UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI -URCA
CENTRO DE HUMANIDADES
DEPARTAMENTO DE LÍNGUAS E LITERATURA
CURSO DE LETRAS






Enviar Artigo




OS SUBSTANTIVOS NA LENDA DE GAIA: ESTUDO HISTÓRICO

Irineu Correia de Oliveira









Crato - Ceará
2010






IRINEU CORREIA DE OLIVEIRA










OS SUBSTANTIVOS NA LENDA DE GAIA: ESTUDO HISTÓRICO



Monografia apresentada ao departamento de Línguas e Literatura da Universidade Regional do Cariri (URCA), como pré-requisito para a conclusão do Curso de Letras, sob a orientação do professor Francisco de Freitas Leite.





Crato ? Ceará
2010













AGRADECIMENTOS

Ao professor Francisco de Freitas, orientador desta monografia, pelo carinho e estímulo;

ao professor Raimundo Luis pela contribuição valiosa dada, fornecendo material bibliográfico.

a todos aqueles que contribuíram para minha formação não só profissional, mas também como pessoa consciente crítica e reflexiva.

a todas pessoas e aos amigos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização dessa monografia.

a Deus.

































DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia aos meus pais.
Receber uma homenagem é muito gratificante, mas homenagear é mil vezes mais gratificante.






INTRODUÇÃO

Este trabalho monográfico tem a finalidade de estudar a evolução do substantivo do latim ao galego-português, embasado, principalmente, nos trabalho de Amora; Moiséis; Spina (1961), Cardeira (2006), Coutinho (1981), Cunha (1982), Elia (1974), Machado (1952), Nascentes (1966), Saraiva; Lopes (1955), Neto (1977), Nunes (1921), Tessier (1997) Vasconcelos (1959) e Willians (1989).
Ao apresentar estas pesquisas, espera-se estar contribuindo para o interesse da sociedade, na compreensão da história da nossa língua materna. Assim, o nosso tema interessa a uns leitores por estudar as alterações da língua latina na transformação para o português, além do fato de ser o latim um portador de tesouros da cultura antiga. Então, a nossa pesquisa é um estudo que contribuirá para os novos pesquisadores em seus estudos sobre os estudos históricos da Língua Portuguesa. Além de contribuir para o aprimoramento dos estudos históricos da língua portuguesa.
O primeiro capítulo contém breve histórico do latim ao português, destacando, a expansão romana, as transformações vulgares, as transformações do latim na Hispânia e o português moderno. O segundo capítulo é uma apresentação da Lenda de Gaia, baseando em autores como Nunes (91921), Amora; Moiséis; Spina (1961) e Saraiva; Lopes (19550) para expor sobre o autor do texto e resumir concisamente a história do rei Ramiro. O terceiro capítulo compreende uma análise dos substantivos na Lenda de Gaia, com um levantamento dos substantivos, analisando a grafia e a morfologia, classificando em substantivos com alguma alteração em relação a sua forma original e o dos nomes que já concluíram sua transformação, apresentando a forma do português atual. Sem deixar de mencionar que analisaremos a redução das declinações, a redução dos casos e o desaparecimento do gênero neutro relacionando com os substantivos presente no texto a Lenda de Gaia.
Por fim, a guisa de conclusão, apresentamos um resumo e uma reflexão sobre o nosso trabalho científico.
Convém ressaltar que o escopo deste trabalho prende-se à tentativa de demonstrar a intrínseca relação entre o latim e o português, salientando a evolução do latim vulgar até o galego-português e deste ao português moderno. Além disso, a nossa pesquisa pretende mostrar como os substantivos presente no texto a "Lenda de Gaia" de D. Pedro Dinis, escrito em galego-português se difere de seu étimo latino. Então a nossa análise propõe fazer um levantamento dos substantivos, prestando atenção a grafia e morfologia, classificando em substantivos com algumas alteração ao latim, e dos substantivos que já completaram sua transformação e ver se há ocorrência de nomes com sua forma original.


































CAPÍTULO 1:
BREVE HISTÓRICO DO LATIM AO PORTUGUÊS

O presente capítulo tem como enfoque principal abordar a expansão de Roma, mostrando as conquistas e a implantação do latim nos país dos povos dominados; abordar sobre as transformações vulgares, expondo a evolução da língua nas estruturas das palavras, nas declinações, nos casos e no neutro; tratar sobre o as transformações do latim na Hispânia, explanando o uso vulgar do latim, o surgimento do galego-português e da separação política entre eles e expor sobre o português moderno, mostrando a dependência lingüística de Portugal após a separação com a Galícia.
Assim, este capítulo tem finalidade de explanar as muitas modificações ocorridas do latim ao português, conscientes de que estas transformações se devem em grande parte, a língua falada, pois nela ocorrem mais variações em relação às normas padrões.
Neto (1977, p. 49) afirma:


Depois é preciso estremar os vários e complexos matizes da língua falada, que evocam os diversos meios sociais de que se compões a sociedade. Assim, temos a língua comum falada pelas pessoas instruídas ou que com elas convivem: trata-se, em geral, das pessoas capazes de usar a língua escrita, e que fazem parte da chamada classe média. Abaixo desse tipo de linguagem está a maneira de exprimir-se das pessoas mais humildes, quase sempre analfabetas: caracteriza-se por um vocabulário popularesco e por desvios fonéticos, morfológicos e sintáticos da língua comum.


