PECUÁRIA ORGÂNICA. 

UMA NOVA DE FORMA DE PRODUZIR OU UMA NOVA FORMA DE BUSCAR UM NOVO NICHO DE MERCADO? 

A humanidade sempre se deparou com o fenômeno fome.

Vamos entender como sendo fome a necessidade fisiológica de ingerir algo que venha a dar a sensação material de saciedade, mesmo que este não venha de encontro com as suas necessidades biológicas, mas que ao atingir a plenitude gástrica, transmita ao cérebro que a fome encontra-se sob controle.

Vez por outra noticia-se que esta ou aquele nação milhares e milhares de seres humanos morreram de fome, ou que a fome assola vários países em função de intempéries atmosférica, que resulta na perda parcial ou total de alimentos.

 Os mais cultos citam várias teorias, pensamentos e até tomam posições a respeito da fome. Houve no século 18 um Pastor anglicano que por razões outras desenvolveu uma teoria a respeito da fome.

Historicamente a fome despertou vários interesses, a ponto de um Pastor de uma Igreja Anglicana, pregava que as famílias só tivessem filhos se tivessem terras cultiváveis para delas tirar os alimentos que iriam alimentar seus filhos. E o Pastor Anglicano e Economista, desenvolveu uma teoria a respeito da fome, cujo enunciado até hoje é aceito por alguns postulantes ecológicos: -“a população cresce em progressão geométrica, enquanto a produção de alimentos aumenta em progressão aritmética”. Do alto do seu púlpito o autor do Ensaio sobre a População, defendia que se a sua comunidade não produzisse comida (este é o termo correto), na mesma proporção que crescia em termos de fiéis (demograficamente), haveria uma carestia, ocorreria uma situação na qual os membros da sua comunidade morreriam de fome. E então duas situações se fariam presentes. A primeira com o aumento de pessoas nascidas nas famílias da sua comunidade e não havendo alimentos, a Igreja Anglicana, devido aos preceitos cristãos, deveria alimentá-los de uma forma ou de outra. A segunda, à medida que as pessoas morressem de fome, haveria uma queda substancial na arrecadação do dízimo. Conclusão. Para Malthus manter o crescimento da população na mesma proporção da produção de alimentos, seria o ideal e mais seguro. Pessoas alimentadas, pessoas produzindo alimentos e vendendo-os, igual dízimo garantido. A realidade destes fatos pode ser (a nível tupiniquim) consultada nos escritos de Josué de Castro.  Independente das Teorias propostas por filósofos, pensadores, economistas, administradores, profetas, sociólogos, políticos, estudiosos e outros mais, a fome é um tema que sempre estará em pauta.

As Teorias a respeito da fome, já são conhecidas desde os tempos imemoriais. Quando Moisés resolveu peregrinar pelo deserto em busca da Terra Prometida, onde os cachos de uva eram de tamanho descomunal, onde havia mel e leite à vontade. Já é por demais conhecida. Houve até um inicio de rebeldia, como pode-se notar no texto bíblico: Era melhor termos sido mortos pela mão de Javé na terra do Egito, onde sentávamos junto à panela de carne, comendo pão com fartura. Vocês nos trouxeram pelo deserto para fazer toda esta multidão morrer de fome”. Ou ainda Os mortos à espada eram mais ditosos do que os mortos à fome, pois estes se esgotavam, como traspassados, por falta dos frutos dos campos. Lamentações de Jeremias 4:9 (VIDAL.R.M. 27/03/2011- BIOTECNOLOGIA E A FOME QUE SE AVIZINHA).

Isto posto podemos entrar no mérito da questão.

A modernidade que estamos a experimentar, representada pelos avanços tecnológicos, nos induzem a buscar nos mais variados ângulos, novas perspectivas relacionadas com a produção de alimentos, como é o caso em pauta. Lógico que existem “N” ângulos que os avanços tecnológicos se fazem presentes.

E foi justamente neste sentido dos avanços tecnológicos, como o uso de produtos químicos, como o Hexaclorociclo-hexano – vulgarmente chamao de BHC e os organoclorados, organofosforados e os carbamatos, (hoje senão banidos, mas sob vigilância estrita das autoridades sanitárias), que devido às resultantes negativas em relação ao ser humano, o instinto de sobrevivência da humanidade, buscou na natureza a sua resposta, ante a uma situação que se aproximava do desastre.

Mesmo sabendo ou por saber que existem 900 princípios ativos em mais de 4.000 formulações diferentes de agro defensivos, a humanidade corre em direção de uma forma alternativa de produzir alimentos se não isentos destes elementos tóxicos, mas muito próximos da sua total presença. À medida que os avanços conceituais se fazem presentes e são absorvidos, cresce a necessidade de se produzir alimentos dentro do que se pode classificar como sendo de Segurança Alimentar: A Segurança Alimentar e Nutricional significa garantir, a todos, condições de acesso a alimentos básicos de qualidade, em quantidade suficiente, de modo permanente e sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, com base em práticas alimentares saudáveis, contribuindo, assim, para uma existência digna, em um contexto de desenvolvimento integral da pessoa humana.

