Resumo: O presente trabalho diz respeito à importância de ações participativas no interior da escola. Num primeiro momento abordo a dimensão e as características que a participação obteve durante o percurso histórico evidenciado no Brasil, para ser possível analisar seus desdobramentos e sua interferência em uma caracterização futura do participar. Num segundo momento o artigo vem tratar sobre a junção entre família e escola permitindo observações das singularidades existentes quando se busca formar cidadãos críticos e reflexivos, cientes do seu papel como difusor de atitudes participativas.

Palavras-chave: Escola. Família. Participação.


Introdução

Desde o ano de 1980 a abordagem do fenômeno das relações entre a família e a escola tem sido observada de forma distinta, uma vez que anteriormente os processos ocorridos dentro do lar do sujeito permaneciam obscuros. De acordo com Nogueira (1998) Terrail afirma que a entrada da família no centro das análises sociológicas está estritamente relacionada à condição de transmissão cultural, ideológica, política que confere às famílias, que pela falta de consciência, durante muito tempo foi observada a partir de um tratamento tradicional, objetivando, contudo a ocultação das possibilidades de interferências sociais. As transformações ocorridas na organização das famílias contemporâneas e as modificações sofridas pela instituição escolar impulsionaram a análise da importância da participação familiar para a formação do sujeito. Pela aproximação cada vez mais significativa da família com a escola, as peculiaridades ocorridas no interno de uma relação familiar assumiram uma posição de destaque nos estudos sobre a performance escolar dos sujeitos, dando abertura para o diálogo e a parceria aparecerem como aspectos imprescindíveis nas relações. A distinção entre criança e adulto foi fundamental para que essa conjuntura se formasse, uma vez que a criança passou a ser alvo de maiores cuidados e grande objeto de preocupações dos pais, coube assim à escola uma observação da família para se conhecer a criança e obter coerência entre as atitudes educativas e as familiares, utilizando o diálogo e a participação dos pais para que os ideais pedagógicos sejam alcançados.
Por essa nova postura adotada, a escola chama para si certa parte de responsabilidade pelo desempenho do aluno, não ocultando a importância da manifestação de um amparo das famílias quando se anseia um desenvolvimento eficaz do alunado, pelas parcerias que podem ser formadas através da intervenção dos pais nas decisões e no funcionamento do estabelecimento escolar. Portanto, a família aparece como cada vez mais presente nos espaços escolares e a instituição escolar por sua vez, expande espaços para possibilitar possíveis interações familiares.
É fundamental diante do explanado acima, que a sociedade permita essa interação para que essa busca participativa não se restrinja ao campo ilusório. A formação de uma identidade participativa deve levar o indivíduo à consciência de seu valor social, buscando, contudo ampliar sua cidadania pela interação nas questões educacionais, não se limitando nas barreiras impregnadas pelas condições históricas que objetivavam a inexistência dos atos participativos, construindo, via de regra lacunas nos processos formadores de criticidade e reflexão dos indivíduos, atribuindo-lhe características de impessoalidade que tira de cena a instituição familiar, os enlaces provindos do doméstico.