RESUMO

Este artigo tem por objetivo fazer uma breve analise sob alguns pontos da obra de Cristovam Buarque: Os Tigres Assustados, uma viagem pela fronteira dos séculos. A obra do autor narra sua experiência na viagem ao redor do mundo para ver pessoalmente os resultados da globalização. Em todos os lugares que foi percebeu, analisou e comparou ao Brasil. Notou a discrepância da riqueza acumulada em determinados locais e a miséria em outros locais que, ás vezes, nem estavam tão distantes. Sendo assim, buscou identificar, e passar ao seus leitores,  o que ele acreditava economicamente ter causado tais resultados.

PALVRAS-CHAVE: Economia, fronteiras do século, Cristovam Buarque

INTRODUÇÃO

Cristovam Buarque, economista reconhecido mundialmente, decidiu viajar o mundo e fazer uma análise econômica dos resultados da globalização. Sua aventura começou por Hiroshima e terminou em Tikal. Explorou a Coréia e vasculhou a Tailândia. Cada país e cada cidade em que foi comparou ao Brasil. Mas por qual motivo? O que tais países possuem em comum com o nosso país?

O autor demonstra que tudo é reflexo. Cada atitude, investimento e decisão repercute nos outros países. Tal como se estuda em Direito econômico a Caixa de Edgewarth, em que pequenas decisões como por exemplo, a decisão de comprar um pão afetará se o outro também comprará caso o preço do pão tende a subir.

O mercado mundial está interligado e as relações econômicas podem mudar a qualquer instante, este é o principal foco da obra.

DESENVOLVIMENTO

1.1.         HIROSHIMA: CIDADE-SÍMBOLO

O autor, Cristovam Buarque, começa sua pesquisa por Hiroshima, a cidade símbolo de acordo com ele. As maiores características descritas por ele foram: “coquetel de imenso poder na técnica e absoluto fracasso na ética.” Assim Hiroshima demonstra como o século XXI chegou fora do tempo, em que o homem possui muito poder mas não construiu a ética necessária para regular esse poder. O que foi a causa de uma força sem controle. No Brasil existem princípios econômicos constitucionais que visam proteger a sociedade e seus bens da sede humana de poder. Tais princípios como defesa do meio ambiente e redução das desigualdades sociais e regionais, embora de tremenda relevância, são passíveis de serem ignorados por aqueles que controlam o poder do mercado.

Na obra fica claro o impacto que Hiroshima sofreu, mas o autor afirma que o Brasil também já passou por situações em seu passado que abalaram sinistramente o país, mas diferente da “cidade símbolo” o Brasil não possui um museu para expor seus fracassos.

Em continuação de sua obra, Cristovam Buarque, faz várias análises sobre a pobreza. Sobre como o mundo foi reagindo aos diversos planos econômicos, estratégias e combates comerciais. A dúvida da valorização do trabalho persiste e divergências sobre o que gera a pobreza, se seria o desemprego ou a falta da moeda.

“Neste ultimo ano do século, ao viajar pelo mundo fica a sensação de que a eliminação da pobreza não se da  nem se mede apenas em números de empregos e valor de salario, mas em oferta e a cesso generalizado aos serviços e bens essenciais, como alimentação, educação, saúde, transporte urbano, segurança, justiça, habitação com agua, esgoto e coleta de lixo.” (Cristovam Boarque)

 

É perceptível neste ano como a globalização afetou a sociedade. O mundo criou uma crise, está em ruinas antes mesmo do desastre (Cristovam Buarque). Quem sofre mais é o pobre, o povo. Este não pertence ao clube global. Em seu trabalho, transforma- se em escravo, em um servidor sem opiniões, sugestões. “Quando caminha nas ruas não é para admirar as maravilhas arquitetônicas da globalização, é para carregar nas costas o esforço da recuperação da crise que os sacerdotes modernos provocaram” (Cristovam Buarque).

1.2.         COREIA: UM PAÍS IMBATÍVEL

Neste capítulo Cristovam Buarque mostra como os Tigres Asiáticos estão desacreditados quanto às coordenadas do FMI. Suas análises mostram que o efeito causado pelo fracasso da arquitetura financeira do FMI afetou desde a África até o Brasil e a Rússia. Como se sabe o FMI tem como objetivo primário cuidar da estabilidade do sistema monetário internacional, buscando evitar desequilíbrios nos balanços de pagamento e nos sistemas cambiais dos países para não prejudicar a expansão do comércio e os fluxos dos capitais internacionais. Dessa forma, quando há uma má estratégia organizada pelo FMI há uma cadeia de efeitos que vão afetando vários países e não apenas um.

Outro consenso foi a crítica aos políticos que dirigem os países do mundo, afirma-se que este não estão à altura da crise. Assim, é preciso que o mundo formule alternativas próprias para unir estabilidade monetária com uma política social e um crescimento gerando emprego. Mas, para isso os governantes tenham autoridade e competência para conduzir a política dentro dos limites do possível.

Cristovam Buarque defende que os líderes devem parar de agradar os grandes e passar a perguntar o que o povo deseja para o futuro é como mobilizar a população para caminhar junto em busca deste objetivo, dentro dos recursos disponíveis e como utilizar as relações internacionais a favor do país e não o contrário.

1.3.         TIKAL: UM PAÍS DESFEITO

A obra termina com o autor compartilhando o sentimento de desorientação que o mundo de hoje causa nas pessoas. Mostra o poder da Natureza que é tão subestimada e sua capacidade de desfazer em pouco tempo até as mais “robustas e maciças edificações dos homens”. Cristovam afirma como as civilizações são frágeis, que não há civilização suficientemente sofisticada e competente que não esteja sob ameaça, interna por suas próprias crises ou externas por poderes maiores que sua vontade.

Há uma análise radical afirmando que estamos vivendo em um século em que o sistema social e econômico é antropofágico. Desta vez, afirma, que a tragédia recairá somente sob uma parte da população, condenados a ser suas próprias ruínas.

CONCLUSÃO

Através da leitura da obra de Critovam Buarque, pôde-se concluir que as relações econômicas  internacionais afetam a todos, como em um ciclo. O que deve ser feito é utilizar tal relação a favor do povo. Estamos vivendo em um século em que a globalização está avançando sem freio, os líderes precisam ter a capacidade de controlar este avanço antes que a crise leve o povo a ruínas.

Os Estados precisam regrar a intervenção que realizam sob a economia do mercado, objetivos devem ser traçados com as ferramentas já disponíveis e não buscar um atalho que poderá ter repercussões piores no futuro.

BIBLIOGRAFIA

DIREIOTO ECONOMICO, FONSECA Joao Bosco Leopoldino da Fonseca. Ed. Forense

OS TIGRES ASSUSTADOS: UMA VIAGEM PELA FRONTEIRA DOS SECULOS, BUARQUE Cristovam. Ed. Rosa dos Tempos