Título: PACTO PELA VIDA: UMA AÇÃO CONTRA HIPERTENSÃO NOS IDOSOS

1.Eliza Cássia Mesquita Cabral [[email protected]]

Fernanda Maria Mattar de Lá Sávia [[email protected]]

Juliana Martins Machado [[email protected]]

Kênia Amanda do Couto [[email protected]]

Laís Avelar Oliveira [[email protected]]

Luciana Francisca de Andrade [[email protected]]

Roberta Mara Batista Lima. [[email protected]]

  1. Cínthia da Silva Moura [[email protected]]

Ingrid Ribeiro da Rocha Silva [[email protected]]

  1. Acadêmicos Unifenas, Divinópolis – MG.
  2. Professoras Unifenas, Divinópolis – MG.

RESUMO:

O programa Pacto pela Vida, que foi criado em 22 de fevereiro de 2006 pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é um conjunto de medidas adotadas, para avaliar e analisar resultados e derivados da análise da situação de saúde do País. Umas das prioridades e objetivos da Portaria N°399/GM que rege o pacto são: a saúde, promoção da saúde e atenção básica a saúde do idoso, sendo o controle da Hipertensão Arterial um de seus principais focos.

O risco de se tornar hipertenso, em 90 % dos indivíduos com níveis de pressão arterial normal aumenta após os 55 anos de idade. Segundo a Cartilha do Ministério da Saúde – Brasil (2008) pode-se definir que a hipertensão é quando a pressão que o sangue exerce nas paredes das artérias excede os valores normais suportadas pelas mesmas. Um indivíduo pode ser considerado hipertenso quando sua pressão arterial apresentar valores maiores ou iguais à 140/90 mmHg. A hipertensão arterial não tratada pode ocasionar: derrames cerebrais, doenças do coração como infarto, insuficiência cardíaca, angina, insuficiência renal, até mesmo alterações da visão que podem levar à cegueira.

A Hipertensão Arterial por ser na maior parte do seu curso assintomática, o seu diagnostico e tratamento é freqüentemente negligenciado pela classe idosa. Portanto devido a pouca atenção dispensada à esta patologia este projeto tevepor objetivo a implementação da política nacional de saúde da pessoa idosa que promoveu atenção integral e a promoção da saúde, tendo ênfase no controle da pressão arterial, adoção de hábitos saudáveis por parte dos idosos internos do Abrigo Frederico Ozanam.

Para se determinar qual idoso era hipertenso se fez necessário, conhecer o funcionamento do abrigo e os hábitos dos internos. Todos os acadêmicos monitoraram a pressão dos internos durante um mês e fez-se registros dos valores das aferições, dados obtidos através de questionários e prontuários para se fazer então uma análise epidemiológica através de dados estatísticos. Com base nesses dados, compararam-se os valores achados com os de referências e posteriormente faz-se a determinação dos possíveis hipertensos, levantamento das medidas preventivas de saúde a serem adotadas.

INTRODUÇÃO

Segundo Rosa Sampaio, Coordenadora Nacional de HA e DM do Ministério da Saúde (2008), com a finalidade de conscientizar a população, sobre a necessidade de aferir a pressão arterial e com isso, evitar uma série de problemas de saúde, foi estabelecido O Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, 26 abril, instituído pela Lei Federal 10.439; sancionada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso em 20/04/2002. Este é o dia em que o Brasil volta sua atenção para a prevenção e combate da Hipertensão Arterial.

A despeito do grande número de investigações sobre epidemiologia, mecanismos, riscos e esquemas terapêuticos da hipertensão arterial em jovens e adultos, pouca atenção tem sido dada ao grande contingente de hipertensos idosos.

Inúmeras controvérsias existem sobre a importância da hipertensão arterial no idoso e a necessidade de seu tratamento, pois alguns autores a consideravam, na maioria dos casos, como conseqüência "normal" do processo de envelhecimento. Mesmo recentemente, têm surgido afirmações de que uma elevação significativa da pressão arterial no idoso pode não ser prejudicial.

No entanto, nenhum estudo controlado foi publicado confirmando o ponto de vista de que a hipertensão no idoso é condição benigna. Ao contrário, diversas evidências têm demonstrado que ela constitui uma das grandes causas de morbidade e de mortalidade, tanto no jovem como no idoso.

A Hipertensão Arterial por ser na maior parte do seu curso assintomática, o seu diagnostico e tratamento é freqüentemente negligenciado,e este projeto tem por objetivo, o desenvolvimento de uma ação de educação, conscientização e promoção da saúde dos idosos internos do Abrigo Frederico Ozanam.

DESCOBRINDO A HIPERTENSÃO ARTERIAL EM IDOSOS

Devido a pouca atenção dispensada aos idosos este projeto tem por objetivo a implementação da política nacional de saúde da pessoa idosa buscando atenção integral e a promoção da saúde, tendo ênfase no controle da pressão arterial, adoção de hábitos saudáveis por parte desta população e a conscientizaçãosobre a pratica de atividade física regular, alimentação saudável e combate ao etilismo e ao tabagismo.

