Paradoxos existenciais
Publicado em 16 de setembro de 2010 por Rita Cardoso
Paradoxos existenciais
Fazemos parte de uma fagulha entre tantas galáxias, somos poeira cósmica, como dejetos de estrelas. Talvez estrelas perdidas. Olhando por nosso viés biológico parecemos complexos e vulneráveis, por nosso viés sócio-cultural parecemos gregários, subordinados, em nosso viés psicológico ou no antropológico então, somos incompletos, inacabados. "é Adão, Deus não te deu um sítio determinado" alguém já dizia. Sob o viés cósmico, aí sim, como somos pequenos. O ser humano parece ainda menor quando não tem dignidade. E quanta gente sem dignidade no planeta terra!
Para o ser humano não basta existir. Ele precisa se dignificar. Necessita mais do que a subsistência, se alimenta do símbolo, bebe da metáfora.
Temos o CPF, nosso código de barras. Pessoas precisam provar que existem, precisam brigar para existir, sendo que, independente de qualquer coisa, já existem. Infernal paradoxo. É irônico o paradoxo do mundo globalizado, onde, o que vigora é o higienismo. No noticiário viu-se certa vez a prefeitura de São Paulo preocupada com moradores de viaduto, a solução encontrada não foi dar uma moradia para eles, mas construir paredes em baixo das pontes que impedem a instalação dessas pessoas. Solução higienista para aqueles que não deveriam existir, mas eles existem. Eles incomodam por habitarem os viadutos? O problema maior não seria o deles? Ora, eles existem! Precisam estar em algum lugar, têm massa e, portanto, ocupam lugar no espaço. Parece obvio.
Mas o ser humano é, essencialmente, paradoxal. Está entre o existir cósmico onde nos percebemos como pequenos diante de algo tão absurdamente gigantesco. E deveríamos nos sentir dignificados por integrar algo desta proporção. Mas como dito anteriormente, não nos basta existir. É preciso também conquistar o direito de existir, de ser no mundo. Essa é a outra ponta do paradoxo humano: sua essência.
Uma essência que não nasceu com Adão. Que precisa ser inventada para fazer existir. Diferente de simplesmente existir, é existir em essência.
Os humanos devoram humanos, como se tivessem esse direito. Proclamam o que é certo ou errado, julgam. Procuram pela moral como se esta não fosse um mero joguete da cultura. Procuram por aquilo que já existe, almejando algo pré-estabelecido, acreditam num sítio para Adão. Sítio do qual nem todos cabem.
Mas todos nós cabemos no cosmos. A verdade é que existimos e, por algum motivo temos o direito de ser. Só precisamos inventar nossa essência... A essência de existir e de deixar existir.
Fazemos parte de uma fagulha entre tantas galáxias, somos poeira cósmica, como dejetos de estrelas. Talvez estrelas perdidas. Olhando por nosso viés biológico parecemos complexos e vulneráveis, por nosso viés sócio-cultural parecemos gregários, subordinados, em nosso viés psicológico ou no antropológico então, somos incompletos, inacabados. "é Adão, Deus não te deu um sítio determinado" alguém já dizia. Sob o viés cósmico, aí sim, como somos pequenos. O ser humano parece ainda menor quando não tem dignidade. E quanta gente sem dignidade no planeta terra!
Para o ser humano não basta existir. Ele precisa se dignificar. Necessita mais do que a subsistência, se alimenta do símbolo, bebe da metáfora.
Temos o CPF, nosso código de barras. Pessoas precisam provar que existem, precisam brigar para existir, sendo que, independente de qualquer coisa, já existem. Infernal paradoxo. É irônico o paradoxo do mundo globalizado, onde, o que vigora é o higienismo. No noticiário viu-se certa vez a prefeitura de São Paulo preocupada com moradores de viaduto, a solução encontrada não foi dar uma moradia para eles, mas construir paredes em baixo das pontes que impedem a instalação dessas pessoas. Solução higienista para aqueles que não deveriam existir, mas eles existem. Eles incomodam por habitarem os viadutos? O problema maior não seria o deles? Ora, eles existem! Precisam estar em algum lugar, têm massa e, portanto, ocupam lugar no espaço. Parece obvio.
Mas o ser humano é, essencialmente, paradoxal. Está entre o existir cósmico onde nos percebemos como pequenos diante de algo tão absurdamente gigantesco. E deveríamos nos sentir dignificados por integrar algo desta proporção. Mas como dito anteriormente, não nos basta existir. É preciso também conquistar o direito de existir, de ser no mundo. Essa é a outra ponta do paradoxo humano: sua essência.
Uma essência que não nasceu com Adão. Que precisa ser inventada para fazer existir. Diferente de simplesmente existir, é existir em essência.
Os humanos devoram humanos, como se tivessem esse direito. Proclamam o que é certo ou errado, julgam. Procuram pela moral como se esta não fosse um mero joguete da cultura. Procuram por aquilo que já existe, almejando algo pré-estabelecido, acreditam num sítio para Adão. Sítio do qual nem todos cabem.
Mas todos nós cabemos no cosmos. A verdade é que existimos e, por algum motivo temos o direito de ser. Só precisamos inventar nossa essência... A essência de existir e de deixar existir.