De acordo com o autor, a língua falada é capaz de se modificar facilmente, pois apresenta variações populares de vocabulário, da fonética, da morfologia e da sintaxe.

1.1 Expansão romana

Segundo Faria (1958, p. 5 - 6) o latim pertence à família das línguas indo-européias, como o grego, o sânscrito, o hitita, etc. Na época do latim, também falava-se o osco e o umbro na península itálica. O latim se destacou entre elas e a partir das vitórias de Roma, alcançou muitos territórios e foi falado em novas províncias.
Cardeira (2006, p. 25) afirma que o latim foi se estendendo com o poder romano, chegando por fim a suplantar as línguas das nações vencidas, que se viram obrigadas a aceitar a língua dos vencedores, na sua forma vulgar, que se transforma em diversos dialetos, as quais sob a ação de posteriores e sucessivas modificações vieram depois a constituir verdadeiras línguas.
Neto (1977, p. 75) aborda os fatores para o desenvolvimento dos dialetos e línguas românicas:


A data da conquista de um novo território e, consequentemente, da sua colonização, tem importância, porque:
1) corresponde a uma fase na estrutura político-social-linguística do Império (maior ou menor número de aloglotas, estado avançado ou recuado da romanização, maior ou menor diferenciação dialetal);
2) em vista do que acabamos de dizer, a língua levada pelos colonizadores para cada província variava quer no grau da antiguidade, quer sob o aspecto social.


O autor relata que a data da conquista de um novo território influencia na cultura político-social-lingüística daquele local. A explicação desse caso é que uma geração a cada cem anos modifica seu núcleo lingüístico.

1.2 As transformações vulgares

Neto (Apud 1977, p. 164) aborda:


A expansão dos Romanos através da Itália vai pô-los em contatos intensos e muito repetido com os grupos que falavam falisco, prenestino e os dialetos osco-úmbricos. Tal fato é de capital importância, porque, como acentuava Brèal, enquanto o soldado latino difundia a sua língua e a sua pronúncia, aprendia a língua e a prosódia dos seus companheiros itálicos. Isso acarretava, forçosamente, a formação de uma língua de meio termo, em que o latim se casava com o osco e o umbro e na qual os arcaísmos condenados em Roma se conservavam graças ao socorro que lhes prestavam os dialetos afins.


Podemos observar que assim o latim adquiriu numerosas transformações, permitindo também a permanência de palavras arcaicas no cotidiano da fala das pessoas. A partir dessas mutações vulgares, as palavras tomam um novo ritmo de transformação. Outro aspecto importante para transformação do latim é o uso coloquial de palavras diminutivas.
Neto (1977, p.181) confirma as transformações dos elementos linguísticos:


Esboroada a estrutura social que criara e mantinha aquele peneiramento que já descrevemos, dá-se a ascensão das línguas faladas. Há, pois, como que um fluxo (a constituição de um padrão) e um refluxo (a vitória final dos elementos depurados, não selecionados). A ascensão social, desacompanhada de preparação metódica, vai provocar o domínio de um novo tipo lingüístico. É a vitória do popularismo, a réplica triunfal ao odi profanum vulgus das classes bem dotadas.


Roma sofreu muitas influências itálicas, de outras etnias. Assim, com o passar dos anos, falece as normas lingüísticas padrões, surgindo um novo padrão lingüístico totalmente renovador aos padrões clássicos.
Para Coutinho (1976, p. 224) o latim clássico tinha cinco declinações, em que se dividiam as palavras segundo as terminações. Estas foram reduzidas em três declinações no latim vulgar.
Segundo Coutinho (1976, p. 226) os substantivos neutros no plural e os da quinta declinação passaram para a primeira declinação. Ex: Vela, ae (pl.de velum) e dia, ae (dies, ei), etc.
Elia (1974, p. 204) determina:


Se a 4ª era um declinação pobre, a 5ª era paupérrima. Na verdade, só possuía duas palavras vivazes: dies e res.A declinação a que mais se assemelhava era a 1ª, mas várias de suas terminações coincidiam com as da 3ª e não com as da 1ª. Daí que a 5ª declinação se repartiu, no lat. Vulg., entre a 1ª e a 3ª.


