Esboço, não o ensaio de um artigo publicado, tão pouco, a vaidade do poeta que gostaria de ser (ou herdei de minha mãe o ser poeta?).
Hoje, faço destas linhas, as linhas do diário meu, e compartilho os sentimentos que me aflora.
Às vezes, "pegava" minha mãe olhando-me, e seu olhar era algo que me dizia muito, porém, um mistério me intrigava em seus olhos e olhares. Era uma mistura de carinho e compaixão. Notório, também era a reticência de mágoa... havia admiração, orgulho, gratidão, amor e sinceridade, muita sinceridade.
Quando eu a pegava em flagrante com seu olhar sobre mim, ela simplesmente dizia: eu te amo.
Nesta hora seu olhar era de uma profundidade que não consigo descrever, intenso, verdadeiro e com um gostoso mistério.
Hoje entendo que não se tratava de um simples olhar, minha mãe estava muito doente e sabia que não tinha muito tempo de vida. Não era um olhar, e sim o desfrutar do momento.