 Atualmente a produção de alimentos é vista como uma das formas mais responsáveis, pelo enunciado acima citado e pode-se notar nas entrelinhas “...com base em práticas alimentares saudáveis, contribuindo, assim, para uma existência digna, em um contexto de desenvolvimento integral da pessoa humana.”

 Conceitos, posturas, atitudes, postulados holísticos, filosóficos, radicalismos fazem parte de um todo, de um movimento em que se dinamizam objetivos comuns: Alimentos saudáveis, para uma população saudável, que pode até ser parafraseado como- diga-me o que comes que te direi quem és...-.

 O Brasil sempre foi destaque em termos de produção de alimentos, desde os anos de 1.500 quando por aqui aportaram os extraviados navegantes lusitanos e, impressionados ficaram com a abundância de alimentos, “nunca antes vistos e saboreados...”.

Atualmente a diversidade produtiva alimentícia é sem par, se comparado as demais nações que apresentam condições edafo-climáticas para tal.

 Um dos elos focados no Arranjo Produtivo Local – Proteínas Nobres ou de Origem Animal – apresentam uma diversificação considerável, que vai da produção de tais alimentos em escala ao sistema de produção em micro escala e neste patamar os Orgânicos e os Naturais.

 Natural é um tipo de alimento produzido dentro de padrões pré-estabelecidos de acordo com a legislação vigente : “todo alimento de origem vegetal ou animal, para cujo consumo imediato se exija apenas, a remoção da parte não comestível e os tratamentos indicados para a sua perfeita higienização e conservação” (BRASIL, 1969). Segundo estudiosos do assunto:por item natural quer-se dizer aquele que não foi mudado de nenhuma forma significativa pelo contato com humanos. Ele pode ser colhido e transportado, mas tem sua essência quimicamente idêntica ao mesmo item em seu lugar natural”( Rozin e colaborador 2004)

Estamos então diante de uma situação um tanto inusitada: Entende-se por alimento natural, tão somente os alimentos de origem vegetal? Segundo a legislação brasileira, não, pois é taxativa ao especificar “todo alimento de origem animal vegetal ou animal...”.Mas em outra definição temos:... aquele que foi não mudado de nenhuma forma significativa pelo contato com humanos.....tem sua essência quimicamente idêntica ao mesmo item em seu lugar natural”. Praticamente exclui os alimentos de origem animal.

Controvérsias a parte, pode-se inferir que alimento natural deve ser aquele que no seu processo produtivo, fez uso de recursos naturais disponíveis, não permitindo a interferência direta ou indireta, do ser humano em todo o seu processo produtivo, em especial processos produtivos que antecedem e posteriormente a sua multiplicação, v.g.: sementes crioulas; suínos crioulos; bovinos Crioulos do pantanal e, o cavalo pantaneiro, considerando ainda a ovelha pantaneira.

 Neste contexto podemos entender que alimento natural difere e em muito do alimento orgânico. Em uma plasticidade de raciocínio e muito simplista, o alimento natural é decorrente de todo um sistema, propiciado pela Natureza e se deduz que o simples fato da não ingerência humana, permite que haja uma intercorrência natural dos elementos-água, ar, terra, luz natural, calor natural, frio natural e toda a biologia telúrica. O equilíbrio entre as plantas, no concernente a concorrência natural por elementos nutritivos e ações defensivas, ocorrem de uma forma integrada, uma vez que necessário será equilibrar entre o que será necessário para uma defesa natural contra predadores como insetos, por exemplo, que se alimentam digamos das partes aéreas das plantas, para que possam dar continuidade à vida, assim como de pássaros que necessitam de insetos para se alimentar e dar continuidade à vida, de outro lado temos as ações naturais integradas, quando os insetos se alimentam de organismos vivos, no caso aqui exemplificados pelos afídeos – pulgões -, onde os coleópteros – joaninhas – servem de alimento natural para que estas (as joaninhas) consigam se alimentar e dar continuidade à vida. De outra forma a queda e morte de folhas, raízes, restos culturais contribuem para o ciclo ser completado. A simbiose entre o se produz e se recicla permite o estabelecimento de um ciclo natural, onde os elementos naturais água, luz, calor e solo (com toda a sua microbiologia) se fazem presentes.