Além disso, Coutinho (1981, p. 227) afirma que alguns substantivos da terceira passaram à segunda declinação. A partir disso, vê-se que, na terceira declinação, aconteceu " os imparissilábicos, em que não havia deslocação de acento nos casos oblíquios, tornaram-se parassílabicos, tomando no nominativo as desenência ? es, is ou ?e". Isto se dá em, fontis (fons), dentis (dens). Aparecendo acusativo como sanguem de sanguis
Segundo Coutinho (1981, p. 228), o nominativo e o acusativo foram os únicos que restaram da declinação do latim clássico (ex: o nominativo com o singular ?a? e o plural ?ae? e o acusativo singular com a queda do ?m? e a permanência do plural em ?s?). Mas ocorre que em certas regiões, prevaleceu o nominativo, como o romeno, o italiano, o provençal, o francês antigos e também no rético. Enquanto o acusativo conservou-se em outras línguas românicas, prevalecendo o s final, como no português e no espanhol.
Cardeira (2006, p. 21) apresenta uma outra possibilidade de:


O recurso à reconstrução tem sido largamente utilizado: comparando as diversas línguas românicas, antigas e actuais, e conhecendo as evoluções características de cada uma, é possível reconstruir o étimo latino, isto é, a forma que terá estado na origem das formas românicas. Chegamos assim a um étimo hipotético, que podemos nunca ter encontrado em qualquer texto literário conhecido.


A citação acima mostra que é capaz de estudar a etimologia latina por meio das línguas românicas, comparando as semelhanças das palavras. No entanto, os estudiosos estudam não só a comparação lingüística das palavras, mas também sobre fatos de estruturas sintáticas.
Cardeira (2006, p. 21) afirma:


Também encontramos atestações escritas do Latim Vulgar em inscrições pouco elaboradas, como é o caso dos graffiti de Pompéia, em cartas pessoais, em tratados técnicos e, até, em obras literárias em autores como Plauto recorrem propositadamente aos chamados vulgarismos para a caracterização lingüística de personagens. Uma importante fonte para o estudo do Latim Vulgar é o Appendix Probi, um manuscrito que corrige formas incorretas ? e certamente freqüentes ? da língua falada.



Neto (1977, p, 222 a 225), traz as 227 correções do appendix Probi. Ex: formica non fórmica; avus non aus; aculus non oclus; cálida non calda; aper non aprus; plebs non pleps; anser non ansar; amfora non ampora, etc. . Estas modificações fonéticas que sofrem as palavras na sua evolução é chamado de metaplasmas, foi isso que ocorreu com o latim clássico para a formação do latim vulgar.
Segundo Cardeira (2006, p. 21) o Appendix Probi recebeu o nome de Probi decorrente de ele ter sido encontrado anexado a um texto gramatical de Valério Probo. O trabalho dele reúne formas incorretas e sua correção, buscando preservar a norma padrão.


1.2 As transformações do latim na Hispânia

Segundo Teyssier (1997, p. 3-4), após vários conflitos, os romanos conquistam toda a faixa ibérica. No período do imperador Augusto, a península foi dividida em três províncias: Tarraconenses, a Bética e a Lusitânia. Porém, um povo da península continua a falar seu idioma, o basco, não aceitando o latim.
. O latim foi "Transplantado para a Hispânia, não demorou muito que se modificasse na boca dos habitantes da terra" ( Coutinho, 1981, p. 51). Além disso, Cadeira (2006, p. 49) cita que alguns autores abordam sobre a romanização de Roma. Autor como Estrabão, geógrafo grego, falecido do século da era cristã, que afirmava: "os tudetanos, e mormete os ribeirinhas do Bétis, adotaram de todo os costumes romanos, e até nem já se lembram da própria língua". Assim o que enfatiza a vulgarização é "o latim que se vulgarizou no território ibérico foi o do povo inculto, o sermo vulgaris, plebeius ou rusticus, de que nos dão notícia os gramáticos latinos".
Segundo Coutinho (1981, p. 55), com as conquistas, o galego-português estendeu-se progressivamente sobre a parte meridional, absorvendo o romance ali existente, com influências árabes. Nessa época surge o trovadorismo, sendo galego-português a língua primitiva da primeira forma cultivada.
Segundo Teyssier (1997, p. 25), circunstâncias políticas em tentativas de resgatar Espanha das invasões mulçumanas, Afonso I, filho do conde Henrique, remonta a independência em torno do se primo Afonso VII, rei de Castela, separando de leão para se tornar reino independente. Assim o reino de Portugal estendia-se ao sul, juntando as regiões reconquistadas aos mouros, separando de vez do norte da Galícia. Então, o galego-português passa a constituir dois idiomas diferentes: o galego e o português.
Coutinho (1981, p. 55) fala sobre os primeiros textos portugueses:


Em documentos do latim bárbaro do século IX, já se encontram algumas formas vulgares vernáculas. Isto nos leva a crer que o português, ou mais propriamente, o galego-português, já existia nesse tempo. No entanto, só no século XII é que aparecem textos inteiramente nele dirigidos.



