Pontos de aproximação e distanciamento entres os conceitos de Parmênides, Heráclito e Sócrates

 

 

 

 

Parmênides (c. 540-480 a.C.) como a grande maioria dos gregos, acreditava que tudo o que existe, sempre existiu em um pensamento recorrente para a época. Na contramão dos filósofos de Mileto, acreditava que nada pode surgir do nada ou se transformar do nada. Pensando este raciocínio, podemos arrazoar que muito embora a premissa seja verdadeira a conclusão não tinha embasamento.

Entretanto, sabemos que Parmênides quando se via num ponto de escolha entre suas convicções permeadas pela razão e, os constantes fenômenos da natureza, optava por se guiar pela razão de seus pensamentos, que necessariamente não representavam a verdade. Para o filósofo os sentidos podem distorcer as informações, então mesmo vendo transformações na natureza declina e assumia uma postura diferente, temos então colocado segundo percebemos na análise desta discussão o nascimento do “racionalismo”.

 

 

Em contra posição ao conceito de Parmênides, temos Heráclito (c. 540-480 a C.), a grande diferença entre eles, estava justamente no fato de Heráclito acreditar que “tudo flui”, ou seja, a mudança constante. Para ele tudo esta em movimento, segundo este raciocínio tudo é passageiro, não eterno.

 

 

Para Heráclito a fundamentação dos opostos é peça importante no processo, pois fazem parte de um mesmo contexto e, para a harmonia do todo, segundo Heráclito são imprescindíveis os opostos.Temos em Heráclito um a primeira manifestação que nos remete a “DEUS”, é claro que ele não estava se referindo ao Deus dos cristianismo, porém uma alusão direta a Deus, que segundo ele era o responsável por este movimento constante de transformação. Sabemos que para a época era comum a evocação de diversos deuses, poemos arrazoar que este Deus talvez seja o Deus desconhecido e, de onde pode ter se originado o Deus único. Em potência podemos relacionar a questão da maiêutica de Sócrates e, sua discussão no sentido de mostrar ao ser humano o seu potencial de conhecimento, sem a interferência destes deuses que tecnicamente só existiam dentro da mitologia; a alusão de Heráclito a fluidez deste Deus é fator preponderante segundo entendemos no conceito filosófico de Sócrates, muito embora chegamos a Sócrates por intermédio de Platão, o que não quer dizer necessariamente que não houve interpretação ou distorção no conceito.

Pelo enunciado de Parmênides e Heráclito, muito embora sejam posições antagônicas o que prevalece é a conceituação da razão e dos sentidos, se pra Sócrates é importante trazer a luz por intermédio da discussão um pensamento que já esta presente no intimo do ente, e para tanto se vale da razão para mostrar isso, é lógico afirmar que os enunciados dos pré-socráticos norteiam o trabalho de Sócrates, e entendemos que talvez este seja o ponto de aproximação e aperfeiçoamento dos conceitos de razão e sentidos, mas é em Platão que essa contextualização será explicada, dentro do mundo sensível e inteligível.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

 

 

Dentro da discussão pertinente da relação de aproximação ou distanciamento dos conceitos de Parmênides, Heráclito e Sócrates, o que notamos é uma aproximação no que tange a razão como forma de discernir o enunciado filosófico, mesmo que para isso em Parmênides seja desprezado os sentidos como forma de compor o raciocínio a luz dos fatos, para uma composição muito mais subjetiva, que quer mostrar que os sentidos indubitavelmente levam o ser humano a cometer erros de julgamento. Esta mesma razão é utilizada por Heráclito de maneira distinta, pois baseia e norteia o fundamento de forma a mostrar que pela composição do raciocínio lógico o universo em si esta constante evolução, ora se pensarmos que o que une os dois conceitos é a razão interpretada de maneiras distintas, a base lógica em Sócrates é justamente mostrar por intermédio da discussão que o ente tem todo este manancial de informações dentro de simesmo, bastando para isso utilizar de forma correta ou lógica como prefere o acesso e fundamentalmente colocar para fora algo que julgava pertencer somente aos deuses, neste ponto o enunciado socrático se distancia anos luz dos pré-socráticos que acreditavam piamente que todo este movimento ou estagnação eram proveniente dos deuses. “Brilhante”.

Agora, como conciliar os pontos e explicar de forma lógica esta conceituação? Para Platão dentro do mundo sensível e o inteligível.

 

 

 

 

 

 

 

 

BIBLIOGRAFIA

 

BORNHEIM, Gerd A.(organizador) Os Filósofos pré-socraticos. Ed. Cultrix, São Paulo, 1998.

GAARDER,Jostein

O mundo de Sofia: romance da história da filosofia / Jostein Gaarder: tradução João Azenha Jr. - São Paulo: Companhia das Letras, 1995

www.scribd.com/doc/29058312/BORNHEIM-GERD Acesso: 10/09/2012