Existem ainda ações intervencionistas diretas, no sentido de proteger e até de tratar as plantas, quando sob efeitos que venham a comprometer o seu desenvolvimento e objetivos. Uso de compostos orgânicos de origem vegetal somados a compostos orgânicos de origem animal, adicionados de alguns elementos químicos naturais, como o enxofre, cobre, cal que participam na composição destes defensivos. As mais das vezes o uso adicional de elementos naturais ausentes, na área e para as culturas se fazem necessários, como o elemento cálcio, fósforo, magnésio dai a necessidade de se buscar no meio natural, quais as formas de suprir e suplementar tais deficiências.

 O alimento natural quando visto sob o ponto da pecuária, tende a manter as mesmas características em relação à agricultura orgânica. Existem necessidades complementares e até distintas.

Complementares.

Como complementar a ração diária de uma matriz bovina leiteira, com elevada capacidade produtiva diária, sem lançar mão de alimentos artificialmente elaborados, assim como manter o equilíbrio vitamínico-mineral? Ou ainda como proceder no manejo sanitário das matrizes e como proceder na desinfecção dos equipamentos e instalações? Mais ainda como higienizar as matrizes e instalações?  E alimentação?

Se adotada as definições: “todo alimento de origem vegetal ou animal, para cujo consumo imediato se exija apenas, a remoção da parte não comestível e os tratamentos indicados para a sua perfeita higienização e conservação” (BRASIL, 1969). Segundo estudiosos do assunto:por item natural quer-se dizer aquele que não foi mudado de nenhuma forma significativa pelo contato com humanos. Ele pode ser colhido e transportado, mas tem sua essência quimicamente idêntica ao mesmo item em seu lugar natural”( Rozin e colaborador 2004), a pecuária orgânica, aqui exemplificada pela pecuária de leite bovina, passa a exigir uma integração muito próxima do que se pode classificar como “moto continuum”, os ciclos se repetem dentro de um sistema organizado onde as necessidades para uma perfeita convivência em todos os planos – reprodutivo, produtivo, alimentar, equilíbrio –onde todos os componentes desta ORQUESTRA passem a atual sob uma só regência e uma só batuta da mãe NATUREZA.

A pecuária orgânica se colocada de forma divisionista apresentar-se-ia da seguinte forma:

      Bovinocultura de corte;

      Bovinocultura de leite;

      Suinocultura;

      Avicultura de corte;

      Avicultura de postura comercial;

      Caprinocultura;

      Ovinocultura;

      Pisicultura;

      Bubalinocultura;

 

Por certo que cada item acima citado, Protocolos distintos deverão ser elaborados, discutidos, submetidos à prova, aprovados e finalmente aplicados. Algumas explorações se assemelham se não sua totalidade, mas muito próximas. Comparemos as mais aproximadas:

      Bovinocultura de corte;

      Bovinocultura de leite;

      Bubalinocultura;

      Caprinocultura;

      Ovincultura;

Qual a razão desta quase similitude?

Todos são poligástricos, o que representa uma considerável economia em termos de Protocolos.

No entanto a Avicultura tanto de corte, como de postura comercial se assemelham na sua totalidade.

O que não ocorre com a Suinocultura (mogástricos) e Pisicultura.

No caso em tela Pecuária Orgânica, seria interessante enveredar por um só tipo de exploração: Pecuária Orgânica de Corte.

TÓPICO - I –

Os bovinos destinados ao corte, deverão ser criados à pasto. E então ao se estabelecer o compromisso para tal alguns requisitos devem se fazer presentes, não só em termos de enunciados técnicos que servirão de base de procedimentos, mas como de consultas e averiguação de parte da(s) empresa(s) Certificadoras, obedecendo os dispositivos legais.

Alimentação. Uma vez que estamos buscando a organicicidade em termos de Alimentação há de se buscar a forma mais adequada tecnicamente de atender alguns princípios básicos para tal. E então pergunta-se: Qual ou quais os Marcos Regulatórios para o tópico: ALIMENTAÇÃO ORGÂNICA PARA BOVINOS DE CORTE  OU DE LEITE?