A existência do português já atestada pelos os documentos dessa época, escritos em latim bárbaro, nos devido descuidos dos notários que os redigiam, transparecendo termos que eles iam buscar a língua falada, sendo só no século XII que aparecem textos completos em galego-português. A partir desta época a literatura apoderou-se dela, dando-lhe uma forma cada vez mais precisa e definida, até a diferenciar por completo, no século XVI, da sua cogente, o galego. A primeira, isto é aquela que nos revela através dos documentos em latim bárbaro, poderá dar-se o nome de português proto-histórico, para distinguir da segunda, que deverá então chamar-se português histórico como diz Vasconcelos, Citado por Coutinho(1981, p. 56).



1.3 Português moderno


Segundo Teyssier (1997, p. 41), a partir da separação política entre Portugal e Galícia, Lisboa e Coimbra passam a se tornar o centro do domínio da língua portuguesa. Então, com a separação, o português parte para inovações, situando sua norma lingüística.
Para Teyssier (1997, p. 43) ocorre bilinguismo para todos os portugueses intelectuais. Para muitos escritores portugueses do século XV e dos fins do XVII, usou o espanhol como a segunda língua para escrever seus trabalhos literários.
Segundo Tessier (1997, p. 45) a gramática na cultura portuguesa foi criada através da ideologia humanista. A partir de Fernão Lopes com o livro Gramática da Linguagem em Portuguesa de 1953, surgiram outras gramáticas da língua portuguesa.
Para finalizar este capítulo, salientamos que o latim vulgar foi muito importante para o surgimento das línguas românicas. Nossa intenção científica foi apresentar vários conceitos sobre a formação histórica da língua portuguesa.








CAPÍTULO 2
A LENDA DE GAIA (O QUE É?)

Este capítulo tem a finalidade de abordar o poeta e cronista D. Pedro, explanando sua biografia e bibliografia, por meio de alguns autores. Além disso, apresentaremos a "Lenda de Gaia", expondo sobre a língua escrita do texto e o resumo do enredo do texto.
A "Lenda de Gaia" ou "Rei Ramiro" foi retirada do livro Crestomatia Arcaica de José Joaquim Nunes de 1921. O texto original é do livro de Linhagens que foi atribuído ao conde D. Pedro, filho de D. Dinis. É do século XIII ou XIV o manuscrito e hoje a guarda está no arquivo da torre do Tombo.

2.1 O conde D. Pedro

Saraiva; Lopes (1955, p. 87) mencionam que o conde D. Pedro é filho bastardo do rei D. Dinis. Envolvido nas lutas e intrigas familiares, ele passou a viver exilado na corte castelhana, onde, após a morte de dom Afonso X (seu bisavô), se dedicou à compilação e redação da crônica geral de Espanha.
Nunes (1921, p. 543) relata sobre o autor:


D. PEDRO, DE PORTUGAL. Este filho bastado de D. Denis, mais conhecido pelo título de conde de Barcelos, que lhe foi dado por seu pai em maio de 1314, seguindo o brilhante exemplo do seu progenitor, cultivou também a poesia, compondo algumas cantigas d?amor e de escárnio; além das composições que aparecem firmadas com o seu nome nos cancioneiros, tem-lhe sido atribuída também uma resenha ou cadastro das famílias nobres do seu tempo, conhecido geralmente pelo título de Nobiliário do seu nome. Faleceu em 1354 (grifo do autor).



Segundo Saraiva; Lopes (1955, p. 84) existem quatro livros das linhagens, sendo o primeiro do ano de 1270 e o segundo de 1340.
Amora; Moiséis; Spina (1961, p. 80) relatam:


Como serem, os Livros de Linhagens, de escassíssimo valor literário, um ou outro pode apresentar interesse à literatura de ficção, pelas narrativas meio jogralescas que neles se inserem e como documento da expressão em prosa que antecedeu a grande prosa de Fernão Lopes. Entre as lendas e contos que se engastam no meio do relato seco das genealogias, merece atenção a Lenda de Gaia, contada no segundo Livro Velho e no Nobiliário do conde D. Pedro, deliciosa pelo sabor romanesco do argumento e pelo pinturesco das aventuras sentimentais entre mouros e peninsulares.



2.2 A Lenda de Gaia


Na Lenda de Gaia não se encontra trecho em latim, todas as palavras já estão modificadas para o galego-português. De modo que segundo Teyssier (1997, p. 29) os livros de Linhagens de D. Pedro são em galego-português. Ex: "Este rrey Rramiro trazia huu nome Aaman, e per suas artes tirou-a huua noite dõde estaua e levou-a as gallees, que hi estauam aprestes" (Nunes, p. 22).
Saraiva; Lopes (1955, p. 85) abordam sobre a Lenda de Gaia:


A Lenda de Gaia ou rei Ramiro, curiosa novela de astúcia e coragem militar, onde se conta o palpitante reconhecimento de D. Ramiro, disfarçado, pela esposa aprisionada, a traição desta, a salvação in extremis do traído monarca pelo filho e sangrenta vingança final.


