Resumo

As tecnologias vêm cada dia ampliando o arsenal de possibilidades de usabilidade, e na educação não é diferente. Com o advento das tecnologias aplicáveis à educação cresce, oportunamente, a necessidade de compreender e interagir com as diversas ferramentas digitais. E nessa perspectiva, a presente discussão adentra no campo da inserção tecnológica como possível aliada na redução de reprovação escolar no nível básico de formação.

Palavras-chave: Tecnologias da Informação e Comunicação; Cotidiano escolar; Educação Básica

As TIC´S aplicadas na educação - uma realidade indubitável

As tecnologias vêm sendo cada vez mais empregadas na educação. A escola tem sido um espaço de debate e utilização desses novos artifícios que visam uma melhoria no ensino e aprendizagem promovendo assim um ambiente escolar mais atualizado e integrado com as tecnologias, culminando desta forma em práticas mais dinâmicas e que elevem a qualidade das aprendizagens diminuindo, então, níveis de reprovação escolar no ensino regular. Diante do advento massivo de integração digital no cotidiano escolar que Richards (1998) diz que os alunos aprendem participando, e a inserção das tecnologias faz com que olhem o currículo como algo conectado à suas vidas, que liga ao que acontece no mundo, sendo tais aprendizagens essenciais.

Assim como computadores interligados a rede mundial de internet repleto de possiblidades, de interações como as redes sócio-virtuais de relacionamentos, blogs, sites de busca, temos também outros aparatos que muito agregam na educação quando pensados pedagogicamente, como a televisão e o rádio. Logo, as novas tecnologias da informação e comunicação (NTIC) são excelentes meios de comunicar, formar em massa, tendo em vista o caráter diário de utilização e importância na sociedade vigente.

A generalização dos meios de comunicação de massa na sociedade fez com que eles sejam percebidos como elementos integrantes de nossa realidade, que fazem parte do nosso meio ambiente mais imediato. O rádio, a televisão, a imprensa, fazem parte da realidade doméstica. (SÁNCHEZ 1999, p.66).

           Diante disto percebe-se a relevância de trazer as tecnologias para a escola, por já fazer parte do cotidiano dos alunos. E sendo esses artifícios utilizados de forma a incluir conteúdos e aprendizagens significativas podem contribuir para a diminuição da evasão e retenção escolar, porque a escola pode ser encarada como participante desse movimento global de interação digital.

             A Educação a distância (EaD)  com  finalidade de somar ensino e aprendizagem ao emprego de tecnologias pode ser uma aliada na educação no ensino básico.

Em geral, a sigla EaD é utilizada para as atividades de ensino e aprendizagem em que o aluno e o professor estão separados fisicamente, o que as distingue do ensino presencial. Em EaD, ocorre uma separação geográfica e  espacial entre o aluno e o professor, e mesmo entre os próprios alunos, ou seja, eles não estão presentes no mesmo lugar. A EaD prescinde, portanto, da presença física, em um lugar físico, para que ocorra a educação.( VALENTE E MATTAR 2007, p 19).

Educação a Distância pode ser entendida como um formato de educação que permite aprendizagem, com o intermédio de recursos didáticos metodicamente estabelecidos, oferecidos em distintos suportes de informação, empregados solitariamente ou acordados, e difundidos pelos múltiplos mecanismos de difusão. (BRASIL, 1998).

Partindo destas considerações, concebe-se a ideia de inserção digital na educação como além de ensinar a manusear maquinarias. Concebe inserir o aluno dentro da perspectiva universal de avanço tecnológico aliado a práticas pedagógicas que estimulem o alunado a aprender diminuindo, portanto, a repetência.

...as tecnologias de informação e comunicação (TIC) podem ser usadas como meio de aprimoramento e estreitamento de elos ou caminhos para a obtenção de uma estrutura educacional mais globalizada pelos indivíduos ou o “distanciamento”, “encobrimento” desta realidade, pois as redes sociais como, todo o conteúdo que é posto e mantido na rede mundial de comunicação, é uma forma de viabilizar conhecimentos para uma aprendizagem de amplas e diversas concepções de um mesmo conteúdo, divulgando e democratizando saberes ou para a manipulação de indivíduos e informações, a depender de sua utilização. (FERNANDES; SOUZA; BARRETO, 2012, p. 1-2).

Sendo assim, a democratização do saber através das tecnologias concerne ao entendimento que se tem dos usos dos aparatos. E quando utilizados na escola pautando-se no aprimoramento curricular com viés lúdico e didático tende a propiciar experiências de estimulo à aprendizagem com significado.

O uso de novas tecnologias da informação e comunicação, dependendo do projeto pedagógico da escola, requer e permite o desenvolvimento de novas habilidades nos alunos, com a investigação crítica e questionadora de informações nas redes telemáticas, nos bancos de dados, nas bases de informações dos sistemas especialistas. (OLIVEIRA; COSTA E MOREIRA 2004, p.21).