Objetivos específicos

  • Classificar os níveis de PA dos internos.
  • Propor mudanças de hábitos, comportamento e estilo de vida.
  • Identificação dos possíveis hipertensos.

De acordo com as informações da OMS/OPAS – Organização Mundial de Saúde e Organização Pan-Americana de Saúde (2008), no Brasil estima-se que aproximadamente 30% da população com mais de 40 anos possa ter PA elevada e em vista disso há a necessidade de se desenvolver estratégias e ações que visem à detecção precoce e controle permanente da HA, iniciativas que visam o desenvolvimento do conhecimento da população e dos profissionais de saúde em ralação ao impacto causado por esta enfermidade, pois muitas vezes a população não acompanha o desenvolvimento desta doença e procura o atendimento correto e preciso tardiamente.

O Pacto pela Vida, (Portaria N°399/GM de 22 de fevereiro de 2006), está constituído por um conjunto de compromissos sanitários, expressos em objetivos de processos e resultados e derivados da análise da situação de saúde do País e das prioridades definidas pelos governos federal, estaduais e municipais. Uma de suas prioridades e objetivos são: a saúde do idoso, promoção da saúde e atenção básica `a saúde.

MAS O QUE SERIA A HIPERTENSÃO ARTERIAL?

A hipertensão ou pressão alta é quando a pressão que o sangue exerce nas paredes das artérias é muito forte, ficando acima dos valores normais. Um indivíduo pode ser considerado hipertenso quando sua pressão arterial estiver maior ou igual à 140/90 mmHg, ou seja, quando a PA é medida, dois números são anotados sendo o maior chamado de PA sistólica, que é a pressão do sangue nos vasos quando o coração bombeia para impulsionar o sangue para o resto do corpo, e o número menor chamado de PA diastólica, que é a pressão do sangue nos vasos quando o coração encontra-se na fase de relaxamento(MS-2008).

Segundo o MS (2008) a hipertensão arterial não tratada pode ocasionar:AVC, doenças do coração como IAM, insuficiência renal e até mesmo alterações da visão que podem levar à cegueira.

De acordo com Sociedade Brasileira de Cardiologia (2008) afirma-se que as pessoas com maiores riscos de se tornarem hipertensão são aquelas com excesso de peso, que não tem uma alimentação saudável, ingerem muito sal, não fazem exercícios físicos e ingerem muita bebida alcoólica, são diabéticos ou têm familiares hipertensos. Este risco eleva-se mais após aos 55 anos de idade, e mesmo as pessoas com níveis de PA normais possuem uma média de 90% de chances de desenvolver a hipertensão.

As maiorias das pessoas não apresentam nenhum sintoma para uma possível elevação de PA no início da doença e por isso ela é denominada de silenciosa. Os principais sintomas atribuídos ao aumento da PA são: dor de cabeça, tonturas, cansaço, sangramento pelo nariz, dentre outros fatores. O tratamento da HA pode ser feito com medicamentos ou não, isso irá depender dos níveis de lesão de determinados órgãos ou doenças, sendo, portanto somente um médico especializado para decidir.

De acordo com Rosa Sampaio, do MS, (2008), o melhor mecanismo para se combater a hipertensão é através da mudança de hábitos no estilo de vida e de conscientização. Uma pessoa que é hipertensa deve: aferir sua pressão regularmente, comparecer regularmente aos consultórios, diminuir no consumo de sal, minimizar o uso do álcool, manter um peso ideal, deixar o tabagismo, fazer exercícios físicos sob orientação médica, evitar alimentos gordurosos, a tensão e enfrentar melhor a vida.

IDENTIFICAÇÃO DE HIPERTENSOS

A identificação se deu baseada nos seguintes materiais e métodos:

1. Pesquisa bibliográfica, com levantamento de material para consulta e pesquisa, a fim de se conhecer o tema a ser contemplado nessa pesquisa.

2. Definição da população de interesse para levantamento do perfil, rastreamento das condições de saúde em relação à hipertensão e aplicação do processo educativo comunicacional.

3. Pesquisa qualitativo-quantitativas, por meio de:

·Questionário, para o levantamento do perfil dos indivíduos. Os questionários se compõem de perguntas fechadas e algumas abertas. Apresentam perguntas que possibilitam gerar conhecimentos acerca do objeto de estudo, gerando subsídios para as intervenções futuras.

4.Análise dos resultados e levantamento do perfil com base nos questionários.

5.Montagem de um banco de dados com as informações obtidas pelas pesquisas e procedimento de análise dos dados, para subsidiar as ações a serem implementadas.

Relatório da pesquisa, com apresentação dos resultados apontando as variáveis de maior e de menor impacto, bem como aspectos que necessitam ser adequados para implementação desse processo de educação em saúde em outros grupos populacionais.

ANÁLISE DOS DADOS OBTIDOS

A aplicação deste projeto de pesquisa deu-se no Abrigo Frederico Ozanam no período de 09 de Setembro de 2008 à 02 de Outubro de 2008 em Divinópolis.