Com certeza, a Lenda de Gaia é um forte e sedutor enredo, dramático e movimentado, colocando frente a frente mouros e cristãos e tendo motivações tais como o despeito, a vingança e a violência.
Tudo começa quando o rei Ramiro começa por assumir a decisão de se unir a uma moura "ouviu fallar da fermusura e bomdade de huua moura" (Nunes, 1921, p. 21). Então o rei Ramiro tenta obter a moura junto do irmão, o rei mouro, pela via de um acordo, argumentos, em favor da seriedade das suas intenções, com a possível anulação do seu casamento, pois existia parentesco consanguíneo entre eles. Assim, o rei Ramiro rapta a moura e o irmão reage ao rapto.
O rei Ramiro rapta a moura, como represália, o rei Alboazer faz uma atitude idêntica, raptando a rainha Aldora. Portanto, o rei Ramiro vai resgatar a rainha Aldora no castelo de Gaia, e é supreendido com uma traição, acaba sendo preso e ela o entrega ao rei Alboazer por ter sido traída pela moura Artiga. Porém, é resgatado pelo filho, Ordonho e seus vassalos, depois o rei mata impiedosamente o rei Alboazer.
Abaixo, mostraremos o fragmento final do texto a Lenda de Gaia, Nunes (1921, p. 29):



E elrey mãdou-a emtom a huua môo e lança-la ao mar. E d~es aquel tempo lhe chamararm foz d?Ancora.
E por este peccado que disse o Inffamte dom Ordonho contra as madre disserom despois as gentas que por esso fora deserdado dos poboos de castella.
Rrei Rramiro foy-sse a Leom e fez sas cortes muy rricas e fallou co os seus de as terra e mosstrou lhes as maldades da rrainha Aldora, sa Molher, e que elle avia por bem de casra com dona Artiga, que era d?alto linhagem.


Assim o fragmento mostra que a historia termina com a impiedade do infante Ordonho para a mãe, mostrando que o filho foi castigado pela perversidade e o casamento do rei Ramiro com Aldora.
Segundo Nunes (1921, p. 21) o poeta Almeida Garret recriou o texto em versos com o título de Miragaia, contando a história do rei Ramiro.
Como vimos anteriormente, "a Lenda de Gaia" faz parte do livro de Linhagens do Conde D. Pedro filho de D. Dinis. Portanto, é um texto histórico que narra acontecimentos baseado em acontecimentos reais, mas narrado de maneira pessoal pelo autor.
Sendo assim, podemos concluir que a Lenda de Gaia é um texto medieval que pertence ao segundo dos quatro livros de Linhagens, descrevendo a genealogia das principais famílias do Reino de Portugal na Idade Média. Sobretudo, a Lenda de Gaia é um conflito entre mouros e cristãos, com certas motivações de vingança sobre o rapto da moura praticado pelo rei Ramiro e a oposição religiosa, contribuindo para que o seu fascínio permanecesse bem para além da Idade Média, influenciando outros autores. É o caso de Garret do século XIX, escrevendo Miragaia com base na história do rei Ramirez.




CAPÍTULO 3
ANÁLISE DOS SUBSTANTIVOS NA LENDA DE GAIA

O nosso intuito neste capítulo, foi de fazer uma análise minuciosa sobre os substantivos presentes na Lenda de Gaia de D. Pedro de Barcellos. O escopo desta análise reside num levantamento dos substantivos, analisando a grafia e morfologia dos nomes. Além desse levantamento, mostraremos exemplos com substantivos presentes no texto para os conceitos de redução das declinações, redução dos casos e desaparecimento do neutro. Além disso, uma guisa de conclusão com resumo e reflexão.



3.1 Levantamento dos substantivos


Do texto a Lenda de Gaia foi feita um levantamento dos substantivos,
levando-se em conta a grafia e morfologia para classificá-los em dois grupos: o dos
substantivos com alguma alteração em relação à forma original (geralmente latina),
e o dos substantivos que já concluíram sua transformação, ou seja, que já apresentam
forma do português atual.