Supostamente a alimentação deverá se apresentar nos seguintes moldes: Pastejo e aqui independe se intensivo, extensivo, rotacionado, Sistema Voisin, pastejo deferido ou não. Aqui não leva em consideração a forma e maneira de como os bovinos (corte ou leite) terão acesso às suas necessidades físicas de alimento. Desde que estas atendam aos preceitos de saciar a fome dos animais. E então surge o primeiro questionamento: Alimentar e Nutrir ou só Alimentar? Em se tratando de um senso comum: Alimentar Nutrindo. Surge o questionamento seqüencial: Qual a dinâmica tecnológica a ser aplicada para a implantação de um sistema de pastoreio, aonde todas as exigências nutricionais e organolépticas venham a ser atendidas?  Inicialmente o bom senso administrativo passa a exigir uma análise de solo completa, no sentido de se dotar a área em si, de todos ou elementos físico-minerais para uma perfeita combinação entre os elementos –N-P-K + Ca, possam interagir em benefício das plantas e por via indireta os  bovinos que pastejam? E então nos deparamos com o primeiro elemento a ser suplementado: Nitrogênio. Qual a solução? Fixação de Nitrogênio Biológico via leguminosas, tanto nativas como não. Mas...deve-se escolher qual ou quais espécies que se adéquam em relação ao tipo de solo, tipo de clima e sistema de manejo a ser adotado em relação as plantas. Mas e existem algumas vantagens? A primeira é que se não adotar este tipo de sistema de fixação biológica de Nitrogênio, haverá um desembolso considerável.A segunda é que se adotar o uso de Nitrogênio comercial, a exploração não será orgânica. As leguminosas apresentam propriedades  de extrair elementos nutritivos ou melhor nutrientes que se fazem presentes em camadas profundas do solo e transportá-los até a superfície, de modo a melhorar o padrão de matéria orgânica. Afora esta vantagem economia-ambiental, a adoção desta prática colabora na retenção da água e de água, participa de forma direta na conservação ambiental quando do não uso de Uréia Agrícola, assim como na conservação do solo, via redução da erosão.

Outro elemento. Fósforo. Como atender a demanda? O Brasil possuí várias jazidas de Fósforo – Jacupiranga e Patos de Minas – se apresentam como as melhores.

E por fim o Potássio na forma natural. Estima-se que centenas de milhões de toneladas, do elemento Glauconita – que se apresenta em forma de rocha, cuja composição se apresenta como sendo de sedimentos marinhos a baixa profundidade. Estes sedimentos marinhos – argilas, calcários, fosforitas e outros – em geral estão presentes nas regiões litorâneas.

Conclusão. Em termos de se implantar uma pastagem natural, onde os elementos NPK+Ca ( aqui representado pelo calcário), dispensam estas mesmas fontes, quando advindas e processadas quimicamente. Primeiro passo já indicado. Adubação orgânica, para um pastejo orgânico, para a alimentação orgânica destinada a produzir proteína nobre orgânica, via Pecuária de Corte Orgânica.

Mas e se houver a possibilidade da adoção de uma adubação orgânica?

Então partiremos para dois tipos de ações distintas.

Adubação orgânica vegetal.

Como o nome indica este tipo de ferramenta de adubagem, busca dotar o solo daquilo que ele (solo) tem condições de produzir, quase que entrando em um sistema de reciclagem continua. Planta-se leguminosas e gramíneas específicas, para produzir alimentos vegetais destinados, no caso a alimentação de bovinos, mas usando outras gramíneas e leguminosas distintas. Ou não? Eis a questão a ser respondida ou quem sabe a ser pesquisada. No futuro... No primeiro caso deve-se observar o ciclo vegetativo para se incorporar a resultante em forma de matéria verde. Falar a respeito da melhoria do solo com uso de adubação verde, que melhora a qualidade, vida simbiose pela fixação do Nitrogênio via atmosfera, que restaura o solo, que melhora a qualidade do solo em termos biológicos e que a adubação verde é efêmera é redundância, mas faz parte citá-las. Uma pergunta. A adubação química não é efêmera, também? Questão de pesquisar... Não estaria dentro do escopo falar sobre este assunto –Adubação Verde – então vamos aproveitar a oportunidade e nos demorarmos um pouco mais neste assunto, mesmo porque se torna interessante citar que a Adubação Verde promove e até intensifica as seguintes ações:

 v  Em termos de lixiviação, recicla alguns nutrientes dispostos em camadas mais profundas do solo;

v  Descompacta, altera a estrutura do solo, permite uma melhor oxigenação, via aeração. E se tal ocorre inevitavelmente  ás ações descritas a seguir acontecerão:

v  Aumenta sim, a capacidade e a possibilidade de que as águas das chuvas possam ser mais bem utilizadas e armazenadas, mantendo o solo mais úmido;

v  Dois fatores interagindo. A cobertura verde e a capacidade de armazenamento de água aumentada, acredita-se que a variação da amplitude da curva, em termos de oscilações de temperatura ou variação térmica tanto de dia como de noite, tende a diminuir. Esta quase estabilidade favorece de certo modo a ação microbiológica de bactérias, fungos, leveduras e etc;

v  Se tal estabilidade térmica ocorre, o controle de nematóides fitoparasitas ou fitoparasitos , passa a ser melhor controlado;

v  Isto ocorre também, pela ação intensificada no quesito biologia do solo,ou será uma ação integrada que poderia sugerir um novo termo “Agrobiologia telúrica”?

