Quando pensamos nos conteúdos curriculares na escola,algo nos chama a atenção:

-Afinal,são os currículos ou as estratégias ou falta delas que decidem se um aluno terá fracasso ou sucesso escolar?

É notória a insatisfação dos alunos perante o ambiente escolar e principalmente em sala de aula,pois " A Escola é um ambiente praticamente morto,semelhante a um telefone fixo,existe,mas todos preferem o celular por deter mais funções,interação,desafios,jogos e comunicação"

Há uma falta tremenda de comunicação entre professor e aluno.É lamentável percebermos que a falta de diálogo entre estes dois atores sociais levam os mesmos a conflitos,desarmonia e principalmente um estress emocional muito forte,capaz até mesmo de chegar as últimas consequências " Toda escola deveria ter uma sala igual a do coordenador universitário ou seja,para poder expressar suas dificuldades na aprendizagem e dialogar diretamente com seus professores em particular,talvez assim professor e alunos dariam-se a oportunidade de se reconhecerem melhor e evitariam assim o bullying,o descontentamento,a impressão negativa de um para com o outro e as tragédias como as acontecidas recentemente em Realengo-RJ e São Caetano do Sul"A violência que as crianças e os adolescentes exercem , é antes de tudo, a que seu meio exerce sobre eles COLOMBIER et al.(1989). A criança reflete na escola as frustrações do seu dia-a- dia.

É neste contexto que destacamos os tipos de violência praticados dentro da escola .

A escola se esquece de que lidam com humanos e focam apenas em resultados.O aluno que já vem de uma família desestruturada,depara-se com um professor cada vez mais estressado,angustiado e com baixa estima devido a suas condições de trabalho e valorização profissional.Ambos são agora uma bomba relógio e qualquer descuido pode ser fatal. A agressão é certa,seja verbal moral ou física ela está presente. A não comunicação favorece estes fatos e acima de tudo nos obriga a assistirmos de camarote o show da incompreensão,do respeito e da já desvalorizada escola pública. Creio que só há um modo de remediar tal situação.É revendo as estratégias de aplicação dos conteúdos curriculares ou seja,como trabalhar as tarefas diárias de modo prazeroso harmonioso e que professor e alunos possam viver num ambiente de paz.Foi pensando neste ambiente,que resolvi dar minha colaboração a esses professores e a estes alunos,afim de que os mesmos tornem-se mais amigos,que se ouçam mais,que se compreendam mais e acima de tudo que haja harmonia entre ambos.Éssa é a verdadeira Pedagogia,a pedagogia que foge ao passado decorador e do livro didático e que une professores e alunos na atualidade,nos temas que ambos possam discutir,opinar e argumentar em sala de aula.Temas cujo conteúdos curriculares tendem a ser melhor interpretados e a sala de aula finalmente se torna um ambiente de aprendizagem! Essa é a Pedagogia da Vivência!

Parece incrível,mas a escola ainda reluta em não aceitar que os tempos são outros,que os alunos não são mais os de 20 ou 30 anos atrás e que até a estrutura famíliar mudou e a medida que a escola não acompanha essa mudança,fica para trás e desatualizada,fazendo assim com que seus professores e alunos vivam momentos terríveis em sala de aula,pois não se sentem ou não são convidados a vivenciar momentos prazerosos neste ambiente,no qual em vez de se ensinar o chato português metódico,poderia-se fazer um círculo de cadeiras,fazer um comentário sobre a cena de um filme ou novela e propor situações desafiadoras tais como:

-Quem saberia me dizer como se escreve a palavra (ou se soletra) a palavra Insensato,(Insensato Coração)Caribe(Piratas do Caribe) Nintendo(Jogo)

Como se vê,são situações simples que por vezes passam despercebidas pelo professor e as quais está provado o porque do desinteresse do aluno em sala de aula,pois quando eles chegam na escola para nos contar algo que acabaram de assistir,de ler,ou de jogar,não estamos dispostos ou mesmo sem paciência de ouví-los e se quisérmos saber como é essa sensação,basta que cheguemos a nossa diretora entusiasmados prontos a lhe dizer algo novo e de bom que acabara de ocorrer em nossa vida e ela simplesmente dizer:

-Desculpa querido(a),Estou um pouco ocupada agora você pode me falar daqui a pouco?

E é assim que muitos de nossoa alunos se sentem quando querem demonstrar sua vivência sobre determinado tema e por vezes devido a postura de seus professores,acabam por ficar em silêncio como se atrapalhassem a aula pelo seu pensar e expressar!

A partir dessa concepção grandes educadores como Cecília Faro e Vicente Martins entendem que,o conhecimento prévio, fruto das vivências de cada um, faz parte do processo interno desse sujeito. Ele é acrescido de novas informações e transformado, para que possa ser vivenciado e incorporado.

Ensinar aprendendo, essa é a grande estratégia

O ensinar e o aprender caminham juntos. Mais do que ensinar conteúdos, ser ensinante está atrelado a abrir caminhos. Não se transmite conhecimento, mas, sim, sinais deste, para que o outro possa fazer uso dele e transformá-lo de forma subjetiva.

O desejo e a vontade atuam como diferenciais no processo, autorizando e fazendo uso de diferentes ferramentas oferecidas para que se tornem instrumentos na construção do conhecimento e se alcance o objetivo final.

O orientador sensível instiga, preserva a autonomia e a liberdade responsável e propicia, assim, o diferencial no processo, isto é, a alegria da descoberta e a autoria do próprio conhecimento, trazendo as garantias para o verdadeiro aprender.