Substantivos com alguma alteração em relação à forma etimológica Substantivos totalmente alterados (formas do português atual)

Rrei (p. 21, l. 1) Moura (p. 21, l. 2)
Rramiro (p. 21, l. 1) Filho (p. 21, l. 3)
Samgue (p. 21, l. 3) Bisneto (p. 21, l. 4)
Jrmãa (p. 21, l. 3) Terra (p. 21, l. 5)
Cristãaos (p. 21, l. 2) Tempo (p. 21, l. 5)
Gallees (p.21, l.16) Senhor (p. 21, l. 6)
Molher (p. 21, l. 19) Batalhas (p. 21, l. 7)
Rrainha (p. 22, l. 2) Amizades (p. 21, l. 9)
Samta (p. 22, l. 3) Fidalgos (p. 21, l. 17)
Egreja (p. 22, l. 3) Parente (p. 22, l. 1)
Rreyno (p. 22, l.5) Dona (p. 22, l. 2)
Austrollogo (p. 22, l. 7) Marrocos (p. 22, l. 6)
Cõpanha (p. 22, l. 14) Nome (p. 22, l.8)
Desomra (p. 22, l. 19) Arte (p. 22, l. 8)
Vellas (p. 22, l. 21) Noite (p. 22, l. 9)
Logar (p. 22, l. 22) Edifício (p. 22, l. 26)
Villa (p. 22, l. 23) Nobre (p. 22, l. 27)
Domzella (p. 22, l. 24) Donas (p. 22, l. 27)
Castello (p. 22, l. 25) Dia (p. 22, l. 29)
Emtemdimento (P. 22, l. 31) Dom (p. 22, l. 31)
Vassalos (p. 22, l. 32) Pano (p. 23, l. 12)
Mester (p. 23, l. 6) Verde (p. 23, l. 12)
Aruores (p.23, l. 10) Corno (p. 23, l. 13)
Infamte (p. 23, l.10) Espada (p. 23, l. 15)
Cõsselho (p. 23, l. 22) Fonte (p. 24, l. 3)
Coraçom (p. 23, l. 25) Água (p. 24, l. 5)
Mõte (p. 23, l.30) Boca (p. 24, l. 7)
Framça (p. 23, l. 3) Camafeu (p. 24, l. 12)
Custume (p. 24, l. 2) Caminho (p. 24, l. 12)
Mãao (p. 24, l. 3) Doente (p. 24, l. 15)
Camara (p. 24, l. 25) Camafeu (p. 24, l. 7)
Peccado (p. 25, l. 26) Porta ( p. 24, l. 15)
Vimgança (p. 26, l. 9) Pobre (p. 24, l. 20)
Currar (p. 26, l. 13) Senhora (p. 24, l. 20)
Hordonho (p. 26, l. 27) Morto (p. 24, l. 30)
Inffantes (p. 27, l. 6) Cadeado (p. 25, l. 5)
Vimgador (p. 27, l. 12) Voz (p. 25, l. 22)
Padrom (p. 27, l. 16) Casa (p. 25, l. 24)
Folego (p. 27, l. 18) Abade (p. 25, l. 26)
Cidadãaos (p. 27, l. 26) Pessoa (p. 25, l. 30)
Vassallo (p. 27, l. 26) Morte (p. 25, l. 31)
Baynha (p. 28, l. 3) Praça (p. 25, l. 32)
Ustiça (p. 28, l. 14) Alma (p. 26, l. 1)
Poboos (p. 29, 6) Gente (p. 26, l. 8)
Geeraçom (p. 29, l. 16) Corpo (p. 26, l. 9)
Moesteiro (p. 29, l. 19) Muro (p. 26, l. 14)
Leon (p. 29, l. 8) Homem (p. 26, l. 18)
Hõrra (p. 29, l. 16) Cabeça (p. 28, l. 4)
Peito (p. 28, L. 5)
Pedra (p. 28, l. 8)
Padre (p. 28, l. 15)
Madre (p. 28, l. 17)
Mar (p. 29, l. 2)
Cortes (p. 29, l. 7)
Verdade (p.29, l. 18)