v  Em geral quando se parte para uma exploração do tipo Pecuária Orgânica de Corte, nem sempre as melhores áreas são a ela destinada, ao se lançar mão da adubação verde, ocorre uma melhoria considerável de fertilidade, chegando ao limiar de recuperar solos degradados;

v  E para que tal venha a ocorrer supre de matéria orgânica o solo. Objetivo fim para uma Pecuária Orgânica de Corte;

v  E na seqüencia direta ocorre o fornecimento de nitrogênio atmosférico natural, via fixação biológica pelas plantas.

v  Acredita-se e até se comprova que ocorra uma melhora no aproveitamento de corretivos e de adubações. No caso aqui de Pecuária Orgânica, a formulação sintética –NPK- não se aplica. Mas sim quando de forma natural, se admite;

v  A produção de fitomassa, ou grande volume de massa verde colabora para a formação de cobertura morta. Ação direta em termos da regulação térmica do solo diminui a perda de água por evaporação, mantém de certa forma a umidade do solo;(citado anteriormente).

v  Se tais ações são de efeitos conjugados, há de se esperar que ocorram outras ações correlatas como a redução significativa da presença de plantas indesejáveis para o tipo de cultura implantada e a ser implantada, comumente citada como plantas daninhas. Termo que deve ser objeto de discussão. Até que ponto uma planta deve ou pode ser considerada como daninha, em um mundo holístico e dentro de um pensamento de ações onde nada se perde e tudo se transforma? Uma planta desde que exista ela tem a sua utilidade em termos naturais, não só por ser uma planta competitiva e que contrarie os interesses fins, é que pode ou deve ser considerada daninha. Exemplo – tiririca – fitohormônio; Caraguatá – melhor mel para expectoração; Teorias a parte...

v  Naturalmente quando se melhora as condições do solo, sempre haverá a presença de plantas oportunista que vicejarão com mais propriedades e provavelmente algumas patologias seriam esperadas. Mas ao se usar mão da Adubação Verde, tal situação fica reduzida quando não totalmente controlada;

v  Chama a atenção que ao se implantar uma cultura – no caso pastagens – as novas plantas ou mudas, recebem a proteção natural contra a intensa ação dos raios solares e em muitos casos ocorre uma proteção direta contra erosão. Dependendo é lógico do tipo de plantio...

 Até então falamos sobre vários assuntos e não se fez referência alguma a respeito do tempo de “vazio ecológico” e nem tão pouco das exigências ditas como técnico-orgânicas, para a implantação de uma Pastagem Orgânica. Falar sobre Protocolos seria necessário algo como duzentas a trezentas laudas em papel A-4, o que não é o caso aqui, mas que poderia ser interessante constituir-se um grupo de trabalho para definir tal em termos de Tocantins. E por que não?

 Como citamos antes, as pastagens orgânicas. em geral se implantam em áreas que já foram utilizadas até como pastagens convencionais, onde recentemente ou em priscas eras foram usados adubos químicos, defensivos agrícolas de um modo geral. O raciocínio seria de que haveria a possibilidade de ainda permanecer no solo, alguns resíduos de clorados, organofosforados e etc. Como resolver a questão e como lucrar com tal situação?

Como citamos antes, quando da existência de um Protocolo Específico, haveria a necessidade de se coletar amostras de solo e buscar uma análise específica em relação aos resíduos químicos. Quando não, acreditar nas informações e apontamentos (se houver),informando que em um espaço de tempo, não inferior há dois anos, não se fez nenhum uso de tais produtos.

E como lucrar então? O uso dos corretivos e suportes nutricionais minerais, podem e devem auxiliar na implantação de uma lavoura de grãos, que mesmo tendo uma resultante financeira diminuta, aumenta consideravelmente os gradientes orgânicos desejados. À medida que a orientação técnica, adicionada a orientação ecológica e financeira se entenderem ( isto é difícil...) pode-se manter um ciclo cultural pelo período de dois anos, crescendo de forma exponencial as vantagens e as capacidades produtivas almejadas. Observe-se com muita atenção o quesito –leguminosas-, sistema de Integração Lavoura – Pecuária e sem deixar de lado nestes dois anos a rotação de cultura.

Pronto.

Estamos já de posse uma significativa parcela atingida para a implantação de um sistema produtivo orgânico, relacionado com a Pecuária de Corte. Orgânica, sobretudo.

 Mas falamos até então de adubação orgânica verde vegetal. E a adubação orgânica animal, não entra no assunto? Vamos ver então de que forma tal seria possível ou não..

A priori ao se iniciar a implantação de um sistema de pastoreio orgânico, as vertentes orgânicas: vegetal e animal se complementariam. Dificilmente um sistema de pastagens orgânicas conta com este tipo de material. A solução? Aguardar a produção dos dejetos sólidos e líquidos, que após sofrer ações bacterianas – aeróbias e anaeróbias - , advindos de bovinos criados sob o regime orgânico, seriam incorporados as pastagens. Outra solução, difícil e cara e não menos arriscada, seria a de adquiri-lo...

