Muito se tem falado nos dias atuais, que os educadores devem despertar o interesse da criança, ao mundo das letras. Trazer à estimulação a criança ao hábito da leitura constitui a sua formação intelectual. O simples contato com diversos tipos de textos (jornais, revistas, obras científicas, humorísticas) fará com que a criança possa construir o gosto pela leitura e consequentemente pela escrita.

Assim, como coloca a Revista do Professor (janeiro e Março, 1988, p. 1): “as histórias infantis têm como objetivo entreter as crianças, desperta-lhe o amor e a beleza, desenvolver-lhe a imaginação, poder de observação, a inteligência, o gosto artístico, visando estabelecer uma relação intíma entre o mundo da fantasia e a realidade”.

A revista do Professor coloca ainda que a literatura infantil: “cria atitudes de melhor compreensão do ser humano e do mundo que o cerca, de apropriação das belezas naturais (...), e visa ajudar a: (...) ampliar e enriquecer suas experiências interessar-se profundamente pela leitura”.

A literatura infantil proporciona a criança o entretenimento e ao mesmo tempo a educação de uma forma prazerosa. Consegue prender a atenção dos educando trazendo a tona a emoção e a sensibilidade, oferecendo-lhes um fácil entendimento do assunto a ser tratado.

Nosso trabalho foi desenvolvido a partir desta perspectiva procurando fazer com que as crianças tenham um envolvimento com as histórias infantis. E surgiu após a constatação, durante as observações feitas, do grande interesse, contato e prazer das crianças com as histórias infantis.

Podemos perceber também que essas crianças observadas possuíam um grande estímulo à literatura infantil que vinha desde casa, pois, conversando com algumas destas crianças reforçamos nossa afirmação quando elas nos diziam que seus pais todas as noites liam historinhas para elas e/ou que possuíam várias coleções de livros de historinhas.

A realização do Projeto desenvolveu-se na Escola Infantil Mickey House, situada em Camobi, numa turma de pré-escola com  9 crianças. Foram realizadas duas observações para constatar a realidade da escola e dos alunos e também para ter um primeiro contato. Segundo Rizzo (2000, p. 101): “...o educador deve não apenas respeitar a alternância de atividades livres e dirigidas e o tempo adequado destas, como também dar preferência as atividades que, mesmo dirigidas, permitam algum tipo de interferência ou participação criativa da criança”

Nas observações podemos perceber que a professora era jovem, formada em Pedagogia pela UFSM, há pouco tempo, tinha uma boa relação com seus alunos em que os mesmos são muito participativos, organizados e interessados uns com os outros. A sala de aula apresentava-se bem enfeitada possuía números e as letras do alfabeto em suas paredes. Havia o cantinho do tempo, das histórias infantis, a exposição dos desenhos e trabalhos dos alunos, muitos brinquedos de montar e o calendário dos dias da semana e mês.

As atividades que realizamos com a turma no primeiro dia foram de proporcionar uma interação dos alunos com nós. Distribuímos jogos de memória e quebra-cabeça de animais para eles jogarem em dupla com nosso auxilio. Após, lemos a história dos Pingos “Que Barulho é esse?”. As crianças na segunda leitura da história deveriam fazer o barulho dos animais que apareciam na histria. Todos participaram atentamente fazendo os sons com muito entusiasmo.

No segundo dia de atividade tornamos a contar a história e confeccionamos dobraduras de animais (cachorro, coelho), em que após a confecção destes, as crianças puderam os pintar dando um nome e escrevendo-o da maneira como achassem que deveria ser, novamente a participação foi muito boa.

Os pontos positivos do trabalho foram à interação das crianças com a história e as atividades propostas. Também é válido destacar, o bom relacionamento estabelecido entre as crianças e nós, em que, todo o momento, foi mediado por uma relação dialógica, havendo, o máximo possível, abertura para a criança expressar seu pensamento, sentindo-se a vontade no desenvolver das atividades.

Como pontos negativos do trabalho destacamos o pouco tempo disponível para a realização das atividades, não podendo explorá-las mais, e ausência de alguns alunos que devido ao frio não compareceram a aula.

O trabalho foi de grande valia, pois tivemos a oportunidade de ter um contato direto com a realidade escolar, possibilitando a realização de uma prática, lembrando também que este foi o primeiro contato que tivemos com uma turma de Educação Infantil.

As atividades proporcionaram perceber a importância de se trabalhar a literatura infantil e o quanto isso é significativo às crianças.

 

 

Referências:

 

CADEMARTSRI, L. O que é literatura infantil. Brasília: Editora Brasiliense (s/ ano)

COELHO, N. N. O ensino da Literatura. Rio de Janeiro: J. Olympo, 1974.

 

CUNHA, M. A., A. Como Ensinar Literatura Infantil. São Paulo: Diseubra, 1974.

GARCIA, R. M. R. Lúdica Infantil. Porto Alegre: Copyright dos autores/Comissão Gaúcha de Folclore, 2000.

 

REVISTA do professor. Janeiro a março de 1988.

 

RIZZO, G. Creche: organização, currículos, montagem e funcionamento. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.

 

ZILBERMAN, R. A literatura Infantil na Escola. São Paulo: Global, 1983.