se no momento fragilizado, dependendo na maioria das vezes integralmente da equipe de enfermagem. Assim o enfermeiro assume papel de destaque dentro da equipe, pois ele é o responsável pelo o trabalho de sua equipe, pois possui maior conhecimento especifico em relação a sua equipe, sendo de sua competência profissional prestar cuidados diretos aos pacientes com estado grave. Assim com base nas análises, o presente estudo demonstrou que o foco da assistência dos enfermeiros é o paciente, este por sua vez é assistido de forma mais humanizada possível, buscando satisfazer as suas necessidades humanas. Atendendo assim as premissas do referencial teórico deste estudo, a teoria humanística, pois o enfermeiro tem uma visão holística do paciente gravemente enfermo, procurando identificar suas necessidades mais minuciosas. Ao termino deste trabalho, deixo em ressalva minha grande satisfação em decorrer sobre esse tema, pois superaram minhas expectativas, conhecer a percepção de profissionais com um tempo considerável de experiência profissional, sem dúvida irá me servir como exemplo não somente para a minha vida profissional, mas para os que tiverem acesso a este artigo. Referências Bibliográficas AMESTOY, S.C.; SCHWARTZ. E.; THOFEHRN, M.B. A humanização do trabalho para profissionais de enfermagem. 2006. Disponível em: . Acesso em: outubro/2010. BITTAR, D.; B.; PEREIRA, L.; V.; LEMOS, R.; C.; A. Sistematização da Assistência de Enfermagem ao Paciente Crítico: Proposta de Instrumento de Coleta de Dados. Texto Contexto Enf. 2006. Disponível em: Acesso em: outubro/2010. BOLELA, F. A humanização em terapia intensiva na perspectiva da equipe de saúde. Tese de mestrado. Ribeirão Preto. 2008. Disponível em: . Acesso em: novembro/2010. CINTRA, E.; A.; NISHIDE, V.; M.; NUNES, W.; A. 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