O tema central desta resenha é um dos mais complexos problemas da psicologia,
a inter-relação entre pensamento e linguagem.
A estrutura do texto têm como objetivo central a análise genética das relações entre o pensamento e a palavra falada. "As palavras desempenham um papel fundamental não só no desenvolvimento histórico da consciência como no todo. Cada palavra é uns microcosmos da consciência humana".
De acordo com
Vygotsky, todas as atividades cognitivas básicas do indivíduo ocorrem de acordo com
Sua história social e acabam se constituindo no produto do desenvolvimento histórico social de sua comunidade. Portanto, as habilidades cognitivas e as formas de
Estruturar o pensamento do indivíduo não é determinado por fatores congênitos.
É, isto sim, resultados das atividades praticadas de acordo com os hábitos sociais e
Culturais em que o indivíduo se desenvolve; conseqüentemente, a história da sociedade
na qual a criança se desenvolve e a história pessoal dessa criança são fatores cruciais
que vão determinar sua forma de pensar. Nesse processo de desenvolvimento
cognitivo, a linguagem tem papel crucial na determinação de como a criança vai
aprender a pensar, uma vez que formas avançadas de pensamento são transmitidas à
criança através de palavras. Para Vygotsky, um claro entendimento das relações entre
pensamento e língua é necessário para que se entenda o processo de desenvolvimento
intelectual. Linguagem não é apenas uma expressão do conhecimento adquirido pela
criança. Existe uma inter-relação fundamental entre pensamento e linguagem: um
proporcionando recursos ao outro. Desta forma a linguagem tem papel essencial na
formação do pensamento e do caráter do indivíduo.
Desta maneira, posso concluir que a obra analisada mostra-nos não um caminho único
e imutável a ser seguido para melhor compreendermos a linguagem e o pensamento,
mas sim uma proposta a mais para aprimorarmos e desvendarmos esses dois elos
complexos da vida do homem. O autor apresenta-nos conceitos, a partir de estudos já
abordados (como o de Piaget), de que a criança deve ser vista como ela própria e não
como um adulto em miniatura e que por isso temos que observá-la, escutá-la e
compreendê-la na fase real em que se encontra e não como um "clone minimizado" a
caminho da extensão intelectiva adulta. Além disso, ele não se opõe de todo às
psicologias existentes antes ou depois de suas análises; não descarta o todo, nem
enfatiza especificamente um outro todo. Ao contrário, acresce-nos uma nova
perspectiva que em nossos dias deve ser levada em consideração: pensamento e
linguagem têm e precisa de uma significação própria. O que fica de muito importante,
é o fato de que devemos buscar captar através da riqueza de ensinamentos, que o
"mundo" infantil pode nos proporcionar um direcionamento e experimentos inter-relacionais
mais promissores, plausíveis, empreendedores e eficazes no dia-dia desse
"mundo" adulto e inteligível em constante mutação. Pois a linguagem humana é fundamental para ocorrer a mediação entre o sujeito e o objeto de conhecimento, onde a mesma desempenha duas funções:a de intercâmbio social e a de pensamento generalizante.
O ser humano sente necessidade de comunicar-se, para isso utiliza os sistemas da linguagem, havendo a interação social. Com o crescimento do individuo a comunicação é aperfeiçoada. O professor cumpre o papel de intermediação nesse processo, ajudando o educando a construir o conhecimento, levando em conta o meio em que o aluno está inserido, para assim ter melhor desenvolvimento no processo aprendizagem.