Ser um educador, é um trabalho nada fácil, com um grande objetivo a ser alcançado.

Segundo Paulo Freire (1993), se o educador tem uma opção democrática, com autocrítica e procura diminuir a distância entre o discurso e a prática, ele "vive uma difícil, mas possível e prazerosa experiência de falar AOS educandos e COM eles".

Cecília Faro

Fonte: www.educacional.com.br

"Quem tem a liberdade de aprender, de ensinar e pesquisar acaba desenvolvendo estratégias e atividades originais no ambiente escolar, de tal modo significativo que deve a liberdade de divulgar seu pensamento, sua arte e seu saber.
Quem tem liberdade de aprender descobre que a verdadeira liberdade reside em ter um pensamento próprio e que nada no meio escolar justifica enclausuramento de idéias ou de sua memória crítica.

Quem tem liberdade de ensinar transforma suas aulas em muito mais do que lições, mas em artes de ensinar, de tal modo que a liberdade de ensinar revela-se, em muitos professores, como a liberdade de pôr em prática uma idéia, valendo-se, para tanto, de sua competência técnica".

Vicente Martins-O princípio da liberdade de Ensinar

www.direitonet.com.br

Como se vê,a aprendizagem vivenciada pelo aluno ajuda e muito no processo de ressocializaçãoda escola,principalmente na relação professor e aluno,que há tempos tem se desgastado,tornando-se conflituosa e por vezes culminando na violência gratuita entre ambos.A Pedagogia da Vivência harmoniza o ambiente escolar,torna a sala de aula renovada,interessante e viva,uma sala de aula que até então era distante da realidade e vontade dos alunos de permanecer dentro dela."Era preferível matar aula a ter que dicar na minha escola-comenta uma aluna da 9ª ano de uma escola estadual da grande São Paulo". Outro foi além: -"Meus professores mais faltam do que vem e quando vem estão sempre de mau -humor e só passam cópia,se for para passar só cópia fico em casa copiando o livro todo"!

 

 

Aprendendo através da Vivência

 

 

 

 

" Tudo que o professor for ensinar,deve-se pensar além da teoria,mas da prática daquilo que se quer ensinar!"

 

Para que os alunos demonstrem não só interesse pelo conteúdo apresentado pelo professor mas que de fato entendam ,sintam e vivenciem este aprendizado,será preciso queapós as aulas teóricas este professor realize junto a seus alunos visitas técnicas aos locais onde se encontram o objeto de estudo.Christovão (1979, p. 4-5) menciona que a "comunicação informal vem sendo foco de maior atenção por parte de toda a comunidade científica. (...) As informações veiculadas pelo sistema informal se caracterizam, ainda, por maior rapidez e redundância." E gradativamente as informações oriundas de canais informais convertem-se nos canais formais.

Não nos esqueçamos que numa mesma sala de aula existem diferentes tipos de alunos:

O visual,o auditivo e o cinestésico ou seja,eses alunos necessitam observar,tocar e ouvir o ambiente o qual está localizado o objeto em questão.Se meu assunto é a história da igreja matriz da minha cidade,devo enquanto professor levar meus alunos até a vivência deste ambiente,desta igreja ,fazer os alunos tocar o sino,observar as imagense a arte barroca bem como os móveis rusticos do início do século xx."A aprendizagem (será) realizada não pela ‘decoreba’, mas sim pela participação em projetos organizados em torno de problemas e que levem a ‘descobertas’ pelos alunos de conhecimentos novos. Buscar-se-á mais o equilíbrio entre a aquisição de competências necessárias para sobrevivência no mundo moderno (identificar problemas, achar informação, filtrar informação, tomar decisões, comunicar com eficácia) e a compreensão profunda de certos domínios de conhecimento estudados. O estudo será mais transdisciplinar, focado em experiências, projetos, pesquisas on-line, interatividade, orientação individual e grupal. Os alunos mais ativos, o professor mais orientador de aprendizagem" (LITTO, 2002).

 

Certamente a sensação a qual esses alunos terão será a melhor possível,pois um aprendizado que poderia ficar apenas em livros e cópias no caderno,transformou-se em aprendizagem real,vivida e que certamente ficará para sempre na memória desses alunos.Atividades como esta aproximam professores de seus alunos,tornando essa aula um momento prazeroso do saber e de compreensão mútua,e quando isso acontece renovam-se os através do diálogo,do relato após a visita,o pedido de opinião de cada aluno,a dúvida troca de experiência sentida e aprendida no local durante a visita.

Alexandre Soares

Psicopedagogo-Uniesp

Pós-Graduando em Educação Empreendedora-Ufsj

Precursor das Pedagogias:Da Vivência e Desafiadora

[email protected]

www.alexanddresoares.webnode.com

 

LITTO, Fredric. Previsões para o futuro da aprendizagem. Coluna do autor no site Aprendiz, de 26/02/2002. Disponível em <www.uol.com.br/aprendiz/n_colunas/f_litto/id260202.htm> Acesso em 02.03.2003.

 

CHRISTOVÃO, Heloisa tardim. Da comunicação informal à comunicação formal: identificação da frente de pesquisa através de filtros de qualidade. Ciência da Informação, Rio de Janeiro, v.8, n. 1, p. 3-36, 1979

 

COLOMBIER,Claire; MANGEL,Gilbert; PERDRIAULT,Marguerite . A violência na escola. São Paulo, Ed.Summus,1989.

Vicente Martins-O princípio da liberdade de Ensinar

www.direitonet.com.br


Cecília Faro-Uma reflexão sobre o aprender e o ensinar

www.educacional.com.br