Se digo que está no meu coração, você imagina que sou uma dessas tolas românticas da Idade Média que escorregou e se precipitou para fora da Linha do Tempo. E eu fico a imaginar se não sou mesmo uma Primata, enrolada nos cipós da sua ignorância. Mesmo quando o hálito fresco de suas doces palavras penetram meus ouvidos, ouço o farfalhar sutil das notas de uma canção fugaz ecoando dentro de minha alma solitária... Hesito, entre duvidosa e esperançosa, o desenrolar desse drama: você e eu. Se me afasto, me agarra e me puxa para seus braços. E eles são a prisão de meus medos e encantos. Me afogo nas sensações de agonia e enlevo que seus olhos incitam. Na luta para me encontrar, grito seu nome, este substantivo tão melodioso. Você está aqui e ali. E eu sou apenas uma mulher que renunciou a seu próprio coração na esperança de ganhar o seu, companheiro fiel, irmão gêmeo univitelino.
Fico a contemplar a noite, perdida de amor e sonhos... Meus pensamentos vagam, de forma linear e harmônica para encontrar refúgio na imagem surreal de seu rosto em lembranças.
Mas, se me perco na luz de teus olhos, suas palavras são mortíferos tiros de Baioneta. E me vejo Neanderthal, inclinada sob a humilhação de sua rejeição, abandonada sob as copas frondosas de belas árvores onde pastam "passivos" Tecodontes. E me situo na Linha do Tempo em que você me colocou: estou no Triássico!
Então você dança sobre meu coração sua canção das Estepes e, me faz sentir o frio de minha insignificância em sua vida. Se não somos destinados um para o outro, vou eu, mais uma vez para meu mundo Abissal à procura de algum ser que me entenda e me aceite como sou... Talvez, em algum esgoto, haja outro camundongo com mais sorte! Mas camundongo livre, que nunca se deixou fazer de cobaia de seus caprichos!