Ouvir... contar... a literatura infantil em foco no processo de ensino aprendizagem.
Publicado em 15 de novembro de 2011 por Veridiana Pereira Duraczinski
Muito se tem falado nos dias atuais, que os educadores devem despertar o interesse da criança, ao mundo das letras. Trazer à estimulação a criança ao hábito da leitura constitui a sua formação intelectual. O simples contato com diversos tipos de textos (jornais, revistas, obras científicas, humorísticas) fará com que a criança possa construir o gosto pela leitura e consequentemente pela escrita.
Assim, como coloca a Revista do Professor (janeiro e Março, 1988, p. 1): “as histórias infantis têm como objetivo entreter as crianças, desperta-lhe o amor e a beleza, desenvolver-lhe a imaginação, poder de observação, a inteligência, o gosto artístico, visando estabelecer uma relação intíma entre o mundo da fantasia e a realidade”.
A revista do Professor coloca ainda que a literatura infantil: “cria atitudes de melhor compreensão do ser humano e do mundo que o cerca, de apropriação das belezas naturais (...), e visa ajudar a: (...) ampliar e enriquecer suas experiências interessar-se profundamente pela leitura”.
A literatura infantil proporciona a criança o entretenimento e ao mesmo tempo a educação de uma forma prazerosa. Consegue prender a atenção dos educando trazendo a tona a emoção e a sensibilidade, oferecendo-lhes um fácil entendimento do assunto a ser tratado.
Nosso trabalho foi desenvolvido a partir desta perspectiva procurando fazer com que as crianças tenham um envolvimento com as histórias infantis. E surgiu após a constatação, durante as observações feitas, do grande interesse, contato e prazer das crianças com as histórias infantis.
Podemos perceber também que essas crianças observadas possuíam um grande estímulo à literatura infantil que vinha desde casa, pois, conversando com algumas destas crianças reforçamos nossa afirmação quando elas nos diziam que seus pais todas as noites liam historinhas para elas e/ou que possuíam várias coleções de livros de historinhas.
A realização do Projeto desenvolveu-se na Escola Infantil Mickey House, situada em Camobi, numa turma de pré-escola com 9 crianças. Foram realizadas duas observações para constatar a realidade da escola e dos alunos e também para ter um primeiro contato. Segundo Rizzo (2000, p. 101): “...o educador deve não apenas respeitar a alternância de atividades livres e dirigidas e o tempo adequado destas, como também dar preferência as atividades que, mesmo dirigidas, permitam algum tipo de interferência ou participação criativa da criança”
Nas observações podemos perceber que a professora era jovem, formada em Pedagogia pela UFSM, há pouco tempo, tinha uma boa relação com seus alunos em que os mesmos são muito participativos, organizados e interessados uns com os outros. A sala de aula apresentava-se bem enfeitada possuía números e as letras do alfabeto em suas paredes. Havia o cantinho do tempo, das histórias infantis, a exposição dos desenhos e trabalhos dos alunos, muitos brinquedos de montar e o calendário dos dias da semana e mês.
As atividades que realizamos com a turma no primeiro dia foram de proporcionar uma interação dos alunos com nós. Distribuímos jogos de memória e quebra-cabeça de animais para eles jogarem em dupla com nosso auxilio. Após, lemos a história dos Pingos “Que Barulho é esse?”. As crianças na segunda leitura da história deveriam fazer o barulho dos animais que apareciam na histria. Todos participaram atentamente fazendo os sons com muito entusiasmo.
No segundo dia de atividade tornamos a contar a história e confeccionamos dobraduras de animais (cachorro, coelho), em que após a confecção destes, as crianças puderam os pintar dando um nome e escrevendo-o da maneira como achassem que deveria ser, novamente a participação foi muito boa.
Os pontos positivos do trabalho foram à interação das crianças com a história e as atividades propostas. Também é válido destacar, o bom relacionamento estabelecido entre as crianças e nós, em que, todo o momento, foi mediado por uma relação dialógica, havendo, o máximo possível, abertura para a criança expressar seu pensamento, sentindo-se a vontade no desenvolver das atividades.
Como pontos negativos do trabalho destacamos o pouco tempo disponível para a realização das atividades, não podendo explorá-las mais, e ausência de alguns alunos que devido ao frio não compareceram a aula.
O trabalho foi de grande valia, pois tivemos a oportunidade de ter um contato direto com a realidade escolar, possibilitando a realização de uma prática, lembrando também que este foi o primeiro contato que tivemos com uma turma de Educação Infantil.
As atividades proporcionaram perceber a importância de se trabalhar a literatura infantil e o quanto isso é significativo às crianças.
Referências:
CADEMARTSRI, L. O que é literatura infantil. Brasília: Editora Brasiliense (s/ ano)
COELHO, N. N. O ensino da Literatura. Rio de Janeiro: J. Olympo, 1974.
CUNHA, M. A., A. Como Ensinar Literatura Infantil. São Paulo: Diseubra, 1974.
GARCIA, R. M. R. Lúdica Infantil. Porto Alegre: Copyright dos autores/Comissão Gaúcha de Folclore, 2000.
REVISTA do professor. Janeiro a março de 1988.
RIZZO, G. Creche: organização, currículos, montagem e funcionamento. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.
ZILBERMAN, R. A literatura Infantil na Escola. São Paulo: Global, 1983.