Para essa análise foi preciso auxílio de alguns dicionários etimológicos, dispondo do Dicionário Etimológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa (1982) de Antônio Geraldo da Cunha, o Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa(1952) de José Pedro Machado e o Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa (1966) de Antônio Nascentes. Além desses dicionários etimológicos, recorremos algumas gramáticas históricas para procuramos os étimos das palavras. Ao gênero histórico recorrido foi Lições de Filologia Portuguesa (1959) de Vasconcelos, do Latim ao Português (1986) de Edwin Williams e Compêndio de Gramática Histórica (1989) de Nunes.
O critério para esta análise foi analisar todas as palavras de origem latina, mas com algumas exceções (ex: igreja, espada que são procedidos do grego, introduzido pelos colonos na região Ibérica). Enquanto a outros de outras origens não foram utilizados em nossa análise sobre a grafia e morfologia dos substantivos da Lenda de Gaia (ex: linhagem do fr. linkage e guisa do al. wisa). Mas devemos lembrar que todas as contribuições lingüísticas enriqueceram o nosso vocabulário.
Com objetivo de apresentar abordagem geral das duas colunas, salientamos que o grupo dos substantivos com alteração em relação à forma etimológica aparece modificado no aspecto fonético em relação aos substantivos atuais. Assim, a pesquisa nota-se o "r" dobrado em alguns nomes (ex: Rrei e Rrainha), vogais duplas em palavras que nunca as haviam tido, como forma de indicar a sílaba tônica (ex: irmãa, poboos e geeraçom). Além desses, ainda há o uso de dois "l", de dois "c" e de dois "f" (ex: vellas, peccado e inffantes), há o uso de "mt", "mç", "mz" que depois passará a ser "nt", "nç" e "nz", e também há presença de "om" que era usado substituindo o ão e o restante são alterações vocálicas das vogais.
Percebemos que o grupo dos substantivos totalmente alterados já são os mesmos utilizados nos dias atuais, sem nem uma alteração fonética em suas estruturas. Assim, esses nomes aparecem no texto galego-português que continuam sendo no português comum de hoje sem alteração: dia, nobre, porta, pessoa, alma, cabeça, pedra, terra, boca, homem, etc.
Esses substantivos que aparecem no texto galego-português a "Lenda de Gaia" foram transmitidos diretamente do velho fundo do vocabulário latino e de suas transformações vulgares.
O levantamento dos substantivos mostra que, no texto, existe um equilíbrio
na quantidade de nomes totalmente alterados (já com forma portuguesa) e substantivos
com algumas alterações em relação à sua forma etimológica. Não há ocorrência de
substantivos com sua forma original latina. Isso é de esperar num texto escrito numa língua ainda em processo de formação.



3.2 A redução das declinações

A redução das declinações entende-se que é a redução das cinco declinações do latim clássico para as três do latim vulgar. A existência deste latim é atestada pelos os escritores romanos que lhe dão o nome de sermo vulgaris, cotidianus, plebeius, rusticus, etc.
No texto aparece " vellas" (Nunes, 1921, p. 22), que no latim clássico escrevia "velum", sendo um substantivo neutro, passando para a primeira declinação "vela, ae" no latim vulgar.
O substantivo "dia" (Nunes, idem, p. 22) no latim clássico "dies", da quinta declinação, sofrendo mudanças por meio do latim vulgar, passando a escrever dia, ae, mudando para a terceira declinação.
Os nomes corpo (Nunes, p. 26) e tempo (Nunes, p. 21) tinham suas grafias corpus e tempus, da terceira declinação, mudando para a segunda declinação.



3.3 Redução dos casos

A redução dos casos é a redução dos seis casos, apenas por dois, o nominativo e o acusativo. A principal contribuição para o desaparecimento dos casos foi o uso freqüente de preposição.
A preposição "de Deus" (Nunes, 1921, p. 23) é o uso do acusativo precedido de "de", substituindo a expressão do genetivo.
O substantivo filho (Nunes, p. 21) do latim " filius" era totalmente igual ao ablativo, que no latim vulgar o nominativo uniu-se totalmente ao ablativo.
No texto aparece "donas" (Nunes, p. 22) que o plural no latim clássico era feito por "ae", mas na evolução do latim vulgar, o plural passou para "s" do acusativo.


3.4 O desaparecimento do neutro

No latim clássico havia três gêneros: masculino, feminino e neutro. Mas no latim vulgar, o gênero neutro acabou desaparecendo, as distinções entre o masculino e o neutro ficaram identificáveis. Além disso, houve também contribuições das alterações fonéticas para a extinção do neutro.
Quanto aos neutros consonânticos da terceira declinação, substantivos como tempus, ǒris (tempo, p. 21), nomen, ǐnis (nome, p. 22) cor, cordis (coração, p. 23) corpus, ǒris (corpo, p. 26) e pectus, ǒ ris ( peito, p. 28), mare, is (mar, p. 29), eles tornaram substantivos masculinos, tomando o singular tempo, nome, coração, corpo e peito e os plurais tempos, corações, corpos, peito e mares. Porém, mare substantivo masculino mar do latim "mare" , era um substantivo neutro da terceira declinação, passando para masculino, mas foi feminino no português arcaico.
Portanto, no texto a Lenda de Gaia de D. Pedro não há mais a presença do gênero neutro, tendo apenas o masculino e o feminino.
Em síntese, a nossa análise investigou no texto a presença dos substantivos com alguma alteração em relação à forma etimológica e substantivos totalmente alterados, observando que os substantivos do texto a Lenda de Gaia são todos já típicos do galego-português, tendo eles já sofridos alterações a partir do seu étimo latino. Além desse levantamento, expomos substantivos para mostramos os conceitos sobre redução das declinações e casos e o desaparecimento dos neutros. Assim, refletimos que esta análise contribuirá bastante para a sociedade, pois os professores de português podem utilizar essa análise para mostrarem a evolução dos substantivos portugueses.


