Estamos nos aproximando do momento de dar inicio a criação de bovinos de corte, sob o regime orgânico. Vamos nos reportar para o regime de confinamento. E então começam novamente as preocupações. Listando-as:

v  Qual a origem dos bovinos a serem confinados?

v  Sob que regime foram eles criados até o momento da entrada no confinamento?

v  A(s) propriedade(s) que forneceram os bovinos praticam os mesmos princípios da Pecuária Orgânica?

v  A propriedade pratica que tipo de criação?Ciclo completo? Desmama? Recria?

v  Qual a importância destas colocações?

Partindo-se da premissa que uma propriedade que pretende se dedicar a produzir bovinos de corte, sob o regime orgânico, ela deverá apresentar no mínimo matrizes bovinas criadas organicamente, quando não muito próximas de tal.

 

Todos os procedimentos destinados a produção de bovinos de corte orgânicos, deverá como anteriormente citamos, estar atrelado a um Protocolo Técnico, no qual se compromete a adoção dos preceitos focados, na criação deste tipo.

Os procedimentos:

      Alimentação e Nutrição;

      Bem Estar Animal;

      Sanitários;

      Vermifugação;

      Combate a ectoparasitas;

      Dessendentação;

Devem fazer parte dos Protocolos –Pecuária Bovina Orgânica de Corte -, mas ainda falta um componente essencial: Diploma Legal que dê a devida orientação e sustentação para este segmento. Veremos mais adiante.

Já falamos de como corrigir o solo em termos de acidez, da adubagem com elementos naturais que fogem do tradicional industrializado - NPK-, do não uso permitido da Uréia e das alternativas - Fixação Biológica de Nitrogênio – do uso das leguminosas, da necessidade de se proceder as análises de solo e até falamos mais uma vez dos benditos Protocolos, que seriam necessárias umas 200 folhas de papel sulfíte A4.

Faz-se necessário antes de prosseguirmos com alguns tópicos acima assinalados (Bem Estar Animal; Sanitários; Vermifugação; Combate a ectoparasitas e Dessendentação), falarmos a respeito das Certificadoras.

Em relação ao uso de medicamentos, não foge a regra o perfeito conhecimento aprofundado do Médico Veterinário que em consonância como Engenheiro Agrônomo, buscam na Fitoterapia a razão técnica dos princípios ativos e dos seus usos. Não foge a regra a Homeopatia.

Em relação ao Bem Estar Animal. Ultrapassadas as normas. Não se pode aplicar normas de Bem Estar específica para este ou aquele componente da propriedade. A regra não é de exceção. Entendo que Bem Estar Animal é o conjunto da somatórias de fatores totais, existentes em uma propriedade, que venha a permitir aos animais, fazerem uso de todos os equipamentos, necessários para o seu perfeito desenvolvimento e normal convivência, dentro de um ambiente o mais próximo possível do natural e com total obediência e respeito à vida. O Bem Estar Animal na Propriedade como um todo, está a nova postura global.Sepulta-se o egocentrismo Bem Estar Animal para este ou aquele tipo de equipamento relacionado com aquele tipo de exploração. Ar acondicionado na sala de ordenha? E na casa do funcionário que ordenha as vacas? Água em abundância e segura para os bovinos de corte. As caixas de água das casas dos funcionários, não são limpas há mais de ...anos. O Bem Estar Animal na Propriedade deve ser entendido como um todo e não isolado.

Ao se falar em Dessendentação, não é aquela coleção de água barrenta, contaminada que se coloca à disposição dos animais. Há de se exigir o cumprimento de Normas Sanitárias específicas, que passam pela proteção das vertentes (minas e olhos d´água), fornecimento continuo de água, disposição dos bebedouros em relação ao número de animais (centímetros lineares/u.a).

TÓPICO –II-

CERTIFICADORAS E CERTIFICAÇÕES.

O que se entende por CERTIFICADORA?

Avaliação de um determinado processo, sistema ou produto, segundo normas e critérios, que visa certificar o cumprimento dos requisitos, conferindo ao final,um certificado com direito de uso, de uma marca de conformidade,associada ao produto ou imagem institucional se os requisitos estiverem plenamente atendidos. Isto segundo o entender da Embrapa. (http://www.ceinfo.cnpat.embrapa.br/palestras/Bene/Pal3/slide3.html).

