Andreza  Jucelly Severina da Silva1

Juliana Marques  de Almeida2                              

Resumo: O período que antecede a Reforma Religiosa do século XVI, que consolidou   o cisma na Cristandade Ocidental, é marcado por oscilações de pensamentos teológicos pré-reformadores. Reformadores como Lutero e Calvino, estão inseridos num contexto, de  estopim da Reforma Protestante, que, apresentou  características dos pré- Reformadores  do século XII.

      Eles tiveram acesso às ideias e conceitos que foram mencionados e difundidos pelos próprios pré-reformadores e  de seus seguidores. Debate este contido, restringido aos ambientes acadêmicos e clericais. Os mais ousados no questionamento ao dogma e legitimação da Igreja  como soberana da Palavra Divina, pois,  enquanto Instituição  religiosa. a igreja detinha do poder  de excomunhão e  liberdade da  fogueira.   A partir da descrição de algumas obras, mais especificamente, na tese de pós-doutorado do professor Leandro Villela de Azevedo, onde, será abordado o pensamento que antecede a reforma religiosa Protestante. Percebendo que, a crítica à graça, a doutrina da transubstanciação, a questão dos dois caminhos, da hierarquia eclesiástica, são encontradas nas obras inglesas de John Wyclif, e inseridas no contexto religioso de Aquino ao concílio de Constança, dos espirituais franciscanos a Guilherme de Ockham.     Wyclif formulou de certa forma a base para a reforma protestante, como também, a partir dele  surgiu o movimento do grupo Lolardos. E neste ponto, se insere o mestre Ockham,  franciscano de Paris e Oxford que influenciou diretamente Wyclif. A partir das circunscrições da corrente de pensamento wyclifista, exposto sob   influência  do pensamento de João Huss e ao movimento hussita. 

Palavras chaves: Teologia, Igreja, sociedade.

 Introdução:  O objetivo deste artigo é  de  analisar os pensamentos que antecederam a reforma protestante.  A partir  da investigação histórica, social  e política do século XII e XII, que enumera a escolástica : pensamento da dicotomia entre a fé e a razão.   A igreja é a representação do paraíso na terra, Saint Denis é um exemplo de exuberância do poder das abadias, contrapartida, o homem não pode alcançar a luz sem ter o auxílio da palavra divina, do corpo de cristo, que foi pobre, e morreu junto dos seus.

       Valdo sabia disso no século XII, principalmente quando notará que  um de seus convidados faleceu em sua casa. A resposta  para sua aflição foi, doa parte de sua fortuna, criticar a igreja, pois a ideia de subordinação a Deus  passava pela aprovação do homem.

      Ockham em seu: o machado de Ockham, tem um  nominalismo puro para subjugar a igreja. O poder material é do mal, tende-se a imitar a imagem de cristo.

     A verdadeira crise está no homem, as crises de autoridade e de unidade, onde, o mundo está em estreita amizade com a morte, porém, os há erros empírico para  poder  alcançar as ideias gerais, e universais. O relativo humano necessita do divino, porém, existe o livre arbítrio? a escolha, e a vontade racional de entender diante da verdade escrita na bíblia e não dos abades escolhidos por um poderio romano que fala deste todo pensamento  teológico geral.

A igreja e a crise teológica do século XII ao XVI

      A Igreja enquanto Instituição, deteve  de um longo período  do poder, por  quase  absoluto sobre a  Europa Ocidental feudal.  Poder este, uniformizado com o fim da Alta Idade Média, encontrando na relação de beneficium feudovassálica, o apoio necessário para estruturar suas diretrizes e dogmas. Apoderando-se e desviando-se de determinada maneira o poder monárquico às suas necessidades.

     Na medida em que a Europa tornou-se cristianizada, sucedeu-se como necessário o afrouxamento de certos preceitos e dogmas, que caracterizavam o cristianismo primitivo. Essas medidas de arrefecimento, tomadas pelas ordens clericais e demais autoridades, por meio dos concílios, que visavam não apenas  o “ganho de almas” à ‘Igreja Verdadeira’, mas, por detrás tinha objetivos políticos e econômicos, que moviam as ordens religiosas e políticas dos reinos  Medievais.

        A organização dessa estrutura social,  paulatinamente se constituía, de maneira   jurídicas ou religiosas, posteriore aos séculos XII e  XVI, e  que  formaram  as fontes críticas  dos pré-reformadores e reformadores. Esse organismo mutacional, envolvia diversas ordens religiosas, de frades, monges, e freiras, além de todo, um complexo sistema clerical. Tal organismo se confundia entre suas obrigações religiosas, sociais e jurídicas; tendo seus costumes e tradições  corrompidas pelos representantes da ordem clerical

      A sociedade europeia girava em torno dos costumes deliberados pela Igreja, e determinadas ações dos clérigos e demais autoridades, corromperam a pureza evangélica do cristianismo primitivo, sendo, necessário o retorno a esse pudor.  Porém, existia contrariedade aos ditames da ordem clerical e da Igreja , pois, a mesma alegava ter  o domínio sobre a veracidade de maneira absoluta.

      Além destas questões, os séculos que perpassam pela Pré-Reforma abrangeram profundas mudanças no quadro econômico e social europeu, o que, infligiu muito  desânimo sobre a população, mais especificamente, sobre os líderes desses movimentos. Os mesmos não queriam a separação da unidade universal da Igreja, pensavam  em uma reforma que se basea-se na própria Bíblia.

        Todavia, esses clamores abalavam a autoridade papal e clerical, que viam neles uma ameaça para unidade universal da cristandade  que controlavam.

    A populaça e aos padres de paróquias eram privados do conhecimento por completo da Bíblia, do livro do velho testamento e neotestamentários, que eram pouco ensinados, sobrando para eles  o vestígios do evangelho, dos salmos e hinos,  que eram necessários apenas para celebração das missas e das festividades religiosas. Questões como  essas, passaram a ser questionadas e denunciadas pelas ordens religiosas menores, que ignoradas pelas autoridades desse organismo institucional,causando preocupação na mesma.

       Têm-se demasiadas acusações contra a Igreja. Entre elas está o pluralismo, ou seja, quando uma pessoa, especialmente cardeais, pagam por sua elevação ou aumento de seu cargo eclesiásticos, ou também, sobre a venda desses cargos (honrarias, cardinalato e sinecuras) para arrecadação de dinheiro para  a  instituição religiosa, sendo necessariamente, uma espécie de suborno. Além de, o concubinato se estender a quase todas as ordens religiosas, entre os quais os frades e monges detêm dos maiores escândalos. Por isso, o clero secular era mais bem visto pela população que as demais ordens.

         A recorrência ao concubinato era muito praticada por toda a Europa, sendo isso, á ordem eclesiástica e papal era uma afronta à autoridade e legitimidade da Igreja, entretanto, tais práticas ganharam em vários locais o “apoio popular”. E segundo o historiador Will Durant, o mesmo não era uma corrupção moral, mas uma revolta contra a ordem celibatal. Para Erasmus: “Muitos conventos de homens e mulheres pouco diferem de bordéis públicos”. (Erasmus, Epistle 94 in. Froude, Life and Lettus of Erasmus, 352).

      O representante da igreja católica  entre os séculos XIV e XV, detinha  de um número considerável de servidores, que tinham   “hábitos mundanos”, sendo tais hábitos tão visuais quanto os funcionários dos governos contemporâneos.