A forma como se vive a experiência humana - a família, a sexualidade, as relações de gênero, as relações interpessoais e sociais, as relações com a natureza, etc., - estão sob transformações profundas, cujos impactos na experiência humana são difíceis de antecipar.

A partir dos anos 60, vários movimentos socioculturais criticaram as premissas da civilização ocidental e desafiaram os valores da sociedade industrial de consumo. Por exemplo, o movimento ambientalista propôs o conceito de desenvolvimento sustentável, cuja prática implica mudanças profundas em nossa percepção, para que troquemos radicalmente nosso modo de produção, padrão de consumo e estilo de vida.

Depois de três mil anos de hegemonia, a autoridade patriarcal foi desafiada, gerando a crise do patriarcado e abrindo passo à ascensão da questão de gênero.

A heterossexualidade já não é mais o único tipo de relação sexual socialmente e legalmente aceitável; já há países que permitem o casamento entre casais do mesmo sexo.

O impacto potencial do eclipse eletrônico da dimensão espaço-temporal sobre a experiência humana é impressionante. A tecnologia da informação tornou possível a criação eletrônica do oitavo continente do Planeta: um continente digital, onde a INTERNET é um porto virtual na era do acesso. Neste continente virtual, o tempo histórico não conta, o espaço geográfico desaparece e as relações sociais são desnecessárias. (Leia na íntegra no artigo "O Oitavo Continente")

Por isso, o conceito de "rede" assume conseqüências práticas para a nova morfologia social das sociedades avançadas do futuro.

Finalmente, o questionamento da ciência, quando praticada sob a influência da tradição filosófica conhecida como Positivismo, está estimulando a geração de novos paradigmas, que trocarão nossa percepção sobre nós mesmos e a forma como nos relacionamos com o semelhante e com a natureza.

Como resultado, um novo modo de geração e apropriação de conhecimento está emergindo sob a lógica da geração de conhecimento no contexto de sua aplicação e implicações.

Esta revolução muda a experiência humana, por transformar nossa percepção sobre ela e, portanto, nossas decisões e ações para transformá-la. Ironicamente, a mesma experiência humana está sendo mercantilizada, pois hoje em dia a comercialização dos bens culturais cresce mais que a comercialização dos bens materiais; o turismo global é a indústria do futuro: já não se paga para conhecer lugares diferentes a não ser para sentir novas experiências.