Não vamos entrar no mérito da questão. Existem tremendas controvérsias e desinformações mil, a respeito do que é uma Certificadora e o que se entende por Certificação. E para complicar ainda mais quais os passos a serem seguidos – Tracking? Ou Tracing? E ainda mais. Certifica-se o Sistema de Produção (Protocolos); Certifica-se o estabelecimento (Unidade produtora); Certifica-se o Produto? Todos ou só um? Qual deles? Produção? Estabelecimento? Produto final? Na realidade o que se tem hoje em termos de Brasil, são obediências ao Codex Alimentarius. E quando se trata de Produção Orgânica, em termos de Brasil há de se considerar da exigência e existência de um Diploma Legal, que ao ser encarado e apreciado internacionalmente, possa ser aceito.

Vejamos;

ORGÂNICO BRASIL
A lei nº 10.831, de 23 de dezembro de 2003, regulamenta a produção de orgânicos no Brasil, a partir daí o registro do produtor orgânico junto ao Ministério da Agricultura , através do SisOrg, é obrigatório.
A Santec (*)aplica as normas brasileiras para praticamente todos os produtos agrícolas.

JAS -Japanese Agricultural Standard
É a norma Japonesa para as diretrizes de produção, processamento, rotulagem e marketing de produtos orgânicos que foi aprovada pelo Codex Alimentarius .
A Santec está credenciada a conceder o uso do logotipo JAS Orgânico, nos produtos produzidos ou fabricados em conformidade com essas normas.

USDA ORGANIC
Programa Norte Americano de Orgânicos ( NOP –National Organic Product ) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, desenvolve, implementa e administra critérios para produção, manuseio e normas de rotulagem.
Certificando produtos orgânicos para o mercado da União Européia (EEC 2091) e EUA (NOP USDA Organic), a SANTEC representa com exclusividade no Brasil a certificadora FOODSAFETY.COM.AR

(*)A SANTEC AUDITORIAS E CERTIFICAÇÕES representa com exclusividade, no Brasil, reconhecidas certificadoras internacionais tais como: PrimusLabs.com, LSQA-Latu System Quality Austria, CPS, National Britannia, Food Safety, entre outras.

Foi fundada em março de 2000, mas sua origem é vinculada à AGTEC, fundado em 1963, em Recife.

GLOBALGAP é a associação global para uma agricultura segura e sustentável, criada por 24 grandes redes de supermercados que operam em diferentes países da Europa

EurepGap. Outro sistema organizado com a finalidade de unificar prodecimentos de produção, obedecendo parâmetros técnicos de Qualidade, Ambiental e Segurança Alimentar. Com um pequeno detalhe: só alimentos vegetais.

No caso específico – Pecuária Orgânica ou Nova Forma de Buscar um Nicho de Mercado, que o tema deste trabalho, cito:

Segundo Vidal (2004), para a exportação dos produtos brasileiros, os produtores tiveram que adotar certas medidas como: sanidade, freqüência, assiduidade, possibilidade de aquisição, respeito aos hábitos alimentares regionais, valorização do produto regional, qualidade, origem e métodos empregados no sistema produtivo, transporte, conservação, embalagens e estocagem, pois os mercados importadores fizeram tais exigências.

Para isso, os agropecuaristas passaram a se interessar em melhor gerir suas propriedades e adotar sistemas de gestão empresarial. Daí o surgimento de grandes complexos agroindustriais, o surgimento dos consórcios e integrações de produtores evoluíram de tal forma que se permitiu a obtenção de alimentos quase que de forma excedente”.(**)

(**)A RASTREABILIDADE NA BOVINOCULTURA DE CORTE -ASPECTOS FACILITADORES E LIMITADORES SOB A ÓTICA DO PRODUTOR RURAL

ELERI HAMER; JAQUELINI GOULART SCHMITZ; JUAREZ

ORSOLIN.

CESUR/FACSUL, RONDONÓPOLIS, MT, BRASIL.

[email protected]

APRESENTAÇÃO ORAL SISTEMAS AGROALIMENTARES E CADEIAS AGROINDUSTRIAIS. A RASTREABILIDADE NA BOVINOCULTURA DE CORTE -

ASPECTOS FACILITADORES E LIMITADORES SOB A ÓTICA DO PRODUTOR RURAL

XLV CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA RURAL – 22 A 25 DE JULHO DE 2007, UEL-LONDRINA-PR-.

(VIDAL, Romão Miranda. Considerações a respeito da segurança alimentar e a agropecuária. Mensagem recebida de: <[email protected]> em 21 set. 2004).

Acredito ainda, que a Pecuária Orgânica, necessita ainda de muitos ajustes. A melhor Rastreabilidade até hoje implantada, encontra-se na Avicultura de Corte, de larga escada. Na Avicultura Orgânica, praticamente não existe nada. Mas existem alguns “nortes” a serem adotados:

Segundo Vidal (2004), o sistema de Rastreabilidade na pecuária, quando feito

com seriedade, possui uma vantagem importantíssima, pois age como ferramenta de controle e administração da qualidade nas fazendas, sendo possível controlar a

produção, reprodução, nutrição, pastagens, sanidade e potencial genético do rebanho,ganho de peso, fertilidade, qualidade de carcaça e desfrute são avaliados com mais eficiência”.

