Instituto Superior de Educação e Tecnologia (ISET)
Curso de Formação de Formadores de Professores do Ensino Básico
Bacharelato em Ciências de Educação

Percepção de Avaliação da Leitura no Processo de Ensino e Aprendizagem na Língua Portuguesa

Farai Estevão
Changalane, Maputo
Fevereiro 2011

Resumo
O presente trabalho mostra o tema "Percepção de Avaliação da Leitura no Processo de Ensino e Aprendizagem na Língua Portuguesa", como uma ferramenta que visa proporcionar a melhoria de qualidade de ensino da leitura no ensino primário, através da aplicação de modelos e critérios adequados de avaliação de leitura. A metodologia usada durante o trabalho é a pesquisa qualitativa do estudo de caso acerca de critérios de avaliação da leitura usados pelos professores da 5ª classe, na EPC de Michangulene. O trabalho responde o problema sobre os alunos que terminam a 5ª classe, sem saberem ler correctamente. O trabalho conclui que a deficiência na avaliação da leitura na disciplina de Língua Portuguesa, 5ª classe, é que origina os problemas de leitura nos alunos. Nota-se que os alunos não sabem ler porque não são avaliados cuidadosamente ao longo da leitura. Esta avaliação, facilita o professor não só no reajustamento e reorganização dos planos e actividades na sala de aula, mas também na resolução dos problemas encontrados nos seus alunos. Para a maior parte dos alunos, a Língua Portuguesa constitui a L2. Portanto, para os alunos, ela é tida como uma língua estrangeira, dificultando-lhes na aprendizagem da mesma. Assim afirma-se que "avaliar é acompanhar", e esta deve constituir a actividade central do professor.
Palavras-chave: Deficiência. Avaliação. Leitura

Portuguesa, concretamente na EPC de Michangulene, Posto Administrativo de Changalane, Distrito de Namaacha, Maputo. Este trabalho, com o tema: Percepção de avaliação da leitura no PEA na Língua Portuguesa, tem como finalidade, melhorar os procedimentos de avaliação da leitura aplicados pelos professores. É notório que nas nossas escolas, o processo de avaliação não é muito claro, principalmente na leitura. O trabalho é relevante na medida em que aborda o sistema de avaliação, abrindo horizontes para a adopção de uma avaliação de leitura adequada, dando propostas de alguns modelos de avaliação que podem ser úteis para as escolas primárias. Foi feita a pesquisa do campo, na EPC de Michangulene, na turma da 5ª classe. Através desta pesquisa, notamos que a deficiência da leitura nos alunos tem como origem a falta de avaliação, uma vez que é o instrumento de acompanhamento da evolução do aluno na aprendizagem. A escola, assim como os professores não possuem modelos de avaliação de leitura. O professor usa o sistema de memorização dos nomes dos alunos que têm ou não dificuldades de leitura. Com este sistema, é muito difícil lembrar-se das peculiaridades de cada aluno, o tipo de atenção que merece. Para além disso, o professor não toma muita seriedade nas aulas de leitura. É frequente o professor apreciar o ambiente de fora da sala de aula enquanto os alunos lêem. O professor só diz " a seguir", repetidas vezes. Assim, as aulas de leitura, transformam-se em ocasiões de brincadeiras por parte dos alunos. Várias vezes, o professor não acompanha a leitura através do livro do aluno.
Se folhearmos atenciosamente o PCEB (2003:11), notaremos que, este é o grande paradoxo entre a situação real na sala de aulas e os objectivos gerais da disciplina, quanto às competências que o aluno deve adquirir ao concluir a classe. Nele, consta alguns objectivos, dos quais:
- Compreender mensagens orais e escritas de natureza diversa;
- Ler textos de natureza diversa;
- Contar oralmente e por escrito histórias lidas, ouvidas ou imaginadas, relacionadas com diferentes áreas temáticas;
- Manifestar o gosto pela leitura;
- Produzir textos relacionados com as diferentes áreas temáticas, etc.
No mesmo programa (p.12), frisa-se sobre a avaliação na disciplina de Português que permite verificar até que ponto o aluno atinge os níveis estabelecidos nas competências básicas da língua (ouvir/falar e ler/escrever), melhorando e/ou adequando as estratégias de ensino e procurando melhores soluções para os problemas identificados. Ela deve estar presente em todos os momentos do processo de ensino e aprendizagem, isto é, a avaliação é uma actividade contínua, permanente e sistemática. Estas são algumas amostras, que nos permitem reflectir sobre o caminho a percorrer, com vista a evitar este grande paradoxo que se verifica no processo de ensino e aprendizagem. Para o alcance dos nossos objectivos, empregamos as seguintes metodologias: Análise bibliográfica e pesquisa do campo (observação e inquérito). Portanto, o trabalho apresenta a seguinte estrutura: Capítulo I: Apresentamos a introdução; tema; definição e caracterização do problema; justificativa da escolha do tema; objectivos do trabalho e hipóteses. Capítulo II: Marco teórico, onde apresentamos as principais teorias que sustentam o nosso trabalho e nossos pontos de vistas, em volta destas teorias. Capítulo III: Metodologias do trabalho (análise bibliográfica, observação e inquérito); amostra: extensão da pesquisa. Capítulo IV: Trabalho do campo. Apresentação, Interpretação e Análise de Dados. Neste capítulo fez-se a menção dos resultados colhidos durante a pesquisa do campo. Capítulo V: Apresentamos as nossas conclusões e sugestões que visem melhorar o problema encontrado; referências bibliográficas e anexos (questionários).