CONCLUSÃO

O estudo permite aprofundar o conhecimento sobre a história da língua portuguesa e sobre o conto a Lenda de Gaia, de dom Pedro de Barcellos.
Sobre o latim, é importante concluir que a língua do Lácio, por meio da expansão romana, foi utilizada por povos diferentes, modificando-se e transformando-se em vários idiomas, entre esses o português. Então, seguindo o percurso do latim, desde sua fase primitiva até o início das línguas românicas, percebe-se uma série de questões complexas, pois só a partir do século XIX aumenta o interesse pelas manifestações lingüísticas populares e orais, estudando-se fontes como os grafitos de Pompéia, pequenos textos, com característica distantes dos padrões clássicos.
É importante lembrar a distância existente entre o latim clássico e o latim vulgar. Comparando-se um e outro, vemos que há uma redução das declinações, de cinco passando para três. Assim, alguns nomes da quinta declinação passaram para a primeira e outros para a terceira. Os nomes da quarta declinação transferiram-se para a segunda declinação. Assim, pouco a pouco, o latim clássico foi-se restringindo ainda mais a uma artificialidade de uso limitado, em geral, à literatura elitista, enquanto que o latim vulgar, usado pela massa, seguiu seu curso de modificações como toda língua viva.
É preciso deixar claro que a língua portuguesa é uma das chamadas línguas românicas, trazendo sua origem do latim vulgar, falado pelo povo, que, na sua complexidade, era um misto de soldados, colonos, comerciantes, muitas vezes, com pouco conhecimento escolar acerca da língua clássica.
Para concluir a análise do levantamento dos substantivos foi preciso uma análise minuciosa com os substantivos presente no texto, lendo o texto e sublinhando os nomes. O resultado dessa análise mostrou que os substantivos do texto que aparece de forma alterada em relação a sua forma etimológica ainda estão em transformação, assim suas estruturas só ao longo do tempo é que eles se passam a escrever estruturalmente igual ao português atual.
A limitação de acesso às obras desse estudo causou conseqüências para finalização dessa pesquisa, mas com muito esforço encontramos todas as referências bibliográficas. Assim, esses pesquisadores foram valiosos para nossa pesquisa, contribuindo para alargar os nossos conhecimentos sobre a formação histórica da língua portuguesa. Mas estamos convencidos de que muitos conceitos ainda poderiam acrescentar, e de que muita doutrina poderia modificar-se num restudo ou restruração do trabalho.
Este trabalho destina-se há orientações sobre transformações das palavras do latim ao português, que legitimamente possam professores manuseá-lo para orientações dos alunos. Além, disso, acreditamos ter amanhado informações realmente úteis a nossa cultura, pois a Lenda de Gaia é um conto tradicional, privilegiando o veículo transmissor de culturas dos povos, é semelhante às lendas brasileiras.
Como vimos, a língua falada foi a responsável pela mudança do latim para as línguas românicas. Mas essa consideração só foi possível com o auxílio de ciências como filologia, história, linguística histórica e literatura, que permitiram estudar com mais propriedade a história das línguas.
O objetivo último deste trabalho, como foi dito e repetido, é considerar o latim um idioma rico em suas estruturas gramáticas, preservando as escassas bibliografias, estudando e criando trabalhos que continuam mostrando a importância desta. Assim, a nossa pesquisa se enquadra nesse perfil, esperando que seja um estudo para novos pesquisadores criarem seus projetos científicos.




















REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMORA, Antônio Soares; MOISÉIS, Massaud; SPINA, Segismundo. Presença da Literatura Portuguesa. Difusão Européia, São Paulo, 1961.
CARDEIRA, Esperança. O Essencial sobre a História do Português. Caminho, Lisboa, 2006.
COUTINHO, Ismael de Lima. Pontos de Gramática Histórica. Técnico, Rj, 1981.
CUNHA , Antônio Geraldo da. Dicionário Etimológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, 1982
ELIA, Sílvio. Preparação à Lingüística Românica. Livraria Acadêmica, Rj, 1974.
FARIA, Ernesto. Gramática Superior da Língua Latina. Livraria Acadêmica, Rj, 1958.
MACHADO, José Pedro. Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa. Editorial Confluência, Lisboa, 1953.
NASCENTES, Antônio. Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, 1966
NETO, Serafim Neto da Silva. História do Latim Vulgar. Livro Técnico, Rj, 1977.
NUNES, José Joaquim. Crestomatia arcaica. Companhia Editora Americana, Rio de Janeiro,, 664.p,1921.
________Compêndio de Gramática Histórica Portuguesa. Livraria Clássica Editora, Lisboa, 1945.
SARAIVA, José Antõnio; LOPES, Oscar. História da Língua portuguesa. Porto Editora, Lisboa, 1955.
TEYSSIER, Paul. História da língua portuguesa. Tradução de Celso Cunha. Editora martins pena, São Paulo, 1997.
VASCONCELOS, L. de. Lições de Filologia Portuguesa. Livros de Portugal, Rio de Janeiro, 1959.
WILLIANS, Edwin. Do Latim ao Português. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 4ª edição, 1986.