Baseando-se no levantamento do perfil do grupo de hipertensos, definirá as ações e as práticas educativas a serem implantadas, pois para se prevenir e combater a hipertensão arterial é necessários mudanças de hábitos, estas por sua vez geralmente são muito lentas, devido à classe ser idosa e a complexibilidade de entendimento dos mesmos.

O projeto segue o seguinte cronograma:

Data

9/set

11/set

16/set

18/set

23/set

26/set

29/set

2/out

 

Todos os acadêmicos participaram do período de monitoramento nos dias programados.

Participantes

 

da Visita e Monitorações

 

 

 

Café -

Todas os acadêmicos

Encerramento

 

O plano de trabalho traçado foi:

Primeiro Dia:

  • Conhecer os internos e as principais atividades desenvolvidas pelos mesmos e funcionários dentro do abrigo.

Demais Dias:

  • Interagir, aferir a PA dos internos e fazer os registros das mesmas.
  • Preenchimento dos questionários.
  • Levantamento dos medicamentos utilizados.

Os recursos necessários para execução desse projeto serão: humanos (alunos) e materiais ( kits de esfignomanômetros e estetoscópios). Com base nos questionários e das aferições respondidos fizeram-se as seguintes análises dos fatores de risco com maior relevância:

1)Classificação quanto ao nível de pressão.

Valores de Referência: Sociedade Brasileira de Cardiologia e Hipertensão

 

Clssificação:

Sistólica

 

Diastólica

Ótima

 

< 120

 

< 80

Normal

 

< 130

 

< 85

Normal Elevada

 

130 - 139

 

85 - 89

Limítrofe

 

140 - 149

 

90 - 94

Grau 1

 

150 - 159

 

90 - 99

Grau 2

 

160 - 179

 

100 - 109

Grau 3

 

> 180

 

> 110

Hip. Sist. Isolada

> 140

 

< 90

Foram identificados:

1 → Limítrofe

2 → Normal elevada

 

3 → Ótima

4 →Normal

2)Medicamentos:

Com base nos questionários respondidos, verificou-se que 32% dos internos fazem uso de medicamentos controlado para pressão, sendo este de fácil identificação por serem medicamentos freqüentemente utilizados, como: clorama, captopril, propanolol, etc.

1 → 32%

Fazem uso de medicamentos

2 →68%

Não fazem

3)Tabagismo:

Verificou-se com base nos questionários que o número de fumantes crônicos no abrigo, corresponde a 72%, e os 28% restantes podem ser classificados como fumantes passivos.

1 → 72% Fumantes crônicos

2 → 28% Fumantes passivos

4)Uso de bebida alcoólica:

Não há utilização de bebidas alcoólicas no abrigo.

5)Diabetes:

Não se tem controle dos quais internos são os possíveis diabéticos, portanto não se pode relacionar.

6)Alimentação:

A alimentação é controlada somente por funcionários, não tendo um (a) profissional responsável, e também não há um controle de forma individual, ou seja, que irá variar de interno para interno, mas sim uma mesma alimentação moderada para todos os internos. Exemplo: controle de sal e açúcar.

7)Exercícios Físicos:

A única atividade física desenvolvida por cada interno é a fisioterapia que ocorre 2 dias por semana, tendo mais ênfase aqueles com maior necessidade, como dificuldade de locomoção, postura, dores musculares em geral.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os valores obtidos da P.A durante a pesquisa correspondem aos valores definidos pela Sociedade Brasileira de Cardiologia e de Hipertensão Arterial, sendo os mesmos recomendados pelo Ministério da Saúde. As possíveis alterações que surgem da P. A. em idosos se devem muitas vezes à outras alterações sistêmicas e patologias associadas efatores externos, como stress, sedentarismo e má alimentação.

A pressão 12080 mmHg étida como "ideal" devido ser encontrado com maior freqüência na maioria dos indivíduos, por não exceder a capacidade das artérias e manter a homeostasia, porém há indivíduos com pressõesacima desse valor de "referência" que não são hipertensos sendo sua pressão o necessário para manter suas funções vitais e ideal para este indivíduo.Existem indivíduos com P.A., menor do o valor padrão de 120/80.

Atualmente a Sociedade Brasileira, recomenda que melhor seria se a P.A.dos indivíduos brasileiros fosse inferior à 120 mmHg.

Referências Bibliográficas

Sociedade Brasileira de Cardiologia. Disponível em: < www.cardiol.br> .Acesso em: 06 Abr, 2008.

Sociedade Brasileira Hipertensão ARTERIAL - Disponível em:

< www.sbh.org.br>. Acesso em: 06 Abr, 2008.

Ministério da Saúde (MS) . Disponível em: < www.datasus.gov.br> . Acesso em: abril de 2008.

Ministério da SAÚDE (MS), Cartilha Hipertensão um ato de fé. Disponível em:

< http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=23616&janela=1>

Acesso: maio de 2008.

SAMPAIO, Rosa. Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial. Disponível em: http://dtr2004.saude.gov.br/dab/docs/geral/dia_nacional_ha_dr_rosa.pdf> Acesso em: maio de 2008.