Parte I

País nada sério precisa de: presidente, senadores, deputados federais, deputados estaduais e governadores: As vagas deverão ser preenchidas depois de outubro de 2010. Oferecem-se ótimos salários fixos, boas "comissões" e infindáveis vantagens: como viagens nacionais e internacionais, serviço com tudo pago desde passagens aéreas até hospedagens com estadias em hotéis cinco estrelas, seis estrelas contando com a sua – que vai ter maior brilho. Os futuros titulares dos respectivos cargos ficam isentos de pagar quaisquer despesas originárias dessas locomoções, ficando a responsabilidades dos pagamentos a cargo dos contratantes. Os cargos não têm salubridade. Porém a falta desse benefício é coberta pela impunidade.

Os candidatos não precisam ter ficha limpa, apresentar comprovante de escolaridade (ensino básico, médio ou superior). As funções não exigem experiência, cabendo aos seus futuros ocupantes desenvolver, se forem capazes, tais aptidões durante o exercício do trabalho. O que se não ocorrer também não servirá de motivo para que os não aprovados sofram restrições de concorrer a cargos de prefeitos e vice-prefeitos e vereadores – numa segunda chamada que acontecerá em 2012. Obs: Não é preciso estar diariamente no local de trabalho; isso em todas as funções pleiteadas.

Quadrienal - Todos os cargos têm duração de quatro anos, podendo ser prorrogados por mais quatro anos (e alguns são para a vida toda; ex: deputados estaduais e deputados federais).

Observações: A função de presidente pode ser ocupada apenas duas vezes seguidamente com prazo de finalização prevista para oito anos. Mas, dependendo de uma mexida no contrato pode ser esticada para três ocupações consecutivas, com duração prevista para 12 anos e daí para mais basta rasgar contrato e baixar o porrete em todo mundo. A função de senador é estipulada em oito anos. Essa exige um "bigodão" para causar impacto!

A saber – Aos candidatosfaz-se necessário tomar os devidos cuidados e precauções com a Imprensa

Parte II

Bifurcações da encruzilhada; Vizinhos I e II, ou o título que o leitor quiser e "Viva a democracia!!!"

Dois vizinhos de um bairro classe média "B" olhavam do outro lado da rua os palacetes dos vizinhos frontais cujos patrimônios revelavam uma classe média um pouco mais nivelada: tipo "A". E lá vai conversa – Ta vendo que casão! O dono é um importante executivo de uma multinacional, vários cursos no exterior, incluindo um diploma de Harvard. "Taca" vida feita, disse olhando o cúmplice do diálogo despretensioso.

– É... e olha aquela ali, que casarão! É de um cirurgião plástico, renomado internacionalmente. Tem vários cursos de especialização na Europa. Dizem que já levantou as pelancas de muitas atrizes famosas de Hollyood. O bisturi do cara é mágico. Fez muito dragão virar princesa – devolveu o cúmplice.

E o fiel ouvidor repôs a conversa no rumo – Vê aquela ali, é um verdadeiro castelo. O dono mal sabe ler; confunde ó com fiofó. Pior! nem sabe falar direito. É um réu confesso, assassino do português, falha que para ele não é considerada grave entre as e mais fatais que comete. Se fossem praticadas por outro qualquer reles mortal, seria tal infeliz atirado na cadeia e a chave da cela jogada fora – arrematou em tom revoltoso o anfitrião do diálogo.

– Caceta! O que faz o poderoso vizinho frontal, a quem o rigor da lei é tão duro quanto uma geléia – perguntou abismado o vizinho II.

– O nobre distinto é político, dono de mandato, tu sabes... – arrematou gélido o vizinho I, sem completar a frase.

E o papo findou, porque a fila anda!!!