XLV CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA RURAL – 22 A 25 DE JULHO DE 2007, UEL-LONDRINA-PR-.

(VIDAL, Romão Miranda. Considerações a respeito da segurança alimentar e a agropecuária. Mensagem recebida de: <[email protected]> em 21 set. 2004).

 Mais uma vez volto a insistir.

O que é certificação de produtos orgânicos?

A certificação de produtos orgânicos é o procedimento pelo qual uma certificadora, devidamente credenciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e “acreditada” (credenciada) pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), assegura por escrito que determinado produto, processo ou serviço obedece às normas e práticas da produção orgânica.

Isto não basta. Tem que ser acreditada internacionalmente, mesmo tendo INMETRO o reconhecimento internacional, ele como instituição não pode normatizar. As NBR’s devem ser oriundas da necessidade popular de um determinado segmento, tendo por base de consultas, as já existentes e internacionalmente aceitas. Uma NBR nasce, mantém-se em permanente estado de alterações, atualizando-se periodicamente e a qualquer momento que o Comitê acatar a necessidade a solicitação de mudanças.

CONCLUSÃO.

Pecuária Orgânica, não é só alimentar os animais com alimentos presumivelmente produzidos de forma orgânica. Não basta dar a conotação de orgânico, na sua cadeia produtiva como um todo. Todos os elos desta cadeia têm que ser orgânicos. Não basta aparecer ser honesto. Tem que ser honesto.

Há muito em se fazer a respeito da Pecuária Orgânica. Muito pouco ou quase nada se tem feito.

Cito um exemplo, deveras sui-generis.

No decorrer dos anos como Médico Veterinário, implantamos vários sistemas de integração, de avicultura de corte. Devido a nossa atuação no ramo, fomos contratado por um produtor rural, que pretendia implantar uma granja de produção de ovos comerciais. Projeto aprovado. Instalado. Produção dentro dos parâmetros técnicos, econômicos, sociais e financeiros.

Em uma das nossas visitas técnicas, surge uma situação. Se poderia eu, pedir ao produtor de milho, que plantava algo como 250,00 hectares, que deixasse pelo menos uns 3,00 hectares de milho, sem colhê-lo mecanicamente?.  Proposta aceita. E um ponto de interrogação imenso, tanto da nossa parte como do produtor de milho. Dias passados e quando da visita técnica, dirigi-me a sala de ovos. Espanto total. Uma quantidade enorme de ovos sujos com excrementos das galinhas. E na mesma sala mais de 5 balaios cheios de palha de milho. Pior ainda, um balde plástico com fezes das galinhas. Indagação e perplexidade. Explicação. Sujava-se os ovos com os excrementos (de forma sutil), embalava-se os ovos na palha do milho e fazia-se um amarrio com a mesma palha. Colocavam-se os ovos em um cocho de madeira forrado de palha de milho e numa distância de uns quatro quilômetros antes da entrada da granja, uma placa enorme “VENDE-SE OVOS CAIPIRA-ORGÂNICOS-.

Chamei o proprietário e o fiz ver do disparate. Qual o quê. Ovo é tudo a mesma coisa, e quando sujo com m....de galinha, fica mais atrativo,pois pensam que é “caipira e caipira é orgânico”, e os bobos compram. Então o senhor vai ficar sem a minha Assistência Técnica. Não tem importância a freguesia já tá feita...

De certa forma acredito que há um caminho enorme a ser percorrido, em relação à Pecuária Orgânica – Leite e Corte – assim como, nas mais variadas espécies animais. Existem confusões terminológicas entre o bovino orgânico e o bovino verde. Distinções que devem ser mais bem esclarecidas.

Finalizando.

Não acredito que Certificações advindas da parte governamental – sistemas de produção – local onde se produz e produto final -, devam ser acatadas e tão pouco acreditadas à nível internacional.

Assim como não acredito em Certificadoras genéricas. Explico. Não existem Protocolos Específicos para cada tipo de produto, pois exige exclusividade e profundos conhecimentos não só de ordem técnica, mas das Normas Técnicas, advindas da ABNT, que na realidade são poucas. E em assim sendo, como as Certificadoras poderão pautar os Protocolos a serem adotados, para uma Pré-Certificação e uma Certificação final?

(http://pt.engormix.com/MA-suinocultura/administracao/artigos/biosseguridade-granja-de-suinos-t359/124-p0.htm) Auditorias em biosseguridade em granjas de suínos.-Vidal.Romão Miranda .Comentários.

Médico Veterinário Romão Miranda Vidal.