Oliveira, Costa e Moreira (2004) afirmam que não basta apenas impregnar as escolas de computadores e aparatos tecnológicos ultramodernos, é preciso agregar criticidade, chamando a autonomia do alunado pelo enfrentamento de desafios que os conhecimentos e as tecnologias sugerem. Desta forma, aliar as TIC’s ainda no ensino tradicional e de formação básica pode corroborar com uma aprendizagem mais eficaz e inclusiva dos alunos nesse novo mundo virtual de dados compartilhados, de acesso facilitado, nessa perspectiva de autonomia do aluno Villard e Oliveira afirmam:

...o aproveitamento dos recursos tecnológicos se traduz, ainda, como mero adereço na ação educativa, a qual, para além dos discursos (já quase velhos) do foco no aluno, continua centrada na figura de um professor detentor do saber, cuja função é ensinar; se o aluno vai aprender é outro problema... (VILLARD E OLIVEIRA, 2005, p. 41).

Ou seja, as tecnologias, quando voltadas para a aprendizagem, muito podem colaborar com um ensino e aprendizagem que ajude a escola a combater os índices de reprovação dos alunos, seja por falta de estímulo, ou por não ver pertencimento com o que é apresentado na escola, ou mesmo por algum déficit de aprendizagem; a EaD como medida complementar e o uso de aparatos como as redes sociais, chats, fóruns podem trazer mais dinamismo e prazer para o aluno, como também para a equipe docente porque através dos mais variados recursos midiáticos as aulas podem extrapolar ao limites da escrita convencional e migrar para modelos de gêneros textuais e abordagens diferenciadas. Sobre essa multiplicidade de possibilidades midiáticas que podem ser empregadas, facilmente, na educação, Hack diz que:

Com o uso de uma variedade cada vez mais ampla de dispositivos com múltiplas mídias, a aquisição de conhecimento deixa de se fazer exclusivamente por meio de leituras de textos para se transformar em experimentos também com múltiplas percepções e sensibilidades. (HACK, 2011). 

Logo, quando o trabalho docente consegue aliar conhecimentos práticos e obrigatórios curriculares com a inserção das novas tecnologias que estão a serviço da educação, pode-se ter, como consequências diretas, alunos e professores mais motivados e integrados com o que está sendo posto na sociedade e culminando em redução da reprovação de alunos do ensino básico, colaborando para que os mesmos concluam a escolarização na fase regular de ensino, beneficiando a todos – alunos, escola e sociedade, por ter futuros profissionais habilitados pela escolaridade e pela familiaridade com as NTIC.

Considerações Finais

Pensar a educação que infere inclusão de todos, em suas diversas facetas pedagógicas, é rememorar os usos de ferramentas diversas de ensino que promovam uma melhor interatividade, sociabilidade e, contudo, aprendizagens significativas.

Desta forma, as tecnologias são fontes indubitáveis de aprendizagem e de comunicação em rede, que muito colabora como apoio a recursos “tradicionais” de ensino e aprendizagem, como os materiais didáticos estáticos como livros e quadros, são excepcionais propulsoras do conhecimento mediando interação do real com o digital.

Referências

DEMO, Pedro. Questões para a Teleducação. Petrópolis: Vozes, 1998. 

FERNANDES, Laedson Luiz; SOUZA, Joyce Bezerra de; BARRETO, Magna Sales. As redes sociais: contribuições e implicações para uma perspectiva educacional no ensino superior. In. IV Encontro de Pesquisa Educacional em Pernambuco. (IV EPEPE). UFPE - Caruaru, 2012.

HACK, Josias Ricardo. Introdução à educação à distância. Florianópolis: LLV/CCE/UFSC, 2011.

OLIVEIRA, Celina Couto de; COSTA, José Wilson da. & MOREIRA, Mercia. Ambientes informatizados de aprendizagem. In: COSTA, J. W. & OLIVEIRA, M. A. M. (Org.) Novas linguagens e novas tecnologias: educação e sociabilidade. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004. 149 páginas.

RICHARDS, John. Os próximos passos em TV educativa e Internet: envolvendo estudantes no processo de produção. In. 2 anos da TV escola – Seminário internacional. Secretaria de Educação à Distância, MEC, Brasília, 1998. Séries de estudo. Educação à Distância. P. 51-52.

SÁNCHEZ, Francisco Martínez. Os meios de comunicação e a sociedade. In. Mediatamente! Televisão, cultura e educação. Secretaria de Educação à Distância, SEED, Brasília, 1999. Séries de estudo. Educação à Distância. P. 55-90.

VALENTE, C. & MATTAR, J.  Second Life e Web 2.0 na educação: o potencial revolucionário das novas tecnologias. São Paulo: Novatec, 2007.

VILLARD, R. OLIVEIRA, E. G. Tecnologia na educação: uma perspectiva sócio-interaciosnista. Rio de Janeiro: Dunya, 2005.